Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I – Anotações
1
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que
fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo
estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
- Pergunta: Quem possui o direito de escolha nas obrigações alternativas: credor ou devedor?
Em regra a escolha pertence ao devedor (in favor debitoris) – art. 252, caput: Art. 252. Nas
obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
- Para o credor ter o direito de escolha é necessária previsão expressa neste sentido.
*Dica: com a escolha ocorre a chamada CONCENTRAÇÃO da obrigação: deixa de ser uma
obrigação composta alternativa (entregar a TV ou o celular) e passa a ser uma obrigação simples
(entregar a TV)
-Verificar a previsão do art. 325 do CPC:
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir
a prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe
assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não
tenha formulado pedido alternativo.
- Art. 252, §2º CC: Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação, parte
em outra. EX.: Entregar 10 cavalos ou 10 éguas da raça Mangalarga. Não pode o devedor exigir
que o credor aceite 5 cavalos e 5 éguas.
*CUIDADO: Não confundir obrigação alternativa com obrigação facultativa (Dica: para
entender essa diferença “pensar pela perspectiva do credor e não a do devedor”)
2
- Na perspectiva do devedor, as duas obrigações parecem iguais, porque na primeira ele tem a
alternativa de entregar a TV ou o celular, ao passo que na segunda tem a obrigação de entregar
a TV, mas se quiser tem a faculdade de entregar o celular.
- Sob a perspectiva do credor a diferença se faz evidente: a) no primeiro caso, o credor poderá
escolher (quando a escolha lhe couber) entre a TV ou o celular e se houver a perda da coisa, a
obrigação prevalecerá pela coisa subsistente (porque duas são as prestações exigíveis); b) no
caso da obrigação facultativa, para o credor só existe um objeto: a TV. Não existe a segunda opção
para o credor (Orlando Gomes)! Isso significa, que não há escolha para o credor nesse caso e se
a TV perecer, ele não poderá exigir o celular (porque existe apenas uma prestação)
Pergunta: João emprestou R$ 30.000,00 para José, Antônio e Maria. Quanto João poderá cobrar
de Antônio?
Resposta:
- Depende...(você tem que saber a partir desse enunciado)
- João poderá cobrar R$ 30.000,00 de Antônio, porque são devedores solidários (Errado, porque
a solidariedade não se presume!)
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
- Resposta correta: João poderá cobrar de Antônio a quantia de R$ 10.000,00 – dinheiro é bem
divisível e deve ser aplicada a presunção do art. 257 do CC:
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
3
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos
os devedores, responderão todos por partes iguais.
Pergunta: e se a coisa indivisível se perder por culpa de apenas um dos devedores? Art.
263, §2º:
Art. 263, § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros,
respondendo só esse pelas perdas e danos. (ver Enunciado 540 das
Jornadas de Direito Civil)
ENUNCIADO JDC 540 – Havendo perecimento do objeto da
prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos
respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado,
pelas perdas e danos.
Ex.: O cavalo morreu e o juiz condenou os devedores ao valor
equivalente ao cavalo (R$ 30.000,00) e mais R$ 10.000, por perdas
e danos – os devedores pagarão os R$ 30.000,00 divididos
igualmente entre eles, mas só o culpado pagará os R$ 10.000,00.
*Flavio Tartuce diverge: entende que só o devedor culpado deve
pagar pelas perdas e danos e também pelo valor da coisa,
integralmente – o culpado deve pagar os R$40.000,00 sozinho.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
R$ 50.000,00
I JOSÉ EXTERNA
N
T PEDRO
E ANTONIO
Credor JOÃO
R
N MARIA Credor
A ANA
Devedores
Solidários
4
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a
sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no
débito, as partes de todos os codevedores.
*Aquele devedor solidário que pagou a dívida por inteiro, resolvendo a relação externa com o
credor, terá direito de exigir a quota de cada um dos demais devedores solidários, para resolver
a relação interna. No exemplo, se José paga a dívida inteira para João (R$ 50.000,00), terá
direito de exigir R$10.000,00 de cada um dos demais devedores para resolver a relação interna.
Ao final, cada um dos codevedores terá pago R$ 10.000,00, mas o credor recebeu o pagamento
integral de apenas um deles.
Questões:
1ª) Como fica o perdão (remissão) de um dos devedores solidários?
Deve-se deduzir a quota daquele que foi perdoado, com os demais devedores continuando
solidários pelo saldo restante.
No exemplo, se João perdoar Maria, os demais devedores não se aproveitarão desse perdão
(art. 277), devendo ser deduzida a quota de Maria (R$ 10.000,00) com os demais co-devedores
respondendo solidariamente por R$ 40.000,00.
2ª) Existe distinção entre perdão do devedor solidário e renúncia à solidariedade em favor de
um devedor (exoneração da solidariedade)?