Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Parte I
1.1) Noção de Administração Pública
1.2) Sentidos de Administração Pública
1.3) Noção de Direito Administrativo no âmbito do Direito Público
Esquematicamente:
Direito → ordem social normativa = Justiça
Os Ramos do Direito:
1
O Direito base da nossa ordem jurídica é o romano - germânico, sendo que o dos países da “commonwelth” é o
anglo – saxónico.
2
Lei (conjunto de normas)
__________________________________________ ISMAI 1
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Dtº Obrigações
Direito
Geral
Há ainda o Direito Internacional Comunitário que muitos juristas não o consideram como tal
pois é difícil aplicá-lo.
O DIREITO ADMINISTRATIVO:
“Conjunto de normas que incidem/ ou têm por objecto uma realidade que é a
Administração Pública.”
__________________________________________ ISMAI 2
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
3
Entidade: “pessoas” colectivas (sujeitos Administrativos)
__________________________________________ ISMAI 3
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 1: Devido ao abuso de poderes que se começou a sentir, aparece nesta altura o “fisco”, que
traduziu na primeira garantia dos indivíduos; este “órgão”, não servia nos propósitos de hoje em dia, a sua
actuação era de conciliação ou garantia do património ou direitos do povo.
Concluindo:
O Estado Absoluto era caracterizado por:
Nº limitado de funcionários;
Fortemente intervencionista;
Sempre dependente do soberano;
Sem estar limitado, inclusive pela lei;
Concentração de poderes (no rei);
Todas as nuances enunciadas, com todos os seus aspectos “negativo” pelo exagero na actuação
de poderes, conduziu inevitavelmente ás revoluções liberais.
NOTA 2:
Poder Legislativo:
Matéria de reserva absoluta da Assembleia da República;
Matéria de reserva relativa da A.R. → o Governo pode legislar mas somente com a autorização da A.R.;
Matéria Concorrencial → matérias que podem ser legisladas pela A.R. e pelo Governo (embora um
decreto Lei autorizado não substitua uma Lei autorizada);
Matérias de reserva do Governo → matérias que só o Governo pode legislar (ex.: a sua organização e
funcionamento) – art. 164º e 165º da C.R.P.
Entretanto, o Estado Liberal deixou de ser tão liberal, passando do Estado de Direito Formal
para um Estado de Direito Social, obrigando a que este interviesse em mais matérias, como por
exemplo, o Estado deveria intervir nas questões da saúde, da educação, da habitação, entre
outros.
__________________________________________ ISMAI 5
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
__________________________________________ ISMAI 6
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
S.T.
A..
Tribunal Central
Administrativo
Podemos classificar as Pessoas Colectiva Públicas segundo as suas atribuições, de acordo com o
Critério de Dependência entre elas face ao Estado e nestas destacam-se:
Estado;
Institutos Públicos;
Empresas Públicas;
Associações Públicas;
Autarquias Locais;
Regiões Autónomas
Dentro deste critério poder-se-á subdividir as P.C.P. em 2 grupos:
ESTADO ≥ ENTES PÚBLICOS MENORES
Mas também em:
ENTES PÚBLICOS TERRITORIAIS ENTES PÚBLICOS NÃO TERRITORIAIS
O elemento identificador é o território (ex.: autarquias O elemento identificador não é o território.
locais, regiões autónomas)
Caracterizam-se por:
Substrato – populacional, combinada c/ uma
base territorial;
Conhecimento;
__________________________________________ ISMAI 8
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 3: Podemos ainda distinguir os Entes Infra Estaduais em dependentes (institutos públicos) e
independentes (autarquias locais).
NOTA 4: Conceitos
Órgão – meios ou estruturas com que têm de estar dotadas as pessoas colectivas para poderem actuar e
tomar as suas decisões; os órgãos correspondem de algum modo à institucionalização das pessoas
colectivas (são centros de poder das respectivas pessoas colectivas). Aos poderes dos órgãos designamos
por COMPETÊNCIAS.
Titular – pessoa física que representa determinado órgão.
Investidura – acto formal que liga o titular de um órgão a esse mesmo órgão.
Agente Administrativo – preparam as decisões a tomar pelos órgãos ou executam decisões anteriores –
não tomam decisões na Adm. Pública.
Funcionário Público – têm vínculo que determina que façam parte dos quadros da Adm. Pública.
__________________________________________ ISMAI 9
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Órgãos de Controlo
Contr. o funci. de outros órgãos
Resumindo:
Centralização ≠ Descentralização
Concentração – falamos em “concentração”
de poderes quando as competências estão
todas concentradas num órgão, dentro de uma -- Desconcentração
pessoa jurídica – não têm personalidade
jurídica
Em jeito de resumo, o ideal seria a existência de uma Pessoa Colectiva Pública, que se
caracterizasse pela “conexão” entre descentralização e desconcentração, havendo a repartição de
competências por diferentes órgãos (art. 267º C.R.P.).
A ADMINISTRAÇÃO DIRECTA
“Administração Pública que leva a cabo directamente, através dos serviços
administrativos do Estado sob direcção do Governo, a actividade de prosseguir o interesse
público.”
4
A Lei Quadro dos Institutos Públicos (Lei nº 3/2004 de 15 de Janeiro), prevê as regras gerais ás quais estão
subordinados os Institutos Públicos.
__________________________________________ ISMAI 10
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 5: O Governo pode actuar através de um órgão colegial – através do conselho de ministros – ou,
por um órgão singular – através do 1º ministro ou de um ministro.
NOTA 6: Os conselhos de ministros ordinários, resultam os Decretos que depois passarão a ser Decretos
- Leis.
A ADMINISTRAÇÃO INDIRECTA
“Conjunto de entes públicos com personalidade jurídica, com autonomia administrativa e
financeira, que desenvolvem uma actividade administrativa destinada à realização dos fins
do Estado.”
5
Art. 182º C.R.P. – Função e estrutura do Governo
__________________________________________ ISMAI 11
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
ADMINISTRAÇÃO AUTÓNOMA
“A Administração Autónoma, traduz-se pelas organizações de natureza Infra -Estaduais,
estruturadas segundo princípios representativos a cargo de quem fica a prossecução de
interesses específicos dessas organizações.”
receitas próprias, bem como com despesas inerentes. Dentro da Autonomia Financeira
podemos referir :
1) Autonomia Patrimonial} c/ património próprio;
__________________________________________ ISMAI 12
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
6
Art. 235º e 236º C.R.P.
7
Art. 249º; 250º; 251º; 252º C.R.P.
__________________________________________ ISMAI 13
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
c) Região Administrativa
NOTA 7: Associações Públicas – são Pessoas Colectivas Públicas de natureza associativa, criadas por
um acto de poder público, que têm como objectivo desempenhar tarefas ou funções administrativas
próprias que dizem directamente respeito aos membros dessa associação, os quais se governam a si
próprios através de uma estrutura organizatória sem dependerem de ordens ou instruções da
Administração Directa ou Governo.
__________________________________________ ISMAI 14
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
A ADMINISTRAÇÃO INDEPENDENTE
“Pessoas Colectivas Públicas, com autonomia administrativa e Financeira, tendo por
finalidade regular uma determinada área da economia, independentemente; esta
independência provem de apesar de todos os seus órgãos directivos poderem ser nomeados
pelo Governo, não ficam sujeitos ao seu controlo, cabendo-lhes o desenvolver/ prosseguir
as suas atribuições, recorrendo aos poderes que a própria lei lhes confere”, ou seja, são
Pessoas Jurídicas a cargo de quem fica a prossecução do interesse público, que têm uma ligação
ao Estado, sendo o seu grau de dependência a este menor, comparativamente com a maior parte
das estruturas que compõem a Administração Pública.
8
Inamovíveis – não podem ser destituídos, i. é, quem os nomeou não pode destituí-los.
__________________________________________ ISMAI 15
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
d) As tomadas de posição destes órgãos - das entidades independentes -, são públicas (têm
obrigação de manifestarem a sua posição);
e) Estas entidades, têm a seu cargo a possibilidade de emitir pareceres, recomendações,
directivas, por vezes vinculativas (não podem dar ordens à Administração Pública,
contudo, apesar de não ser obrigatório cumprir esses pareceres, a Administração pública
deverá cumpri-los).
Quanto à sua natureza jurídica, as entidades independentes são como a das entidades públicas
(com órgãos, poderes, atribuições), sendo estas mesmas de acordo com a lei que está expressa
no diploma que as criou (ex.: a E.R.S. foi criada em 2003 sendo as suas áreas de actuação a
concorrência, a qualidade, fiscalidade, entre outras). 9 – Composição: 1 órgão colegial (composto
por 3 a 5 elementos); 1 órgão de fiscalização; 1 órgão consultivo (facultativo).
NOTA 9: Estas entidades subsistem com verbas provenientes do orçamento de Estado, porém, o
objectivo é assegurarem a sua subsistência c/ receitas próprias.
NOTA 10: Estas entidades têm poder sancionatório, i. é, aplicam sanções contra ordenacionais que estão
previstas nos diplomas que as regulam.
9
E.R.S. criada através do Decreto Lei 309º/2003.
__________________________________________ ISMAI 16
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Resumindo:
Directa} Central
} Local
10
Entre órgãos diferentes dentro de pessoas públicas = interpessoal
Entre órgãos diferentes dentro de 1 pessoa pública = intrapessoal
__________________________________________ ISMAI 17
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 12: Quando uma ordem é extrinsecamente legal, o subalterno deve obediência; quando é
intrinsecamente legal, quanto ao seu conteúdo, o subalterno não deve obediência.
3. Tutela – conjunto de poderes de intervenção de uma Pessoa Colectiva Pública, tendo em vista
assegurar a legalidade ou o mérito na actuação dessa Pessoa Colectiva Pública.
☻ Quanto à Finalidade:
a) Tutela de Mérito;
b) Tutela de Legalidade (sendo esta a mais relevante) = Relação Inter pessoal
☻ Quanto ao Conteúdo:
a) Tutela Inspectiva – órgão tutelar que verifica, fiscaliza os serviços do órgão tutelado;
b) Tutela Integrativa – a entidade tutelar, tem o poder de autorizar e aprovar certo tipo de
actos da entidade tutelada;
c) Tutela Sancionatória – quando a entidade tutelar pode aplicar sanções à entidade
tutelada, porque tenha verificado a existência de irregularidades nesta entidade;
d) Tutela Regulatória – traduz-se no poder da entidade tutelar de anular, revogar, actos
praticados pela entidade tutelada;
e) Tutela Substitutiva – traduz-se no poder da entidade tutelar para actuar em vez da
entidade tutelada e também por conta dela (quando há omissão de actos legalmente
devidos por parte da entidade tutelada).
