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AO JUÍZO FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE BOM JESUS DA

LAPA, SEÇÃO DO ESTADO DA BAHIA.

EDIVALDO LACERDA DOS SANTOS, brasileiro, solteiro,


lavrador, RG: 1.680.367 SSP/DF, CPF: 501.920.005-00, residente e
domiciliado na Fazenda Barreiros do Itaguari, região do Povoado Novaci, zona
rural do Município de Cocos/BA, CEP: 47.680-000, por intermédio de seu
advogado constituído, com endereço profissional constante no rodapé desta,
local onde receberá as futuras intimações, vem, perante este Juízo, propor a
presente:

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE RESTABELECIMENTO DE


AUXÍLIO-DOENÇA COM CONVERSÃO EM APOSENTADORIA
POR INVALIDEZ C/C TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa


jurídica de Direito Público Interno, pelos fatos e fundamentos a seguir
delineados.

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

O Autor não possui condições de pagar as custas e despesas


do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de
hipossuficiência anexa, sob égide no Código de Processo Civil, artigo 98 e
seguintes e pelo artigo 5.º, LXXIV da Constituição Federal.

Rua Olímpio Cardoso Bomfim, n.º 338, Centro, Cocos/BA, CEP: 47.680-000
E-mail: ailtonvasconcelos.adv@gmail.com
Celular: (61) 9.8336-2926
Desse modo, o Autor tem direito à concessão da gratuidade
de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais
humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado
Democrático de Direito.

II – PRELIMINARMENTE: DA INEXISTÊNCIA DA
COISA JULGADA

Edivaldo Lacerda dos Santos foi autor do Processo n.º:


1004829-87.2020.4.01.3315 tendo como parte ré o Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS. Entretanto, naquela ação, o objeto era o
Restabelecimento da Aposentadoria por Invalidez (NB 606.435.793-6) que
também havia sido cessada indevidamente.

Nesta presente ação, há um novo objeto, que é o


restabelecimento do Auxílio-Doença Rural cujo Número de Benefício é
637.881.722-0. Portanto, não incide o instituto da coisa julgada neste
presente processo.

III – DOS FATOS

O Autor é portador das enfermidades Radiculopatia (CID-10


M54.1) e Dor Lombar Baixa (CID-10 M54.5), estando incapacitado
permanentemente de exercer suas atividades laborais. A incapacidade foi
constatada em 2013, ano em que lhe foi concedido o benefício de
Aposentadoria por Invalidez a trabalhador rural pelo INSS (NB 606435793-6).

Desde então os problemas se agravaram, permanecendo a


incapacidade. Diversos médicos atestaram seu impedimento laboral,
especialmente o médico ortopedista que emitiu laudo (em anexo) atestando a
incapacidade do Autor para exercer o trabalho habitual, inclusive destacando
que a lesão sofrida é irreversível.

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No entanto, mesmo estando incapaz para o trabalho, ao ser
submetido à perícia revisional do INSS na data de 07/05/2018, o médico da
Autarquia entendeu que o Autor já estava apto para voltar ao trabalho. Desse
modo, em 07/11/2019, a Ré cessou o benefício.

Ocorre que a incapacidade do Autor se mantinha. Por conta


disso, ele propôs demanda judicial visando o restabelecimento da sua
Aposentadoria por Invalidez – Rural (Processo n.º: 1004829-
87.2020.4.01.3315). A ação foi julgada procedente, no entanto, foi-lhe
concedido apenas o benefício de Auxílio-Doença.

Desse modo, o Autor recebeu o Auxílio-Doença – Rural (NB


637.881.722-0) até 24/05/2022. A partir dessa data, seu benefício foi
ilegalmente cessado. Em consequência disso, o Requerente tem passado
sérias necessidades, pois não tem outras fontes de subsistência.

Frise-se que na perícia judicial realizada no processo n.º:


1004829-87.2020.4.01.3315, o médico perito destacou que não há
possibilidade de o Autor ser reabilitado para exercer outra atividade que
proporcione a sua subsistência. Além disso, concluiu que não era possível
estabelecer uma data para cessação da incapacidade.

Portanto, considerando que o Autor estava incapacitado ao


tempo da cessação do benefício, e pelo fato de a incapacidade permanecer, a
fim de reverter a ilegalidade, vem à presença deste Juízo requerer o
restabelecimento de seu benefício de Auxílio-Doença com a conversão da
Aposentadoria por Invalidez - Rural.

IV – DO DIREITO

O direito à percepção do Auxílio-Doença é fundamentado no


art.º 201, I, da Constituição Federal, e no art.º 42 e seguintes da Lei n.º
8.213/91 (LBPS), destacando-se que, para a concessão dos benefícios por
incapacidade, devem ser preenchidos alguns requisitos.

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Os requisitos são: (i) a qualidade de segurado; (ii) o
cumprimento da carência de doze contribuições mensais; (iii) a
superveniência da doença ou lesão incapacitante para o desenvolvimento de
atividade laboral que lhe garanta a subsistência ou sua progressão ou
agravamento; e (iv) o caráter permanente da incapacidade (para a
aposentadoria por invalidez) ou temporário (para o auxílio-doença).

