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MORTE OU TRANSIÇÃO?

Cris R. Warken, F.R.C

A humanidade, geralmente, considera a morte como o fim absoluto de tudo e,


portanto, com desespero e tristeza. A morte é definida como total cessação de todas as
funções vitais. Esta definição, contudo, refere-se apenas ao aspecto puramente físico da
vida.

Há outros planos de vida ou existência e cada um deles tem seu modo próprio de
consciência. Cada um de nós deve evoluir e desabrochar para maior captação e
compreensão dos inúmeros e aparentes segredos da natureza.

O amor universal de Deus e do homem é uma função espiritual, embora só possa ser
compreendida mentalmente. Deus é amor e bondade. E Ele não pode ser o criador da vida e
depois destruí-la. A vida é eterna. Esta vida é uma escola de experiências, com muitas
oportunidades para aprender e progredir. E quando estamos preparados, passamos para uma
fase mais avançada de existência.

Os místicos, em especial os Rosacruzes, chamam de “transição” esta passagem de


um lugar ou condição para outro, com a cessação das funções vitais do corpo. À vida segue
a vida.

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Artigo 02

QUAL O PROPÓSITO DA VIDA?

Hugh James O´Neill, FRC

Os ser humano encontra-se nesta vida para que possa aprender, por meio de erros e
tribulações, a superar e controlar esses imprevistos materiais bem como fazer evoluir os
aspectos inferiores do seu caráter, como o ódio, a avidez, o ciúme, a intolerância, a
desconfiança, a falsidade etc. Além disso, é essencial que o homem descubra os seus
próprios poderes criadores, a sua natureza divina e incorruptível.

Para uma evolução completa e alcançar a verdadeira paz profunda, o homem precisa
dominar três mundos: o material, o intelectual e o espiritual.

A conquista do mundo material se faz pela obtenção do sucesso no trabalho e pela


satisfação das necessidades do corpo. Conquistamos o mundo intelectual pelo maior
conhecimento que possamos adquirir sobre a vida e seus múltiplos aspectos cultural, social,
político etc. E, finalmente, dominamos o mundo espiritual entregando-nos a uma atividade
mística ou espiritual que possa nos libertar de todos os dogmas e promover nossa
harmonização completa com o Plano Divino e com o próprio Deus, sem intermediários, no
silêncio e introspecção.

Os Rosacruzes há séculos vêm promovendo essa evolução do ser humano, uma vez
que sua Fraternidade é uma Escola de mentes livres e investigadoras, provenientes de todas
as raças e credos, objetivando a conquista de si e do mundo.

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Artigo 03

O DEUS DO NOSSO CORAÇÃO

Robert E. Daniels, FRC

Há uma Divindade em nosso interior, todavia a maioria das pessoas ainda pensa no
Criador de todas as coisas como um Ser externo ou uma energia externa no Universo. È
verdade que Deus, o Princípio criador da vida e de todas as coisas, está presente em todas
as partes de Sua Criação, porém, nossa percepção de Deus é uma experiência interior
provocada por uma elevação de consciência.

É comum a idéia de que a compreensão da natureza de Deus pode ser adquirida pelo
estudo. Contudo, uma profunda experiência interior de Deus só pode ser alcançada
vivendo-se a experiência mística de uma busca pessoal e íntima de Deus e do significado da
vida.

Se estamos em busca de Deus, devemos ter a firme convicção da existência de um


Supremo Ser Espiritual e assumir a missão de viver de modo a nos tornar dignos de
merecer esse privilégio. Podemos iniciar nossas atividades diárias com uma pequena
meditação e um agradecimento pelo que já recebemos e pelas oportunidades que nos
estejam reservadas. Fazendo isso proporcionamos os meios para que o nosso Eu Interior se
manifeste um pouco mais em nossa personalidade.

As práticas místicas proporcionam uma maior harmonização do homem para com o


Deus no interior de si mesmo, fazendo a perfeição da alma humana, reflexo da Alma
Divina, brilhar através do corpo material e irradiar sua luz para todos em volta.