A DELEGAÇÃO DE PODERES
«Acto Administrativo através do qual um órgão competente permite a outro órgão ou
agente, o exercício dos seus poderes, podendo praticar outros actos administrativos no uso
desses poderes, desde que esteja (este acto) legalmente previsto.»
2. Autorização
A Lei (lei de habilitação – permite que um órgão delegue poderes noutro), confere um poder
adicional ao órgão delegado, assim antes de haver lugar ao acto da delegação de poderes, o
__________________________________________ ISMAI 19
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
delegado já é competente, mas não pode exercer os seus poderes enquanto a delegação não lho
permitir.
NOTA 13: art. 37º C.P.A. requisitos da Delegação de Poderes; art. 40º C.P.A. extinção da Delegação ou
Subdelegação.
→ Coadjuvação
Existem 2 órgãos com poderes em simultâneo, mas um deles auxilia o outro nas suas
responsabilidades, atribuições (embora cada um deles possa actuar individualmente) – há
sempre a separação entre tarefas a exercer pelo órgão coadjutor e o coadjuvado.
CASO PRÁCTICO:
“Ambrosina, funcionária da D. G. Saúde, recebe uma ordem do director geral de saúde,
no sentido de que deveria eliminar todos os registos existentes naquela Direcção Geral
sobre a gripe das aves.”
Como lhe pareceu algo estranha esta ordem, Ambrosina resolveu perguntar-lhe se deve
ou não cumprir a ordem ou se pelo contrário, pode recusar.
__________________________________________ ISMAI 20
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
2º) Princípio de Aproximação dos serviços ás populações – aproximar as pessoas dos serviços
que as servem. Aproximar em termos geográficos e também é importante a proximidade entre
funcionário público e o administrado, no sentido dos funcionários administrativos atenderem
correctamente os utentes.
3º) Os utilizadores da Administração Pública devem tanto quanto possível, participar na vida da
Administração pública, nas decisões que lhes dizem directamente respeito. Por exemplo,
existem determinados planos municipais que estão abertos aos administrados.
4º)
Princípio da Descentralização vs. Princípio da Desconcentração
Existência de várias pessoas Na existência da distribuição de poderes
colectivas públicas que compõem a a diferentes órgãos dentro de uma mesma
__________________________________________ ISMAI 21
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
ACTO ADMINISTRATIVO
«É uma instatuição autoritária que define uma situação jurídica relativa a um caso
concreto praticado por um sujeito Administrativo no uso de poderes de Direito
Administrativo, visando produzir efeitos jurídicos externos».
CONTRATO ADMINISTRATIVO
«Acordo de vontades através do qual ou pelo qual é constituído, modificado ou extinto
uma relação jurídica administrativa».
REGULAMENTO ADMINISTRATIVO
«É um acto normativo produzido pela Administração Pública no exercício dos poderes
administrativos. A noção de regulamento administrativo é composta por vários elementos,
nomeadamente, a natureza ou perspectiva material; tem a característica da generalidade e
da abstracção. O regulamento tem como destinatários uma pluralidade de sujeitos,
existindo um número indeterminado de sujeitos».
Falamos em abstracção porque significa que cada regulamento é aplicável a um número
indeterminado de casos – o regulamento não existe para ser aplicado num dado momento, mas
sempre que o sujeito se enquadre nas características.
O regulamento é assim uma regra de direito e pode ser imposta por coacção e o seu não
cumprimento, pode determinar a aplicação de uma sanção.
__________________________________________ ISMAI 22
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
TIPOLOGIA DE REGULAMENTOS
Regulamentos Externos – produzem efeitos jurídicos fora da Administração Pública, i.
é, na relação entre particulares e a própria Administração Pública;
Regulamentos Internos – a sua eficácia produz-se dentro da pessoa jurídica onde
surgem esses regulamentos. São aqueles que tratam de regular a organização e
funcionamento dos serviços onde surgem, distinguindo as tarefas a cargo dos elementos
que compõem essas estruturas.
Regulamentos Gerais – todos os particulares em geral
Regulamentos Especiais – dirigem-se a um determinado tipo de particulares que estão
num determinado tipo de situações especiais de relação ou vínculo com a
Administração Pública.
NOTA 16: Conforme a relação entre a Lei e os Regulamentos, a lei tem que:
→ ter prioridade absoluta sobre os regulamentos, porque estes não podem ir contra a primeira – Princípio
Primário da Lei;
→ Os Regulamentos não podem tratar de matérias reservadas aos actos legislativos – Princípio de
Reserva da Lei;
→ Os Regulamentos têm o seu fundamento numa Lei prévia. A Administração Pública não pode regular
certas matérias sem que uma lei prévia a habilite – Princípio da Precedência da Lei.
__________________________________________ ISMAI 23
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 17: apesar destes regulamentos parecerem não inadmissíveis, pode defender-se que desde que
acautelem as reservas da lei, i. é, desde que não entrem na área reservada à lei, pode efectivamente a
Administração Pública resolver os preceitos legais através da utilização destes regulamentos, sobre a
forma de DL regulamentares.
Portaria
__________________________________________ ISMAI 24
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
DL Regulamentar
OS ACTOS ADMINISTRATIVOS
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
«Conjunto encadeado de actos praticados, fundamentalmente, pela Administração Pública
cujo objectivo é a prática de um acto administrativo (esse procedimento normalmente
encerra com o surgimento do acto administrativo)».
