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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PALMEIRA DAS MISSÕES/RS

Lidia Terezinha Filippi, brasileira, casada, inscrita no CPF sob o nº.


626.067.100-53, RG nº. 5015915027, residente e domiciliada na Rua
Brasília, nº. 449, Bairro Itapagé, na cidade de Frederico
Westphalen/RS, CEP 98400-000, vem com o devido respeito e lisura
perante Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,


pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:  
 
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUÍTA

A requerente é pessoas pobre na devida acepção do termo, não dispondo de condições


financeiras para suportar as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo próprio
ou de sua família, motivo pelo qual postulam pela concessão do Benefício da Justiça Gratuita,
nos termos da Lei n°. 1.060/50, Lei nº. 7.115/83, art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal e 98 e
seguintes do Código de Processo Civil.

Adv. Anilton Luiz Bortolini – OAB/RS 26.314 – Tel.: (55) 9 9962-8119


Adv. Dudiqueli Dalagnese – OAB/RS 97.818 – Tel.: (55) 9 9988-4398
E-mails: dudiqueliadv@yahoo.com.br – bortolini.anilton@gmail.com
Endereço: Rua Assis Brasil, n. 124, centro, município de Rodeio Bonito/RS
Vale salientar o entendimento dos Tribunais Superiores sobre o valor máximo de 05
(cinco) salários mínimos de rendimento mensal do requerente, para a concessão do mencionado
benefício. Vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM
AS DESPESAS PROCESSUAIS. RENDIMENTOS INFERIORES A
CINCO SALÁRIOS MÍNIMOS MENSAIS. [...] 2. A concessão de
assistência judiciária gratuita decorre de efetiva demonstração de
carência econômica, mesmo momentânea, independentemente da
condição de pobreza ou miserabilidade da parte, consoante estabelece o
art. 98, caput, do novel Código de Processo Civil, combinado com o
artigo 5º, LXXIV da CF. 3. A situação fática examinada autoriza a
concessão do benefício, em função da parte agravante perceber
rendimento mensal inferior a 05 (cinco) salários mínimos, valor este
insuficiente para atender as necessidades básicas garantidas
constitucionalmente e as despesas processuais. Dado provimento ao
agravo de instrumento. (Agravo de Instrumento Nº 70069139608, Quinta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do
Canto, Julgado em 02/05/2016) (grifo nosso)

Verifica-se da certidão emitida pela Receita Federal que a demandante não declara
Imposto de Renda, comprovando-se o rendimento inferior a R$ 1.903,98 (mil, novecentos e três
reais com noventa e oito centavos), hoje o teto do IRPF.
Isto posto, desde já requer a concessão do benefício da justiça gratuita com a isenção de
custas processuais e honorários advocatícios em caso de eventuais recursos, nos termos legais.

DOS FATOS

A autor, no dia 26/10/2022, elaborou requerimento de auxílio por incapacidade


temporária, eis que realizou procedimento cirúrgico devido a uma Hérnia inguinal – CID k 40.9
e não apresentava condições de desempenhar sua atividade laborativa habitual.

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Com efeito, o motivo da negativa alegado pelo réu era de que a incapacidade para o
trabalho era anterior ao início/reinício de suas contribuições para Previdência Social.
Ocorre que o segurado preenchia todos os requisitos para a concessão da benesse,
causando surpresa a aludida decisão.
Por tal motivo, se ajuíza a presente ação.

Dados sobre o processo administrativo:

1. Número do benefício 641.610.726-4

2. Data do requerimento 26/10/2022  

3. Razão do indeferimento Ausência de requisitos para concessão

Dados sobre a enfermidade (conforme Lei 14.331/22):

1. Doença/enfermidade: CID K 40.9

Apresentava incapacidade para as atividades


2. Limitações decorrentes:
laborativas habituais.

Na perícia constou-se a incapacidade do autor,


3. Inconsistências da avaliação médico-
contudo o benefício foi negado devido a falta de
pericial
requisitos para a concessão

O autor não ingressou com ação judicial de


4. Inexistência de coisa julgada
auxílio-doença referente a esta patologia.   

Inicialmente, cumpre salientar que a incapacidade laboral da Autora é incontroversa,


uma vez que já reconhecida na seara administrativa.
Com efeito, o perito do INSS, em perícia médica confirmou que a Sra. Lidia se
encontrava incapaz para o trabalho.

