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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

São consideradas fontes das obrigações:


a) Lei – é a “fonte primária ou imediata de todas as obrigações, pois, como pudemos apontar em
páginas anteriores, os vínculos obrigacionais são relações jurídicas".
b) Contratos – são tidos como fonte principal do direito obrigacional, afirmação com a qual é de se
concordar integralmente.
c) Os atos ilícitos e o abuso de direito – são fontes importantíssimas do direito obrigacional, com
enorme aplicação prática. Gerando o dever de indenizar, é forçoso entender que o abuso de direito
(art. 187 do CC) também constitui fonte de obrigações.
d) Os atos unilaterais – são as declarações unilaterais de vontade, fontes do direito obrigacional que
estão previstas no Código Civil, caso da promessa de recompensa, da gestão de negócios,
do pagamento indevido e do enriquecimento sem causa.
e) Os títulos de crédito – são os documentos que trazem em seu bojo, com caráter autônomo, a
existência de uma relação obrigacional de natureza privada. Têm tratamento no Código Civil, a
partir do seu art. 887. A codificação privada somente se aplica aos títulos de crédito atípicos,
aqueles sem previsão legal específica (art. 903 do CC).

O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa disposição de lei, ao


pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito real nem a
privilégio especial.

Em se tratando de obrigações negativas, o devedor estará inadimplente a partir da data em que


realizar a prestação que havia se comprometido a não efetivar. ATENÇÃO!! Não há mora em
obrigações negativas, e sim inadimplencia.

Caso haja dúvida quanto ao fato de o terceiro ter efetuado pagamento em nome próprio ou do
devedor, presume-se que o tenha feito em nome próprio.

Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

Na imputação do pagamento, são exigidas, além da pluralidade de débitos e identidade das


partes, a igual natureza das dívidas e a possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito.

Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à
imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas
líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para
todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Atenção!!! Sendo a obrigação indivisível não se presume a solidariedade.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
Art. 1.707 do CC - Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos,
sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
Atenção!!! A dívida oriunda de alimentos é insuscetível de compensação.

Expromissão: O credor Expulsa o devedor. (logo, não precisa da anuência do devedor, afinal
ele foi expulso)
Delegação: o Devedor Delega a dívida. (precisa de anuência do credor)

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito
a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível.
Atenção!!! A dívida só poderá ser recebida por inteiro por um de seus herdeiros se a
obrigação for indivisível.
Obrigações in solidum = Obrigações Solidárias
Obrigação Facultativa é aquela que, tendo por objeto uma só prestação, concede ao
devedor faculdade de substituí-la por outra. Diferente da obrigação alternativa Se perece o
único objeto in obligatione, sem culpa do devedor, resolve-se o vínculo obrigacional, não
podendo o credor exigir a prestação acessória. Assim, por exemplo, se o devedor se obriga a
entregar um animal, ficando-lhe facultado substituí-lo por um veículo, e o primeiro (único
objeto que o credor pode exigir) é fulminado por um raio, vindo a falecer, extingue-se por
inteiro a obrigação daquele, não podendo este exigir a prestação in facultate solutionis, ou
seja, a entrega do veículo.

Art. 299: o art. 299 do Código Civil não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida
quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com a concordância do
credor.
ATENÇÃO!! Na assunção cumulativa não se presume a solidariedade obrigacional entre os
devedores, pois a solidariedade não se presume.
Na assunção de dívida, a oposição da exceção de contrato não cumprido é permitida ao assuntor
(novo devedor) em face do devedor primitivo, mas vedada em face do credor, pois o assuntor,
novo devedor, não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor
primitivo.
É permitido transformar os bens naturalmente divisíveis em indivisíveis pela vontade das partes.
As obrigações ambulatórias são chamadas também de obrigações propter rem, ou própria da coisa
e
decorre de um direito real.
A obrigação propter rem significa que o titular do direito real sobre uma coisa passa a ser devedor
de uma prestação. Nesse sentido, a fim de quitar a prestação feita, a dívida é cobrada atacando o
bem imóvel e não o titular. Exemplo: Se for vendido um imóvel com dívidas de IPTU, a dívida
acompanha o ímovel e não o antigo dono.
Na obrigação composta objetiva cumulativa ou conjuntiva (ou tão somente obrigação cumulativa)o
sujeito passivo deve cumprir todas as prestações previstas, sob pena de inadimplemento total ou
parcial. Desse modo, a inexecução de somente uma das prestações já caracteriza o
descumprimento obrigacional. Geralmente, essa forma de obrigação é identificada pela
conjunção e, de natureza aditiva.