No presente caso todos os requisitos foram tidos por


preenchidos quando do reconhecimento do direito do Autor à percepção da
Aposentadoria por Invalidez, da qual foi beneficiário por mais de 06 (seis)
anos e, posteriormente, pelo Auxílio-Doença, da qual foi beneficiário por 03
(três) anos. Porém, por se tratar de pleito de restabelecimento, deve ser
provado que no tempo da cessação do benefício ainda havia a incapacidade.

Essa constatação pode ser feita pela análise dos documentos


anexos, e, especialmente, pela perícia médica a ser realizada pelo perito
judicial. Fato é que o Autor estava e se mantém incapacitado para o trabalho,
fazendo jus ao restabelecimento do benefício de Auxílio-Doença Rural e,
consequentemente, a conversão em Aposentadoria por Invalidez.

V – DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

Cumpre assinalar que o pleito formulado na presente ação é de


natureza evidentemente alimentar, eis que o Autor não possui outras formas de
renda, haja vista a sua incapacidade laboral. Portanto, trata-se de situação em
que a demora na prestação jurisdicional acarretará ao Autor, inevitavelmente,
sérios danos.

Nesse sentido, considerando que o conjunto fático-probatório


deixa evidente o direito do Autor em continuar recebendo o benefício
pretendido, verifica-se, claramente, a presença dos requisitos necessários para
a satisfação antecipada do direito pleiteado pelo Autor, sendo imperativo o

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deferimento da antecipação de tutela por este Juízo, determinando o
restabelecimento do benefício requerido.

Ademais, o Autor não pode continuar sofrendo pela falta de


recursos financeiros para sua manutenção, bem como de sua família, quando
teria que, obrigatoriamente, estar recebendo o benefício de aposentadoria por
invalidez, devendo a tutela de urgência antecipada ser prontamente concedida,
restabelecendo ao Autor o seu benefício de Aposentadoria por Invalidez.

VI – DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto, requer a este Juízo:

a) A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça, posto


que o Autor é hipossuficiente financeiramente na forma da lei e não tem como
arcar com as custas do processo;

b) A CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA


ANTECIPADA, conforme estatui o artigo 300 do CPC/2015, determinando ao
INSS o imediato restabelecimento do Auxílio-Doença Rural ao Autor, tendo em
vista que este se mantém incapacitado para o trabalho;

c) A citação do INSS, na pessoa do Procurador Judicial,


para, querendo, oferecer resposta no prazo da lei;

d) Ao final, julgar a ação TOTALMENTE PROCEDENTE


para CONDENAR o INSS a restabelecer em favor do Autor o Auxílio-Doença
Rural (NB 637.881.722-0) e, consequentemente, a conversão em
Aposentadoria por Invalidez, tendo em vista a sua incapacidade
permanente;

e) A condenação do INSS a pagar os valores atrasados,


acrescidos de juros e correção monetária desde a data de cessação indevida
do benefício (24/05/2022);

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f) Em caso de recurso, a condenação do INSS ao
pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em segundo
grau de jurisdição, com fulcro no art.º 55 da Lei n.º 9.099/95 c/c art. 1.º da Lei
n.º 10.259/01.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


Direito admitidos.

Dê-se à causa o valor de R$ 21.831,61 (vinte e um mil


oitocentos e trinta e um reais e sessenta e um centavos).

Termos em que pede e espera deferimento.

De Cocos para Bom Jesus da Lapa, 11 de novembro de 2022.

Ailton Vasconcelos de Oliveira Joaquim José de Souza Barros


OAB/BA 65.921 OAB/BA 57.340

QUESITOS PARA PERÍCIA

1. O Autor é portador das doenças e limitações de ordem


física indicadas nos exames e relatórios médicos apresentados? Em caso
positivo, declinar a(s) enfermidades e descrever os sintomas.

2. Tais moléstias ou limitações impedem o exercício pelo


Autor de atividades laborais que lhe permitam a subsistência?

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3. O autor está incapaz para exercer a sua atividade habitual?

4. As doenças e limitações presentes no Autor são graves?


Em caso positivo, a gravidade das doenças é de caráter progressivo e
irreversível?

5. É possível afirmar se houve progressão, agravamento ou


desdobramento das doenças ao longo do tempo?

6. No atual estágio dessas doenças ou limitações, o Autor


está incapacitado definitivamente?

7. O Autor, em razão das doenças ou limitações, necessita de


tratamento permanente? Em caso positivo, qual o(s) tratamento(s) médico
adequado para solucionar o problema do Autor?

8. Uma pessoa com o problema de saúde do Autor pode


exercer alguma atividade laboral? Em caso positivo, quais atividades?

9. É possível afirmar se na data de 24/05/2022 o Autor estava


incapacitado para o trabalho?

Esclareça o Sr. Perito tudo que julgar necessário para o


deslinde da questão.

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