ÍNDICE

Índice 02
Editorial 03
A Loja de São João 04
A Verdadeira História dos Primórdios da Maçonaria no Brasil 10
A Música na Maçonaria - Cherubini 12
Onze Condutas Maçônicas Desejáveis 13
Irmão Convidado - 10 Coisas a Considerar Antes de Pedir a Palavra 14
Falta de Vontade - A Grande Deficiência Humana 16
O Obreiro – Matéria Prima e Instrumento de Trabalho 19
Calendário de Atividades 2° Trimestre de 2016 EV 21
Administração do Biênio 2015-2017 22
Junte-se a Nós! 23
Créditos 24

¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016 2

 EDITORIAL

Amados Irmãos e Amigos.

É uma enorme satisfação voltarmos a nos encontrar para apresentar mais uma edição de nossa
revista digital 1/4 de Hora, que recebe o número 6, e refere-se ao mês de abril de 2016.
Ressalto uma vez mais que esta revista tem como objetivo estreitar os laços fraternais que
unem todos os Maçons espalhados pela superfície da Terra, e ao mesmo tempo difundir o Rito
Adonhiramita, praticado pela nossa augusta Oficina, e tão carente de literatura dedicada.
Neste número inauguramos uma seção denominada “IRMÃO CONVIDADO” que é destinada
a publicação de textos produzidos por Amados Irmãos de outras Lojas, e que esperamos passar a ser
frequente em nossas edições. Neste sentido renovo o convite a você, Obreiro de outra Loja, ou mesmo
praticante de outro Rito, a nos auxiliar nesta empreitada, nos enviando sua colaboração para
publicação. As instruções para a remessa de material encontram-se relacionadas no final deste
exemplar.
Como de costume estamos disponibilizando o Calendário de Atividades do primeiro semestre
de 2016 de nossa Loja devidamente atualizado, para que os Amados Irmãos possam nos honrar
trabalhando conosco em nossas Sessões, fortalecendo nossas Colunas e nos iluminando com suas
Luzes.
Volto a ressaltar, por oportuno, que os artigos aqui publicados não representam a posição
oficial do Grande Oriente do Brasil, ou do Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, refletem
apenas a opinião individual e particular de seus autores.
Desejo a todos uma boa leitura.
Que o GADU nos guie e ilumine!

