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AVALIAÇÃO – A1

3 pontos
NOTA:
CURSO: Direito PERÍODO: DATA:
DISCIPLINA: Direito Administrativo I TURNO
PROFA.: Jeanine Lykawka Medeiros MAT( ) VES( ) NOT(x)
ALUNO(A): Xeiner Barbosa de Souza
TURMA:

INSTRUÇÕES:
1. As questões devem ser respondidas com fundamento jurídico e/ou legal de forma completa e
sem rasura;
2. Poderão ser entregues digitados ou manuscritos na primeira aula presencial;
3. A avaliação poderá ser feita em dupla e com consulta no material didático, livros, apostilas e
legislação.

QUESTIONÁRIO

1-) Quem são as entidades da Administração Indireta? Qual a natureza jurídica de cada
uma? Qual a forma de criação? Quais as atividades poderão exercer? Explique.

 Autarquias: Trata-se de pessoa jurídica de direito público. Criada por lei – Criada por Lei
(Decreto/lei n°200/677 art. 5° Inc. I) consoante com o art. 37 XIX, da CF. Desempenha
serviço publico descentralizado. Ex: Assistencial (INCRA), Previdenciario (INSS), Culturais
(universidade federal), Administrativa (IBAMA).

 Fundações: Autorizadas/criadas por lei. Segundo entendimento do Supremo Tribunal


Federal –STF, todas as Fundações que desempenham atividade estatal e se utilizam de
recursos públicos possuem natureza de pessoas jurídicas de direito público. Suas
atividades são inerentes ao caráter social e assim se se caracterizam como serviços
públicos:
Assistência social, Assistência médica hospitalar, Educação e ensino, Pesquisa, Atividades
culturais, Sociedade Economia Mista e Empresa Pública.

 Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: Pessoas Jurídicas de Direito


Privado, criadas pelo estado através de LEI (Lei nº 13.303/2016 e Decreto nº 8.945/2016),
com propósito de intervir no domínio econômico, bem como para explorar atividade
tipicamente econômica ou para prestar serviço público.
- Exemplos de Empresas Públicas: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF),
a Casa da Moeda do Brasil.
- Exemplos de Sociedades de Economia Mista: Banco do Brasil, Banco do Nordeste do
Brasil
(BNB), Instituto de Resseguros do Brasil, Petrobras.
2-) A Lei nº 11.107/2005 disciplina a criação de consórcios públicos entre pessoas
políticas para a realização de objetivos de interesse comum. Qual a natureza jurídica
destes consórcios? Possuem diferenças em relação aos convênios de cooperação? Se
sim, quais? Fundamente. A formação de consórcio viola o princípio da federação?

O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado


sem fins econômicos.
Existe sim diferenças em relação aos convênios de cooperação, tais aspectos que os
direferem estão expostos abaixo:
Consórcio Público: É criado uma pessoa jurídica, na forma supradita, que integrará como
entidade da administração indireta, de todos os entes da federação que façam parte do consórcio,
e é esta que executará o serviço.
Convênios de Cooperação: Nesse não há criação de pessoa jurídica, trata-se de um
acordo entre os entes estatais, em que aquele que recebe a contribuição (financeira) é que irá
executar o serviço, ou no caso de convênios que não haja valores monetários, ambos poderão
executar o pactuado.
A existência de um plano de trabalho é obrigatória, tanto no convenio público, bem como,
no privado.
A existência ou não do plano de trabalho junto aos convênios é o que faz diferenciar de
outros repasses de verbas entre o poder público e entre o Estado e a iniciativa privada
Conceito de convenio para uma melhor explanação: É todo ajuste celebrado entre
entidades da Administração Pública ou entre essas e organizações particulares, tendo como
objeto a realização de interesses comuns. É, portanto, uma associação cooperativa, em que os
partícipes se unem para a consecução de um fim comum possibilidade de ação conjunta entre os
entes da federação (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) através dos consórcios
públicos e convênios administrativos. Esses institutos são colocados à disposição dos estados
para a gestão associada de serviços públicos, mas também à disposição da sociedade civil para
a execução das políticas públicas, desde que se enquadrem dentro dos requisitos para travar
com o setor público a avença.
O principio da Federação não é violado, pois, O consórcio público é como se fosse uma
“parceria” firmada por dois ou mais entes da federação para que estes, juntos, tenham mais força
para realizar objetivos de interesse comum. A própria CF/88 no art. 241 estimulou que a União, os
Estados, o DF e os Municípios formassem consórcios públicos para a realização de objetivos
comuns.
3-) O que significa o princípio da especialidade da Administração Indireta? Tal princípio
também se aplica às empresas públicas e às Sociedades de Economia Mista? Fundamente
e justifique.

