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AO JUÍZO FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE BOM JESUS DA

LAPA, SEÇÃO DO ESTADO DA BAHIA.

WESLEI JOAQUIM PEREIRA BENEVIDES, brasileiro, casado,


lavrador, RG: 11.127.110-07-SSP/BA, CPF: 219.373.478-00, residente e
domiciliado na Fazenda Cardoso – Santo Antônio, zona rural de Cocos/BA,
CEP: 47.680-000, por intermédio de seus advogados constituídos, com
endereço profissional no rodapé desta, local onde receberá as futuras
intimações, vem, perante este Juízo, propor a presente:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA RESTABELECIMENTO DE


AUXÍLIO-DOENÇA RURAL

Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pessoa


jurídica de direito público interno, pelos fatos e fundamentos a seguir
delineados:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

O Autor não possui condições de pagar as custas e despesas


do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de
hipossuficiência anexa, sob égide no Código de Processo Civil, artigo 98 e
seguintes e pelo artigo 5.º, LXXIV, da Constituição Federal.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Desse modo, o Autor tem direito à concessão da gratuidade
de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais
humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado
Democrático de Direito.

II – DOS FATOS

Weslei Joaquim Pereira Benevides, ora autor, atualmente com


47 (quarenta e sete) anos, reside com sua esposa (Ester) e seus filhos (Larissa
e Wisley) em uma parcela de terra de 2,0ha (dois hectares) na Fazenda
Cardoso (região do Santo Antônio), zona rural de Cocos/BA.

A parcela de terra onde o Autor reside e trabalha com sua


família é fruto de uma doação feita por seu sogro Ostervaldo Gonçalves de
Oliveira, que doou o imóvel à sua filha, Ester, no ano 2000, quando ela contraiu
matrimônio com o requerente.

No local, o Autor – na medida do possível – planta roças de


mandioca, milho, feijão, abóbora, entre outros, usando-os no consumo próprio
e para a criação de porcos e galinhas. Além disso, ajuda sua esposa no cultivo
de hortaliças (verduras e legumes) e de frutas plantadas ao redor da casa.

O Autor, porém, é portador das seguintes enfermidades:


Cervicalgia (CID-10 M54.2), Ciática (CID 10 - M54.3) e Dor Lombar Baixa (CID-
10 M54.5), conforme laudos médicos anexos. Estas patologias têm lhe
incapacitado de exercer suas atividades como lavrador, visto que o trabalho
rural é árduo, desgastante e demanda grande esforço físico em sua execução.

Em virtude da incapacidade, no dia 17 de setembro de 2021, o


Autor requereu ao INSS, ora réu, a concessão do Auxílio-Doença para
trabalhador rural. Após ser submetido à perícia médica, constatou-se que
havia, de fato, a incapacidade laboral, razão pela qual lhe foi concedido o
benefício (NB 636.564.979-0).

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
O INSS concedeu o auxílio-doença ao Autor até a data de
31/12/2021. Porém, pelo fato de que nesse tempo ele ainda estava
incapacitado, requereu a prorrogação. Entretanto, ao ser submetido à perícia
médica, a conclusão foi que não havia mais a incapacidade laboral.

Ocorre que a conclusão a que chegou o médico perito da


Autarquia Previdenciária de que não havia mais incapacidade no Autor está
totalmente equivocada. Isso porque as moléstias se mantêm e os problemas
têm se agravado cada vez mais, conforme se vê nos documentos anexos.

Portanto, houve um grave erro do médico perito do INSS.


Assim, a fim de reverter a ilegalidade, vem o Autor à presença deste Juízo
requerer o restabelecimento de seu benefício de Auxílio-Doença rural.

III – DO DIREITO

A pretensão do Requerente está fundamentada no art.º 201, I,


da Constituição Federal e no art.º 59 e seguintes da Lei n.º 8.213/91 (LBPS),
destacando-se que, para a concessão dos benefícios por incapacidade,
devem ser preenchidos alguns requisitos.