SERGIO EMILIÃO
Editor

¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016 3

 SERGIO ANTONIO MACHADO EMILIÃO
A LOJA DE SÃO JOÃO
“Em nome do GADU, e de São
João, nosso Patrono, está aberta a Loja de
Aprendiz Maçom, sob o título distintivo...”
É desta forma que o Venerável Mestre
de uma Loja Adonhiramita declara abertos os
Trabalhos, o que nos faz deduzir que as Lojas
praticantes de nosso Rito são devotadas a São
João.
Se observarmos o Telhamento, que é
universal e exatamente igual para todos os
Ritos no mundo inteiro - resguardadas as
peculiaridades de cada idioma, naturalmente -
quando nos perguntam de onde viemos,
respondemos: “- De uma Loja de São João.”
Parece, portanto, não restar dúvidas de
que as Lojas Maçônicas, seja lá qual for o Rito
praticado e o local do planeta onde estão
instaladas, são dedicadas a São João, ou seja,
todas têm este santo como Patrono.
No entanto, e volta e meia, vemos
alguns Amados Irmãos perguntando: “- Mas
qual São João?” Em parte a pergunta é
pertinente, pois além dos textos dos Rituais
não atribuírem “sobrenome” ao santo, existem
nada menos que 33 santos canonizados com o
nome de João pela Igreja Católica (número
bastante significativo para nós Maçons, não é
mesmo?). Por outro lado, julgo que entre os
Maçons esta dúvida não deveria existir,
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Irm Matheus
Mestr Inst
F R+C
Iniciado em 14.08.2004
Ven Mestr no Biênio 2013-2015
principalmente entre os praticantes do Rito
Adonhiramita, pelos motivos que veremos
adiante.
Dentre os santos chamados João mais
conhecidos certamente estão o “Batista”, e o
“Evangelista”, ambos contemporâneos de
Jesus e presentes em nosso Ritual (um de
forma explícita e outro de forma implícita).
Mas há um terceiro, chamado “São João de
Jerusalém”, ou “São João Esmoler”, que tem
despertado a atenção dos Maçons há algum
tempo. A qual deles teria sido realmente nossa
Ordem consagrada?
Pelo que pude verificar até aqui não há
nenhuma corrente que defenda a hipótese do
Patrono da Maçonaria ser São João
Evangelista, permanecendo o debate
exclusivamente entre as figuras de São João
Batista e São João Esmoler (de Jerusalém),
portanto, minha análise será restrita a estes
últimos.
Me parece igualmente razoável, antes
de decifrar este “enigma”, que examinemos as
razões pelas quais nossa sublime Ordem possui
um santo como Patrono.
O costume de consagrar cidades,
instituições e até pessoas a proteção um santo
padroeiro é comum entre as sociedades cristãs,
notadamente as católicas. Também não é
difícil conceber que a Maçonaria Especulativa,
4
com raízes nas guildas de construtores
medievais e nas Ordens Militares de Cavalaria
tenha herdado destas instituições este rito, já
que ambas professavam, e estas últimas até
combatias em nome e com base na fé Cristã.
Porém, a razão não é tão simples assim como
parece, aliás, nada na Doutrina Maçônica é
objetivo e direto. Grandes ensinamentos
encontram-se ocultos nas entrelinhas de nossos
Rituais. Nós Maçons somos treinados para nos
tornarmos decodificadores de símbolos tanto
na Natureza quanto na própria obra do homem.
Aliás, esta é uma característica das Escolas
Iniciáticas. Para quem duvida desta minha
afirmação basta lembrar, por exemplo, a fala
do Venerável Mestre quando examina
auxiliado pelos Irmãos Orador e Secretário o
conteúdo do Saco de Propostas e Informações:
“- O Saco de Propostas e Informações, após
seu giro de praxe, coletou x colunas gravadas
que passarei a decifrar.” Vejam bem, decifrar,
e não apenas ler. O que implica dizer que o
Maçom deve compreender, e não apenas
enxergar.
Voltando ao patronato, a prática de
dedicar cidades sob a tutela de alguma
divindade é ancestral, e supõe-se que tenha se
originado no antigo Egito politeísta, sendo
repassada a partir daí para a Grécia, depois
Roma, e finalmente absorvida pela Igreja
Católica em seus primórdios. É certo que a
Igreja Católica o fez no intuito de substituir o
culto aos deuses pagãos de Roma incutindo no
povo a ideia de que a renúncia à devoção das
divindades pagãs não era sinônimo de deixar
as cidades desprotegidas, metafisicamente
falando, pois os santos cristãos passariam a
cumprir esse honroso e importante papel. Uma
manipulação bastante compreensível se
considerarmos os padrões intelectuais da
sociedade da época, e a necessidade de
oferecer algum lenitivo à população.
Ocorre, no entanto, que a própria Igreja
Cristã Romana não era tão inocente assim nos
Antigos Mistérios quanto quer parecer. Esta é
apenas a versão exotérica ou histórica dos
fatos, pois sempre houve e haverá motivos
esotéricos e Iniciáticos envolvidos e
embasando suas decisões.
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Foi assim que teve origem o “mistério”
de São João, ou melhor, o início da “Tradição
Joanita” ou “Cristianismo Místico”, cujas
bases esotéricas veremos adiante.
As Antigas Tradições possuíam o
costume de festejar as datas correspondentes
aos dois Solstícios, de Inverno e Verão, que
foram propositalmente estabelecidas como
comemorações de São João pela Igreja Cristã
em seus primórdios. Estas festas assumiram na
época do apogeu do Império Romano a
peculiaridade de serem dedicadas ao deus
bifronte Janus, que simboliza muito bem a
Tradição Iniciática, já que uma de suas faces
está sempre voltada para o passado (para trás)
e a outra para o futuro (para a frente). Outro
detalhe relevante a ser destacado é que a
etimologia do vocábulo janus deriva da
expressão latina janua que significa “porta”,
“origem”, vindo daí inclusive a denominação
do primeiro mês do ano: janeiro (januarius).
É interessante ainda notar que a palavra
“porta”, uma das origens etimológicas do
vocábulo, corresponde à letra grega delta (por
sua vez derivada do hebraico daleth), que é
representada graficamente por um triângulo, e
que era a exata forma dos portais dos antigos
templos gregos dedicados à Iniciação nos
Mistérios de Elêusis.
Segundo a Mitologia Clássica, o deus
romano Janus presidia todos os “inícios” (do
latim initium, de onde se deriva também a
expressão initiare – Iniciar), e em particular o
ingresso do Sol em cada um dos dois
Hemisférios Celestes. Também era o
depositário da “chave” para as Iniciações nas
Antigas Tradições. A semelhança entre a
forma latina do nome deste deus e de João
(Joahnes ou Ioahnes) é evidente. Portanto, não
foi por acaso que este último tomou o lugar do
primeiro. Afinal, João, que parece ter sido um
nome comum entre os judeus na época dos
Evangelhos não o era no Antigo Testamento.
Teria sido por acaso? Sinceramente acho que
não. Aliás, não duvido que estes personagens
tenham tido nomes diferentes na vida real, e
tenham sido rebatizados propositalmente por
razões esotéricas, pois pelo que sei os dois
primeiros personagens da Doutrina Cristã a se
chamarem João são exatamente o Batista e o
5
Evangelista, e justamente nesta ordem, o que
veremos a seguir também não sugerir ser mero
fruto do acaso.
Etimologicamente falando, “João” (do
hebraico Jeho-Hannam) significa, dentre uma
dezena de outras traduções, “Graça de Deus”,
ou também, “homem Iluminado”, e ainda
“homem Iniciado”. A analogia decorrente do
estudo destas duas vertentes etimológicas é
ainda mais atraente, pois sua análise apresenta-
se na mesma forma que a representação pagã
do deus Janus com duas faces, uma voltada
para as Antigas Tradições Iniciáticas da qual
constitui a porta ou a passagem; e outra, cristã,
voltada para o futuro, já que na época se
instaurava uma religião na qual os “eleitos” de
Deus dariam prosseguimento às Tradições por
todos os séculos. Uma perfeita transição de
conceitos filosóficos.
Neste raciocínio, São João Batista
representaria as Antigas Tradições, os Antigos
Mistérios, como o da Iniciação pelo Batismo
das Águas por exemplo, amplamente praticado
pela comunidade dos Essênios, que todos
sabemos ser originários dos terapeuti do Egito;
enquanto que na outra ponta temos São João
Evangelista, que viria a participar do
surgimento de uma nova fé, que reformaria
toda a Doutrina Hebraica e em pouco tempo
transformaria todo pensamento religioso e a fé
da civilização ocidental. Não é à toa que o
Evangelho de São João é considerado o mais
místico e esotérico de todos os Evangelhos
Canônicos na visão dos principais teólogos
modernos.
Desta forma João passa a constituir-se
numa designação simbólica e esotérica de todo
Iniciado, Iluminado e buscador da Verdade,
aplicando-se em sua acepção mais ampla e
geral a todos aqueles que são admitidos nos
Mistérios Iniciáticos.
Pertencer a uma Loja de São João,
portanto, equivale a dizer ter sido Iniciado.
Ao contrário de Jesus e seus Apóstolos
João Batista é citado nos textos de Flávio
Josefo, considerado o maior historiador judeu
da época, o que é tido como uma prova
documental que o “Pregador do Deserto”
realmente existiu.
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Bem... entendido porque foi escolhido
São João como nosso Patrono, e não São Paulo
ou São Pedro, por exemplo, passemos a
examinar de qual São João a Maçonaria é
devota.
Quando digo que os Maçons
praticantes do Rito Adonhiramita não
deveriam possuir qualquer dúvida a este
respeito, baseio-me nos seguintes e concretos
fatos:
No momento em que o Irmão Orador
está se preparando para abrir o Livro da Lei em
nosso Rito ele declama os versículos 6 a 9 do
Capítulo I do Evangelho de São João (o
Evangelista, é claro), nos seguintes termos:
“Houve um homem enviado por Deus que se
chamava João. Este veio por testemunha, para
dar testemunho da Luz, a fim de que todos
cressem por meio dele. Ele não era a Luz. Mas
veio para que desse testemunho da Luz. Era a
Luz verdadeira que alumia todo homem que
vem a este mundo.” É evidente que estamos
nos referindo ao Batista, que batizava seus
seguidores nas águas do Rio Jordão, na base do
arrependimento, preparando-os e purificando-
os de forma simbólica para uma nova etapa de
suas vidas, que se daria com a chegada do
Messias bíblico, da forma que nos diz
Matheus, meu Patrono, no versículo 11, do
Capítulo III do seu Evangelho, se referindo a
um discurso de São João Batista: “E eu, em
verdade vos batizo com água para o
arrependimento. Mas aquele que vem após
mim é mais poderoso que eu, que não sou
digno sequer de levar-lhe as alparcas, vos
batizará com o Espírito Santo e com o Fogo.”
São João Batista, portanto, foi
concebido pela Igreja Cristã Romana como um
arauto, um profeta, um precursor, um
mensageiro de “algo” maior e insondável que
estava prestes a ocorrer nos padrões filosóficos
ocidentais. Mas ao mesmo tempo também não
ignorava o fato de que era o sacerdote de um
rito de passagem, o Batismo pelas Águas, ao
qual o próprio Jesus seria submetido. Ora, não
é por este mesmo Batismo simbólico,
executado pelo Elemento Água, que nós
Maçons Adonhiramitas passamos em nossa
Iniciação quando recebemos nosso Nome
6
Histórico, para que de profano nada mais nos
reste?
A base da Doutrina Adonhiramita, a
“Compilação Preciosa da Maçonaria
Adonhiramita”, redigida por Theodore Henry,
o Barão de Tschoudy, publicada após sua
morte por Guillemain de Saint-Victor, e
reproduzida na página 16 do Ritual do Grau de
Aprendiz utilizado por nós atualmente (edição
2009) afirma que nosso Patrono é São João
Batista com todas as letras, nos seguintes
termos: “Esperando que a História da
Maçonaria, que vou publicar brevemente,
persuada muitos Irmãos pouco instruídos, de
que esta pergunta - De onde vindes? – deve ser
a primeira de seu catecismo, creio ter de
assegurar-lhes que a Maçonaria não é outra
coisa senão o símbolo de toda a Natureza; que
sua moral é a homenagem que se deve prestar
ao Criador do Universo e que, entre nós, esta
homenagem é praticar a nossa religião; e que,
nos primeiros tempos do Cristianismo, apenas
se fazia prosélitos após tê-los batizado.
Quando esses recém-Iniciados vinham à Loja,
fazia-lhes a pergunta em questão, esperando
que a resposta (Venho de uma Loja de São
João) queira dizer, expressamente, acabo de
purificar-me pelas águas do Batismo.
Ninguém ignora que tenha sido São João que
instituiu este sacramento; assim, não é justo
que a pergunta sobre os deveres de uma
Ordem seja baseada na primeira ação que esta
Ordem exige? ¹” Isto sem falar que há uma
certa semelhança, que talvez não seja simples
coincidência, entre o martírio de São João
Batista e o Sinal do Grau.
Na página 18 do mesmo Ritual há
novamente uma ratificação da homenagem a
São João Batista, considerado protetor das
doenças da garganta e das cordas vocais –
novamente uma alusão ao Sinal Gutural – que
transcrevo para os Amados Irmãos praticantes
de outros Ritos: “Com base nos
fundamentados esclarecimentos e na
abalizada conclusão apresentados na
tradução oferecida (a do parágrafo anterior) e,
ainda, norteando-se no texto original da
página 13 do compêndio RECUEIL
PRÉCIEUX DE LA MAÇONNERIE
ADONHIRAMITE, retro reproduzido
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
fotograficamente (página 17 do Ritual do Grau
de Aprendiz), verifica-se que as honrosas,
procedentes e inquestionáveis referências
neste Ritual, são dirigidas a São João Batista.
Vale ressaltar ser relevante mencionar
que os nomes das sete notas musicais foram
criados pelo monge italiano Guido, mestre do
coro da Catedral D´Arezzo, na Toscana
(Itália), por volta de 1030, que utilizou as
primeiras sílabas dos seguintes versos latinos
de um hino escrito em honra de São João
Batista:
UT QUEANT LAXIS (Para que
possam)
RESONARE FIBRIS (ressoar as)
MIRA GESTORUM (maravilhas dos
teus feitos)
FAMULI TUORUM (com largos
cantos)
SOLVE POLLUTI (apaga os erros)
LABI REATUM (dos lábios
manchados)
SANTE IOANNES (ô São João)
A nota SI é formada pelas iniciais de
SANCTE IOANNES.
A nota UT foi substituída pelo DÓ mais
tarde, no século XVII, pelo músico Doni,
também italiano.”
A própria História Oficial da
Maçonaria Especulativa indica que a data de
seu início formal se deu no dia 24 de junho de
1717, consagrado a São João Batista. Isto por
si só não deveria ser suficiente para o
convencimento dos Maçons praticantes de
outros Ritos também?
Mas afinal de contas, de onde então
surgiu a dúvida envolvendo a figura de São
João Esmoler, numa discussão mais acirrada
ainda nos chamados Graus Filosóficos?
A história é a seguinte: um Maçom
francês do século XVIII, chamado Bazot,
afirmou certa vez que o verdadeiro Patrono da
Maçonaria era São João Esmoler, agindo assim
simplesmente por ter analisado a história do
santo, como iremos ver.
São João Esmoler foi canonizado tanto
pela Igreja Romana (Católica) quanto pela
Grega (Ortodoxa). Era filho do rei de Chipre, e
seus festejos dão-se, curiosamente, em duas
datas: 11 de novembro, data de sua morte, para
7
a Igreja Grega, e 23 de janeiro, data de seu
nascimento, para a Igreja Romana.
Conta uma lenda que certa vez uma
linda mulher lhe apareceu simbolizando a
Caridade e lhe disse: “Eu sou a filha mais velha
do Senhor Rei. Se você for meu amigo eu o
levarei a Ele”.
Em seu manual – foi assim que se
chamou este texto - Bazot esclareceu as razões
que o levaram a pensar desta maneira sob o
seguinte argumento: “Ele deixou seu país e a
esperança de um trono para ir à Jerusalém, a
quem ele generosamente ajudou e assistiu os
cavaleiros peregrinos. Ele fundou um hospital
e organizou uma fraternidade para assistir aos
cristãos, doentes e feridos, e prestar ajuda
pecuniária aos peregrinos que visitavam o
Santo Sepulcro. São João, que era digno de se
tornar o patrono de uma sociedade cujo único
objetivo é a caridade, expôs sua vida mil vezes
em prol da virtude. Nem a guerra, nem a peste,
nem a fúria dos infiéis, podia impedir suas
atividades de benevolência.
Mas a morte, finalmente, o impediu no
meio de seus trabalhos. No entanto, ele deixou
o exemplo de suas virtudes aos irmãos, que
fizeram seu dever esforçar-se por imitá-las.
Roma o canonizou com o nome de São
João, o Esmoler ou São João de Jerusalém, e
os Maçons – cujos templos, destruídos pelos
bárbaros, que ele fez reconstruir – o
selecionaram por unanimidade como seu
patrono”.
A tese é bastante interessante e
romântica, mas completamente equivocada. A
argumentação baseia-se na fundação do
Hospital de São João Batista na Terra Santa,
que Bazot supõe ter sido obra do santo. Ocorre,
no entanto, que São João Esmoler sequer
conheceu este hospital de enorme interesse
para nossa Ordem, que foi construído pelo
Beato Gerard e Godefroy de Bouilon, este
último fundador da Ordem Hospitalatária de
São João de Jerusalém, ou simplesmente
Ordem dos Cavaleiros Hospitalatários, a
primeira das Ordens Militares de Cavalaria.
Esta conclusão é óbvia, pois ele nasceu no ano
550 e morreu em 616, enquanto que o hospital
construído pelos Hospitalatários foi erguido
em 1099, quase cinco séculos depois. São João
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Esmoler pode até ter fundado um hospital
naquelas terras, o que não duvido e é bem
provável, mas com certeza não aquele de nosso
interesse. Por outro lado, também não havia
Templos Maçônicos em Jerusalém naquela
época, o que torna impossível terem sido
destruídos pelos bárbaros.
Não há dúvida de que o exemplo de São
João Esmoler, padroeiro de Chipre e de
Alexandria, de renunciar à riqueza e seus bens
materiais e dedicar-se à Caridade o aproxima
muito dos ideais Maçônicos, mas isso não o
habilita a ser confundido com o Patrono da
Ordem. Mesmo porque, e graças ao Grande
Arquiteto do Universo, seu exemplo virtuoso
não foi único, e dentre os santos católicos, por
exemplo, temos vários outros com
características semelhantes como São
Francisco de Assis e a maioria dos Apóstolos
de Jesus.
Se ainda nos restar alguma incerteza
sobre estes fatos, creio ser suficiente o estudo
das origens da Ordem dos Cavaleiros
Hospitalatários em qualquer compêndio de
História Geral para constatar a verdadeira data
de construção do referido hospital e seus
idealizadores. A Ordem, aliás, ainda existe até
nossos dias sob a denominação de Ordem
Soberana e Militar Hospitalatária de São João
de Jerusalém, de Rodes e de Malta, ou apenas
Ordem de Malta, aquela mesma, das caravelas
de Cristóvão Colombo à época dos
descobrimentos, ou simplesmente acreditar no
discurso de Sua Santidade o Papa João Paulo
II em 24 de janeiro de 1999, ocasião em que
recebia alguns Cavaleiros da Ordem de Malta,
assim proferido: “- Caríssimos irmãos e irmãs!
Por ocasião da solenidade de São João
Batista, vosso padroeiro, quisestes reunir-vos
na Basílica de São Pedro. Apresento as minhas
boas-vindas a cada um de vós e saúdo a inteira
Ordem dos Cavaleiros de São João de
Jerusalém, chamada de Soberana Ordem
Militar de Malta (...).” Não creio que o Sumo
Pontífice da Igreja Católica fosse capaz de
cometer a gafe de confundir o padroeiro dos
Hospitalatários.
Diante de todo o exposto não tenho o
menor receio de afirmar que o Patrono da
8
Maçonaria Especulativa é, e sempre foi, São
João Batista.
NA: ¹ O texto transcrito refere-se à tradução
da Compilação Preciosa da Maçonaria
Adonhiramita efetuada pela ARLS
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
GILVAN BARBOSA, do Oriente de Campina
Grande, PB, em 30 de março de 1989, e não
ao texto contido no Ritual do Grau de Aprendiz
Maçom Adonhiramita editado pelo Grande
Oriente do Brasil em 2009.
9

