Você está na página 1de 6

AO JUÍZO FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE BOM JESUS DA

LAPA, SEÇÃO DO ESTADO DA BAHIA.

VANESSA FOGAÇA DE MACEDO, brasileira, solteira em


união estável (matrimônio religioso), lavradora, RG: 16.657.708-13-SSP/BA,
CPF: 860.701.995-37, residente e domiciliada na Fazenda Capão do Cedro,
zona rural do Município de Cocos/BA, CEP: 47.680-000, por intermédio de
seus advogados, com endereço profissional constante no rodapé desta, local
onde receberão as futuras intimações, vem, perante este Juízo, propor a
presente:

AÇÃO DE CONCESSÃO DE SALÁRIO-MATERNIDADE RURAL

Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa


jurídica de Direito Público Interno, pelos fatos e fundamentos a seguir
delineados:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

A Autora não possui condições de pagar as custas e


despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme
declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Código de Processo Civil,
artigo 98 e seguintes e pelo artigo 5.º, LXXIV, da Constituição Federal.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Desse modo, a Autora tem direito à concessão da gratuidade
de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais
humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado
Democrático de Direito.

II – DOS FATOS

A autora, Vanessa Fogaça de Macedo, nasceu no município de


Cocos/BA e se criou na zona rural do município de Feira da Mata/BA, no lugar
denominado Barra do Riacho, conhecido pelos moradores como Comunidade
Várzea da Cruz, na casa de seus pais. Viveu no local até 10 de setembro de
2020, data em que contraiu matrimônio religioso.

A partir de 10 de setembro de 2020 a Autora deixou a


residência de seus pais e foi morar com seu esposo, Marcelo Neves da Silva,
na FAZENDA CAPÃO DO CEDRO, zona rural do município de Cocos/BA, cuja
propriedade é dos pais do companheiro, isto é, de seus sogros:

Fato é que desde a infância a Autora sempre viveu na zona


rural e tanto com seus pais quanto com seu companheiro, é exclusivamente da

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
atividade rural em regime de economia familiar, por meio da lavra da terra e da
pequena criação de animais que ela contribui para a subsistência da família.

Diante disso, tendo em vista que em 05/02/2022 a Autora deu à


luz João Guilherme Fogaça da Silva, na data de 04/04/2022 (DER), ela
requereu ao INSS o Salário-Maternidade Rural (NB 189.372.756-1). Ocorre
que seu benefício foi equivocadamente indeferido, sob a alegação de “não ter
comprovado estar afiliada ao RGPS na data do afastamento”.

O INSS equivocou-se, pois a Autora exerceu o labor rural não


somente nos 10 (dez) meses anteriores ao nascimento de seu filho, mas
durante toda a sua vida. Portanto, não se pode negar a sua qualidade de
segurada especial, inclusive, por período além do exigido.

Repita-se: desde a infância até a atualidade a Autora sempre


viveu no campo. Até seu casamento foi celebrado na região onde morava, no
lugar denominado Barra do Riacho, mais conhecido como Comunidade Várzea
da Cruz, na zona rural de Feira da Mata, precisamente na Capela Santa Luzia:

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Destaca-se que não somente a Autora, mas também o seu
esposo é trabalhador rural e segurado especial. Isso porque, ele vive no campo
desde o nascimento e, junto com seus pais, lavradores, sempre foi pelo labor
rural que proveram o sustento familiar.

Portanto, é inequívoco que a Autora é trabalhadora rural e


segurada especial da Previdência Social. Assim, a fim de sanar o equívoco do
INSS e comprovar o seu direito ao Salário-Maternidade Rural, busca-se a tutela
do Poder Judiciário como último meio legal apto a prover-lhe justiça.

III – DO DIREITO

O direito do segurado especial em perceber o salário-


maternidade está disposto no parágrafo único do art.º 39 da Lei n.º 8.213/91.
O dispositivo legal preceitua que aos segurados especiais, é garantida a
concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo.

O Decreto n.º 3.048/99, em seu art.º 93, § 2.º, dispõe que será
necessário comprovar o exercício de atividade rural nos últimos 10 (dez) meses
imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício,
quando requerido antes do parto.

Observa-se, então, que para receber o benefício em questão,


é necessário que sejam cumpridos os seguintes requisitos: (i) a
demonstração do nascimento do filho e (ii) a comprovação do labor rural da
mãe como segurada especial.

No presente caso, foram cumpridos ambos os requisitos


legais: (i) o nascimento da criança, pela certidão de nascimento; e (ii) a
qualidade de segurada especial, pela comprovação do labor rural através
dos documentos juntados, por período superior à carência exigida.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Por esta razão, os documentos juntados em anexo
comprovam o preenchimento total dos requisitos que autorizam a concessão
do benefício de Salário-Maternidade Rural, na qualidade de segurada
especial, motivo pelo qual roga a este Juízo a total procedência da ação.

IV – DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer a este Juízo:

a) A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça, posto


que a Autora é hipossuficiente financeiramente na forma da Lei e não tem
como arcar com as custas do processo;

b) A citação do INSS através da Procuradoria Federal nos


Estados e Distrito Federal para, querendo, oferecer resposta no prazo legal;

c) Ao final, julgar a presente ação TOTALMENTE


PROCEDENTE, condenando o INSS a conceder o benefício Salário-
Maternidade à Autora (NB 189.372.756-1), devendo pagar o valor das parcelas
vencidas monetariamente corrigidas e acrescidas de juros legais moratórios,
com data do Requerimento Administrativo (DER 04/04/2022);

d) Em caso de recurso, a condenação do INSS ao


pagamento de custas e honorários advocatícios, com fulcro no art.º 55 da Lei
n.º 9.099/95 c/c art. 1.º da Lei n.º 10.259/01.

Por fim, a Autora informa que NÃO TEM INTERESSE na


adesão à instrução concentrada.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Dê-se à causa o valor de R$ 5.318,12 (cinco mil trezentos e
dezoito reais e doze centavos).

Termos em que pede e espera deferimento.

De Cocos para Bom Jesus da Lapa, 08 de fevereiro de 2023.

Ailton Vasconcelos de Oliveira Joaquim José de Souza Barros


OAB/BA 65.921 OAB/BA 57.340

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926

Você também pode gostar