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Obrigações

Diego Rosado
AULA 11
Assunção de dívida
Conceito
A assunção de dívida também é chamada de cessão de débito.

Consiste na transmissão da condição de devedor para outrem,


o assuntor. É a substituição do devedor. É uma sucessão a
título singular do débito.

Não há extinção da obrigação, mas mera mudança da pessoa


do devedor.
Qualquer dívida pode ser objeto de assunção de
divida, salvo as personalíssimas (intuitu personae),
como a obrigação alimentar.
Consentimento do credor
O devedor só pode ceder a dívida a outrem com consentimento
expresso do credor (princípio da boa-fé objetiva).

Sem o consentimento do credor, a assunção de dívida não é


eficaz perante o credor, mas apenas entre as partes.

Ter-se-á aí o que, no popular, chama-se de “contrato de gaveta”.


Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o
consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o
credor o ignorava.

Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para
que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como
recusa.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade
expressa.

Regra não aplicável nos casos de assunção de dívida.


Efeitos da assunção
A assunção de dívida libera o devedor da obrigação, salvo se o credor ignorava o
estado de insolvência do assuntor (art. 299, CC)

Em nome do princípio da autonomia da vontade, é admissível pacto expresso


afastando a responsabilidade do devedor originário no caso de desconhecida
insolvência.

Todas as garantias dadas pelo devedor primitivo se extinguem com a assunção,


salvo consentimento expresso dele (art. 300, CC).

Extinção das exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.


Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo,
consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias
especiais por ele originariamente dadas ao credor.

Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o


débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por
terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções
pessoais que competiam ao devedor primitivo.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o


pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar
em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o
assentimento.
Espécies
Liberatória e Cumulativa
A assunção liberatória ou simples é a prevista no Código Civil, que
exime o devedor primitivo da obrigação, pois o assuntor passa a ser o
único devedor.

A assunção cumulativa é aceita por parte da doutrina e não possui


previsão expressa no CC. Nesse caso, a assunção de dívida não
exonera o devedor primitivo, mas apenas amplia o polo passivo da
obrigação com o ingresso do assuntor.
Por Expromissão ou por Delegação
A assunção de dívida por expromissão, na modalidade
expropriatória ou Assunção externa ocorre quando não há anuência
do devedor, mas apenas de ajuste feito entre o credor e o assuntor.

Já a assunção de dívida por delegação, na modalidade delegatória


ou assunção interna provém de uma negócio trilateral, dada a
participação do credor, devedor e assuntor.
Extinção das obrigações
Conceito
Há dois meios de extinção das obrigações:

• O meio anormal de extinção (extinção anormal) ocorre


quando a obrigação se extingue, sem o seu cumprimento.

• O meio normal de extinção (extinção normal) dá-se quando


a obrigação é cumprida, o que pode ocorrer por dois tipos de
pagamento: o pagamento direto e o pagamento indireto.
O pagamento direto corresponde ao cumprimento
exato da prestação pactuada - pagamento
propriamente dito.

Já o pagamento indireto diz respeito a outros


fenômenos que importam no cumprimento da
obrigação por outra via que não o pagamento direto.
Pagamento
Conceito
O pagamento é o cumprimento da prestação pactuada a tempo,
modo e lugar e está disciplinado nos arts. 304 ao 333 do CC.

A doutrina, porém, oscila entre várias alternativas com relação


à natureza jurídica: negócio jurídico unilateral; negócio
jurídico bilateral; ato jurídico em sentido estrito; outras
espécies mistas.
Requisitos subjetivos
(1) o solvens, que diz respeito àquele que paga e pode
ser até mesmo um terceiro, conforme se verá
mais a frente; e

(2) o accipiens, que se refere àquele que recebe.


Requisitos objetivos
(1) o objeto do pagamento;

(2) a prova do pagamento;

(3) o local do pagamento;

(4) o tempo do pagamento.

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