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PERGUNTAS DIREITO ADMINISTRATIVO

1) Disserte acerca do pacto federativo e do princípio republicano

 Federação, como princípio fundamental, é forma de Estado. A República


Federativa do Brasil, estruturada pela atual CF-88, prevê uma forma de Estado
federativa, o que significa que há uma distribuição do poder em função do território nacional. O poder
não é exercido apenas de forma central – caso fosse, seria
um Estado unitário. O poder é exercido de forma descentralizada por unidades
políticas autônomas.
As partes que compõem todo o Estado brasileiro são apenas autônomas. Os 26 Estados, o Distrito
Federal, os mais de 5 mil municípios são autônomos. Soberania é um fundamento do estado brasileiro. A
República Federativa do Brasil, que reúne as entidades federativas, é soberana, mas as partes que
compõem esse todo são apenas autônomas.
O poder é exercido de forma descentralizada por entidades federativas autônomas. Essa é a marca
da Federação.
O artigo 18º, primeiro artigo do Título III da CF, não deixa dúvidas acerca da
adoção do princípio federativo. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o DF e os municípios, todos autônomos.
O pacto federativo é o conjunto de dispositivos constitucionais que configuram a moldura jurídica,
as obrigações financeiras, a arrecadação de recurso e os campos de atuação dos entes federados. O debate
em torno do pacto federativo que está sendo travado atualmente no Congresso Nacional gira em torno,
sobretudo, de questões fiscais.

Fonte: Agência Senado

 Consta do art. 1º da CF que o Brasil é uma República.11 As verdadeiras dimensões deste


asserto devem ser buscadas, a nosso ver, não na História dos Povos (v.g., o romano), nem
no Direito do estrangeiro (e.g., o Norte-Americano), mas em nossa própria Carta Magna. É
ela – e só ela – que traça o perfil e as peculiaridades da República Brasileira.
De fato, juridicamente, eventuais semelhanças entre nosso modelo republicano e o de outros Países
não acarretam consequências mais expressivas. Se presentes (o que só o estudo do Direito Comparado irá
nos revelar), podem, quando muito, ilustrar o pensamento do expositor, além de abrir-lhe os tesouros da
doutrina alienígena. Mesmo neste caso, porém, elas devem ser encaradas com reserva e espírito crítico,
pois que se referem a outro sistema normativo que, seguramente, nunca coincidirá, in totum, com o nosso.

O que podemos dizer, em termos genéricos, é que, numa República, o Estado, longe de ser o senhor
dos cidadãos, é o protetor supremo de seus interesses materiais e morais. Sua existência não representa
um risco para as pessoas, mas um verdadeiro penhor de suas liberdades.

2) Disserte acerca da administração pública em seu sentido subjetivo e seu


sentido objetivo

SENTIDO OBJETIVO:  relaciona com atividades de gestão do estado


EX: recolher lixo

SENTIDO SUBJETIVO  pessoas e órgãos que cuidam da administração e


gestão pública, cuida da gestão das atividades

EX: professores e PROCON.

3) Disserte acerca da administração pública direta e indireta

Administração pública direta  a própria pessoa jurídica do estado executando


as atividades.

Administração pública indireta  cria outra pessoa jurídica ou autoriza a criação


e entrega algum assunto de interesse específico da administração pública.

OBS.: Não é subordinação, não há hierarquia, mas há CONTROLE.

ADM. PÚBLICA INDIRETA ocorre sempre por conta do fenômeno da


descentralização, criando ou autorizando a criação de pessoa jurídica e com isso a
entrega alguma atividade pública que antes era cri..................

CARACTERÍSTICAS

a) Tem em comum, personalidade jurídica própria, capazes de pedirem tutela


jurisdicional em nome próprio possuem autonomia técnica administrativa, de pessoas
diversas a do Estado, com dirigentes superiores de carreira

b) Criadas ou autorizadas por lei específicas art 37, inciso XIX

c) Finalidade pública: pra atender determinada finalidade, e deve estar contida


na sua lei ex; INSS cuidar da assistência e previdência social

SAE – serviço da água e esgoto no município de Recreio – MG

d) sujeitam-se ao controle finalístico, não guarda subordinação para a entidade


que a criou ou autorizou sua criação, não guardam hierarquia nem subordinação

11.107/2005 associações públicas que podem pertencer ao estado, município,


união ou DF por contrato de consórcio público que se estabelecem interesses comuns
que ali registrado em contrato, passa a se chamar associações públicas, oriunda deste
contrato. CC art. 41,IV.