As obrigações disjuntivas são chamadas também de alternativas. As que possuem referencia


apenas quanto a gênero e quantidade são as obrigações indeterminadas.
A concentração é característica das obrigações de dar coisa incerta. É configurada pela escolha,
ato pelo qual o objeto ou prestação se tornam certos e determinados, sendo necessário, para que
possa produzir efeitos, que o credor seja disso cientificado.
A novação subjetiva do devedor pode ocorrer independentemente de sua anuência.
Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.
A cessão de crédito só terá plena e imediata eficácia em relação ao devedor quando a este for
notificada.
O silêncio do credor notificado da assunção de dívida deve ser interpretado como recusa, mas, na
hipótese de assunção de débito garantido por hipoteca, o silêncio, decorrido o prazo de trinta
dias, deve ser interpretado como anuência.
Se, devido à mora, a prestação se tornar inútil ao credor, este poderá rejeitá-la e exigir a
satisfação das perdas e danos.
ATENÇÃO!! Se a questão utilizar a palavra interesse estará errado. O critério para aferição da
inutilidade da prestação é objetivo, pois o credor não tem o direito potestativo de simplesmente
recusar a prestação posteriormente ofertada pelo devedor (mora). Só poderá fazê-lo se a situação
moratória afetar a utilidade da prestação (inadimplemento).
O investimento financeiro de risco, como o próprio nome já diz, é de risco, ou seja, sujeito a
álea. Assim, a existência, ou não, do lucro, não está incluída na indenização (o que
razoavelmente deixou de ganhar), pois não se pode prever, ou seja, é uma mera
probabilidade, pois aleatório, de forma que não é indenizável.
A teoria da perda de uma chance só tem lugar quando está evidenciada a possibilidade real do êxito
do resultado. Não basta uma simples possibilidade, mas a chance efetiva e real.
A ausência de notificação do devedor sobre a cessão do crédito não torna a dívida inexigível.
Enquanto os deveres secundários vinculam-se ao correto cumprimento dos deveres
principais (v.g. dever de conservação da coisa até a tradição), os deveres acessórios ligam-se
diretamente ao correto processamento da relação obrigacional (v.g. deveres de cooperação,
de informação, de sigilo, de cuidado). Decorre, portanto, justamente da função integradora
do princípio da boa-fé objetiva, a necessidade de comunicação expressa ao ex-empregado
de possível cancelamento do plano de saúde caso este não faça a opção pela manutenção
no prazo de 30 dias. E mais, não pode a operadora do plano de saúde proceder ao
desligamento do beneficiário sem a prova efetiva de que foi dada tal oportunidade ao ex-
empregado. Por fim, destaque-se que o entendimento aqui firmado encontra guarida na
Resolução Normativa 279 da ANS, de 24/11/2011, que "Dispõe sobre a regulamentação dos
artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, e revoga as Resoluções do CONSU nºs
20 e 21, de 7 de abril de 1999.
Art. 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois ou mais credores da
mesma classe especialmente privilegiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos
respectivos créditos, se o produto não bastar para o pagamento integral de todos.
ATENÇÃO!!! Cuidado com questões que afirmam que terá preferência ao crédito aquele que
primeiro celebrou o contrato com o devedor.
Realizada a prestação segundo a forma pactuada, extingue-se a relação
contratual entre as partes com efeitos ex-nunc.
Ou seja, havendo o cumprimento voluntário do contrato, extingue-se a relação contratual firmada
entre as partes, cessando os efeitos contratuais, a partir do seu cumprimento, mantendo-se, porém, a
boa-fé objetiva, em todas as fases contratuais.
No contrato de adesão, o prejuízo comprovado do aderente que exceder ao previsto na cláusula
penal compensatória poderá ser exigido pelo credor independentemente de convenção das partes.
Os contratos coligados se sujeitam às regras hermenêuticas do Código Civil.
É válida a notificação extrajudicial promovida em serviço de registro de títulos e documentos de
circunscrição judiciária diversa da do domicílio do devedor.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se
ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito,
retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato
por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.
ATENÇÃO!! Não há que se falar em perdas e danos.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale
como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
ARRAS CONFIRMATÓRIAS são aquelas que não permitem o direito de arrependimento e por isso,
concedem indenização suplementar, valendo as arras como o mínimo de indenização. ( 417, 418 e
419 CC). Por sua vez, as ARRAS PENITENCIAIS garantem o direito de arrependimento e possuem a
finalidade unicamente indenizatória. Nas arras penitenciais exercido o direito de arrependimento,
não haverá direito a indenização suplementar.
As arras confirmatórias dadas em contrato de compra e venda de imóvel, por visarem assegurar a
obrigação principal assumida, deverão ser devolvidas ao devedor por ocasião da rescisão
contratual. Seriam perdidas se fossem arras penitenciais.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as
arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em
benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos
não haverá direito a indenização suplementar.
O § 4º trata da hipótese de opção deferida a terceiro, dispondo que se “este não quiser ou não
puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes". Ou seja, no caso
de recusa ou impossibilidade do terceiro, a escolha é transferida ao juiz, permanecendo íntegro o
vínculo obrigacional.
ATENÇÃO!! A escolha não será do credor ou devedor, mas sim do Juiz.
Segundo entendimento dominante traduzido em enunciado de jornada de direito civil, não
poderão as partes renunciar à possibilidade de redução da cláusula penal se ocorrer qualquer das
hipóteses previstas em lei que autorizem a redução da penalidade pelo juiz, por se tratar de
dispositivo de ordem pública.
Na obrigação indivisível, cada codevedor está obrigado pela dívida toda; entretanto, o devedor
que pagar a dívida sub-roga- se no direito do credor em relação aos demais coobrigados.

