DÉBORAH BEZERRA GONDIM SILVA

OAB/PE N.º 38.552

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO
DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE VERDEJANTE-PE

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO, conforme previsto na Lei no 10.741/2003.

Requerente nascida aos 10/02/1940 (79 anos de idade).

ANTONIA JOSEFA DA SILVA FELIX, brasileira, viúva,

agricultora aposentada, portadora da Carteira de Identidade
nº 4893711, expedida pela SSP/PE, inscrita no Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF) sob o nº 907.621.504-91, residente na
Rua Agamenon Magalhães, nº. 226, centro, Verdejante/PE,
CEP: 56120-00, por meio de sua advogada legalmente
constituída, estabelecida na Av. David Jacinto, n° 373,
sala B, Bairro Centro, Verdejante – PE, onde, de
conformidade com o disposto no art. 39, I, do Código de
Processo Civil, onde receberá as comunicações forenses de
estilo, constituídas nos termos do instrumento de mandato
em apenso (doc. 01), vem à presença de Vossa Excelência,
requerer a

EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ JUDICIAL

para levantamento de saldo em conta corrente ou poupança,

pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

PRELIMINARMENTE, REQUER os benefícios da ASSISTÊNCIA

JUDICIÁRIA GRATUITA, uma vez que a requerente não possui
condições financeiras para arcar com os custos processuais
sem comprometer o essencial para sua estabilidade e a de
seus familiares.

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É um direito de todo cidadão, recorrer à Justiça, sem
que para isso seja compelido a pagar valores para ter seu
direito avaliado pelo Poder Judiciário.
Este direito está amparado, ainda, pela nossa
Constituição Federal, Artigo 5º, XXXIV, “a”, que diz: “são
a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
defesa e direitos ou conta ilegalidade ou abuso de poder
(...)”;
Percebe-se Vossa Excelência que a requerente é
beneficiária do INSS, recebendo apenas um salário mínimo a
título de aposentadoria rural. Tal quantia não é suficiente
sequer para suas despesas básicas, como medicação,
alimentação, vestiário, contas de água e energia.
A requerente anexa, ainda, declaração de pobreza,
atendendo que não está em condições de pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio
ou de sua família”.
Atente-se para a jurisprudência emanada do Superior
Tribunal de Justiça:

“Para a concessão do benefício de

justiça gratuita à pessoa física, basta
a simples afirmação da parte de sua
pobreza, até prova em contrário”.
(Superior Tribunal de Justiça, 4º
Turma, Resp. 386.684-MG, rel. Min. José
Delgado, DJU 25/3/02, p.211)”

O fato de a requerente ter constituído Patrono, não

exclui a necessidade do deferimento da gratuidade
processual. O cidadão tem direito a escolher o Patrono que
irá defender seus interesses. Denote-se:

“Se a parte indicou advogado, nem por

isso deixa de ter direito à assistência

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judiciária, não sendo obrigada, para
gozar dos benefícios desta (RT
707/119), a recorrer aos Serviços da
Defensoria Pública” Superior Tribunal
de Justiça, Bol AASP 1.703/205).

Por todo o exposto, a requerente pleiteia o

deferimento dos benefícios da justiça gratuita, por ser
pobre na acepção legal do termo, e por não ter condições de
arcar com custas processuais e demais consectários, sem o
prejuízo do próprio sustento e da família.
DOS FATOS

Na desditosa data de 19 de fevereiro de 2019, ocorreu

o passamento do esposo da requerente, o Senhor CICERO LUIZ
FÉLIX, brasileiro, casado, aposentado, que era portador do
R.G. nº 943.538 SSP/PE, e do CPF sob o nº 269.777.964-72,
que residia na Rua Agamenon Magalhães, nº. 226, centro,
Verdejante/PE, juntamente com a REQUERENTE, consoante
Certidão de Casamento e Certidão de Óbito e documentos
pessoais acostados.

A requerente e o falecido constituíram matrimônio em

01/06/1970, sob o regime de comunhão universal de bens.

