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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
BIBLIOGRAFIA ESSENCIAL :
LUÍS MENEZES LEITÃO, Direito das Obrigações – Volume I, pp. 128- 161, 15ª edição,
Almedina, Coimbra, 2019.
MÁRIO JÚLIO ALMEIDA COSTA, Direito das Obrigações, pp. 689 e seguintes, 12ª edição (6ª
Reimpressão), Almedina, Coimbra, 2018.
CASO Nº 3
A comprometeu-se perante o seu vizinho B a não construir qualquer muro com mais de 2
metros, nas traseiras da sua vivenda, de modo a não prejudicar a vista para o rio, que B tanto
gostava. Como contrapartida B – dermatologista – obrigou-se a efectuar o tratamento
adequado a curar uma doença de pele de que A padecia.
1ª Hipótese: Após uma discussão entre os dois vizinhos, A contratou um empreiteiro que
ergueu um muro de quatro metros, nas traseiras da vivenda.
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Relevante no âmbito de apreciação da culpa, 799º/ 1 e 2 e 487º - na prestação de meios pode
haver uma maior tolerância na apreciação de factos externos que ilidam a presunção de culpa.
Durante a relação as partes devem actuar de boa-fé, 762º/2 – a boa fé no cumprimento
implica sempre uma ideia de vinculação a um determinado resultado.
LUÍS MENEZES LEITÃO, Direito das Obrigações – Volume I, pp. 137- 138, 15ª edição,
Almedina, Coimbra, 2019.
-Jurisprudência-
o http://www.dgsi.pt/jtrl.nsf/33182fc732316039802565fa00497eec/eecac7f6bbc593ae8
0257a60003adcdd?OpenDocument
o http://www.dgsi.pt/jstj.nsf/954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/47b3dea8d5fa92668
0257e27004e8d77?OpenDocument
o http://www.dgsi.pt/jstj.nsf/954f0ce6ad9dd8b980256b5f003fa814/5486c9a77575e1c08
0257fc7003185e7?OpenDocument
Apenas se considera impossível a prestação que o seja em relação ao objecto e não em relação
à pessoa do devedor.
Obrigações são em princípio fungíveis pelo que o seu cumprimento pode ser realizado por
qualquer pessoa, 767º/1.
Nos termos do art. 401º/3 só se considera impossível a prestação que o seja relativamente
ao objecto e não apenas à pessoa do devedor.
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Se contrariamente, a prestação fosse não fungível, então a impossibilidade já assumiria um
carácter objectivo e determinaria a nulidade
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CASO Nº 4 – PRESTAÇÕES DE FACTO, FUNGÍVEIS/NÃO FUNGÍVEIS, JUROS, OBRIGAÇÕES
PECUNIÁRIAS
A, pintor, obrigou-se perante B a pintar determinada sala do escritório deste, no dia X. Ficou
estipulado o preço de 250 euros.
Nesta hipótese parece ser uma prestação fungível ( não há nenhuma particularidade na
realização da pintura da sala) – logo seria possível que a prestação fosse realizada por um
terceiro (não haveria prejuízo do credor).
Estando perante um situação de incumprimento poderá o credor que o facto seja prestado
por um terceiro à custa do devedor – 828º.
Discussão da fungibilidade/infungibilidade;
767º/1 – em regra a prestação pode ser efectuada por terceiro;
Não pode prejudicar o credor – 767º/2 – a substituição por terceiro não é admitida nesses
casos; Se não for admitida a substituição a obrigação extingue-se 791º.
Neste caso a obrigação parece ser fungível – pelo que à partida A não poderia recusar o
cumprimento por C.
3ª Hipótese: A pintura foi efectuada na data prevista, mas B continua sem pagar o valor
acordado. Passados meses, A pretende que o preço convencionado seja actualizado, em
função da inflacção e acrescido de juros.
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As partes podem estipular regime diverso ou a lei pode prever, p.e rendas, 551º. Neste caso
não haveria possibilidade de actualização do valor, dado que não é um caso expressamente
previsto na lei, nem houve convenção das partes nesse sentido.
Nesta hipótese seriam juros moratórios, dado que se verifica uma situação de mora no
pagamento do preço – 804, 805º e 806º.
4ª Hipótese: A, após pintar metade da sala, alegou um cansaço súbito e não mais voltou.
Porém telefonou a B exigindo-lhe 125 euros.
Princípio do curso legal – o cumprimento das obrigações pecuniárias deve ser feito com
espécies monetárias a que o Estado reconheça função liberatória genérica – aceitação
obrigatória para os particulares.
Nesta hipótese deve ser respeitado o disposto no art. 550º - o cumprimento deve ser feito
em moeda que tenha curso legal no país e pelo seu valor à data do cumprimento.
Note-se que nesta hipótese não foi convencionado pelas partes que o pagamento poderia ser
feito em moeda estrangeira – 558º. Logo A poderia recusar o pagamento feito em dólares,