A solidariedade ocorre quando na mesma obrigação concorre mais de um devedor


ou credor, obrigado ou com direito à dívida toda, não se presumindo, decorrendo
da norma legal ou da vontade das partes (negócio jurídico).
Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.

Nas relações de solidariedade o âmbito externo da relação jurídica é o pólo ativo e pólo
passivo da obrigação. O âmbito interno é vínculo interno dos coobrigados (ou credores
solidários ou devedores solidários). Não há solidariedade no ambito interno. Por exemplo:
Havendo pluralidade de devedores, se um pagar o total da dívida só poderá exigir dos outros
coobrigados (âmbito interno) a quota parte de cada um.

Obrigação indivisível com pluralidade de credores


Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a
dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores;

Obrigação solidária com pluralidade de credores


O devedor que pagar a dívida a um dos credores solidários ficará exonerado por completo
da dívida e os credores solidários terão o direito de exigir do credor solidário que recebeu o
pagamento a parte que lhes cabe.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-
se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento no tempo ajustado, no lugar
convencionado e também o que não cumprir a obrigação de forma perfeita.
Em regra, as obrigações pecuniárias somente podem ser quitadas em moeda nacional e pelo
seu valor nominal.

De acordo com o entendimento do STJ, havendo cláusula de arrependimento em compromisso de


compra e venda, a devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o
recebeu, exclui indenização maior a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os
encargos do processo.
A teoria do adimplemento substancial impõe limites ao exercício do direito potestativo de
resolução de um contrato.
O contrato de fornecimento de água vincula apenas a concessionária e o solicitante do
abastecimento, de modo que a contraprestação pela oferta do serviço não tem natureza jurídica
de obrigação propter rem, na medida em que não se vincula à titularidade do imóvel.
Súmula 566 do STJ:
Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n.3.518/2007, em
20/04/2008, pode ser cobrada tarifa de cadastro no início do relacionamento entre o consumidor e a
instituição financeira.
A solidariedade decorrente da abertura de conta conjunta é solidariedade ativa, vez que cada
titular está autorizado a movimentar livremente a conta, e não solidariedade passiva. Assim,
afirmou que os cotitulares não são devedores passivos solidários perante o portador do cheque
sem suficiente provisão de fundos, pois a dívida se vincula à cártula e não ao contrato bancário
firmado com a instituição financeira.

Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a
tradição do título do crédito cedido.

Considere que terceiro interessado queira pagar dívida do devedor e que o credor tenha
manifestado sua recusa em receber o pagamento. Nessa situação, o terceiro poderá valer-se
dos meios conducentes à exoneração do devedor, pois a legislação de regência confere a
qualquer interessado na extinção da dívida a faculdade de pagá-la.
Assunção = o devedor transfere sua dívida (encargos obrigacionais) a terceiro. Somente se
houver anuência do credor; sai devedor Tício e entra o devedor Melvio... ( e pode ser por
delegação ou expromissão);
Cessão de credito = o credor transfere apenas "direitos" para terceiro; não precisa da anuência do
devedor, mas deve ser notificado para ter eficácia;
Cessão de contrato = é a transferência "inteira" da posição ativa ou passiva do contrato; transfere-se
todos os direitos e obrigações;
Não há necessidade de que, para ser solidária, a obrigação baseie-se em uma mesma causa
ou fundamento jurídico.
A cláusula penal e a multa cominatória são institutos que não se confundem:

- a cláusula penal tem natureza compensatória e está vinculada à relação jurídica de direito
material que lhe dá causa, tendo por limite o valor da obrigação principal, conforme disposto
no artigo 412 do CC/2002;
- já a multa cominatória é instrumento de força do direito processual, que visa a compelir o
devedor ao cumprimento da ordem judicial, podendo o seu montante ultrapassar o valor da
condenação, uma vez que o legislador não estipulou parâmetro objetivo ou percentual para
sua fixação.
Os privilégios e os direitos reais de garantia são os únicos títulos aptos a atribuir caráter
preferencial a qualquer crédito.
Na garantia real um bem específico e indicado no negócio jurídico fica vinculado ao
cumprimento da obrigação. Já na garantia pessoal, todos os bens do garantidor respondem
pela obrigação contraída, nos termos do art. 963 do CC.
A cláusula penal não pode ser estipulada apartada do contrato, não podendo ocorrer em
momento anterior à obrigação principal, sendo estipulada ou conjuntamente com a obrigação,
ou em ato posterior. A cláusula penal é uma obrigação acessória, pois sua existência e eficácia
dependem da obrigação principal.
O devedor em atraso no cumprimento da prestação poderá ser compelido a responder pela
impossibilidade da prestação, ainda que ela resulte de caso fortuito ou força maior.
A sub-rogação não tem caráter liberatório para o devedor, pois ele continuará devendo, o que
muda é o credor.
A dívida de valor não é sinônimo de obrigação pecuniária. A obrigação pecuniária é obrigação
de entregar dinheiro, ou seja, de solver dívida em dinheiro. Enquanto a dívida de valor
(créance de valeus,Wertschuld, adaptable debt), em que a moeda não constitui o objeto da
dívida. São débitos que visam assegurar ao credor o "quid' e não um "quantum", uma
situação patrimonial determinada e não um certo número de unidades monetárias. Assim, na
dívida de valor a quantidade de dinheiro é apenas representação ou tradução transitória, num
determinado momento, do valor devido. Em conclusão:enquanto, nas dívidas de dinheiro, o
"quantum" é único objeto do débito, nas dívidas de valor, a soma em dinheiro é a quantia
correspondente, nas condições atuais, a determinar o poder aquisitivo que o devedor se
obrigou a fornecer ao credor.
A dívida de valor se distingue da dívida de dinheiro porque nesta o valor é fixo, e naquela o valor é
corrigido (está sujeito à correção monetária. É o que ocorre com a maior parte das dívidas: de
consumo, aluguéis, condomínio, salários, etc.
A obrigação natural é um débito em que não se pode exigir, judicialmente, a responsabilização
patrimonial do devedor. Há o dever da pessoa obrigada (o debitum), mas não incide sua
responsabilidade em caso de não cumprimento da prestação devida (a obligatio). Logo, a pessoa
que é credora de uma obrigação natural não pode compensar judicialmente esse crédito com um
débito referente a uma dívida de valor.
A cessão de crédito pode ser conceituada como um negócio jurídico bilateral ou sinalagmático,
gratuito ou oneroso, pelo qual o sujeito ativo de uma obrigação, transfere a outrem, no todo ou
em parte, a sua posição na relação obrigacional"
ATENÇÃO!! Na cessão de crédito não há a extinção da obrigação primitiva