Presidente Honorário da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do
A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS PRIMÓRDIOS DA
MAÇONARIA NO BRASIL
Infelizmente, história contada é
história modificada. Isso porque a história é
contada pelos sobreviventes e, via de regra,
romanceada. E os maçons brasileiros, seres
humanos como quaisquer outros, não fizeram
diferente. Mas o compromisso maçônico da
busca irrestrita e incessante da verdade faz com
que alguns fatos, geralmente “esquecidos”,
devam ser divulgados para que, pelo menos na
Maçonaria, conheça-se a história real.
A história que quase todos os
historiadores maçons contam é sempre a
mesma e é mais ou menos assim: Em 1815,
nove maçons fundaram Rio de Janeiro a Loja
“Comércio e Artes”, a Loja Primaz do Brasil.
Então, depois de alguns anos, em 1822, a Loja
já contava com 94 membros, então resolveram
dividir a Loja em três e fundar o Grande
Oriente Brasileiro, primeira Obediência
Maçônica no Brasil.
Na verdade, a Maçonaria brasileira não
nasceu no Rio de Janeiro e nem tampouco lá
foi o berço da primeira Obediência Maçônica.
E, evidentemente, a Loja “Comércio e Artes”
nunca foi a “Loja Primaz” do Brasil. Na
verdade não foi nem a décima, quanto mais a
primeira.
Apesar dos esforços de muitos autores
maçons em negar isso, o pioneirismo maçônico
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
WINSTON DE MATTOS, 33°
Irm Kruger Mattos
Mestr Inst
Iniciado em 12.08.1972
Ven Mestr no Biênio 1989-1991
Deputado Estadual – PAEL-RJ
Grande Benemérito da Ordem (2003)
Estrela da Distinção Maçônica (2008)
Cruz da Perfeição Maçônica (2012)
Estado do Rio de Janeiro – PAEL-RJ
brasileiro nasceu no Nordeste, mais
precisamente na Bahia. A primeira cidade do
Brasil também foi berço da primeira Loja
Maçônica: “Cavaleiros da Luz”, fundada em
1797. Nada mais justo. Se quase tudo no Brasil
começou lá, por que na Maçonaria seria
diferente? O historiador e maçom Borges de
Barros, que foi diretor do Arquivo Público da
Bahia e relatou pela primeira vez a existência
dessa Loja, ainda deu conta de que a Loja
“Cavaleiros da Luz” foi a chama principal da
Conjuração Baiana. Nada mal para os nossos
pioneiros!
Mesmo com a dissolução dessa
primeira Loja, com o passar dos anos a
Maçonaria foi se desenvolvendo no fértil solo
baiano: em 1802 surgiu a Loja “Virtude e
Razão” que, depois de breve tempo
adormecida, foi reerguida com o nome
“Virtude e Razão Restaurada”, na mesma
época em que, também de seu espólio, surgiu a
Loja “Humanidade”. Ainda no Nordeste, não
demorou para que a luz maçônica iluminasse,
por influência da Bahia, o Estado de
Pernambuco.
Sobre Pernambuco, é necessário aqui
um comentário à parte:
Apesar de muitos escritores maçons assim
desejarem, a “Areópago de Itambé” não era
10
uma Loja Maçônica. No século XVIII existiam
centenas de instituições criadas aos moldes da
Maçonaria, usando símbolos iguais e similares,
e até dividindo os graus em Aprendiz,
Companheiro e Mestre como na Maçonaria.
Era uma verdadeira “coqueluche” de Ordens,
Clubes e Associações, e era muito comum os
homens livres serem membros de duas ou mais
dessas diferentes instituições, até mesmo no
Brasil. Um exemplo disso é o “Apostolado”, da
qual José Bonifácio, Gonçalves Ledo e D.
Pedro I também faziam parte. Ser inspirada na
Maçonaria não é o mesmo do que ser Loja
Maçônica.
Em 1809, atendendo às inúmeras Lojas
que já existiam, foi fundado em Salvador o
“Governo Supremo” ou simplesmente
“Grande Oriente”, a PRIMEIRA Obediência
Maçônica brasileira. Não era um “Grande
Oriente da Bahia”, como os poucos
historiadores maçons que o citam costumam se
referir, pois era composto de, pelo menos, 09
Lojas: 03 na Bahia, 04 em Pernambuco e 02 no
Rio de Janeiro. Maçons portugueses e
brasileiros, muitos deles iniciados na França e
Portugal, eram membros dessas Lojas. Tudo
isso 06 anos antes da fundação da “Comércio e
Artes” e 13 anos antes do GOB. Pernambuco,
por contar com maior número de Lojas,
ganhou em 1816 uma Grande Loja Provincial
filiada ao “Governo Supremo”.
Interessante observar que mais uma vez
a Maçonaria se fez presente na história: um dos
responsáveis pela formação do Governo
Supremo e tido como primeiro Grão-Mestre da
Grande Loja Provincial de Pernambuco,
Antônio Carlos de Andrada, foi o líder da
Revolução Pernambucana, em 1817. Prova
maior do papel decisório da Maçonaria no
movimento é a lei régia de 1818 proibindo
sociedades secretas no Brasil.
Antes que alguém tente justificar a
constante omissão de tais fatos nas “versões
oficiais” da Maçonaria brasileira por conta
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
dessas Lojas e Obediência não terem sido
regulares, é importante observar que a Loja
“União”, fundada em 1800 no Rio de Janeiro e
sempre presente nas versões históricas,
também era irregular. Somente após a adesão
de algumas autoridades públicas, ela foi
“refundada”, aparentemente de forma regular,
e teve seu nome modificado para Loja
“Reunião”. Até mesmo a histórica Loja
“Comércio e Artes” foi fundada sem Carta
Constitutiva em 1815 e trabalhou de forma
irregular até 1818, quando foi fechada.
Somente quando de seu reerguimento, em
1821, a “Comércio e Artes” se filiou ao Grande
Oriente Lusitano.
Isso só nos mostra que a história da
Maçonaria no Brasil é, muitas vezes, contada
conforme a conveniência, omitindo os
verdadeiros pioneiros em favor dos
sobreviventes, ou lembrando deles quando se
quer apontar a Maçonaria como protagonista
das conjurações. Também é no mínimo
intrigante como a Maçonaria esteve presente
nos movimentos revolucionários baiano e
pernambucano, mas tantos historiadores
maçons e não-maçons fazem questão de negar
sua participação na Inconfidência Mineira.
Mas isso é tema pra outra ocasião.
O importante é reforçar que, antes de
fundada uma Loja situacionista, a qual
originou a Obediência que promoveu a
independência sob a manutenção do
imperialismo no Brasil, houveram várias
outras Lojas e até Obediências oposicionistas,
e muitos de seus membros morreram ou
sofreram duras penas defendendo os princípios
maçônicos de liberdade e democracia. E a
Maçonaria brasileira de hoje tem o dever moral
de honrar essa história.
Bibliografia:
Texto de autoria do Amado Irmão Kenyo
Ismail publicado em www.noesquadro.com.br
11
 CARLOS ALBERTO BORGES DA SILVA, 33°
A MÚSICA NA MAÇONARIA - CHERUBINI
Nascido em Florença, em 14 de
setembro de 1760, Luigi Cherubini, desde cedo
revelou forte inclinação para a Música.
Discípulo de Giuseppe Sarti (1729-
1802), começou compondo música religiosa,
demonstrando possuir domínio absoluto no
trato da polifonia.
Com seu talento granjeou a admiração
de Haydn e a veneração de Beethoven, que o
considerava como um dos melhores
compositores da época. O próprio Beethoven,
atento para o alto valor psicológico da música
instrumental de Cherubini, procurou mais
tarde seguir os mesmos caminhos em suas
aberturas.
Segundo Alberto Basso, Cherubini
compôs duas cantatas Maçônicas dedicadas à
Loja Olímpica, fundada em 1769, na França,
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Irm Josué
Mestr Inst
Iniciado em 16.03.1983
Venerável Mestre do Biênio 2003-2005
Benemérito da Ordem (2008)
Grande Benemérito da Ordem (2014)
por François Joseph Gossec, compositor e
membro da Loja La Réunion dês Arts, cuja
orquestra, uma das melhores da França, era
integrada por músicos e instrumentistas de
primeira ordem, cuidadosamente recrutados
pela “Loja Olímpica da Perfeita Estima”.
A primeira amphion para coro e
orquestra foi escrita em 1786 sob o título de “A
Aliança da Música com a Maçonaria”, cantata
“Amphion Erguendo os Muros de Tebas ao
Som da Lira”.
A segunda, intitulada “Circe”, para
contralto, solista e orquestra, foi composta em
1789.
O mesmo Alberto Basso, tratando da
Música Maçônica setecentista, cita Cherubini
e dá conotação Maçônica a sua “Sinfonia em
Ré Maior”.
12
 ANTÔNIO FERNANDO CAMPOS, 33°
ONZE CONDUTAS MAÇÔNICAS DESEJÁVEIS
Onze condutas Maçônicas que,
certamente, contribuem positivamente e
protegem a nossa Ordem das ações e das
influências dos infiltrados:
1 Sirva à instituição e não às pessoas;
2 Quando for divergir, seja de ideias,
propostas ou condutas, mantenha-se imparcial
e com honestidade, deixando de lado simpatias
ou antipatias pessoais;
3 Chame sempre para você a
responsabilidade de proteger e defender a
instituição, não esquecendo que os nossos
maiores inimigos, infelizmente, vestem
avental;
4 Não se venda por medalhas, títulos,
cargos, alfaias e elogios;
5 Quando for indicar um candidato, não
seja um corretor de avental. Examine antes se
ele é pessoa que se amanhã for à bancarrota, e
você tenha necessidade de levá-la para dentro
de tua casa, ele não ocasione problemas à tua
família;
6 Seja parceiro fiel e leal da Verdade e
da Justiça, assumindo a inteira
responsabilidade do que falar, escrever ou
fazer;
7 Nunca se esqueça que os exemplos
falam mais do que palavras e que os
Aprendizes, Companheiros e Mestres mais
novos precisam de referências;
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Irm José de Arimateia
Mestr Inst
Iniciado em 29.01.1972
Ven Mestr no Biênio 1985-1987
Benemérito da Ordem (2000)
Grande Benemérito da Ordem (2003)
Estrela da Distinção Maçônica (2008)
Cruz da Perfeição Maçônica (2012)
8 Não seja Maçom oportunista ou
inconsequente, pois baixaria, truculência e
contestação infundada e mentirosa não são
compatíveis com as nossas virtudes e
princípios, maculando os Templos Maçônicos;
9 Não olhe para um Irmão como se
fosse seu superior hierárquico, porém respeite
as autoridades maçônicas legalmente
constituídas, bem como, se for necessário,
exija delas, usando os caminhos e meios legais
Maçônicos, que desempenhem os seus cargos
com dignidade, probidade, humildade e
competência, pois não estarão fazendo mais do
que sua obrigação;
10 Seja um Obreiro útil, humilde,
dedicado, competente, de atitude e instruído
nos augustos mistérios da Arte Real, pois, caso
contrário, poderá ser manipulado e
inconscientemente prestar serviços para
aqueles pseudo-Maçons que representam a
antimaçonaria.
11 Mas nunca se esqueça que você é
parte integrante da Instituição e é no conjunto
de Irmãos que a Maçonaria vive e pulsa e só
poderá alcançar seus altivos interesses quando
todos de mãos dadas formos um só corpo
pensante.
13