No mês de agosto do corrente ano, a requerente se

dirigiu até a agência do banco do Bradesco, nesta cidade,
munida com a certidão de óbito do seu esposo a fim de
encerrar a conta de titularidade do falecido, conta esta
utilizada para recebimento de sua aposentaria rural.

Contudo, foi informada da existência de um saúdo de

pouco menos de um salário mínimo e que para o encerramento
desta conta seria preciso o saque da mencionada quantia.

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Portanto, é necessário a expedição de ofício ao Banco
do Bradesco, a fim de que o mesmo informe o valor existente
em conta bancária de titularidade do senhor CICERO LUIZ
FELIX, portador do R.G. nº 943.538 SSP/PE, e do CPF sob o
nº 269.777.964-72.
Cabe salientar que a REQUERENTE não tem conhecimento
sobre os valores exatos em conta corrente ou poupança,
limitando-se apenas em informações que “existiam valores em
conta”.
A REQUERENTE necessita dos valores existentes em conta
corrente ou poupança do falecido, visto que se encontra em
situação financeira precária, e precisa arcar com as dividas
deixadas pelo falecido e por fim, encerrar a conta de
titularidade do falecido.
DOS FUNDAMENTOS

O de cujus era beneficiário do INSS, recebia o valor

de R$ 998,00 (novecentos e noventa e oito reais), referente
a aposentadoria rural, que é depositado na conta do
Bradesco mencionada acima.
A Lei 6.858/80 instituiu em nosso ordenamento jurídico
a figura do alvará judicial para fins sucessórios, a qual
foi regulamentada pelo Decreto 58.845/81.
Dentre as possibilidades contempladas pelo dispositivo
legal em epígrafe, consta o levantamento de saldos
bancários, pelos sucessores do falecido, como se verifica
in verbis:
Art. 2º - O disposto nesta Lei se aplica às
restituições relativas ao Imposto de Renda e
outros tributos, recolhidos por pessoa física,
e, não existindo outros bens sujeitos a
inventário, aos saldos bancários e de contas de
cadernetas de poupança e fundos de investimento
de valor até 500 (quinhentas) Obrigações do
Tesouro Nacional.

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Cumpre salientar ainda, que não há necessidade de
abertura de inventário para que os REQUERNTES sejam
autorizados a levantar a quantia em comento, consoante
dispõe o art. 666 do NCPC:

Art. 666. Independerá de inventário ou de

arrolamento o pagamento dos valores previstos
na Lei. n. 6.858/80, de 24 de novembro de 1980.

Nesse caminho aponta a jurisprudência:

Alvará. Levantamento de PIS e resíduos de

INSS. Admissibilidade independentemente da
abertura de arrolamento ou inventário. Art.
666 do CPC e Arts 1º e 2º da Lei nº 6858/80 e
Decreto nº 85.845/81, artigo 1º. Inexistência
de indícios de prejuízo a terceiros e
possibilidade de expedição do alvará aos
herdeiros autores. Recurso provido para tanto.
(TJ-SP 10006042020168260539 SP 1000604-
20.2016.8.26.0539, Relator: Maia da Cunha,
Data de Julgamento: 10/08/2017, 4ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação:
11/08/2017.

Como mencionado pela REQUERENTE, os valores estimados

em conta corrente ou poupança, estão, em princípio, abaixo
do teto de 500 OTN’s. Assim, atende perfeitamente todos os
requisitos da via eleita.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos
termos do art. 98 do Código de Processo Civil;
b) Expedição de ofício ao Banco do Bradesco para que
informe eventual saldo na conta bancária em nome do
falecido;

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c) A expedição do alvará competente para levantamento
dos valores informado pelo ofício acima mencionado,
em nome da REQUERENTE;
d) Pela desnecessidade, manifesta seu desinteresse na
audiência conciliatória, nos termos do Art. 319,
inc. VII do CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas

em direito admitidos.

Dá-se à presente causa o valor de R$ 998,00 (novecentos e

noventa e oito reais).

Nesses termos,
Pede deferimento.

Verdejante/PE, 16 de setembro de 2019.

Déborah Bezerra Gondim Silva

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