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Definição
A indemnização por forma diferente da reposição natural, como seja em dinheiro, tem
um carácter excecional – o artigo 566.º do Código Civil é muito claro ao estabelecer
que “a indemnização é fixada em dinheiro, sempre que a reconstituição natural não
seja possível, não repare integralmente os danos ou seja excessivamente onerosa para
do devedor”. Embora tenha esse carácter excecional, é sabido que a indemnização em
dinheiro é a forma mais habitual de indemnizar.
Modalidades de indemnização
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1. A indemnização é fixada em dinheiro, sempre que a reconstituição natural não
seja possível, não repare integralmente os danos ou seja excessivamente onerosa para
o devedor.
3. Se não puder ser averiguado o valor exacto dos danos, o tribunal julgará
equitativamente dentro dos limites que tiver por provados.
1. Responsabilidade solidária
Definição:
Por exemplo:
Abel tem um crédito sobre Bento e Carlos no valor de 2000,00Mts, tendo sido
convencionado entre todos o regime da responsabilidade solidária. Ora, Bento tem um
património elevado e Carlos tem um património reduzido.
Em caso de incumprimento, Abel pode intentar uma ação judicial apenas contra Bento
ou contra Bento e Carlos a exigir a totalidade do valor em dívida (2000,00Mts). Se
Bento pagar a totalidade da dívida, tanto Bento como Carlos ficam liberados da dívida
para com Abel.
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A responsabilidade solidária desencadeia efeitos:
– nas relações externas, que são aquelas que se estabelecem entre o credor e os
devedores solidários; e
– nas relações internas, que são as relações dos devedores solidários entre si.
Notas:
– sobre esta matéria consultar, em especial, Mário Júlio de Almeida Costa, Direito das
Obrigações, 12ª edição, Almedina, Coimbra, 2009, págs. 661 e 662; 666 a 676.
Cada um dos condevedores fica obrigado a pagar a totalidade da dívida (cfr. art. 512.º,
n.º 1, 1ª parte). Pelo que o credor pode intentar uma ação judicial para a cobrança
coerciva de dívidas, declarativa ou executiva:
– quer apenas contra algum ou alguns deles à sua escolha, por exemplo, o devedor
que tiver um património mais elevado (cfr. art. 519.º).
O devedor solidário que seja demandado não goza do benefício da divisão (cfr. art.
518.º). Ver o exemplo que se deu em cima no ponto 1.
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dos condevedores (os outros devedores da obrigação solidária), na quota-parte da
dívida que a estes compete (cfr. art. 524.º).
No exemplo que se deu atrás (no ponto 1): Bento pagou a Abel a totalidade da dívida
no valor de 2000,00€ e tanto Bento como Carlos beneficiaram, em partes iguais, desse
crédito (cfr. art. 516.º). Assim, Bento tem direito de regresso contra Carlos no valor de
1000,00€.
Ao nível interno cada um dos devedores responde apenas pela sua quota-parte de
prestação (cfr. art. 524.º). Nas relações internas presume-se que os devedores
solidários comparticipam em partes iguais na dívida, salvo se da relação jurídica entre
eles existente resultar:
– que um só deles obtém o benefício do crédito (art. 516.º) (sobre esta questão ver em
baixo ponto 2.2.4.).
Se um dos devedores solidários for declarado insolvente ou não puder por outro
motivo cumprir a prestação a que está adstrito, a sua quota-parte da dívida é repartida
proporcionalmente entre todos os demais, incluindo o devedor solidário que seja
credor do direito de regresso (art. 526.º).
Em geral:
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A solidariedade imperfeita ocorre quando algum ou alguns devedores solidários têm
responsabilidade externa, ficando obrigados a pagar a dívida perante o(s) credor(es),
mas são irresponsáveis nas relações internas. É o que acontece, por exemplo, nos
casos em que um sujeito tem uma simples intervenção de favor, de simples garante,
destinada a permitir que outro sujeito obtenha crédito.
Regime:
– se o devedor (ou devedores) solidário que teve uma simples intervenção de favor, de
mero garante, pagou a totalidade da dívida perante o credor, pode exigir, a título de
direito de regresso, do outro devedor que obteve em exclusivo o benefício do crédito,
a totalidade do valor que pagou;
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As obrigações (dívidas ou débitos) plurais são aquelas que têm dois ou mais
devedores; ou seja, são aquelas cuja prestação (em dinheiro, suscetível de avaliação
em dinheiro ou não suscetível de avaliação em dinheiro, mas que corresponda a um
interesse do credor digno de tutela legal [cfr. arts. 397.º e 398.º]), deve ser realizada
por dois ou mais sujeitos de Direito, pessoas singulares ou pessoas coletivas.
– a responsabilidade subsidiária e
– a responsabilidade conjunta.
Para mais diferenças entre os dois regimes ver o nosso artigo: diferença entre a
responsabilidade solidária e subsidiária.
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6) Alguns casos de solidariedade legal:
A Lei prevê muitos casos de responsabilidade solidária (solidariedade legal), como, por
exemplo: