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ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

Da prova do pagamento

Inadimplemento (não pagamento) = consequências perdas e danos, juros, atualização monetária


e honorários de advogado

Art. 389, CC: Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Adimplemento (pagamento) = purgação da mora e extinção do vínculo obrigacional

Ao realizar a prestação, o devedor tem o direito de exigir do credor a quitação da dívida – É a prova do
pagamento.
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Quitação: conhecida comumente como RECIBO, a quitação é a declaração unilateral escrita, emitida pelo
credor, de que a prestação foi efetuada e o devedor fica liberado.

 O pagamento não se presume.

Art. 319, CC: O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não
lhe seja dada.

 A quitação é direito do devedor, que pode reter o pagamento se o credor se recusar a dar quitação.
Neste caso, o devedor poderá efetuar a consignação em pagamento. (art. 335, CC).
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Requisitos da quitação: Art. 320, CC

Art. 320, CC: A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a
espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento,
com a assinatura do credor, ou do seu representante.

Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo, valerá a quitação, se de seus termos
ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.

 Pagamento em quotas periódicas (prestações): Art. 322 – quando o pagamento for em quotas
periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.

 Em resumo, se o credor recebeu prestação posterior e deu quitação sem ressalva, presume-se que as
anteriores foram quitadas.
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Art. 320, CC: A quitação, que sempre


poderá ser dada por instrumento
particular, designará:

- valor e a espécie da dívida quitada,


- o nome do devedor, ou quem por
este pagou,
- o tempo e o lugar do pagamento,
- com a assinatura do credor, ou do
seu representante.
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Do lugar do pagamento

As partes podem convencionar o local em que a obrigação deverá ser cumprida (pode ser no domicílio do
credor ou em outro local indicado no contrato – portável). Caso não haja lei ou nada ajustado ou, ainda, não
contrariar a natureza da obrigação ou das circunstâncias, a obrigação deverá ser cumprida no domicílio do
devedor (quesível).

Art. 327, CC: Efetuar-se á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
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Do tempo do pagamento

Art. 331, CC: Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento pode o
credor exigi-lo imediatamente.

Há dois tipos de obrigações quanto ao tempo do pagamento: com prazo de vencimento ou sem prazo de
vencimento.

Se houver prazo, ele existe em favor do devedor, que não se obriga a pagar a dívida se não até o dia do
vencimento (art. 133, CC)

Se não houver prazo, o pagamento poderá ser exigido de imediato pelo credor, salvo exceções previstas em
lei – art. 134, CC (prazo para cumprimento em lugar diverso ou depender de um tempo); art. 581, CC
(comodato – prazo necessário para uso da coisa); art. 592, CC (contrato de mútuo – 30 dias).
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Do tempo do pagamento

Art. 592, CC: Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:

I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para
semeadura;
II – de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
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Do tempo do pagamento

Art. 134, CC: Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução
tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
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Do tempo do pagamento

Jurisprudência do STJ:

“O vencimento da obrigação constante na confissão de dívida restou regulada por cláusula contratual, cujo
teor dispôs que a efetivação do pagamento dar-se-ia de acordo com ajuste futuro a ser estabelecido entre as
partes. De fato, o acordo nesse sentido inviabiliza a exigência da prestação pelo credor, que, para tal,
necessitará da atuação (e mesmo da cooperação) do devedor. Inconcebível, assim, que o implemento da
condição para que a obrigação, líquida e confessadamente existente possa ser exigida fique ao alvedrio do
devedor. Nesse contexto, ante a inexistência de estabelecimento de termo definido para o cumprimento da
obrigação inserta na confissão de dívida, há que se considerar tratar-se de vencimento à vista, nos termos do
art. 331 do Código Civil”
(REsp 1489913/PR, 3ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 11.11.2014).
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Vencimento antecipado:
Art. 333, CC: Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de
vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I – no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II – se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em
execução por outro credor;
III – se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do
débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a
reforça-las.

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