CARLOS ALBERTO MOURÃO JUNIOR, 33°
Delegado Regional Litúrgico do Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita
10 COISAS A CONSIDERAR ANTES DE PEDIR A PALAVRA
Como eu já cometi todos os erros
elencados neste artigo, resolvi dividir minhas
reflexões com os Irmãos. Antes de pedirmos
para usar (ou abusar) da palavra em Loja, que
tal pensarmos melhor e considerarmos
algumas coisinhas?
1. Quando falamos em Loja, os outros
Irmãos são obrigados a nos escutar. A
ritualística não permite que eles nos
interpelem, argumentem conosco ou então se
levantem e saiam andando. Eles não têm
escolha, terão que escutar tudo o que
quisermos dizer sem nos interromper.
Portanto, sejamos misericordiosos não os
forçando a escutar besteiras.
2. Grande parte dos assuntos que são
tratados em Loja poderiam, e deveriam, ser
tratados antes ou após a reunião, na Sala dos
Passos Perdidos ou no salão da Loja. O
Templo, como o próprio nome diz, é um local
sagrado, onde não se devem tratar de assuntos
corriqueiros ou picuinhas administrativas.
Agir assim é profanar o sagrado Templo
maçônico.
3. O Templo não é um palanque
político. De nada adianta ficar se queixando
eternamente da conjuntura política e
econômica brasileira ou mundial. A Maçonaria
pode e deve tentar mudar a realidade nacional
e mundial, mas isso só pode ser feito com ação.
Palavras e lamúrias recorrentes só servirão
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
IRMÃO CONVIDADO
Irm Karl Popper
Mestr Inst
Membro da ARLS Acácia do Paraibuna
Oriente de Juiz de Fora, MG
para fazer com que cheguemos mais tarde em
casa e não irão mudar o mundo.
4. O Templo não é um púlpito, onde se
devam fazer pregações religiosas ou então
ministrar palestras sobre questões metafísicas
e filosóficas. Elucubrações esotéricas servem
muito mais para cansar quem as ouve do que
para trazer algo de efetivamente concreto.
Lembremos que os pobres Irmãos são
obrigados a ouvir-nos quando resolvemos,
num desvario de insana vaidade, exibir nosso
"profundo conhecimento". Nossa vaidade já
deveria ter sido sepultada na câmara das
reflexões...
5. O Templo não é um divã ou um
consultório psicológico onde devemos excretar
nossas indignações ou fazer histéricos
desabafos. Será que as questões mundanas que
andam "entaladas em nossas gargantas"
realmente interessam aos outros Irmãos (os
quais, repito, são forçados a nos ouvir) ou à
nossa Ordem?
6. O Templo não é uma mesa de bar e
nem um clube, onde se contam casos
"interessantes" (somente para quem os
conta...) ou se fala de fofocas e miudezas.
Antes de mais nada, estar em um Templo exige
postura e respeito pela Egrégora. Conversas de
bar caem bem em um bar.
7. Quando formos ministrar alguma
Instrução, convém lembrar que, conforme
determina o ritual, devemos fazê-lo utilizando
Um Quarto de Hora. Ora, isso equivale a
14
exatos 15 minutos. Nada mais do que isso.
Qualquer mensagem pode ser passada e
absorvida nesse período de tempo. Mais do que
isso dispersa a atenção do ouvinte, fazendo
com que o mesmo se perca em devaneios, além
de minar sua santa paciência.
8. Qualquer outra comunicação deve
ser dada nos 3 minutos que o ritual preconiza.
Três minutos são tempo de sobra para se passar
a essência de uma mensagem de maneira clara,
concisa e precisa. Mais do que isso é
verborragia e só serve para motivar os Irmãos
a não voltarem nas próximas sessões.
9. É sempre bom lembrarmos que, para
estar nos ouvindo, os Irmãos estão abrindo
mão de estarem no aconchego de seus lares e
estão nos dispensando seu precioso tempo.
Será que não é um dever moral e um ato de
amor respeitarmos e valorizarmos este tempo
que os Irmãos nos dispensam nos ouvindo?
Será justo fazer com que esses Irmãos
retornem aos seus lares com a sensação de
tempo perdido?
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
10. Será que é sensato se alongar na
leitura do expediente? Muita coisa pode ser
afixada no quadro da Loja e os boletins podem
ser lidos na internet. Será que é racional gastar
longo tempo falando sobre os eventos sociais
da Loja? Será que não teríamos uma reunião
mais gratificante se, de fato, somente
usássemos da palavra para falar sobre algo que
seja verdadeiramente a bem da Ordem ou do
quadro? Lembremo-nos: se a palavra é de
prata, o silêncio é de ouro. Meus Irmãos, aí
estão algumas reflexões. Creio que todos nós
devemos pensar sobre as mesmas. Talvez elas
ajudem a responder aquela eterna pergunta que
nunca cala dentro de nós: por que será que, ano
após ano, as Lojas estão cada vez mais se
esvaziando?
NE: Peça de Arquitetura publicada na revista
“O MALHETE”, n°53, setembro de 2013
EV
15
 FERNANDO SANTOS PEDROZA DE ANDRADE
FALTA DE VONTADE
A Grande Deficiência Humana
Desde que o homem começou a ter as
primeiras noções de moral vem-lhe sendo
repetido que deve ser bom, que deve elevar a
vida e ser melhor, mas, foi-lhe ensinado
positivamente como fazer para alcançar
semelhante aspiração? A resposta, por demais
sugestiva e oferecida, mostra a total
desorientação em que hoje se encontra. Porque
não lhe foi ensinado como ser melhor. Os
pretendentes a fazê-lo, careciam dos
conhecimentos necessários e capazes de elevá-
los a esse propósito, na falta disso, adotaram o
sistema de inculcar no semelhante, desde a
mais tenra idade, pensamentos e sugestões em
luta constante com sua razão e com sua
sensibilidade.
Tem-se buscado o fácil, o ilusório e
sedutor, visando conquistar adeptos para uma
ou outra seita religiosa, uma ou outra tendência
filosófica ou ideologia extremista, na qual a
mente humana do ser depois fica enjaulada nas
grades dos inúmeros preconceitos, que incute a
credulidade. Mas, se bem a alma humana seja
sugestionáve1 por excelência e sofra com
resignação incompreensível o aniquilamento
de sua capacidade perceptiva e indefinida, o
espírito, em compensação, reclama, com
insistência, o tratamento e respeito próprios de
sua paridade existencial. Explica-se assim
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Irm Leonardo da Vinci
Mestr Maç
Iniciado em 31.08.2007
como, através das gerações, se vem
acentuando uma rebeldia espontânea, gerada
em espíritos indomáveis, naqueles,
logicamente, que se recusaram a admitir esse
tratamento analítico contrário à evolução
integral do homem.
O estudo da própria mente, por ser esta
considerada especificamente o órgão promotor
da vida psíquica, o qual se projeta sobre os
pensamentos, por serem os agentes naturais
que configuram a vida de cada homem em seus
aspectos mais indefinidos ou preponderantes.
Prova de que os caminhos até agora seguidos
foram equivocados nos dá, sem mais rodeios,
o fato de que nenhum deles levou o homem a
meta alguma, que evidenciasse a culminação
de um processo de aperfeiçoamento integral e
