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Direito Das Obrigações – Aula 8

Prof. Nilton Medeiros

DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

2 DA CESSÃO DE DÉBITO OU ASSUNÇÃO DE DÍVIDA

O devedor transfere a outrem sua posição na relação jurídica. Podem ser


objeto dívidas presentes e futuras, salvo se tiverem o caráter pessoal.

É uma relação bilateral pelo qual o devedor, com a anuência expressa do


credor, transfere a terceiro (assuntor), que o substitui, os encargos
obrigacionais, responsabilizando-se pela dívida com os seus acessórios.

Pode ocorrer a contratação entre o terceiro e o credor ou entre o terceiro e o


devedor, com a anuência do credor.

“Art. 299, CC. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor,


com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o
devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era
insolvente e o credor o ignorava.

Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor


para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu
silêncio como recusa.”.

Pode ocorrer em diversas situações práticas, como a transferência da dívida do


de cujus aos seus herdeiros (para desbloqueio de bens); na venda do fundo de
comércio, em que o adquirente declara assumir o passivo; na cessão de
financiamento para aquisição de imóvel.

Deve haver, obrigatoriamente, a anuência do credor. Como visto, o silêncio,


será entendido como recusa pelo credor.

Apenas no caso de compra de imóvel hipotecado é que se pode entender o


silêncio como aceitação tácita. A validade depende de requisitos presentes nos
contratos bilaterais: capacidade dos contratantes, manifestação livre da
vontade, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma livre ou
especial (caso seja feita por escritura pública).

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo


o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não
impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado
o assentimento.

2.1 Cessão de débito e institutos semelhantes

2.1.1 Cessão de débito e promessa de liberação do devedor


A promessa de liberação do devedor ocorre quando uma pessoa se obriga
perante o devedor a desonerá-lo da obrigação, efetuando a prestação em seu
lugar.

Exemplo: donatário se obriga perante o doador a pagar certas dívidas, ou


locatário a pagar certos tributos que se impõe ao locador.

Uma diferença clara que tem a promessa de liberação do devedor é que o


credor não tem o direito de exigir o seu cumprimento, enquanto que na cessão
de débito, a obrigação é contraída perante o credor.

2.1.2 Cessão de débito e fiança

Na fiança existe uma obrigação subsidiária, enquanto na cessão de débito,


trata-se de uma obrigação autônoma. O fiador responde por dívida alheia.

O assuntor (quem assume a cessão), fica como único devedor, respondendo


por dívida própria.

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