AO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LUIZ GONZAGA/RS

PABLO FERRARI HARTMANN, menor absolutamente incapaz, nascido

em 20.10.2006, neste ato representado por sua genitora, MARY
TANIA FERRARI, brasileira, portadora do RG 9075651434, inscrita no
CPF sob o número 000.957.600-24, residente e domiciliada no
endereço Rua Ana Schoffen, 1268, Centro, município de Caibaté/RS,
por suas advogadas infra-assinadas, propor AÇÃO DE EXECUÇÃO DE
ALIMENTOS em face de PABLO FERRARI HARTMANN, menor
absolutamente incapaz, nascido em 20.10.2006, neste ato
representado por sua genitora, MARY TANIA FERRARI, brasileira,
portadora do RG 9075651434, inscrita no CPF sob o número
000.957.600-24, residente e domiciliada no endereço Rua Ana
Schoffen, 1268, Centro, município de Caibaté/RS, por suas advogadas
infra-assinadas, expondo e requerendo o seguinte:

DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, por ser legalmente pobre, requer os benefícios da Justiça Gratuita,

com fulcro nas disposições da Lei Complementar Federal nº 80/1994, da Lei Complementar
do Estado do Ceará nº 06/1997 e da Lei Federal nº 1.060/50, alterada pela Lei Federal nº

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7.115/83 e pela Lei Federal nº 10.317/01.

O artigo 5º, incs. XXXIV e XXXV da Constituição Federal assegura a todos o direito de
acesso à justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas, e prevê
expressamente ainda que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.
Ao regulamentar tal dispositivo constitucional, o Código de Processo Civil prevê:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com

insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
(...)
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em
decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade
de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.

Portanto, devida a gratuidade em relação aos emolumentos extrajudiciais exigidos

pelo Cartório.
Assim, por simples petição, uma vez que inexistente prova da condição econômica
da Requerente, requer o deferimento da gratuidade dos emolumentos necessários para o
deslinde do processo.

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DOS FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO

Trata-se de alimentos devidos por força de sentença judicial no processo n°

5000582-94.2013.8.21.0034 que determinou:

“ISSO POSTO, com fundamentos no artigo 467, inciso I, do Código de

Processo Civil, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido,
extinguindo o feito com resolução do mérito, e CONDENO os réus ao
pagamento de alimentos ao autor no valor de um salário-mínimo
nacional, sendo que 20% será descontado do benefício
previdenciário do demandado OLÍVIO HARTMANN, e 80% deverá
ser descontados dos benefícios da demandada ILCA LÚCIA
HARTMANN. Os Alimentos deverão ser depositados em conta
fornecida pela parte autora no prazo de 10(dez) dias, até o 5° dia útil
de cada mês subsequente. Condeno os requeridos ao pagamento
das custas e despesas processuais e honorários advocatícios ao
patrono da parte autora, os quais fixo em 10% sobre o valor da
causa, nos termos do artigo 85, § 2° do código de processo civil”.

Os réus foram devidamente intimados da sentença proferida nos autos, a qual

transitou em julgado, sem a interposição de recurso, oportunidade em que deixaram de
efetuar o pagamento dos alimentos, bem como os honorários sucumbenciais.

Diante da má vontade dos réus em cumprir a sentença, este nobre juízo determinou
que a expedição de ofício ao INSS para implantar o desconto de 20% do valor de um salário-
mínimo nacional sobre o benefício previdenciário do demandado OLÍVIO HARTMANN, bem

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como ao IPERGS para que descontasse 80% do valor de um salário-mínimo nacional dos
benefícios da demandada ILCA LCIA HARTMANN.

Devidamente oficiado o INSS implantou o desconto de 20% do valor de um salário-

mínimo nacional sobre o benefício previdenciário do demandado OLÍVIO HARTMANN desde
01/04/2019, sendo esse o único valor que o autor vem recebendo até a presente data.

Ocorre que, embora oficiado ao IPERGS, este respondeu nos autos, que a gerência
de folha de pagamento relativa aos servidores do Estado é da Secretaria da Fazenda, motivo
pelo qual o desconto de 80% do valor de um salário-mínimo nacional dos benefícios da
demandada ILCA LCIA HARTMANN não foi efetivado até o momento.

Outrossim, não é demais lembrar que se trata de verba de subsistência e

garantidora do mínimo existencial, e que estamos em busca do melhor interesse do
alimentado, o qual não pode continuar prejudicado nesta lide.

No Processo nº 5000582-94.2013.8.21.0034 o Exequente está promovendo

cumprimento de sentença pelo rito expropriatório das parcelas alimentícias até novembro
de 2023.

Na presente execução a exequente pretende obter a satisfação do seu crédito

alimentar referente aos meses de dezembro/2023, janeiro/2024 e fevereiro/2024,
devidamente corrigidos:

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 Inconteste a aplicação, ao caso em liça, do art. 733 e parágrafos do CPC, com especial
destaque ao “caput” e ao parágrafo primeiro do núper citado dispositivo, transcritos “ipsis
verbis”:

Art. 733. Na execução de sentença ou de decisão que fixa

os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor
para, em três dias, efetuar o pagamento, provar que o fez
ou justificar a impossibilidade de efetuá-los.

§ 1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz

decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de um a seis meses. (in
omissis).

Ademais, não devemos olvidar que, ao montante atual da dívida, acima

especificado, devem ser acrescidos os valores atinentes a alimentos futuros, eventualmente
inadimplidos.

Tais acréscimos, verificados em razão do que determina o art. 290 da Lei de Ritos
Civis, não têm o condão de retirar o caráter de urgência da dívida alimentar, possibilitando a
prisão civil do devedor, nos exatos termos da súmula nº 309 do e. STJ, cuja nova redação,
alterada em face do julgamento do HC 53.068-MS, realizado pela Segunda Seção, em
22.03.2006, verbera que:

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 “Súmula 309. O débito alimentar que autoriza a prisão
civil do alimentante é o que compreende as três
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as
que se vencerem no curso do processo.”

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, nos termos do art. 733 e respectivos parágrafos, do

CPC, a exequente roga a V. Exa. que:

1) Conceda-lhe os benefícios da Justiça Gratuita;

2) Intime o (a) Ilustre Representante do Ministério Público, para que

atue como “custus legis”;

3) Cite o executado para, em três dias, pagar o que deve, R$ 3.344,51,

sem prejuízo do acréscimo das parcelas alimentícias futuras eventualmente inadimplidas;
prove o pagamento ou justifique de modo contundente sua desídia, sob pena de decretação
de segregação civil, de plano requerida;

5) Condene o executado ao pagamento de custas e demais despesas

processuais, bem como honorários advocatícios calculados nos termos do art. 20, § 4º, do
CPC.

Protestam provar o alegado por todos os meios de prova em direito

admitidos, especialmente prova documental.

Dá à causa o valor de R$ 3.344,51.

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 Caibaté/RS, 14 de fevereiro de 2024.

JÉSSICA TAVARES PRESTES

OAB/RS 92.137

MAURA BIRCK
OAB/RS 120.546

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