4) Disserte sobre a teoria dos órgãos


Teoria segundo a qual toda atuação do agente público deve ser imputada ao órgão que ele
representa, ou seja, à pessoa jurídica para a qual trabalha, e não à sua pessoa. Na jurisprudência brasileira,
essa teoria se manifesta nas decisões que não aceitam o ajuizamento de ação de indenização pelo particular
diretamente contra o agente público causador do dano. TEXTO STF.

® É a teoria amplamente adotada pela doutrina e jurisprudência.

Por esta teoria, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos
órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa jurídica, de tal modo que, quando os
agentes que atuam nestes órgãos manifestam suas vontades, considera-se que estas foram manifestadas
pelo próprio Estado.
A atuação da pessoa jurídica deve ser imputada ao Estado, não ao agente.

Essa teoria justifica a validade dos atos do funcionário de fato, pois considera que o ato por
ele praticado é ato do órgão, imputável à Administração. Funcionário de fato é aquele cuja investidura foi
irregular, mas cuja situação tem aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, boa-fé, da
segurança jurídica e da presunção de legalidade dos atos, reputam-se válidos os atos por ele praticados,
desde que não eivados de outros vícios.

Não é qualquer ato que será imputado ao Estado. É necessário que o ato revista-se, ao
menos, de aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um
agente público. O cidadão comum de boa-fé não tem como verificar se o agente público está atuando ou
não dentro de sua esfera de competência.

5) Disserte sobre desconcentração e descentralização

Desconcentração  criação de órgãos para tratar de assuntos específicos.


(Adm. P. Direta)

Descentralização  administração pública indireta. Outras Pessoas Jurídicas


criadas para desempenhar as atividades que antes eram desempenhadas pela
administração pública direta (estado).

6) Disserte sobre os pressupostos da supremacia do interesse público e da


indisponibilidade do interesse público

Na relação entre o Estado e o particular não existirá isonomia (como nas


relações privadas), mas, haverá preponderância do interesse público. Sendo assim, o
estado goza de determinadas prerrogativas que o particular não possui. Na defesa do
interesse público o Estado se sobrepõe ao particular. Desse pressuposto básico, decorre
outro pressuposto do regime jurídico administrativo, sendo ele a indisponibilidade do
interesse público. Ex: Ação de ressarcimento do erário. Não está sujeita a prescrição
vitaliciamente, e o Estado pode entrar a qualquer momento com esta ação.

O direito não socorre aos que dormem

A exemplo da prescrição e da decadência, se passar muito tempo sem exigir o


direito que tem, pode perder o direito de exigi-lo e perder o direito é a decadência

7) Disserte sobre os princípios explícitos da administração pública


esculpidos no art. 37 da CF
LEGALIDADE

IMPESSOALIDADE bom andamento da gestão

MORALIDADE art. 37 CF/88 PRINCÍPIOS BASILARES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PUBLICIDADE pressupostos

EFICIÊNCIA

 LEGALIDADE
Na administração pública, essa LEGALIDADE (ou a Liberdade) é mais
engessada. Só pode fazer o que a lei manda, todas as condutas devem estar previstas
em lei. O gestor pratica atos administrativos. Os atos do gestor devem estar previstos
em lei. Ex:elaboração de lei orçamentária (gastos em cada érea pública) em planilha
para o ano inteiro e para aquisições públicas, esta lei deve ser observada. A leii conforma
todos os atos. O administrador dá eficácia à lei. Nem sempre olegislador consegue
prever toda a conduta do gestor, em determinado momento o gestor pode observar o
que é mais conveniente para aquele momento – NÃO CONFUNDIR COM LIBERDADE.

ATOS ADMINISTRATIVOS DO GESTOR: são dois, sendo eles, vinculados e


discricionários.

a) VINCULADOS - a lei consegue prever todos os atos, não observa o momento


( está vinculado a lei)

b)DISCRICIONÁRIOS – o administrador público escolhe a conduta mais


conveniente para aquele momento e que ao mesmo tempo vai atender a lei.

O princípio da legalidade , previsto expressamente no art. 37 da CF, aplicado à


administração pública, é diferente daquele aplicado aos indivíduos. Podemos ressaltar
que a legalidade na gestão pública determina que o administrador público deverá praticar
seus atos nos exatos termos que a lei assim determina. Cabe frizar, portanto, que o
administrador público fará o que a lei determina, manda. Dentro de tal contexto, o
administrador público poderá praticar duas espécies de atos administrativos, quais
sejam: Atos Administrativos VINCULADOS e atos Administrativos DISCRICIONÁRIOS.