Os requisitos a serem preenchidos são: (i) a qualidade de


segurado; (ii) a carência de doze contribuições mensais; (iii) a superveniência
da doença ou lesão incapacitante para o desenvolvimento de atividade laboral
que lhe garanta a subsistência ou sua progressão ou agravamento; e (iv) o
caráter permanente da incapacidade (para a aposentadoria por invalidez) ou
temporário (para o auxílio-doença).

Pois bem, no presente caso todos os requisitos são


preenchidos. Os documentos anexos comprovam a qualidade de segurado
especial do Autor, bem como a carência e a incapacidade. Inclusive, tudo
isso já foi confirmado pelo INSS quando concedeu o benefício de auxílio-
doença (NB 636.564.979-0).

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Entretanto, por se tratar de pleito de restabelecimento de
auxílio-doença, deve ser provado que no tempo da cessação do benefício
ainda havia a incapacidade, o que se fará quando da realização da perícia
médica por meios da documentação médica.

Fato é que o Autor estava e ainda se mantém incapacitado


para o trabalho, fazendo jus ao restabelecimento do benefício de Auxílio-
Doença rural.

IV – DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer a este Juízo:

a) A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça, posto


que o Autor é hipossuficiente financeiramente na forma da Lei e não tem
como arcar com as custas do processo;

b) A citação do INSS, através da Procuradoria Federal nos


Estados e no Distrito Federal para, querendo, oferecer resposta no prazo
legal;

c) Ao final, julgar a ação TOTALMENTE PROCEDENTE


para CONDENAR o INSS a restabelecer em favor do Autor o Auxílio-Doença
Rural (NB 636.564.979-0), caso seja constatada a incapacidade transitória; ou,
condicional e alternativamente, a Aposentadoria por Invalidez Rural, caso
seja constatada a incapacidade permanente;

d) A condenação do INSS a pagar os valores atrasados,


acrescidos de juros e correção monetária desde a Data de Cessação do
Benefício (DCB 02/02/2022);

e) Em caso de recurso, a condenação do INSS ao


pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em segundo

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grau de jurisdição, com fulcro no art.º 55 da Lei n.º 9.099/95 c/c art. 1.º da Lei
n.º 10.259/01.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos.

Dê-se à causa o valor de R$ 34.370,94 (trinta e quatro mil


trezentos e setenta reais e noventa e quatro centavos).

Termos em que pede e espera deferimento.

De Cocos para Bom Jesus da Lapa, 22 de março de 2023.

Ailton Vasconcelos de Oliveira Joaquim José de Souza Barros


OAB/BA 65.921 OAB/BA 57.340

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V – EPÍLOGO (QUESITOS PARA PERÍCIA)

1. O Autor é portador das doenças e limitações de ordem


física indicadas nos exames e relatórios médicos apresentados? Em caso
positivo, declinar a(s) enfermidades e descrever os sintomas.

2. É possível estabelecer desde quando o Autor está


incapacitado para o trabalho, ou seja, quando ocorreu o início da sua
doença? Se sim, descrever a provável/aproximada data.

3. Tais moléstias ou limitações impedem o exercício pelo


Autor de atividades laborais rurais que lhe permitam a subsistência?

4. O autor está incapaz para exercer a sua atividade habitual


de trabalhador rural?

5. As doenças e limitações presentes no Autor são graves?


Em caso positivo, a gravidade das doenças é de caráter progressivo e
irreversível?

7. No atual estágio dessas doenças ou limitações, o Autor


está incapacitado definitivamente, ou seja, está impedido de exercer
atividades que lhe garantam a subsistência?

8. O Autor, em razão das doenças ou limitações, necessita de


tratamento permanente? Em caso positivo, qual o(s) tratamento(s) médico
adequado para solucionar o problema do Autor?

10. Uma pessoa com o problema de saúde do Autor pode


exercer alguma atividade laboral? Em caso positivo, quais atividades?

Esclareça o Sr. Perito tudo que julgar necessário para o


deslinde da questão.

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