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Prescrições Presuntivas – Art. 312º a 317º - são dívidas que se fundam na presunção do
cumprimento, dívidas que costumam ser pagas de imediato ás quais não é exigida quitação ou
se não conserva o recibo por muito tempo.
A presunção de cumprimento pode ser ilidida pelo credor, ainda que em estreitos limites – Art.
313º e 314º. A prescrição presuntiva não pode funcionar como prescrição normal, não posso ser
absolvida pela presunção de que paguei, tem de ser o credor a fazer prova de que o devedor não
pagou.
O Art. 316º dá exemplos de dívidas presuntivas que se presumem pagas ao fim de 6 Meses.
Não procede a invocação da prescrição. A prescrição presuntiva devolve ao credor o ónus de
provar o seu crédito.
Suspensão da prescrição – Art. 318º a 322º CC – havendo suspensão, não se conta o tempo
durante a situação que a determina, ou seja, se havia prazo decorrido e houve suspensão,
terminada a suspensão soma-se o tempo que já tinha decorrido antes desta.
Interrupção da prescrição – Art. 323º a 327º CC – havendo interrupção, fica inutilizado todo
o tempo decorrido anteriormente, perde-se o prazo contado até á interrupção.
A prescrição interrompe-se através de actos judiciais.
Requerida a citação ou notificação, se esta não se fizer dentro de 5 dias, a prescrição tem-se por
interrompida decorrido esse tempo. Desde que não tenha ocorrido causa imputável ao
requerente (por ex. domicílio errado do citando) – Art. 323º nr.2.
Responsabilidade contratual
O não cumprimento das obrigações
exigir indemnização ao devedor; nem o devedor ao credor; e o devedor tem sempre de suportar
as despesas, prejuízos inerentes.
A impossibilidade definitiva: quando já não se mantém o interesse do credor. Ex. uma boda que
deveria ter sido servida no dia dum casamento e não foi; materialmente poderia cumprir-se a
obrigação mas a prestação deixou de oferecer interesse ao credor.
Mora do devedor – At. 804º - retardamento culposo da prestação; atraso do cumprimento por
causa imputável ao devedor.
O contrato deve ser pontualmente cumprido – Art. 406º nr.1 – só cumpre quem cumpre
pontualmente.
O devedor não realiza a prestação mas esta conserva-se possível e o credor continua a ter
interesse nela, o devedor constitui-se em mora desde que o atraso lhe seja imputável (acto lícito
e a culpa).
Efeitos da mora do devedor – havendo mora tem de se indemnizar o credor.
Retardamento culposo se da mora advierem prejuízos para o credor – Art. 798º e 804º nr.1.
Tem de efectuar a prestação mais a indemnização moratória, que é o direito do credor a ser
indemnizado pelos danos resultantes da prestação não ter sido efectuada.
Nas obrigações pecuniárias- Art. 806º - por culpa do devedor não sejam pagas quando deviam
ser, tem o credor o direito aos juros de mora.
Quando for o caso, o credor tem ainda direito à realização coactiva da prestação – Art. 817º.
Execução defeituosa
Quando há execução defeituosa – violação contratual positiva – Art. 799º nr.1. dá-se quando
o devedor executa materialmente a prestação mas não a cumpre porque a executa mal : ou
corrige o defeito ou se substitui a prestação imperfeita por uma prestação perfeita; se ainda
assim deixar de interessar ao credor, há então NÃO CUMPRIMENTO DEFINITIVO.
Pode ainda existir execução defeituosa, que é passível de causar maiores prejuízos – Art. 914º -
quando o devedor executa a prestação mas mais valia estar quieto porque fez mas fez mal.
É nos contratos especiais (contratos nominados) ex.: empreitada, que a lei insere
especificamente as disposições relativas ao cumprimento defeituoso. A consequência mais
importante do cumprimento defeituoso é a obrigação de ressarcimento dos danos causados ao
credor – Art. 914º, 1221º.
A Prova – Art.799º CC
O credor que vai a juízo reclamar uma indemnização com fundamento na violação do seu
direito, em ordem a efectivar a responsabilidade obrigacional, tem que provar que se constitui
um vínculo creditório a seu favor, que sofreu prejuízos e que tais prejuízos são consequência da
violação do referido vínculo.
O Art. 342º nr.1 diz que “àquele que invocar um direito cabe fazer a prova dos factos
constitutivos do direito alegado”.
Os factos constitutivos do direito alegado:
- inexecução da obrigação
- a culpa
- os prejuízos
- e o nexo de causalidade
Mas em relação à culpa não tem o credor de a provar, apesar de se tratar de um elemento
constitutivo do seu alegado direito à indemnização, porque em relação à culpa dá-se a inversão
do ónus da prova; há uma presunção de culpa do devedor – Art.344º nr.1 e 350º.
A lei presume a culpa do devedor na inexecução da obrigação e portanto não é o credor que tem
de provar que o devedor procedeu com culpa, é este que tem de provar que não houve culpa da
sua parte.
É o devedor que tem de provar a impossibilidade de cumprimento (não ilícita).
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O cumprimento á um facto extintivo da obrigação – Art. 342º nr.2 – segundo este artigo, cabe
ao devedor (aquele contra quem a invocação é feita), provar o cumprimento da obrigação.
Provada a constituição do direito, a lei presume que à data da propositura da acção, o direito
ainda não está extinto, assim cabe ao devedor provar o cumprimento.
O Art. 342º nr.1 diz que a inexecução da obrigação é um dos elementos constitutivos do direito
à indemnização que o credor reclama; mas como o cumprimento teria feito extinguir o direito de
crédito, é ao devedor que compete provar a extinção, pois a lei põe a prova dos factos extintivos
a cargo daquele contra quem o direito é invocado – Art. 342º nr.1.
Se o cumprimento for defeituoso, terá de ser o credor a provar que o cumprimento foi
defeituoso. É de presumir que o devedor que executa a obrigação a executa bem ; por isso cabe
ao credor ilidir esta presunção e provar que o devedor cumpriu mal.
Ex: compra de mercadorias que estavam deterioradas, cabe ao comprador provar a deterioração.
Excepções:
- as mencionadas no Art. 786º.
- As obrigações negativas (non facere) – o devedor comprometeu-se a não fazer, abstém-
se, presume-se que o devedor respeitou a abstenção; cabe ao credor provar o contrário.