No ato administrativo vinculado o gestor público terá toda sua conduta


estritamente prevista na lei, não havendo espaço para qualquer liberdade. Todavia,
nemsempre a lei conseguirá atender de forma específica, qual seria a conduta do gestor
que, melhor atende o interesse público. Diante disto, a norma jurídica prevê finalidades
a serem alcançadas e concede ao administrador públicoa discricionariedade (JUÍZO DE
OPORTUNIDADE E CONVENIÊNCIA) a fim de que o mesmo possa escolher a melhor
conduta para atender ao interesse público.

 IMPESSOALIDADE

Em relação aos administrados, é o 2º princípio explícito na CF, as atividades do


administrador público, não são pessoais. Ele deve gerir a máquina pública para atender
todos os interesses públicos, não se pode perseguir e nem privilegiar (vedado na
administração pública) ninguém. Ele é mandatário executar a gestão como a lei
determina. A ação do gestor público deve ser impessoal. Em relação ao administrador,
não há possibilidade de fazer propaganda pessoal nos atos da gestão pública para
promoção social, somente educativo.

O princípio da impessoalidade previsto expressamente no art. 37 da CF tem um


duplo enfoque: o 1º deles é com relação ao administrado, onde se determina que o gestor
público na prática de seus atos administrarivos, não concederá privilégios ou realisarpa
perseguições nos seus atos de gestão.

Com relação ao 2º enfoque , no que pertine ao administrador, este não poderá


fazer uso dos seus atos com vistas a se promover de forma pessoal. O ato praticado
pelo gestor público não deve ser imputado à pessoa do gestor, vez que a relação não é
pessoal e sim com a gestão, com um todo.

 MORALIDADE

Seu conteúdo é mais amplo que o da legalidade. O ato pode se tornar imoral na
sociedade que está inserido. O gestor deve agir com legalidade e moralidade. Tal idéia
deu origem à súmula 13 do nepotismo. O gestor nomeava parentes para fazer o Estado
de cabide de empregos, até sem ter idéia da técnica para o cargo. Essa proibição não
está na lei, mas é imoral. No entanto alguns cargos políticos pode ser nomeado graus
de parentesco para ocupar tais cargos.

O princípio da moralidade é mais amplo que a idéia de legalidade, visto que a


conduta poderá ser de acordo com a lei, contudo poderá afrontar a idéia de moral. Cabe
ressaltar que a moralidade foi um dos fundamentos que justifica a confecção da súmula
vinculante nº13. O nepotismo não era vedado pela lei, contudo, restar fixado que tal
conduta perpetrada pelo administrador público afronta os pressupostos da moralidade
da administração.

É sabido que no ato de gestão o administrador público deverá atentar para a


idéia da probidade, boa fé e honestidade.

 PUBLICIDADE

Qualquer ato de gestão ou administração deve ser público isso para que
qualquer pessoa possa administrar esse ato. Se o ato não for público, ele é nulo. Há
vários mecanismos tais como a lei da transparência.

A doutrina entende que a idéia não está ligada à publicação, mas não
necessariamente eles necessitam ser publicadas para ter validade, há exceções de
publicações de atos. Há casos que os atos são em segredo e é respaldado
constitucional, isso é para assegurar a sociedade ou Estado não há publicação ou
publicidade; art. 5º CF/88. Existem outras formas para publicidade que não é a
publicação, ex: a carta convite em licitação, que não necessitase publicada. Escolhe as
empresas que prestam o serviço e manda convite para no mínimo 3 empresas
convidando, elabora um edital estendendo para todas empresas que seja do ramo, só
que ele não é publicado e sim fixado no local de licitação. Essa forma é entendida como
publicidade.

O princípio da publicidade administrativa elucida que a validade de todo e


qualquer administrador que não está diretamente condicionado a sua publicidade.
Portanto, os atos administrativos que não atentarem para referidas regras e princípios,
estarão eivados de nulidade e não poderão produzir seus perspectivos efeitos. Importa
ressaltar que o princípio da publicidade não é um princípio absoluto e nos termos do art.
5º, XXXIII, podendo ser restringido em favor da segurança do Estado e da sociedade nos
exatos termos do art.5º,XXXIV da referida norma constitucional (art. 5º CF/88). Também
se admite o direito de petição para que toda e qualquer pessoa tenha acesso às
informações de interesse público, que deverão ser disponibilizadas pela administração
pública. Outrossim, a lei da transparência também obriga o administrador a disponibilizar,
inclusive em sítios de plataformas digitais, os dados de governo a fim de facultar o
controle da administração pública. Importa ressaltar, também, que publicidade não é
sinônimo de publicação, mas esta é um dos meios de se realizar aquela. Podemos citar
o exemplo da publicidade na licitação sob a modalidade carta convite. Na referida
licitação não há necessidade de se publicar o edital, bastando o envio dos convites e a
afixação do edital no mural da repartição pública que realizará o certame.