consciente. Não podia ser de outro modo,
desde que se deixou de começar pelo essencial:
conhecer, bloquear, debilitar e anular todas as
deficiências psicológicas, que afetam a criatura
humana, para que sua nefasta influência não
prejudicasse, nem detivesse o processo de
evolução que rompe as limitações do homem,
por falta de preparação e fortalecimento
interno adequado.
As deficiências que a criatura humana
mostra do nascimento até o fim de seus dias
poderia ser apresentada num quadro
desalentador. Entretanto, isso não deve abater
16
o ânimo, porque é preferível conhecer os
inimigos que temos dentro de nós mesmos,
para combatê-los com lucidez mental; a
ignora-los, enquanto ficamos à mercê de sua
influência
arbitrária. Através do conhecimento é dado ao
homem a oportunidade que lhe facultará
desembaraçar-se de tão penosa carga, e damos
como exemplo metafórico: que ao podarmos
uma árvore dos seus galhos inúteis, livrando-
as das pragas, ervas daninhas e outras coisas
que possam a vir debilitá-las ou definhá-las,
mais forte, mais viçosa e com um enorme
frescor ela reviverá.
Falta de vontade: eis aqui uma das
deficiências mais comuns no ser humano, a
que mais prejuízos lhe ocasiona e a que influi
particularmente para que as demais se
apossem dele.
Quase sempre começa a manifestar-se
na infância, umas vezes por sua origem
congênita e outras porque a ausência de
incentivos ou de necessidades durante esse
período atrofia, de certo modo, a zona do
temperamento e da emoção, que define a
capacidade de iniciativa ou de cometimento
ousado. Assim o impulso da vontade paralisa,
ou seja, não revigora seu desenvolvimento
com o exercício natural de enfrentar
obrigações e dificuldades, e só se manifesta em
função daquelas coisas fáceis de fazer ou
fáceis de conseguir, sempre do agrado da
criança.
Se a idade juvenil encontrar o ser em
tais condições é indubitável que, na melhor das
hipóteses, este usará sua vontade quando a
necessidade o obrigue a fazer algo que o
apeteça, ou seja, o desejo do seu querer seja
muito forte. Mas com o passar do tempo faltará
a essa vontade, o incentivo que deve movê-la
à procura de horizontes mais amplos e
promissores para a vida. Acostumado a fazer
só o indispensável, o que as circunstâncias lhe
exigem e ainda menos, imperdoavelmente
postergando tudo mais e, perseguido pelo
tédio, não será difícil que termine submerso na
falta de vontade moral e psíquica.
Já na idade madura é comum que o
enfraquecimento da vontade apresente
características crônicas, devendo aqueles que
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
dela padecem com muita intensidade, tentar a
todo custo classificar esta deficiência como
um pensamento dominante a ser combatido,
porque ela propicia o robustecimento de
muitas outras deficiências, e não é difícil
deduzir que, quanto menor seja seu
enraizamento na mente da pessoa a quem
domine mais fácil se tomará a sua superação.
Merecem referência também aqueles casos em
que a falta de vontade sobrevém
inesperadamente diante de circunstâncias
adversas, tais como fracassos ou frustrações
que o homem experimenta na vida, muitas
vezes reiteradamente, por falta do uso
principalmente da faculdade de pensar, visto
que é notoriamente sabido, que quem não
pensa está longe de mobilizar seus
pensamentos e sua vontade na elaboração de
incentivos que tornem mais tranquilo e menos
perigoso o processo de sua existência.
Vontade é a força psíquica que move
as energias humanas e põe em função as
determinações da inteligência para o bem, a
defesa e a superação do indivíduo. A falta de
vontade anula essas possibilidades e prostra o
ser na indiferença e na inércia, faz fracassar
sua inteligência e chega até a deturpar,
corromper e desmoralizar sua sensibilidade
porque o expõe a todas as tentações e
eventuais incertezas que o espreitam.
Os movimentos da vontade, tanto os
pequenos quanto os grandes, são
impulsionados por dois fatores de primordial
importância que se alternam e substituem,
temporariamente ou permanentemente: a
necessidade e o estímulo.
A necessidade atua sobre a vontade
determinando movimentos quase automáticos,
que forçam o ser a realizar até aquelas coisas
que não quer ou que deveria fazer
espontaneamente, pressionando o seu pensar e
o seu sentir. Seu principal agente é a urgência,
que não admite adiamentos de nenhuma
espécie, enquanto urge o cumprimento de uma
obrigação, de um dever ou a satisfação de uma
exigência que não admita dúvidas
evidentemente.
O estímulo também age sobre a
vontade, mas, além disso ativa a inteligência e
o sentimento, despertando a ansiedade de
17
substituir a escassez pela abundância em cada
um dos setores da vida em que a vontade
desempenha papel preponderante.
Quando conhecemos a causa
determinante da falta de vontade que nos
atormenta, nada mais lógico do que eliminar
essa causa, pois não podemos deixar nossas
vidas, sem futuro como se estivéssemos no
meio do oceano, numa noite sem estrelas, onde
todos os nossos pensamentos, nossas
esperanças, nossas vontades, carentes de
estímulos à mercê do acaso, fica paralisada à
espera do naufrágio eminente.
Quais seriam esses estímulos? Por
certo, variam de indivíduo para indivíduo. O
que em uns age, incitando à ação, em outros se
mostra totalmente inoperante. Por exemplo: o
crescimento econômico constitui um estímulo
para quem o procura porque sabe que, uma vez
alcançado o seu intento, terá satisfeito talvez
uma longa e atraente aspiração. Por outro lado,
o mesmo estímulo não terá valor algum para
aquele que já desfruta das benesses, que o
poder econômico proporciona.
"O estimulo aflora do propósito,
projeto, iniciativa ou fim que se procura
realizar, e sustenta o entusiasmo, que é
necessário manter, permanentemente, durante
o prosseguimento da obra. Mas tenha-se em
conta que o entusiasmo originado por uma
esperança não deve jamais ser inflado pelos
excessos da ilusão, capaz de aumentá-la até o
ponto de sufocar o entusiasmo." (Carlos
Bernardo Gonzáles Pecotche “Raumsol”)
A decisão é a antideficiência para a
falta de vontade. Para que seja efetiva e eficaz
terá de ser praticada com consciência e
responsabilidade, como requer toda
antideficiência, sobrepondo-se com empenho
ao tédio psicológico. O homem deve ser capaz
de sempre contrapor a falta de vontade que
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
domina a decisão de combatê-la. Assim
com certeza poderá conseguir ter vontade para
tudo, pois só o pensamento de estarmos
levando à prática, uma disposição emanada de
nós mesmos, é que finalmente nos levará a
sentir o resultado, em nosso próprio benefício,
contribuindo definitivamente em transformar
em um hábito a prática, o qual passaremos a