NOTA 18: O Processo Administrativo é o conjunto de regras aptas a colocar em prática e regular o
procedimento administrativo, com vista à prática desse acto administrativo.
2) Fase de Instrução
Nesta fase, a Administração Pública, trata de fazer a recolha e tratamento dos dados necessários
à boa decisão no âmbito do procedimento administrativo, nomeadamente, apuramento de
__________________________________________ ISMAI 25
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
situação, diligências probatórias a levar a cabo pela Administração pública, entre outros, com
vista ao surgimento de um acto administrativo (art. 86º e seguintes do CPA).
NOTA 19: Órgão Dirigente – órgão com competência para a decisão do acto administrativo
→ Singulares
→ Colegiais (composto por 3 pessoas singulares)
__________________________________________ ISMAI 26
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 20: Quando a decisão for favorável ao particular, a audiência com o particular é dispensada.
O Instrutor deverá fundamentar a decisão que irá tomar no momento de decisão; a Audiência
dos Interessado pode ser realizada de forma escrita ou oral (art. 103º do CPA)
NOTA 21: Um acto adm. pressupõe uma acção por parte da AP; p/ precaver as situações em que a AP
não se pronuncia sequer, o legislador, no CPA, achou por bem admitir que o silêncio da AP se designam
por actos tácitos ou silentes. 11
11
Acto Silente (Coimbra) –acto da AP que se traduz pelo silêncio; Acto Tácito (Lisboa) – omissão da AP,
jurícicamente relevante, i. é, está em silêncio atribuindo-se a esse mesmo silêncio consequências jurídicas
__________________________________________ ISMAI 27
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Desta forma, para tornar um Acto Administrativo eficaz, procede-se à Fase Integrativa de
eficácia (esta fase é defendida pela escola de Coimbra).
Fase
Integrativa
de eficácia
Fase Iniciativa
Audiência
Interessados Fase de Decisão
(produz-se o A.A.)
Fase Instrução
__________________________________________ ISMAI 28
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 22: Concessão – O Acto Administrativo pode ser executado por particulares, porque há um acto
administrativo que lho permite previamente.
__________________________________________ ISMAI 29
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
b) Actos Impositivos – actos que contém ordens e que podem impor obrigação ou
proibição.
__________________________________________ ISMAI 30
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 23: Este tipo de Autorização, concretiza uma forma de controlo preventivo da Administração
Pública. Quando este acto é praticado sem autorização designamos por Acto com falta de autorização,
sendo a consequência a anulação ou invalidez desse acto.
4. Actos de 2º Grau
São actos que actuam sobre actos precedentes e que têm como objecto, actos praticados
anteriormente a estes.
Estes podem ser:
Actos que visam cessar ou suspender a eficácia de actos administrativos
anteriores (ex.: anulação, a revogação e a suspensão);
Actos que modificam total ou parcialmente o conteúdo de actos administrativos
anteriores [ex.: revogação parcial, a reforma (substituição do conteúdo total do
acto), a rectificação (transformação do conteúdo de um determinado acto
expurgando-o de deficiências) e a prorrogação (dilatam-se os limites temporais
daquele acto)];
Actos que visam consolidar actos administrativos anteriores inválidos [ex.:
convalidação (que se traduz numa nova declaração e que tem por objectivo
afastar o vicio existente no acto administrativo a que se aplica), a conversão
(sendo o seu objectivo a consolidação de um acto anterior e existe quando não
é possível afastar o vicio do acto anterior e quando a Administração Pública
pratica um novo acto válido, mas com o conteúdo do acto anterior)]
__________________________________________ ISMAI 31
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 24: Objectivo do Acto Jurídico – eficácia dos efeitos juridicamente administrativos.
A comunicação é importante neste ponto porque em regra, os Actos administrativos não são
actos receptícios – para produzirem efeitos têm de ser recebidos formalmente pelo seu
destinatário – mas em alguns tipos de actos, têm de ser dados a conhecer e se não forem
notificados, não podem produzir os devidos efeitos jurídicos, i. é, apesar de não serem
receptícios, fazem depender a sua eficácia da existência de uma válida e correcta notificação.
__________________________________________ ISMAI 32
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Contudo e admitindo que não haja notificação, os actos administrativos não podem ser oponível
a terceiros, ou seja, apesar de um indivíduo não ter conhecimento daquele acto administrativo,
não implica que outro que seja possível de o sofrer não o venha a sofrer.
Eficácia
“ex tunc” – desde então
“ex nunc” – qd
os A.A. produzem
efeitos a partir
deste momento.
Fase
Integrativa
de eficácia
Fase Iniciativa
Audiência
Interessados Fase de Decisão
(produz-se o A.A.)
Fase Instrução
“ex tunc”
NOTA 25: Embora possam existir actos integrativos de eficácia, estes começam a produzir efeitos logo a
partir do Acto Administrativo.
__________________________________________ ISMAI 33
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 26: A Validade diz respeito aos elementos intrínsecos do próprio acto administrativo; a Eficácia,
diz respeito ás circunstâncias extrínsecas ao Acto Administrativo em causa, i. é, diz respeito a planos
diferentes, por isso os vicíos relativos à validade, afectam a vitalidade do acto .
Os elementos condicionantes da vitalidade têm a ver com a operatividade do acto, portanto, com
a sua eficácia.
