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OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS

E INDIVISÍVEIS
Obrigações divisíveis
• 1. CONCEITO: caracteriza-se pela multiplicidade
de sujeitos, seja no polo ativo, seja no polo
passivo ou em ambos, passando a existir tantas
obrigações distintas quantas as pessoas dos
credores ou devedores. (art. 257) (ex:
empréstimo de 12 mil a 3 pessoas, cobrar 4 mil
reais de cada um).
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL

• É divisível quando tem por objeto uma coisa


ou fato suscetível de divisão. Neste caso, cada
credor só pode exigir a sua cota e cada
devedor só responde pela parte respectiva.
ATENÇÃO
• A conceituação de obrigação divisível e
indivisível tem por base a noção de bem
divisível e indivisível (art. 87 e 88) Bem
divisível o que pode fracionar sem alteração
na sua substância, diminuição considerável de
seu valor, ou prejuízo do uso a que se
destina”.
Consequências
• se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários
credores, não se desobrigará com relação aos demais concredores;
• o credor que se recusar ao recebimento, por pretender solução
integral, poderá ser constituído em mora;
• a insolvência de um dos devedores, não aumentará a cota dos
demais;
• a suspensão da prescrição (art.199), especial a um dos devedores,
não aproveita aos demais;
• a interrrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os
outros, operada contra um dos devedores não prejudica os
demais.(art. 202/204)
Obrigação Indivisível

• Definição: Art. 258 – “a obrigação é indivisível


quando a prestação tem por objeto uma coisa
ou um fato não suscetível de divisão, por sua
natureza, por motivo de ordem econômica,
ou dada a razão determinante do negócio
jurídico.”
Espécies de indivisibilidade
• Pode decorrer da natureza das coisas
(indivisibilidade natural);

• por determinação da lei (indivisibilidade legal);

• ou por vontade das partes (indivisibilidade


subjetiva ou intelectual);
Indivisibilidade natural

• quando tem por objeto coisa que não pode


ser dividida sem prejuízo de sua substância ou
do seu valor;
Indivisibilidade legal

• A lei por vezes impede a divisão de coisas


naturalmente divisíveis, em atenção ao
interesse público ou social ;
Indivisibilidade convencional

• são obrigações fracionáveis, mas que por


vontade das partes se tornam indivisíveis,
pode ter previsão contratual, testamento ou
mero acordo.
EFEITOS DECORRENTES DA
PLURALIDADE DE DEVEDORES
• Art. 259: “Se, havendo dois ou mais devedores, a
prestação não for divisível, cada um será obrigado
pela dívida toda”.
• Portanto, o credor pode exigir o cumprimento de
cada um dos devedores, respondendo o
escolhido e interpelado pelo pagamento da
prestação única ou integral.
• Par. único art. 259: O devedor que paga a dívida, subroga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados”.

• Por esta redação, o devedor que paga não só poderá cobrar em ação de regresso a
cota parte de cada um dos demais devedores, como assume a posição
anteriormente ocupada pelo credor. A lei compara o devedor que pagou como um
terceiro.

• Obs.: Na regressiva deve descontar a sua cota parte, cobrando dos demais
apenas a parte que lhes cabe.

• Atenção: Se a obrigação se converter em perdas e danos, como em caso de


perecimento da coisa, por exemplo, já não se aplicará a regra que um deles
responde pelo todo.
Pluralidade de credores
• Art. 260. “Se a pluralidade for de credores, poderá
cada um destes exigir a dívida inteira, mas o
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:

• I – a todos conjuntamente;

• II – a um, dando este caução de ratificação dos


outros credores.”
Atenção

• Não havendo essa garantia, o correto após constituí-los


em mora, é efetuar o depósito judicial da coisa devida.

• Portanto, nas obrigações indivisíveis, embora concorram


vários devedores ou vários credores, cada credor tem
direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor
responde também pelo todo.
• Art. 261. “se somente um dos credores receber a prestação
por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir
dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total”.

Se tal restituição não se puder fazer in natura, será feita em


dinheiro.

• Obs. Na falta de estipulação, presumem-se iguais as


quotas dos credores e devedores.
• Art. 262: “Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará
extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a
quota do credor remitente.”

• Se for divisível: Ex. se A deve R$ 300.000,00 para B, C e D; e D perdoa a


dívida. B e C podem cobrar, mas não mais 300.000,00 e sim, 200.000,00.

• Se a obrigação for indivisível: se A deve entregar um carro e D perdoa a


dívida; B e C só poderão cobrar o carro, se reembolsarem o valor
correspondente da parte de D.

• O mesmo ocorrerá na transação, confusão, novação ou compensação


(formas de extinção da dívida) em relação a um dos credores, não operam
a extinção do débito em relação aos outros cocredores, que só o poderão
exigir, descontada a quota parte daquele.
Perda da indivisibilidade
• Art. 263 “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e
danos”.

• A indivisibilidade pode ocorrer pelo perecimento, quando na novação for


substituída por outra prestação divisível ou em caso de descumprimento se
resolve em perdas e danos.

• Par. 1 “Se, para efeitos deste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.”

• Par. 2 “Se for de só um a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse


pelas perdas e danos”.
• Quando a culpa for só de um, só o culpado responderá pelas perdas e danos,
porém os demais continuam responsáveis por suas quotas partes.

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