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2. - OBRIGAÇÃO NATURAL
Conceito
Fundamentos e natureza jurídica
Previsão legal
Classificação das obrigações naturais
3. -TRANSMISSÃO DA OBRIGAÇÃO
3.1. - Cessão de crédito
Previsão legal: art. 286 e ss. do Código Civil
Nome iuris
Conceito
Objeto
Restrições
Formas
Notificação de devedor
Responsabilidade do cedente
Características
Diferenças
3.2. - Assunção de dívida
Previsão legal: art. 299 e ss. do Código Civil
Conceito
Requisitos
Características
Diferenças
3.3. - Cessão de Contrato
Conceito
Natureza jurídica
Características da cessão contratual
Efeitos da cessão
Cessão da posição contratual
OBRIGAÇOES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS
Modalidades de liquidação:
- Arbitramento: perícia
- artigos: ampla produção probatória (procedimento ordinário)
cálculos (não mais realizado pelo contador e sim da parte interessada) – posição Pablo
Stolze.
Obrigações puras e simples: são aquelas sob as quais não pesa nenhum ônus
(exemplo: doação).
OBRIGAÇOES NATURAIS
Previsão legal: O Código Civil não dispensou uma disciplina própria ao instituto.
Existe em previsões esparsas no CC.
Os artigos 882 e 883, ao tratarem do pagamento indevido, dispõem: não se pode repetir
o que se pagou para solver dívida prescrita ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.
O artigo 564, inciso III, do Código Civil, ao tratar da doação, diz que não se revogam
por ingratidão as doações que se fizerem em cumprimento de obrigação natural.
O artigo 814 do Código Civil, quando trata do jogo de aposta determina: "Não obriga a
pagamento; mas não se pode recobrar a quantia que voluntariamente se pagou, salvo se
foi ganha por dolo, ou quem perdeu é menor, ou interdito”. Aqui a obrigação natural
tem o caráter de sanção.
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Tipos
Cessão de crédito
Cessão de débito = Assunção de dívida
Cessão de contrato
A. Cessão de crédito
Nome iuris: Cedente = credor originário. Cessionário = novo credor. Cedido = devedor.
Conceito: Carlos Roberto Gonçalves define como “negócio jurídico bilateral, pelo
qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional”.
Formas: Não exige em regra forma específica para surtir efeitos entre as partes, salvo
quando a lei exigir forma pública. (ex. crédito hipotecário).
Para produzir efeitos erga omnes deve ser o negócio registrado no Cartório de
Títulos e Documentos (art. 221).
Sub-rogação o sub-rogado não pode exercer seu direito além de que desembolsou. Já a
cessão pode ter caráter especulativo.
B. Assunção de dívida
Conceito: Segundo Maria Helena Diniz “é o negócio jurídico pelo qual o novo devedor,
com anuência do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que
este assume sua posição na relação obrigacional substituindo-o”.
Requisitos
-Existência de uma relação jurídica
-Substituição do devedor originário
-Anuência expressa do credor
Características:
Consentimento é expresso.
Com a assunção da dívida por terceiro extingue-se a garantia prestada pelo devedor
originário, salvo convenção em contrário.
O novo devedor não poderá opor exceções pessoais que o antigo devedor teria contra o
credor.
Diferença para novação
C - Cessão de Contrato
Conceito: Negócio jurídico atípico, tendo em vista não ter previsão expressa no
ordenamento. Nos dizeres de Silvio Rodrigues “consiste na transferência da inteira
posição ativa e passivo do conjunto de direito e obrigações de que é titular uma pessoa,
derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução não concluída”. Ex:
Cessão do compromisso de compra e venda.
Características:
Efeitos:
Não pode o cedido invocar defesas que não tenham pertinência com o contrato.
Cessionário não pode alegar contra cedido defesas estranhas a relação contratual.
Aqui diferente do que ocorre na cessão de crédito o devedor não pode opor
contra o cessionário as exceções pessoais que teria contra o cedente.
Título II
Da Transmissão das Obrigações
Da Cessão de Crédito
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não
poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os
seus acessórios.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não
celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das
solenidades do § 1o do art. 654.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no
registro do imóvel.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou
particular, se declarou ciente da cessão feita.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar
com a tradição do título do crédito cedido.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao
credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário
que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito
constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o
cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o
cedente.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica
responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a
mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de
má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não
responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de
ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela,
fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Da Assunção de Dívida
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele (novo
devedor), ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a
partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao
credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com
todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este
conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam
ao devedor primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do
crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do
débito, entender-se-á dado o assentimento.