A pretensão será mesmo a da existência de Actos Administrativo válidos e eficazes, contudo, os
actos podem ser:
Inválidos
Ineficazes
Embora também possam ser válidos e ineficazes ou inválidos e eficazes.
Acto Administrativo válido e ineficaz - acontece quando o acto não é operativo, ou seja, não
produz efeitos jurídicos externos, apesar de ser um acto perfeito (apesar de ser um acto sem
vicio).
São os casos de:
a) Actos Administrativos de Eficácia Diferida: eficácia no futuro
b) Actos Administrativos de Eficácia Condicionada ou Suspensa : acto que esteja sujeito a
uma condição.
NOTA 27: Cláusulas acessórias do acto administrativo: Modo; Termo e Condição, sendo que:
Termo = acontecimento futuro e certo
→ Termo Final (há menção à data da cessação de eficácia)
→ Termo Inicial (determina o início da eficácia)
Condição = acontecimento futuro e incerto
→ Condição Suspensiva (acontecimento que determina a cessação dos efeitos jurídicos)
→ Condição Resolutiva (acontecimento que determina a partir de quando é que o acto produz efeitos)
NOTA 28: Invalidade – pode ser menor ou de maior grau (em termos de negócios jurídicos) sendo:
Invalidade maior grau = Inexistência
Invalidade menor grau = Nulidade ou anulabilidade, sendo a primeira a mais grave.
__________________________________________ ISMAI 34
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 29: A Retroacção vai fazer coincidir a eficácia com o Acto Administrativo.
Retrodatação – existe quando um acto que por força da Lei deveria ter sido praticado num dado
momento, só foi praticado posteriormente; assim, os efeitos desse acto, vão-se fazer sentir ou
vão-se produzir a partir da data em que o Acto Administrativo devia ter sido produzido e não na
própria data de produção (ex.: um funcionário devia ter sido promovido na data y; um dia mais
tarde, consegue a promoção. Nesta altura, os efeitos jurídicos deverão começar a produzir-se na
altura em que deveria ter sido promovido).
NOTA 30: Retroactividade – art. 128º do CPA
NOTA 31: Quando o Acto Administrativo não está de acordo com as regras de boa administração,
designamos por Vicio de Mérito.
Quando o Acto Administrativo não está de acordo com o bloco da jurisprudência, designamos por Vicio
de Legalidade.
Em regra, os vícios que são objecto de maior estudo no Direito Administrativo são os Vícios de
Legalidade.
NOTA 32: Quando o Acto Administrativo nulo não produz efeitos, embora na prática se faça sentir,
designamos por EFEITOS PUTATIVOS.
NOTA 33: A nulidade é decretada pelos Tribunais Administrativos; a Inexistência pode ser decretada por
qualquer tribunal.
__________________________________________ ISMAI 37
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
1. SUJEITO
É a Pessoa Colectiva Pública a quem a ordem jurídica atribui uma missão, que é a prossecução
do interesse público, e, que desempenha essa tarefa porque é titular de atribuições e para o
poder fazer recorre a órgão que são os seus representantes legítimos 12, que para desempenhar a
sua função, necessitam de poderes – Competências.
NOTA 34: Quando o sujeito comete uma deficiência em relação ás suas atribuições, o acto
administrativo é considerado inválido na sua forma mais gravosa, i. é, considerado nulo. Quando a
deficiência é relativa à Competência do órgão, o acto administrativo passa a ser inválido por
anulabilidade.
NOTA 35: Requisitos de Legitimação: Investidura; Quórum; Impedimentos.
2. OBJECTO
É a entidade ou o ente sobre o qual recaem as transformações jurídicas que se pretendem obter
com aquele Acto Administrativo.
Assim, o Objecto pode ser: uma pessoa; uma coisa ou um Acto Administrativo.
12
Investidura: Acto Administrativo através do qual um sujeito singular se torna titular de um órgão administrativo.
__________________________________________ ISMAI 38
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
→ Idoneidade;
→ Legitimação
Se houver uma falha/ deficiência quanto a algum destes requisitos, estamos perante um vício
quanto ao Objecto do Acto Administrativo.
3. ESTATUIÇÃO
Este elemento do Acto Administrativo é composto por sub - elementos que deverão ser
analisados na determinação de um vício do Acto Administrativo. Assim, os sub – elementos que
integram a Estatuição são:
a)Fim do Acto Administrativo – o fim do Acto Administrativo é a satisfação do
interesse público tipificado na Lei; assim, a Lei estabelece abstractamente
determinados pressupostos, os quais, uma vez verificados em concreto indicam a
cada agente da AP qual a actuação que deve tomar ao praticar o Acto
Administrativo. O Fim implica:
Pressupostos – Abstractos e Concretos (estes quando verificados na
realidade, implicam por sua vez a actuação da AP.
NOTA 36: Após se verificarem os pressupostos o agente da AP irá emitir uma declaração de
conformidade, designada por Justificação, que normalmente á aplicada na Fundamentação do Acto
Administrativo.
__________________________________________ ISMAI 39
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Termo
Condição
__________________________________________ ISMAI 40
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
SUJEITO
OBJECTO
(sobre o qual incide o Acto Administrativo) – tem que ser possível, determinável e lícito.