Se o devedor verificar que o credor é pessoa incapaz de receber, o pagamento deverá ser
realizado mediante consignação.
O devedor de dois débitos da mesma natureza, líquidos, vencidos e com o mesmo credor, não
poderá, caso pague quantia insuficiente para a quitação de pelo menos um dos créditos, imputar
pagamento parcial de um deles.
Tratando-se de cláusula penal estipulada em obrigação indivisível e com
pluralidade de devedores, verificada a culpa de um dos devedores pela
mora ou pelo inadimplemento absoluto da obrigação, a cláusula penal será
exigida na totalidade do devedor que deu causa. pois como a pena é representada, em regra,
por uma quantia em dinheiro, torna-se divisível e por isso deve ser exigida proporcionalmente a
cada um dos devedores, admitindo o Código que seja exigida de forma integral apenas do
culpado. Senão vejamos o que estabelece art. 414, CC:

Quanto ao fim a que se destina, a obrigação pode ser de meio e de resultado. Na obrigação de
meio, o devedor se compromete a empregar todos os seus conhecimentos, meios e técnicas para
alcançar um resultado, mas não se responsabiliza por ele. É o caso do advogado, que não se
obriga a vencer a causa, mas a defender os interesses dos clientes; bem como do médico, que não
se obriga a curar, mas a tratar bem do seu paciente.

Na obrigação de resultado, o devedor somente se exonera quando o fim prometido é alcançado.


Caso não seja alcançado, será considerado inadimplente. Exemplo: cirurgia plástica, como a
colocação de silicone nos seios (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Teoria Geral
das Obrigações. 16. ed. São Paulo: Sariva, 2019. v. 2. p. 194).
A mastectomia é uma forma de tratar o câncer de mama e consiste na retirada cirúrgica de toda a
mama. Trata-se de cirurgia plástica reparadora, considerada obrigação de meio, uma vez que a
condição prévia do paciente não permite que o profissional se comprometa com um resultado:
Na obrigação solidária condicional, os efeitos estão subordinados a evento futuro e incerto, e é
possível se ter obrigação solidária condicional em relação a uma das partes e simples, em relação
à outra.

Diante de uma obrigação de fazer fungível, é cabível a fixação de astreintes, mesmo que seja em
desfavor da fazenda pública.

Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como
subsidiária ou complementar da prova por escrito.

Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.

Subsistindo apenas uma das prestações, a obrigação alternativa transforma-se em simples, já que
o devedor terá perdido o direito de escolha.

Em se tratando de obrigação de fazer, é permitido ao juízo da execução, de ofício, ou a


requerimento da parte, a imposição de multa cominatória.

O ordenamento jurídico brasileiro nunca permitiu os chamados “intervalos lúcidos", pois a


incapacidade mental ser revestida de caráter permanente.
É nulo o ato praticado por pessoa declarada incapaz, mesmo que transitóriamente lucida.
A expressão “doação com encargo de construir”. Ora, obrigação com encargo também é
conhecida como obrigação modal. Encargo ou modo é a cláusula acessória, que em regra,
aparece em atos de liberalidade inter vivos (ex.: doação) ou causa mortis (ex.: herança, legado),
impondo um ônus ou uma obrigação à pessoa (natural ou jurídica) contemplada pelos referidos
atos, mas sem caráter de contraprestação exata.