 EFICIÊNCIA

É um dos princípios que está na CF através de Emenda Constitucional. Obriga


o administrador a praticar seus atos de forma menos onerosa com o atingimento da
melhor forma. A forma equilibrada, a idéia de licitação, e essa escolhe a melhor proposta
(custo benefício) para a gestão. É a idéia do bom e barato. Não se pode gastar mais do
que arrecada, isso consiste na responsabilidade fiscal.

O princípio da eficiência foi introduzido na norma constitucional através de E.C. nº19 de 1998. Dentro
deste contexto, não se constava originariamente na CF o referido princípio. Este postulado orienta que o
administrador público deverá executar suas atividades atentando para a idéia do custo benefício. Sendo
assim, na gestão do interesse público o gestor deve prestar o melhor serviço de forma qualitativa, com vistas
ao atendimento universal, atentando-se, por outro lado, na reserva do possível. Os gastos / investimentos
na gestão pública devem estar devidamente ordenados a atender com modicidade o melhor interesse
público. Como consequência deste princípio podemos vislumbrar a edição de leis cujo objetivo é conformar
uma gestão eficiente. As leis de licitações e a lei de responsabilidade fiscal são exemplos cristalinos da
aplicação concreta do mencionado princípio.

8) Conceitue autarquias

Autarquias – criadas por lei específica, possui personalidade jurídica de direito


público interno Tb chamado de serviço público descentralizado, consta no art. ....
possuem patrimônio próprio, podem cobrar por conta das suas atividades institucionais,
ex; taxas, tributos como o SAE que pode cobrar pela água que disponibiliza.

9) Explique os privilégios processuais e privilégios fiscais das autarquias


Regida pelo mesmo regime aplicado à administração pública, sobretudo ao que
se refere as questões processuais. O inciso I do decreto lei 200 o conceitua.

Ex.: INSS IBAMA INCRA Universidades Federais

Seu regime jurídico goza dos privilégios estatais, como os processuais, prazos
em dobro, sujeito regime de precatório para pagamento de dívidas, bens impenhoráveis,
pela indisponibilidade do interesse público, possui o reexame necessário. Dispensada
do depósito de 5% do valor da causa para caução desta ação, além de isenção de custas
processuais adiantadas, possuem privilégios fiscais, (no material) imunidade recíproca
art. 150 CF concede o gozo da imunidade tributária recíproca, realiza contratos
administrativos que devem reprisar a lei 8666/93 e pode constar causas exorbitantes que
trazem privilégio pro Estado

Regime de pessoal das autarquias é assemelhado ao da administração Pública


direta. Servidores públicos estatutários contratados por concurso público.

Praticam atos administrativos passiveis de análise o art. 98 do CC

Podem ter controles financeiros regulados pelo TC e no âmbito municipal pelas


câmaras municipais.

Se submetem a prescrição da administração pública direta no prazo de 5 anos


conforme art. I decreto nº20910/32

1- Uso comum do povo

2 - Bens de uso especial

3 - Bens dominicais/dominiais

10) Explique as autarquias profissionais e a natureza jurídica da OAB

Regulam as profissões conforme o regramento público EX: conselhos


profissionais, CREA , CRO, CRM, com exceção da OAB conforme decisão do STF por
ADI 3026 DF, pois a profissão consta com provisão constitucional que menciona sua
indispensabilidade à administração da justiça, junto aos poderes do Estado que ao
mesmo tempo se equipara a um ente que auxilia os poderes estatais. Sem ser poder do
Estado, mas também não é apenas um órgão de classe e sim o equilíbrio entre elas.
Considerando- a SUIgeneres (gênero próprio).