Vício por
Vício por Inexistência (ex.: uma
nomeação – se o sujeito não existe a Impossibilidade
nomeação não existe) → Jurídica
Consequência: Nulidade (ex.: revogação)
→ Física
Vício por (ex.: class. de 1
Indeterminabilidade bem como
Consequência: Nulidade património
classificado)
OBJECTO Consequência:
Nulidade
ESTATUIÇÃO
__________________________________________ ISMAI 41
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Relativamente à Estatuição, importa elencar que os Vícios existentes podem assumir várias
ordens, pois na Estatuição encontramos vários factores ou sub - elementos susceptíveis de
padecerem de vícios.
FIM
CONTEÚDO
Vinculado
Consequência: Anulabilidade
PROCEDIMENTO
a) Por exemplo quando no âmbito do Procedimento deva existir uma audiência dos
interessados e esta não aconteça, existe um vício quanto ao Procedimento cuja
consequência em termo de invalidade é a mais grave, ou seja, Nulidade.
b) Quando exista uma falha no Procedimento administrativo, seja ele obrigatório ou
facultativo, a consequência regra em termos de invalidade do Acto Administrativo é a
menos grave, i. é, a Anulabilidade.
FORMA
__________________________________________ ISMAI 43
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Quando falamos na aplicação do Direito Privado por parte da Administração Pública, temos de
ter presente duas noções:
1. Actuação com limite da Administração Pública;
2. A Administração pública utiliza meios/ instrumentos de Direito
Privado para desempenhar a função Administrativa
Na verdade, cada vez mais a Administração Pública recorre ao Direito Privado, principalmente
na sua própria reforma.
Vantagem:
Como a Administração Pública é estática, rígida e burocrática, ao recorrer ao Direito Privado,
ela passa a tornar-se mais célere, pretendendo ser mais eficaz e eficiente, do que tipicamente ela
acaba por ser, portanto, justifica-se que ela recorra ao Direito Privado.
Direito Privado, embora sempre com cautelas; por um lado, o degrau do Direito Público
permite assegurar de maneira geral o cumprimento do interesse público e o degrau do
Direito Privado, onde se regula em concreto uma dada situação da vida real, recorrendo-
se ao Direito Privado. O importante desta teoria é que a A.P. nunca esqueça as cautelas
e limites a que estão subjacente o recurso ao Direito Privado.
d) Liberdade de Escolha Limitada, i. é, é admissível o recurso ao Direito Privado por parte
da AP mas apenas na medida em que isso seja necessário/ conveniente para prosseguir
o interesse público.
DISCRICIONARIDADE
A Administração Pública pode ser:
→ Mais Discricionária;
→ Mais Vinculada
A noção base reside no facto da Administração Pública ter intrínseca a si mesma o Princípio da
Legalidade, visando a prossecução do interesse público, embora possa ser ela a estabelecer esses
fins – fins heterónimos – pois estes são definidos pelo legislador que também é responsável
pelos órgãos competentes para a prossecução desses fins.
Assim sendo, existe um acto vinculado quando a Administração Pública não tem qualquer poder
de escolha relativamente ao conteúdo do acto, porque ele decorre directamente da Lei e por
outro lado existe uma acto discricionário quando a Administração pública tem a possibilidade
de escolher o conteúdo dos actos administrativos fixando o grau de modificação que pretende.
__________________________________________ ISMAI 45
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
discricionário teria plena legitimidade, livre arbítrio, para escolher a solução que considerasse
mais conveniente.
Actualmente, a Discricionaridade entende-se como sendo uma concessão legislativa, feita pelo
legislador à AP, para esta decidir casos concretos, devendo ela encontrar a melhor solução para
cada um dos casos – dentro da legalidade ela terá algumas limitações.
NOTA 37: Desta forma, é possível estabelecermos que poderá existir conflitos entre os conceitos:
Princípio do Estado de Direito
Princípio da Separação de Poderes
NOTA 38: Hoje em dia o Poder Discricionário da AP não tem a ver com o poder vinculativo que era sua
característica no passado.
CONCEITO DE DISCRICIONARIDADE, ACTUALMENTE
O conceito de discricionaridade é um conceito amplo e que se traduz no poder da AP e inerente
responsabilidade, resultante de alguma indeterminação legal.
__________________________________________ ISMAI 46
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
tendo sempre por obrigação a de optar pela melhor solução em termos administrativos, mas
sempre, não pondo em causa os direitos, liberdades e garantias dos administrados.
Contenciosas
Políticas ☺ Acção
☻ Direito de Petição administrativa;
(A.R.); GARANTIAS ☺ Recurso
☻ Reclamação p/ o contencioso;
provedor de justiça ☺ Providências
cautelares
Reclamação – expediente que um administrado pode utilizar sempre que for praticado um Acto
Administrativo que ele considere lesivo dos seus direitos e interesses – dirige-se a quem pratica
o A.A., solicitando a sua modificação ou revogação.
Recurso Hierárquico – não para quem praticou o A.A., mas sim para o superior hierárquico.
Recurso Tutelar – este dirige-se ao órgão que exerce um controlo ou supervisão a quem
praticou Acto Administrativo.
2. Exequibilidade
A exequibilidade é a característica dos Actos Administrativos que goza da possibilidade
efectiva de execução através de actos jurídicos ou materiais → possibilidade de um Acto
Administrativo ser executado.
__________________________________________ ISMAI 48
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Assim temos:
2.a) Actos Administrativos Exequíveis – quando é susceptível de ser executado;
2.b) Actos Administrativos não Exequíveis – quando produz os seus efeitos independentemente
de qualquer execução.