utilizar sempre, como a arma de defesa mental
mais forte, nos obstáculos que se apresentarem
em nossas vidas.
A decisão revigora o temperamento e
faz com que o ânimo se recupere no instante
mesmo em que começa a decair. A vontade,
assim fortalecida, vai-se elevando a um valor
inestimável, constituindo-se na força que
move o homem na procura dos bens, que
prometeu a sua vida e a seu destino. Tendo isto
presente, não se deixarão para amanhã as
coisas que se posam fazer hoje, visto que, fazê-
las oportunamente, permite ganhar um tempo
que no dia seguinte poderia destinar-se
a outros afazeres.
Finalizando podemos afirmar, que é
muito, o que o homem pode conquistar no
campo das realizações mentais superiores,
sendo o saber a prerrogativa máxima, que lhe
foi concedida pelo GADUNão existe,
pois, maior estímulo para vida. O saber
aumenta a vontade e faz com que tudo se
consubstancie na ação.
Bibliografia
Deficiências y Propensiones del Ser Humano
Bases para Tu Conduta
Curso de Iniciación Logosófica
Livros da Editora Logosófica
18
 LEONARDO HERMÍNIO EPEL, 33°
Venerável Mestre dos Biênios 1981-1983 e 1983-1985
O Obreiro – Matéria Prima e Instrumento de Trabalho
É necessário descer aos meandros do
ofício.
O método de trabalho maçônico é bem
diferente do método de construção profana.
O objetivo profano é o de fazer com
que o aluno adquira certo número de
conhecimentos; o objetivo da instrução
maçônica é o de aperfeiçoar os homens e
enriquecer suas faculdades com a maior
cultura possível. O saber é precioso para o
Maçom, desde que constitua para ele um meio
de melhor poder agir. Não é à toa que nossos
velhos manuais diziam que "o Maçom é
igualmente amigo do príncipe e do pastor, se
forem ambos virtuosos". Para a produção da
pedra talhada e adequada à construção, não
basta ser uma biblioteca viva, se não se extrai
dessa biblioteca o que ela tem, para que o
Maçom se tome melhor, como homem em
geral, como trabalhador, como pai de família,
como cidadão.
Nos velhos tempos, quando se falava
acerca de um fil6sofo, entendia-se sempre que
se tratava ao mesmo tempo de um erudito e de
um sábio; a instrução universitária nem sempre
constitui uma garantia de moralidade; como
dizia o velho autor, "ciência sem consciência
é ruína da alma”.
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
Irm Antonio Raposo Tavares
Mestr Inst
Iniciado em 28.06.1969
Benemérito da Ordem (1995)
Grande Benemérito da Ordem (2003)
Estrela da Distinção Maçônica (2008)
Cruz da Perfeição Maçônica (2010)
Garante de Amizade em Manitoba, Canadá
Decano da ARLS Scripta et Veritas
Nossa linguagem da Idade Média tinha
uma bela palavra: "Sapiência", que reunia ao
mesmo tempo a ciência e a sabedoria, numa só
expressão verbal. Traduzir essa expressão
sintética na vida de hoje e manter o sentido
vivo e fecundo nesses espíritos instruídos pela
ciência moderna, libertos das servidões
dogmáticas e dos antigos preconceitos, eis a
missão de nossa época, se é que ela quer que
sua brilhante civilização, sob o ponto de vista
material e técnico, não seja mais que um
simples adorno que mal encobre uma real
regressão à fera aperfeiçoada.
É preciso ser um platônico impenitente
para crer que conhecer o bem é pô-lo
necessariamente em prática: conhecê-lo é dar
o primeiro passo; mas, para percorrer a
estrada, é necessário amar o bem, pratica-lo,
adquirir o hábito de fazê-lo, nele engrenar
todos os gestos da existência e todos os
pensamentos do espírito; é preciso fazer dele
o sangue da vida psíquica, e isso não é obra do
intelecto, é obra da consciência moral e do
sentimento.
Modelar o espírito segundo esses
princípios, fazer em si a "transmutação dos
metais", isto é, utilizar na direção do bem o
caráter, as paixões, as aptidões, todo esse
conjunto de comportamentos instintivos ou
19
subconscientes que formam a complexa trama
do ser humano, é trabalho que todo homem
pode fazer, que a vida profana pode realizar, e
muitas vezes realiza, mas que só a Maçonaria
está organizada para ensinar a fazer com que
se ponha em prática entre todas as associações
laicas que a Humanidade viu eclodir em seu
seio desde a antiguidade.
Todos os grupamentos humanos têm
por objetivo consagrar-se a uma ideia,
conquistar adeptos, ganhar partidários,
favorecer um partido, um interesse, um credo,
um programa; somente a Maçonaria se ocupa
tenazmente com a melhoria intelectual e moral
de seus membros e lhes oferece, como
programa de ação, praticar sobre si mesmos o
trabalho dos talhadores de pedras, começando
por construir o Templo Interior, para, em
seguida, tornarem-se capazes e dignos de
edificar o Templo Exterior, pois não se faz
uma sociedade mais justa e fraterna a não ser
com homens mais justos e mais fraternos, eles
mesmos.
O Maçom deve trabalhar sobre si
mesmo, ajudado por seus pares, guiado pelos
mais experimentados, autônomos e ativos; de
acordo com a memorável palavra de Buda,
"homem nenhum é capaz de promover a
salvação de outrem, mas apenas indicar-lhe o
caminho”.
O Maçom vai então lançar mão da
Pedra Bruta que é; ele será a matéria prima da
Grande Obra, matéria prima disseminada por
toda parte, dizem os velhos textos alquímicos,
banal, todavia, infinitamente preciosa, pois
dela se pode extrair o ouro, não este ouro
vulgar, que fascina multidões, mas um ouro
¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016
sutil e belo.
O Maçom vai imprimir nesta Pedra a
eterna sabedoria da Razão universal,
depositando fé, tanto na eficácia de seu
esforço, como na grandeza de seu ideal,
nutrindo a esperança de ver seus esforços
coroados de sucesso, empregando-se ao
máximo, nessa chama de amor ao gênero
Humano, nessa Caridade que nossa linguagem
vulgar restringe demais na tradução francesa:
vontade, energia, bom senso, desejo de fazer o
bem, eis as suas ferramentas; ou, melhor
dizendo: a ferramenta; é ele mesmo!
E ele vai esforçar-se para tomar
realidade, a pedra talhada, própria para
construção: o homem de bem, que será
necessariamente um bom cidadão, devotado à
Pátria e à Humanidade, orgulhoso por assim
trabalhar, conduzindo-se modestamente no
lugar que lhe compete, entre os materiais do
grande Templo.
Matéria prima e ferramenta, será, ao
mesmo tempo, produto de seu próprio
trabalho, que fará dele, instrumento da
atividade ordenada e progressiva do Universo,
refletido na sua consciência.
E então, como cidadão, poderá
concretizar a expressão de Epiteto: "Queres
embelezar tua cidade com um presente muito
raro e de mui grande preço? Doa-te a ela,
após te haveres transformado num perfeito
modelo de doçura, liberdade e justiça”.
Bibliografia
BEDARRIDE, Armand – Desbastando a Pedra
Bruta, tradução de Demétrio Pável Bastos.
20
 CALENDÁRIO DE ATIVIDADES
2° TRIMESTRE 2016 EV