 OAB
Ocorre que, o STF – Supremo Tribunal Federal -, na ADIN - Ação Direta
de Inconstitucionalidade - nº 3.026/DF, decidiu que a OAB é uma
exceção, configurando como entidade "ímpar", "sui generis", sendo um
serviço público independente, sem enquadramento nas categorias
existentes em nosso ordenamento, muito menos integrante da
Administração Indireta ou Descentralizada.
Verifica-se, portanto, que a OAB, sob a visão do STF é uma entidade
independente, cuja função é institucional de natureza constitucional. Em
virtude de tal classificação, a OAB não se compara às demais autarquias
profissionais, possuindo suas próprias regras, quais sejam, não se
submetem à regra de realização de concurso público, sendo seu pessoal
regido pela CLT, as contribuições pagas pelos inscritos não tem
natureza tributária, se submetendo ao processo de execução comum –
não mais fiscal - e não se sujeita ao controle contábil, financeiro,
orçamentário e patrimonial desempenhado pelo Tribunal de Contas.

Por tais razões, a OAB, segundo jurisprudência consolidada do STF, é


pessoa jurídica "ímpar" no ordenamento jurídico brasileiro. Assim,
apesar de possuir todos os privilégios inerentes às autarquias e seguir o
regime público, como o julgamento perante a Justiça Federal, imunidade
tributária, privilégios processuais, não mais poderá ser considerada uma
espécie de autarquia propriamente dita.

11) Explique as autarquias em regime especial dando ênfase nas autarquias


culturais, agências reguladoras e agências executivas.

 Autarquias em regime especial são aquelas que possuem


características próprias, que as tornam "especiais", se comparadas com
as autarquias comuns, como maior autonomia administrativa, técnica ou
financeira. Cada autarquia especial tem a sua peculiaridade.

Tais prerrogativas tem que estar previstas na lei de criação da autarquia,


um exemplo de autarquia especial é o Banco Central, que possui ampla autonomia para conduzir
assuntos monetários no Brasil, outro exemplo são as agências reguladoras.

 Agência Executiva

Já agência executiva se refere a uma qualificação recebida por autarquia ou fundação pública
que celebram contrato de gestão com a entidade a qual estão vinculadas, visando ampliar sua
autonomia, nos termos do art. 37 § 8º da CF/88.

No contrato de gestão são estipuladas metas e criados critérios objetivos para julgamento de seu
cumprimento por parte da autarquia ou fundação pública, e, em contrapartida a entidade ampliará
a autonomia gerencial, orçamentária e financeira da agência executiva.

É importante ressalvar que o contrato de gestão também pode ser celebrado com órgãos da
administração pública direta ou indireta, ou com entidades privadas, mas somente as autarquias
e fundações públicas recebem a denominação de agência executiva, conforme previsto no art.
51 da Lei 9.649/98.

 Agências Reguladoras

As agências reguladoras são espécies do gênero autarquias em regime especial, pois possuem
várias características próprias, sendo a principal delas sua relativa autonomia e independência
na sua área de atuação.
As agências reguladoras no Brasil foram criadas na década de 90 segundo o modelo norte
americano, com o objetivo principal de regular e fiscalizar as atividades exercidas por
concessionários e permissionários.

Surgiram da necessidade criada pelas privatizações, uma vez que os serviços públicos
anteriormente prestados exclusivamente pelo Estado passaram a ser executados por
particulares. São exemplos de agências reguladoras: ANATEL (agência nacional de
telecomunicações), ANAC (agencia nacional de aviacao civil), ANP (agência nacional do
petróleo).

Uma característica essencial das agências reguladoras é a estabilidade de seus dirigentes, que
possuem mandato por prazo fixo, não podendo ser destituídos "ad nutum", cabendo a lei de
criação de cada agência estabelecer o prazo do mandato.

Finalmente é importante mencionar que a indicação dos dirigentes é política, feita pelo
Presidente da República com aprovação do Senado no caso das agências federais.

 Autarquias culturais
As autarquias culturais ou de ensino, em que se incluem as Universidade

12) Explique associações públicas

São pessoas jurídicas de direito público criadas a partir da celebração de um consórcio público por
entidades federativas.

Ex: Entidade criada a partir de um consórcio público entre União, Estado de São Paulo e município
de Guarulhos para a criação de um museu.

Quando as entidades federativas celebram um consórcio público, elas podem decidir se essa nova
pessoa criada será de direito público ou de direito privado. Se for de direito público, será caracterizada como
Associação Pública. Se for de direito privado, não há um nome específico.

O objetivo de uma associação pública é estabelecer finalidades de interesse comum entre as


entidades federativas. Elas fixam uma meta a ser atingida e a associação pública é um instrumento para
atingir essa meta.