3. Executividade
Executividade, traduz a capacidade dos Actos Administrativos basearem directamente uma
execução, i. é, o Acto Administrativo funciona como um título que serve de base a uma
execução sem necessidade de qualquer pronúncia nem sequer uma pronúncia judicial.
NOTA 40: A Executoriedade, não é uma característica típica de todos os Actos Administrativos, pois
não tem sentido para os Actos não exequíveis que são os actos que produzem efeitos imediatamente, sem
qualquer execução; também não faz sentido falar-se de actos executórios relativamente aqueles que não
tenham conteúdo imediato a criação de obrigações e deveres para os particulares; ainda não faz sentido
falar-se em executoriedade relativamente a este tipo de actos e que não haja resistência ao cumprimento
desses direitos e obrigações; portanto, só se pode falar em executoriedade como a característica de um
reduzido conjunto de Actos Administrativos e relativamente aos quais a AP inequivocamente, por força
da Lei, ou em caso de urgência devidamente fundamentada, pode usar a força ou coacção para executar
esses mesmos actos.
Ainda assim, tem que ter em conta a limitação decorrente do DLG dos particulares.
O Contrato é a forma de manifestação de vontade mais apta a permitir que os seus autores
concretizem as respectivas vontades; em regra, ambas as partes surgem em igual circunstância.
CONTRATO ADMINISTRATIVO
→ Este tipo de contrato tende a conciliar o interesse público, definido pelo legislador, estando-
lhe subjacente a manifestação de vontade das partes;
→ Impõe limitações e especificidades próprias;
→ É elaborado entre a Administração e o particular;
→ É condição obrigatória a existência de um objecto como objectivo do contrato
NOTA 41: Contratos Típicos – são contratos que seguem um regime específico previsto na Lei (art. 178º,
2)
Contratos Atípicos – são aqueles contratos que conjugam várias regras a que estão sujeitos os contratos
típicos ou são simplesmente resultantes da manifestação de vontade das partes intervenientes.
__________________________________________ ISMAI 50
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
NOTA 42: Objecto – existem contratos, que não deixam de ser actos administrativos, porque surgem
como substituição a esses mesmos actos ou na substituição de um contrato de Direito Privado celebrado
com a Administração.
Os Princípios acima enunciados, têm subjacentes a si, duas ideias base que se traduzem no
seguinte: por um lado e, relativamente ao primeiro princípio, está a ideia clássica do “Pacto
Sunde Servanda” – os contratos são para cumprir sendo que por força do interesse público
possa existir uma alteração clausular; por outro lado e subjacente ao segundo princípio, caso o
particular seja prejudicado, terá de ser indemnizado.
PROCEDIMENTO PRÉ-CONTRATUAL
__________________________________________ ISMAI 51
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Existem determinados actos que têm de ocorrer, antes da elaboração do contrato, e que o
preparam. A esta preparação, designamos por adjudicação ou negociação e ajuste directo, onde
se integra o concurso público, a apreciação de orçamento e discussão, entre outros).
Casos Práticos
1. O Presidente da Câmara Municipal da maia, concedeu ao abrigo de uma delegação de
poderes efectuada pela Câmara Municipal e contrariando um parecer dos Serviços competentes,
um alvará de Licença para a construção de uma incineradora de resíduos hospitalares, junto ao
espaço que virá a ser ocupado pelo futuro parque da saúde.
Inconformados com a situação, os munícipes maiatos pretendem contestar a decisão e saber que
vícios poderão alegar, nomeadamente por entenderem que deveriam ter sido recebidos pelo
Presidente, bem como entenderem que não foi emitida qualquer informação quanto ás razões
que levaram à escolha daquele local.
Por outro lado, os partidos de cores políticas diferentes da do Presidente, através dos seus
vereadores na Câmara, querem inverter a decisão avocando a competência delegada. Para isso,
sustentam que a delegação de competências não foi correctamente efectuada por não ter sido
publicada.
Questão: Estamos perante quantos Actos Administrativos? Identifique os vícios que padecem
esses actos e quais as consequências?
Resposta: No caso enunciado, estão presentes 2 Actos Administrativos, nomeadamente: a
Delegação de Poderes e a Concessão de Licença p/ construção.
Quanto aos vícios, eles existem principalmente quanto à Estatuição em quase todos os seus
elementos, mas também quanto ao Sujeito.
Por um lado e quanto à Estatuição, os vícios intrínsecos são no que respeita ao Procedimento,
pois não existiu a audiência de interessados, sendo a consequência a mais grave, ou seja a
Nulidade, relativamente ao Conteúdo, mais propriamente quanto aos motivos, sendo a sua
consequência a menos gravosa – a anulabilidade. Para além dos vícios enunciados
anteriormente e ainda quanto à Estatuição, a Forma também foi “violada” ou viciada, pois não
houve qualquer publicação do acto administrativo (art. 37ª CPA); a consequência deste vício é a
anulabilidade.
Quanto ao Sujeito este apresenta também vícios especialmente na Delegação de Poderes pois
não há efectivamente competência (vicio por falta de competência) e ainda porque essa
Delegação de Poderes não foi publicada, requisito essencial para este tipo de acto
administrativo, originando assim a invalidade do acto.
__________________________________________ ISMAI 52
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
2. Uma Lei atribuí competências ao director geral do ambiente e recursos naturais após parecer
dos organismos de protecção civil, para licenciar a construção de bares de praia.
