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DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

(artigos 257-263)

DIVISÍVEL: A obrigação pode ser dividida; fracionada;


- Pode ser cumprida de forma parcial, pois a divisão não irá ocasionar na perda da
substância, diminuição do valor ou prejuízo a finalidade;

MULTIPLICIDADE DE CREDORES OU DEVEDORES:

● ARTIGO 257:
Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida
em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

EXEMPLO:
- Em um contrato, consta que João e Pedro devem 20.000,00 para Maria e Ana.

Partes iguais:
- 2 devedores (10.000,00) cada;
- 2 credores (10.000,00) cada;

Obrigações Distintas:

- Cada credor só pode cobrar a parte que lhe cabe, e o devedor só é obrigado a cumprir a parte que
deve;

Se caso Maria cobrar a dívida de João, só poderá cobrar 5.000,00. Já que as obrigações de João e
pedro são distintas;

INDIVISÍVEIS: São aquelas que por sua natureza não podem ser divididas, a divisão
acarretaria a perda de sua utilidade, de seu valor ou de sua substância

- portanto, a prestação dessa obrigação consiste em um fato ou coisa indivisível.


Um carro é naturalmente indivisível, se a prestação consistir nesse objeto, não
poderá ser dividida, pois acarretaria a perda de sua utilidade, de seu valor e de
sua forma (art. 258 do CC).

● Artigo 258:
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão,
por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.

Espécies de indivisibilidade:

Convencional: é quando o objeto é divisível em sua natureza, mas as partes


expressamente pactuam que será cumprida de uma única maneira, ou seja, de maneira
indivisível.
Ex:

João fez a compra de um carro no valor de 20.000,00 para ser pago até o dia 15 do mês
seguinte. No dia 15, João terá que pagar o total de 20.000,00 por convenção das partes,

Pela lei (legal): quando a lei exige o cumprimento da obrigação em uma única prestação, ex.:
Pensão alimentícia.

João foi citado para pagamento de 3 meses de pensão alimetícia que estão atrasados. Não poderá
ser pago de forma parcelada , já que a lei determina que deve ser pago de uma única vez.

Natural: quando a natureza do objeto não permitir a divisibilidade sem o acometimento pela perda de
valor econômico, perda de utilidade e de sua substância, pois o objeto em si é indivisível

EX:

Um carro. Se for dividido há a perda da substância, do valor e da utilidade.

Judicial: é aquela decorrente de uma decisão judicial.

Ex:

Banco “X” inscreve o nome de João no SPC/SERASA por 3 dívidas diferentes. É indivisível já que
por meio de decisão judicial, o banco não pode cancelar uma só inscrição, devendo este, cancelar
todas as outras.

● ARTIGO 259

Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela
dívida toda.

EX:

João e Pedro por força de um contrato, são obrigados a dar um carro no valor de 50.000,00 a Maria.
Portanto, tanto João quanto Pedro são 10% responsáveis por dar o carro para Maria.

E se somente o joão cumprir com a dívida?

● ARTIGO 259, parágrafo único:

O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.

João terá direito de cobrar de pedro a parte que pedro não cumpriu da obrigação( 25.000,00)
Outra possibilidade é quando há pluralidade de credores, nesse caso, cada um dos
credores poderão cobrar a dívida inteira, diferente também da obrigação divisível em que
cada credor só poderá cobrar a sua quota parte, dessa maneira, o devedor ou devedores
estarão desobrigados se pagarem a todos os credores conjuntamente, ou, pagando a
apenas um dos credores, desde que este apresente um caução de retificação em que os
demais credores concordem com o feito,

o que seria esta caução de ratificação?

Seria um documento assinado pelos demais credores concordando com algo, é uma
garantia dada ao devedor

● art. 260 do CC

Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou
devedores se desobrigarão, pagando:

I - a todos conjuntamente;

II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

Se somente um dos credores vier a receber toda a dívida, os demais credores poderão
exigir ao que recebeu suas respectivas quotas em dinheiro

● art. 261 do CC

Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de
exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

No caso de remissão, transação, novação (renegociação), compensação ou confusão, a


obrigação não ficará extinta em relação aos demais, os quais poderão exigir as suas
quotas, descontada a parte remida.

Na obrigação divisível em que um dos credores perdoa a dívida, o devedor continua


devendo a parte dos demais separadamente. Nesse caso(indivisível), os outros credores
poderão exigir o cumprimento da prestação se descontarem a parte remida.
suponhamos que Maria se obrigou a entregar um carro no valor de R$ 30.000,00 para
Pedro, Junior e Paulo, porém Paulo perdoou sua parte na dívida, nesse caso, os demais
credores só poderão cobrar o carro de Maria caso descontem o valor de R$ 10.000,00

● art. 262 do CC

Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só
a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.

Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou


confusão.

Nos casos em que a coisa perecer por culpa do devedor, a obrigação se tornará divisível,
pois a prestação será em espécie, ou seja, o valor do objeto que pereceu mais perdas e
danos. Se houver culpa de todos os devedores, eles responderão por partes iguais, ambos
terão de pagar a sua quota parte, mais perdas e danos, mas se a culpa for unicamente de
um dos devedores, somente o culpado responderá pelas perdas e danos, devendo os
demais pagarem apenas a sua quota parte do valor do objeto

● art. 263 do CC

Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

§ 1 o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais.

§ 2 o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas


perdas e danos.

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