MÊS DIA GRAU CLASSIFICAÇÃO

1 1 Sessão Ordinária
8 1 Sessão Ordinária
ABRIL 15 1 Sessão Ordinária
22 NÃO HAVERÁ SESSÃO
29 1 Sessão de Finanças
6 2 Sessão Magna de Elevação
13 2 Sessão Ordinária
MAIO
20 2 Sessão Ordinária
27 NÃO HAVERÁ SESSÃO
3 2 Sessão Ordinária
10 2 Sessão Ordinária
JUNHO
17 2 Sessão Ordinária
24 3 Sessão Ordinária

Observações:

a) O Calendário poderá sofrer alterações em conformidade com a necessidade dos Trabalhos

4 Grau de Aprendiz Maçom

6 Grau de Companheiro Maçom
1 Grau de Mestre Maçom
2 Trabalhos Suspensos

¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016 21

 Augusta e Respeitável Loja Simbólica
SCRIPTA ET VERITAS N° 1.641
 BENFEITORA DA ORDEM 
FUNDADA EM 10.09.1965
FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
JURISDICIONADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL NO RIO DE JANEIRO

RITO Adonhiramita
ENDEREÇO Palácio Maçônico da Rua do Lavradio, n° 97, Templo 6, Centro
ORIENTE Rio de Janeiro
ESTADO Rio de Janeiro
SESSÕES Todas as sextas-feiras, às 19:30h
INTERNET www.scriptaetveritas.com.br

COMPOSIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
BIÊNIO 2015 – 2017 EV

LUÍS CLÁUDIO PEREIRA DERBLY

Venerável Mestre
FLAMARION GOMES TAVARES FERNANDO SANTOS PEDROZA DE ANDRADE
1° Vigilante 2° Vigilante
SERGIO ANTONIO MACHADO EMILIÃO ARLINDO JORGE DE CAMPOS
Orador Secretário
ISAAC DOMINGOS DA SILVA MARINEU DOS REIS SANTA ISABEL
Tesoureiro Chanceler
WINSTON DE MATTOS RICARDO GONÇALVES DE AZEVEDO
Deputado Estadual Deputado Federal

COMPOSIÇÃO DOS DEMAIS CARGOS

HENRIQUE DA SILVA PEREIRA

Cobridor Interno
CARLOS ALBERTO BORGES DA SILVA PAULO EDUARDO MIRANDA CUNHA
Mestre de Cerimônias Hospitaleiro
EDISON GUIMARÃES FRANÇA SWAMI CAETANO DA SILVA
Arquiteto 2° Experto
ALBERTO JOSÉ PINHEIRO GRAÇA LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Mestre de Harmonia Porta Estandarte
EMIR CARVALHO DE SOUZA
Porta Bandeira
LEONARDO HERMÍNIO EPEL
Garante de Amizade – Manitoba - Canadá

¼ HORA – ANO I – NÚMERO 6 – ABRIL DE 2016 22

 JUNTE-SE A NÓS!

Você, Amado Irmão praticante de qualquer Rito Maçônico e não apenas o Adonhiramita,
membro regular de outras Lojas, e que tem prestigiado nossa publicação, não se sente impelido a
participar de nossa empreitada?
Nossa revista, como o Amado Irmão bem sabe, não possui qualquer finalidade lucrativa ou
comercial, e não tem outro objetivo que não seja o de fomentar o debate e a pesquisa sobre a Doutrina
de nossa sublime Ordem, exercendo desta forma, e ao mesmo tempo, a máxima do Livre Pensamento,
permitindo aos Amados Irmãos tornarem públicas suas ideias sobre a simbologia e a História de nossa
Ordem, além de estimular a prática do nobre ideal de todos os Maçons de “aprender para saber, e
saber para ensinar”.
Se este também é seu sentimento, e o Amado Irmão possui alguma Peça de Arquitetura que
gostaria de compartilhar com outros Maçons, junte-se a nós!
Neste sentido, a ARLS SCRIPTA ET VERITAS, n° 1.641, Benfeitora da Ordem, não
apenas abre as portas de nosso sagrado Templo para honradamente receber o Amado Irmão em nossas
Sessões nos auxiliando em nossos Trabalhos, mas também franqueia as páginas da revista digital ¼
DE HORA, para publicação sua opinião sobre qualquer tema de interesse Maçônico relacionado ao
Grau de Aprendiz Maçom.
Para que seu texto seja publicado em nossa revista basta enviá-lo em meio digital para o
endereço eletrônico “semiliao@ig.com.br”, acompanhado de uma fotografia sua nos formatos JPEG
ou PNG, e um pequeno currículo maçônico nos moldes do exemplo abaixo:

NOME CIVIL (PROFANO)

Nome Histórico (se for o caso)
Grau Maçônico
Loja a que Pertence e Oriente
Rito que pratica
Data da Iniciação
Comendas e condecorações

Não hesite! Sozinhos nada podemos, mas juntos de tudo somos capazes! Esperamos por você
em nosso próximo número!

Fraternalmente,
Sergio Emilião
Editor

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 CRÉDITOS

A presente publicação foi produzida com o software Microsoft Office Professional Plus 2013©,
utilizando as fontes Calibri e Times New Roman, corpos 12 e 16, em espaçamento simples;
As imagens utilizadas foram retiradas da internet, sendo portanto de domínio público; e dos CD
ROMs da série “Clipart Maçônica” comercializados pela empresa Arte da Leitura, e editadas com a
utilização do software gráfico vetorial CorelDRAW X7©;
As fotografias dos AAm IIrm foram colhidas no acervo fotográfico da Loja;
O conteúdo desta publicação é Iniciático e não pode ser divulgado no meio profano;
Comentários, críticas, sugestões e contribuições de textos para o e-mail: semiliao@ig.com.br

¼ DE HORA é uma publicação periódica e sem fins lucrativos, editada pela Augusta e
Respeitável Loja Simbólica SCRIPTA ET VERITAS, N° 1641, Benfeitora da Ordem, Rito
Adonhiramita, fundada em 10 de setembro de 1965, federada ao Grande Oriente do Brasil –
GOB, e jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro – GOB-RJ. A Loja
funciona todas as sextas-feiras, às 19:30 horas, no Templo n° 6 do Palácio Maçônico da Rua do
Lavradio, n° 97, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Edições anteriores podem ser solicitadas através do e-mail: semiliao@ig.com.br

Capa “Painel de Aprendiz” – Sergio Emilião

Arte, compilação, revisão e diagramação – Sergio Antonio Machado Emilião

Rio de Janeiro, abril de 2016 EV

Visite nossa página na internet em www.scriptaetveritas.com.br

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
NÃO PODE SER VENDIDO

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