Ambrósio, que pretende abrir um bar na praia de Mindelo, com capacidade para 150 pessoas,
solicitou em 23 de Abril de 2005, a respectiva Licença ao director geral.
A 23 de Novembro de 2005 o director do ambiente e recursos naturais informa Ambrósio que
ainda não respondeu porque os organismos de protecção civil têm demorado a emitir os
pareceres.
Inconformado, Ambrósio pede licença à C. Municipal respectiva que delibera imediatamente o
seguinte: “é autorizado a abertura de um bar na praia de Mindelo desde que o proprietário
garanta o pagamento dos salários dos nadadores salvadores da praia e ofereça ao ISN todo o
material de salvamento de que necessita”.
Posteriormente, o director geral emitiu o seguinte despacho: “autorizo a abertura de um bar de
praia, na paria de Mindelo, com capacidade para 40 pessoas”.
Questão: Identifique os Actos Administrativos bem como os vícios inerentes ao enunciado?
Resposta: Estamos perante 2 Actos Administrativos, por um lado a Autorização da C. M. para
abertura de um bar – Licença e, por outro lado a Autorização do DGARN para a abertura do bar
para 40 pessoas.
No primeiro caso, ou seja na Autorização da C. M. encontramos vícios no que respeita ao
Sujeito, bem como no que concerne à Estatuição; relativamente ao Sujeito, é patente o vício por
falta de atribuições (no caso de Assembleia Municipal, falar-se-ia de vício por falta de
competências), visto que a Câmara se integra no Município e este sim é o sujeito. A
consequência deste vício é a mais gravosa, isto é, a nulidade (art. 133º CPA). No que reporta à
Estatuição, este Acto Administrativo apresenta vícios ao nível de Conteúdo, logo a
consequência será a anulabilidade, ao nível da Forma do objecto - pois há falta de
fundamentação – determinando assim a nulidade do acto em causa.
Quanto ao segundo Acto Administrativo, mais propriamente a Autorização do DGARN,
existem vícios no âmbito da Estatuição e em termos de Procedimento (porque houve falta da
audiência de interessados); também não existiu qualquer fundamentação, mas ela também não
era necessária, pois foi remetida para outro parecer, logo, não há qualquer obrigatoriedade de
fundamentação. A consequência será então a menos gravosa ou seja, a anulabilidade.
4. Igor, cidadão russo, pretende exercer a profissão de médico em Portugal, tendo solicitado ao
presidente do IEFP uma autorização em 5 de Janeiro de 2005.
No requerimento, fazia referência à sua especialidade na área da procriação medicamente
assistida, o que segundo ele poderia beneficiar em muito a investigação portuguesa, bem como
o tratamento de doentes.
Em 7 de Setembro de 2005, o presidente do IEFP respondeu àquele requerimento do seguinte
modo: “Indeferido, dado que os hospitais não podem ser constantemente prejudicados com a
invasão desse tipo de gente.” Insatisfeito, Igor pretende recorrer para o tribunal competente,
embora não saiba qual é, recorrendo ainda para o ministro do trabalho, o qual proferiu o
seguinte Despacho: “Revogo a decisão do presidente do IEFP uma vez que António não foi
ouvido”.
Questão: Identifique os Actos Administrativos presentes e quais os Vícios existentes?
Resposta: Estamos perante 3 actos administrativos, nomeadamente, o Indeferimento do
Presidente do IEFP, a revogação da decisão do presidente do IEFP por parte do ministro do
trabalho e ainda o Deferimento Tácito. Quanto ao primeiro acto, poder-se-á dizer que estamos
perante um vício no que respeita ao Sujeito – na pessoa do presidente do IEFP – por falta de
__________________________________________ ISMAI 54
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
Postura da Câmara ela é caracterizada como Regulamento e não como Acto Administrativo,
visto que não obedece a dois requisitos dos Actos, nomeadamente o ser individual e ainda
concreto.
Quanto ao Acto Administrativo – Despacho para demolição do prédio – apresenta vícios no que
concerne somente à Estatuição, mais propriamente em termos de conteúdo (no âmbito deste
A.A. foi posto em causa um direito fundamental) sendo a sua consequência a nulidade; em
termos do Fim em particular quanto aos pressupostos, sendo a sua consequência a anulabilidade.
Relativamente à Revogação, importa esclarecer que a Administração Central não pode nunca
imiscuir-se nos assuntos das autarquias, porque estas são autónomas, contudo, classificando-o
como Acto Administrativo ele “sofre” de vícios nos seguintes elementos: quanto ao Sujeito
(pela existência de falta de atribuições), tendo como consequência a nulidade, quanto ao
Objecto (pela impossibilidade jurídica), sendo também a nulidade a consequência. Sendo assim,
quanto à Estatuição todos os sub – elementos padecem de vícios, pois por exemplo, a nível de
conteúdo a fundamentação dada é incongruente, não é sequer aceitável.
Conceitos e Distinções:
1. Distinga sucintamente C. M. Porto de Universidade do Porto.
C. M. Porto vs. Universidade do Porto
Órgão colegial da autarquia local que é Quanto à sua natureza jurídica, a U.P. é
__________________________________________ ISMAI 56
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
__________________________________________ ISMAI 57
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria
_______________________________ Direito Administrativo ________________________________
__________________________________________ ISMAI 58
__________________________________________
Discente: Susana Mª Santos Nº 15785
Docente: Dra. Ana Paula Cabral Curso: 1º Ano Solicitadoria