– Frutos pendentes – São aqueles que estão ligados à


coisa principal, e que não foram colhidos. Exemplo: maçãs que ainda estão
presas à macieira.
– Frutos percebidos – São os já colhidos do principal e
separados. Exemplo: maçãs que foram colhidas pelo produtor.
– Frutos estantes – São aqueles frutos que foram
colhidos e encontram-se armazenados. Exemplo: maçãs colhidas e colocadas em
caixas em um armazém.
– Frutos percipiendos – São os frutos que deveriam ter sido
colhidos, mas não foram. Exemplo: maçãs maduras que já deveriam ter sido
colhidas e que estão apodrecendo.
– Frutos consumidos – São os frutos que já foram colhidos
e já não existem mais. São as maçãs que foram colhidas pelo produtor e já
vendidas a terceiros.
Será mora ex persona no caso de ser constituida por interpelação, judicial ou extrajudicial, haja
vista não haver termo prefixado.

Será mora ex re quando esta se constituir por força da lei - por exemplo: art. 397 do CC, o qual
estabelece que o inadimplemento de obrigação liquida e positiva, no seu termo, constitui o
devedor em mora, de pleno direito.
A culpa é analisada para verificar a configuração da responsabilidade contratual. Não sendo
utilizada a sua intensidade para verificar o quantum indenizatório, mas apenas a apuração da
responsabilidade.
A cláusula solve et repete, que significa “pague e depois reclame". Tal cláusula decorre do princípio
da autonomia da vontade. É uma renúncia ao direito de opor a exceção do contrato não
cumprido. Uma vez convencionada tal cláusula, o contratante estará renunciando à defesa, podendo
ser compelido a pagar, independentemente do cumprimento da primeira prestação.

Se houver defeito na qualidade da coisa, caso o credor não queira o abatimento no preço, ou se
torne inútil a ele, configura-se inadimplemento absoluto.
O credor pode ser:
1. quirografário: quando não detém garantia real de pagamento da dívida;
2. pignoratício: quando detém para si direitos reais sobre um bem móvel como garantia da
dívida;
3. hipotecário: quando detém para si direitos reais sobre um bem imóvel como garantia da
dívida; e
4. anticrético: quando detém direitos reais sobre a renda do devedor como garantia.
Para o STJ, a novação, modalidade de extinção de obrigação, não impede a revisão dos negócios
jurídicos antecedentes, em face da relativização do princípio do pacta sunt servanda no direito
brasileiro.
A nulidade sobre alguma dívida pode ser alegada por qualquer dos credores, nos
próprios autos do processo de insolvência.

Créditos com privilégio geral são os que assim estão estabelecidos por Lei.
A ordem preferencial dos pagamentos. Primeiro, os créditos garantidos por direitos reais (penhor,
hipoteca e anticrese). Dentre tais créditos, prevalecem aqueles que primeiro houverem sido
registrados. Lembre-se que nos créditos garantidos por direito reais, o bem afetado - e,
inicialmente, apenas ele - responde pelo valor. Caso a alienação do bem não seja suficiente, o
crédito remanescente torna-se comum. Assim, correto afirmar que a preferência do direito real
incide
apenas sobre o bem afetado. Se o valor do bem que garante um crédito real não for suficiente
para satisfazer o crédito, este perderá a ordem de preferência no concurso entre as várias classes
de credores.
Declarada a insolvência, inicia-se uma discussão entre credores, podendo o devedor impugnar os
créditos apresentados.
Salvo os créditos considerados prioritários por lei especial, os créditos dos credores com direito
real de garantia preferem ao pessoal, qualquer que seja a espécie deste.
É possível a cessão de um crédito sem que todos os seus acessórios estejam abrangidos pela
operação.
O pagamento feito ao relativamente incapaz, poderá ser ratificado posteriormente, quer pelo seu
representante legal, quer pelo próprio incapaz, após cessada a incapacidade. Em ambos os casos,
será válido o pagamento, provando o devedor que foi proveitoso ao incapaz.
CC, Art. 158. Os negócios de TRANSMISSÃO GRATUITA DE BENS ou REMISSÃO DE
DÍVIDA, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando
o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
CC, Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito
garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito,
entender-se-á dado o assentimento.