O princípio da especialidade reflete a ideia de descentralização administração, em que se


criam entidades para o desempenho de finalidades específicas. Decorre, ademais, dos
princípios da legalidade e da indisponibilidade o interesse público. O princípio da especialidade
tem a ver com a descentralização administrativa, isto é, toda vez que há uma descentralização, a
Administração, por meio de lei, cria ou autoriza uma entidade da Administração indireta que é
especializada em determinado assunto. Nesse sentido, é proibido constituir uma entidade da
Administração indireta para exercer atribuições genéricas. Exemplo: União → Ibama.
Cabe salientar que a Constituição Federal exige edição de lei específica para a criação
ou autorização de criação das entidades da Administração Indireta (art. 37, XIX). Nesse caso, a
lei deverá apresentar as finalidades específicas da entidade, vedando, por conseguinte, o
exercício de atividades diversas daquelas previstas em lei, sob pena de nulidade do ato e
punição dos responsáveis.
Embora tenha sido criado inicialmente para as autarquias, uma das espécies de
entidades administrativas, o princípio aplica-se modernamente a todas as pessoas
administrativas que integram a Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista).

4-) É possível qualquer tipo de controle sobre os atos das agências reguladoras?
Fundamente.

As Agências Reguladoras possuem autonomia administrativa e financeira. Tal fato,


porém, não impede o controle finalístico no âmbito de suas atuações, como ocorre com as
Autarquias comuns.
Assim, as Agências Reguladoras devem prestar contas aos Tribunais de Contas, sendo
também controladas pelos Três Poderes, sendo o controle político realizado pelo Poder
Legislativo, nos termos do artigo 49, X, da Constituição Federal, controle este auxiliado pelas
Cortes de Contas, conforme o artigo 71 da Magna Constituição, no tocante ao controle financeiro-
orçamentário.
E, claro, o Poder Judiciário pode realizar o controle jurídico, este a posteriori e
unicamente de Legalidade, razoabilidade e proporcionalidade (art. 5°, XXXV, CF), sendo certo
que os elementos resultantes de valoração acerca da conveniência e oportunidade do ato, “como
ocorre com os atos administrativos em geral, revelam o regular exercício da função administrativa
e são privativos dos agentes administrativos, estando, por conseguinte, excluídos de apreciação
judicial”. (CARVALHO FILHO, 2011, p. 442).
Não se pode olvidar, ainda, do controle exercido pela população (artigo 74, §2°, CRFB).

5-) No que consiste o princípio da legalidade? Trata-se de um princípio absoluto?


Fundamente e exemplifique.

Representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular, isto é, o exercício


da função administrativa não pode ser pautado pela vontade da Administração ou dos agentes
públicos, a Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei. Portanto, é o
mais importante princípio específico do Direito Administrativo. Dele derivam vários outros, como
finalidade, razoabilidade, isonomia e proporcionalidade. (Artigos 5º, II, 37, 84, IV, da Constituição
Federal)
É cediço não haver em nosso sistema constitucional qualquer princípio com natureza
absoluta, sendo imprescindível, em caso de conflito principiológico, um juízo de ponderação no
caso concreto, com vistas a averiguar qual deverá ser a hipótese prevalecente no contexto. Nem
mesmo o direito à vida possui essa característica, haja vista poder ser mitigado em situações
excepcionais, em que a prevalência de outro princípio se justifique. Senão vejamos: Atentos a
esse quadro, os tribunais vêm mitigando a legalidade estrita em casos nos quais o cumprimento
rígido de um dispositivo poderia constituir um quadro extremamente injusto, desproporcional e
inadequado, senão vejamos: 
DIREITO ADMINISTRATIVO. REEXAME NECESSÁRIO. CONCURSO PÚBLICO.
RECLASSIFICAÇÃO. FINAL DA FILA. SEM PREVISÃO EDITALÍCIA. ANTERIOR
À ENTRADA EM VIGOR DA LEI COMPLEMENTAR 840/2011. POSSIBILIDADE.
PONDERAÇÃO DE PRINCÍPIOS. ISONOMIA. 
1. Á luz do princípio da igualdade,a pretensão de reclassificação do
candidato aprovado é juridicamente possível, uma vez que não fere qualquer direito dos
demais aprovados no certame, não colide com qualquer interesse público, tampouco
causa prejuízo ao erário. 
2. Mitiga-se o princípio da legalidade quando se acolhe o pedido de final de fila
não previsto no Edital, pois a regra decorre da aplicação do princípio da legalidade.
3. Remessa oficial conhecida, mas desprovida. (TJ-DF – RMO: 20120111705623 DF
0009011-13.2012.8.07.0018, Relator: GISLENE PINHEIRO, Data de Julgamento: 14/05/2014,
5ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 20/05/2014 . Pág.: 162)  

6-) Com base no princípio da publicidade, os atos internos da administração pública devem
ser publicados no Diário Oficial? Justifique.
Os atos internos são aqueles que se destinam a produzir efeitos no interior da
Administração Pública, alcançando seus órgãos e agentes (Para órgãos e agentes, não é para
todos). Por esse motivo, não há necessidade de publicação no Diário Oficial, bastando uma
comunicação aos interessados. São exemplos de atos internos as ordens de serviço e uma
portaria de remoção de um servidor. (Artigo 5º, X, XXXIII e LX da CF).
Atos externos são aqueles que se destinam tanto aos administrados, quanto à própria
Administração Pública, ou seja, diferentemente dos atos internos, seus efeitos não se restringem
ao âmbito da repartição que o originou. Os atos externos devem ser publicados na imprensa ou
órgão oficial (princípio da publicidade). São exemplos de atos externos os decretos e
regulamentos.

7-) Quem são OS, OSCIPs e OSC? Explique a natureza jurídica de cada uma e estabeleça
as semelhanças e diferenças apontando a lei que as criou.

OSC: Pessoa jurídica e direito privado sem fins lucrativos. Sendo melhor conceituada como
toda instituição que desenvolva projetos sociais com finalidade pública.
As Organizações Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP) são entidades privadas sem fins lucrativos, criadas por particulares - com ou sem a
autorização da Administração Pública, a fim de exercerem atividade de interesse social e coletivo,
tais como: O ensino a certas categorias profissionais, o apoio a projetos de pesquisa, ensino e
extensão de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse, em função de
contrato ou convênio.
Semelhanças entre os institutos:
1) São pessoas privadas não integrantes da administração pública.
2) Atuam em áreas de interesse social, especificadas na lei respectiva; não são
delegatárias de serviços públicos.
3) Não possuem finalidade lucrativa.
4) Não podem ser qualificadas como OS e OSCIP e OSC ao mesmo tempo.
5) Deverá haver licitação formal quando contratantes em contrato de obras, compras,
serviços e alienações, com recursos da União – sendo aquisição de bens e serviços comuns,
será obrigatório o pregão.
Diferenças existentes entre Organizações Sociais, Organizações Sociais da Sociedade
Civil de Interesse Público e OSC, respectivamente:
1) Foram idealizadas para substituir órgãos e entidades da administração pública, que
seriam extintos e teriam suas atividades “absorvidas” pela OS; OSCIP – não foram idealizadas
para substituir órgãos ou entidades da administração.
2) OS – fomenta suas atividades mediante formalização de contrato de gestão com o poder
público, Recebem recursos orçamentários específicos; enquanto a OSCIP utiliza-se de termo de
parceria. OSC tem a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos
de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de
cooperação.
3) A OS qualifica-se por ato discricionário, que depende de aprovação pelo Ministro de
Estado ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao objeto
social; ao passo que a OSCIP por ato vinculado do Ministério da Justiça.
4)  A lei exige que a OS possua um conselho de administração, com representantes do
poder público, e a OSCIP que tenha um conselho fiscal.
5) Ambas poderão perder sua qualificação, assegurado o contraditório e a ampla defesa,
no caso da OS - quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de
gestão; enquanto a OSCIP – quando descumprir normas estabelecidas na lei, mediante processo
administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público.