A associação pública pertencerá à administração indireta de todas as entidades federativas


consorciadas.
Ex: no caso acima, pertencerá ao mesmo tempo ao âmbito estadual, federal e municipal.
Parte da doutrina, devido a essa novidade, as considera pessoas jurídicas TRANSFEDERATIVAS.

As associações NÃO são criadas após celebração de convênio, e sim a partir da celebração de um
CONSÓRCIO.

13) Conceitue fundações públicas explicando-as, tratando da questão de sua


personalidade jurídica e explicando seus aspectos gerais.
FUNDAÇÕES – autorizada por lei, prevista no decreto lei 200, art. 37,
direito civil prevê fundações privadas, regulamentadas pelo direito civil

Enquanto as fundações públicas são reguladas pelo direito administrativo.

A fundação é um dado patrimônio público personalizado para que atenda a


algum fim específico. quando a administração pública o concede personalidade jurídica.
Não se confundem fundações públicas com as privadas, integra a administração pública
indireta do ente que destinou tal patrimônio. EX: Funai – fundação em defesa do índio /
FUNASA – em defesa da saúde

Decreto lei 200, IV – entidade dotada de personalidade jurídica....

Tem responsabilidade civil objetiva pelos danos causados, conforme art. 37§6º
quando fundações autárquicas, gozam dos mesmos privilégios das autarquias, quando
de direito privado, nem sempre

Privilégios fiscais art. 150§2º CF - no sentido de imunidade tributária recíproca –


não podem ter impostos cobrados dela, quando se tratam de patrimônio, renda...
os contratos são administrativos, regidos pela lei 8666

14) Explique as empresas estatais traçando as semelhanças e diferenças da


sociedade de economia mista das empresas públicas

Estatal é uma empresa criada por meio de lei, que pertence ao governo e é controlada total ou
parcialmente por algum nível governamental — municipal, estadual ou federal. Geralmente, empresas
estatais são criadas para administrar recursos estratégicos do país e garantir que a população tenha acesso
a eles.

No Brasil, esse tipo de empresa é regulamentado pela Lei das Estatais (N°13.303, de 2016). Em
seu capítulo terceiro a Lei determina que toda Estatal deve respeitar uma função social

1.3 Empresas Públicas

Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas por autorização legislativa
específica, com capital exclusivamente público, para realizar atividades econômicas ou serviços públicos de
interesse da Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir de qualquer
forma admitida em direito.

Elas dividem-se em: Empresas públicas unipessoais – são as que o capital pertence a uma só
pessoa pública; e Empresas públicas pluripessoais – são as que o capital pertence a várias pessoas
públicas.

1.3.1 Características
Este ente da Administração Pública Indireta possui as seguintes características: personalidade
jurídica de direito privado; capital exclusivamente público; realização, em regra, de atividades econômicas;
revestimento de qualquer forma admitido no Direito; derrogações (alterações parciais) do regime de direito
privado; por normas de direito público; e criação por autorização legislativa específica.

Ademais, as empresas públicas não realizam atividades típicas do poder público, mas sim atividades
econômicas em que o Poder Público tenha interesse próprio ou considere convenientes à coletividade.

Apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, não se aplica o Direito Privado integralmente
às Empresas Públicas, pois são entidades da Administração Pública algumas normas públicas são aplicadas
a estes entes, com destaque a obrigatoriedade de realizarem licitações e concursos públicos, e a vedação
de seus servidores acumularem cargos públicos de forma remunerada.

1.4 Sociedade de Economia Mista

São consideradas sociedades de economia mista, com a participação do Poder Público e de


particulares no seu capital, as pessoas jurídicas de direito privado, criadas para a realização de atividade
econômica de interesse público.

São semelhantes à empresa pública, tendo como diferenças básicas o fato do capital ser diverso,
podendo somente ter a forma de sociedade anônima.

1.4.1 Características

As sociedades de economia mista possuem como principais características a personalidade jurídica


de direito privado; o capital público e privado; a realização de atividades econômicas; o revestimento da
forma de sociedade anônima; a detenção por parte do Poder Público de no mínimo a maioria das ações
com direito a voto; as derrogações do regime de direito privado por normas de direito público; e a criação
por autorização legislativa específica.

Note-se que, diverso da empresa pública, na sociedade de economia mista é possível que haja
capital privado. Contudo devemos destacar que o controle será público, tendo o Estado a maioria absoluta
das ações com direito a voto. Como às empresas públicas, não se aplica o regime de direito privado na
íntegra.

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