O usufrutuário cujo direito real tenha sido registrado após a hipoteca do imóvel pode remir a
hipoteca sub-rogando-se no direito do credor.
Tratando-se de solidariedade passiva legal, admite-se a renúncia tácita da solidariedade pelo
credor em relação a determinado devedor.
Obrigação in solidum: "esta é obrigação em que os devedores estão vinculados pelo mesmo fato,
sem que haja tecnicamente solidariedade entre eles (exemplo: imóvel segurado, em acidente, o
proprietário poderá acionara tanto a seguradora quanto o causador do dano, estes dois último
estarão vinculados pelo fato, mas não há entre eles solidariedade" (Rede LFG - Pablo Stolze)

Obrigação solidária: "é a possibilidade de um só ou todos juntos poderem exigir a dívida (quando
ativa)". Rede LFG - Pablo Stolze
Art. 291,CC: Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevale a que se completar com a
tradição do título do crédito cedido.
Não há que se falar em mora nas obrigações de não fazer, e sim em inadimplemento total ou
absoluto.
Quando as partes contratantes estipulam uma cláusula penal para o caso de total inadimplemento da
obrigação, o credor pode, ao recorrer às vias judiciais, optar livremente entre a exigência da pena
convencional e o adimplemento da obrigação, visto que a cláusula penal se converte em alternativa
em seu benefício.
O art. 375 do CC dispõe: “Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a
excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.”
"Como regra, todos os créditos podem ser objeto de cessão, pois a negociabilidade é a regra
em matéria de direitos patrimoniais pessoais. No entanto, existem créditos que não podem ser
cedidos, principalmente quando decorrem de relações jurídicas estritamente pessoais
(obrigação personalíssima), como as de direito de família e relacionadas com o nome da
pessoa natural"
Quando houver pluralidade subjetiva sobre a concentração da obrigação, e inexistir unanimidade
entre os sujeitos na escolha da obrigação prevalecente, caberá ao juiz decidir.
A cessão do crédito afasta a compensação, pois acarreta a mutação subjetiva da relação
obrigacional, mediante a alteração do credor. Assim, se o devedor, notificado da cessão que o
credor faz a terceiros dos seus direitos, nada opõe à cessão, entende-se que renunciou,
tacitamente, ao direito de reclamar compensação.
A cláusula penal é obrigação acessória, pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o
inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento. Assim, considerando a sua
dulpa função (intimidação e ressarcimento), o seu objetivo é o de reforçar a obrigação principal,
jamais de apresentar-se como alternativa ao seu adimplemento.
A fiança pode ser em um valor inferior ao da obrigação principal.
Contrato de execução continuada no qual uma parte assuma o pagamento excessivo de juros, por
estar desempregado e com família ao desabrigo, constitui hipótese de contrato eivado de
nulidade relativa, por vício de lesão, pois o devedor assumiu obrigação excessiva, sob premente
necessidade. Pode-se, nessa situação, pleitear judicialmente o reajuste das prestações em bases
razoáveis.
O inadimplemento de uma obrigação pelo devedor é causa de resolução do contrato, podendo a
parte prejudicada pleitear além da resolução do contrato, indenização pelos prejuízos, que
abrangem o dano emergente e o lucro cessante.
Durante o atraso no cumprimento da obrigação, o devedor responde pelos prejuízos a que sua
mora der causa, mais juros e correção monetária, mesmo ocorrendo caso fortuito ou de força
maior, salvo na ausência de culpa ou no caso em que, mesmo cumprida a obrigação a termo, o
dano sobrevenha.
Pode o devedor cumprir a prestação pactuada mediante consignação da coisa devida em
estabelecimento bancário ou em juízo, com a mesma força de liberar o devedor da obrigação.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
A venda de bens imóveis de ascendentes a descendentes, independentemente do consentimento
dos demais herdeiros, não caracteriza adiantamento de herança.

O que caracteriza o adiantamento de herança é a doação de ascendentes a descendentes, ou de


um cônjuge a outro, impondo-se, nesse caso, a obrigação da colação.

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