8-) O poder hierárquico está presente nos Poderes Judiciário e Legislativo? Conceitue,
fundamente e explique sua resposta.

Pelo poder hierárquico, a Administração Pública distribui e escalona as funções dos seus


órgãos, definindo, na forma da lei, os limites da competência de cada um dos agentes. Ordena,
coordena, controla e corrige as atividades administrativas. Inexistente no Judiciário e no
Legislativo, a hierarquia é privativa da função executiva, sendo elemento típico da organização e
ordenação dos serviços administrativos.

9-) No que consiste o Poder Disciplinar? Em razão dele, é possível aplicar sanção àqueles
que pratiquem atos contrários aos interesses da administração? Justifique.

Poder disciplinar é poder que tem a Administração de apurar infrações administrativas e


impor as respectivas penalidades aos seus agentes públicos e demais pessoas submetidas à
disciplina administrativa. Sim, desde que, os atos constrarios sejam praticados por agentes
públicos no exercício de suas atividades, sob pena de improbidade administrativa.

10-) É possível que fiscalização e autuação sanitária tenha sido objeto de delegação a
empresa bparticular por meio de contrato administrativo? Por quê? Justifique.

 A delegação de serviço público nas suas modalidades, ou seja, quando o serviço público é
prestado diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios ou indiretamente por
concessão, permissão e autorização. Tendo em vista a satisfação do interessesocial, a
Administração Pública pode utilizar de suas prerrogativas para garantir a prestação adequada
intervindo, se necessário, no serviço e empresa delegada.
A descentralização administrativa ocorre quando há a transferência da responsabilidade,
pelo exercício de atividades administrativas pertinentes à Administração Pública, a pessoas
jurídicas auxiliares por ela criadas com essa finalidade ou para particulares, podendo se dar por
meio da outorga ou delegação de serviços públicos. Doutra via, nos serviços delegados, há
transferência da execução do serviço por contrato (concessão), ou ato (permissão e autorização)
negocial.

Referências:

ALEXANDRINO, Marcelo, Direito administrativo descomplicado / Marcelo Alexandrino,


Vicente Paulo. – 21. Ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro : Forense; São Paulo : Método, 2013.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/47711/diferencas-entre-organizacoes-sociais-os-e-
organizacoes-da-sociedade-civil-de-interesse-publico-oscip/. Acesso em: 15/05/2020.
MONTEIRO, Martha Jackson Franco de Sá. O poder normativo das agências reguladoras
no Brasil. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21, n. 4645, 20 mar. 2016.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/46453. Acesso em: 14 maio 2020.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo / Maria Sylvia Zanella Di
Pietro – 27.ed-São Paulo: Altas, 2014. Disponível em:
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/consorcio-publico/ acesso em:
15/05/2020.
MELLO BANDEIRA, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo.27 ed. Editora
Malheiros, São Paulo, 2010;
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo/ José dos
Santos Carvalho Filho – 31. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2017.

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