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Em razão disso, verifica-se que a incapacidade laboral é incontroversa, já reconhecida
pelo próprio INSS, não havendo necessidade de realização de nova perícia médica.
Assim, ainda que o segurado tenha comprovado a existência de incapacidade laborativa
através do atestado médico, o benefício foi indeferido sob nenhuma justificativa plausível.
Sendo assim, não resta outra alternativa se não bater as portas do Poder Judiciário.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Para a concessão dos BENEFICIOS POR INCAPACIDADE, são requisitos


indispensáveis: qualidade de segurado da Previdência Social, carência mínima, bem como a
caracterização do fato gerador do benefício, qual seja INCAPACIDADE.
O fator que distingue os benefícios por INCAPACIDADE é EXCLUSIVAMENTE a
caracterização da mesma, ou seja, para os benefícios de auxílio por incapacidade temporária a

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INCAPACIDADE tem natureza TEMPORÁRIA, enquanto para a aposentadoria por
incapacidade permanente a mesma deve ser PERMANENTE.
O requisito INCAPACIDADE vem devidamente comprovado através dos LAUDOS
MÉDICOS, acostados aos autos virtuais.
No entanto, apesar de comprovada sua incapacidade, a Autarquia negou o benefício do
autor alegando que ele não teria qualidade de segurado, contudo, tal alegação com condiz com a
realidade fática. Veja-se:

Como é possível observar através do CNIS, a autora nunca perdeu a qualidade de


segurado, a autora contribui como segurada facultativa de 01/04/2017 a 28/02/2023, a quase 06
anos. Assim, não há que se falar em perda da qualidade de segurado do autor ou que a
incapacidade para o trabalho era anterior ao início/reinício de suas contribuições para
Previdência Social uma vez que nunca deixou de contribuir para a previdência social.
Com isso, não há dúvida de que o Instituto Réu flagrantemente feriu direitos fundamentais
do Autor ao negar-lhe cobertura à contingência prevista entre o rol dos riscos cobertos pela

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Previdência, em flagrante desrespeito à Constituição Federal, que dispõe no artigo 201, I, a
cobertura pela previdência social do evento INCAPACIDADE.
Diante da comprovação dos requisitos ensejadores para a concessão dos benefícios por
incapacidades, quais sejam: QUALIDADE DE SEGURADO, CARENCIA MINIMA E
CONFIGURAÇÃO DE INCAPACIDADE TEMPORÁRIA PARA O EXERCICIO DE SEU
TRABALHO HABITUAL resta nos claro o direito ao BENEFÍCIO DE AUXILIO POR
INCAPACIDADE TEMPORARIA, nos termos dos artigos 71 do Decreto 3048.99 com redação
dada pelo 10.410.2020.

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, a Parte Autora vem


manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na
realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme
previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL

Em razão disso, verifica-se que a incapacidade laboral é incontroversa, já reconhecida


pelo próprio INSS, não havendo necessidade de realização de nova perícia médica.

Contudo, caso Vossa Excelência entenda pela realização requer a designação de médico
especialista ou clínico geral.

PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

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1) O deferimento da Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições de arcar
com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
2) A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões acima expostas;
3) A produção de todos os meios de prova, principalmente documental, testemunhal e pericial.
Com relação à última, REQUER seja observada a Resolução nº 1.488/98 e o Parecer nº
10/2012 do Conselho Federal de Medicina;
4) Em caso de realização de perícia, requer que seja realizada por cirurgião geral ou médico
especialista.
5) Que não seja nomeação do perito Dr. Sebastião Montaury Gomes Vidal Filho, pelo fato de
que todos os laudos periciais elaborados por este perito serem contrários a parte autora,
nos processos destes procuradores;
6) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:
6.1 Subsidiariamente:
6.1.1) Conceder o benefício por incapacidade temporária da parte autora (NB
641.610.726-4), pelo período de 25/10/2022 (DII) e a data de cessação do
benefício em 25/12/2022 (DCB), bem como pagar as diferenças que não foram
pagas no decorrer da demanda;

7) Após a sentença de procedência, seja o INSS intimado a cumprir imediatamente a obrigação


de implantar o benefício;
8) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo
vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do pagamento;
8) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis em
segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei 10.259/01.

Termos em que,
Pede Deferimento.
Dá à causa o valor1 de R$ 2.424,00

1
Valor da causa = 02 parcelas vencidas (R$ 2.424,00)
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Rodeio Bonito/RS, 31 de agosto de 2022

Dudiqueli Dalagnese Anilton Luiz Bortolini


OAB/RS 97.818 OAB/RS 26.314

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