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Artigo 04

A CHAVE DO SUCESSO

H. Spencer Lewis, FRC

Quase todo ser humano inicia cedo na vida uma busca para realizar coisas melhores
e maiores, bem como o conhecimento e a solução para os mistérios da vida. O indivíduo
que se sente perfeitamente satisfeito, que não se apercebe do comando da voz interior é,
quase sempre, um DERROTADO. E se tem obtido sucesso, o fracasso está determinado em
seu futuro.

É o desejo de servir, de poder e de realizações maiores, que conduz o homem ao


verdadeiro progresso, rumo à perfeição. Atualmente a humanidade evidencia um desejo de
sucesso, de poder pessoal, de posição social, acalentando o desejo de reconhecimento de
suas realizações. Todos os que trabalham sob o impulso de um desejo interior de melhorar
cada vez mais estão alcançando o sucesso.

Nem todo sucesso é acompanhado pela riqueza. Há pessoas que não buscam o
dinheiro, embora tudo o que fazem contribua para aumentar o que já possuem. Para elas, o
verdadeiro anseio é o desejo de atingir o objetivo a que dedicaram sua existência; o desejo
de caminhar um pouco mais adiante.

É justo desejarmos viver e trabalhar para receber a compensação que nos tornará
felizes e capazes de enfrentar a vida. Todavia, deve existir algo mais. O ser humano foi
criado para ser canal, instrumento, para o trabalho criativo. E só alcançará o verdadeiro
sucesso quando puder afirmar: “Estou trabalhando COM Deus, PARA Deus, com um de
Seus instrumentos.”

Não é possível dizer de quem é o trabalho mais importante ou quem irradia mais
luz. O sucesso depende de nossa contribuição para as necessidades da nação ou da
comunidade, e do cumprimento de uma missão cósmica. O sucesso depende do modo como
fizemos isso!

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Artigo 05

CONHECE A TI MESMO

O. J. Rankin

O primeiro elo de uma cadeia sem fim constitui um mistério. A partir do momento
em que se une ao elo seguinte, deixa de existir o primeiro e o último. Até o homem que fez
a corrente não saberá dizer qual foi o primeiro ou último dos elos. A identidade dos elos se
perdeu na unidade da corrente integral.

Podemos comparar o Homem a um elo de uma corrente circular interminável, da


qual Deus representa o princípio e o fim e à qual o homem se encontra eternamente ligado
pela Unidade. Como elo dessa eterna corrente, o homem só pode conhecer o Todo após
conhecer a si mesmo.

Para conhecer a Deus temos que nos conhecer primeiro através de uma imersão
cada vez mais profunda em nosso interior. Feito isso, conheceremos, de uma só vez, cada
um e todos os elos dessa corrente divina. Saberemos exatamente qual é o nosso lugar nela e
qual a nossa missão na vida.
Todas estas possibilidades encontram-se em nosso interior. É preciso, pois, saber
como acessar esse Conhecimento.

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Artigo 06

O AMOR É A LEI

H. Spencer Lewis

Embora o amor seja humanamente expressado, é uma emoção divina. O amor em


sua plenitude e perfeição é a suprema dádiva de Deus. Na medida em que o homem
aumenta o seu amor, aumenta sua harmonização com Deus, pois o amor é a essência de
Deus no homem.

A doença, a tristeza e o infortúnio se manifestam como conseqüência da não-


manifestação do amor. O que acontece com os homens, acontece com as nações. A
ausência do amor permite que o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo venham se manifestar.
As calamidades se abatem sobre as nações na proporção em que o amor é reprimido.

Façamos com que o nosso amor pelos povos de todas as nações se manifeste, sem
preconceitos e livre de discriminações raciais. Permitamos que o amor ilumine a nossa vida
e a de nosso semelhante.
Uma Lei universal proporcionará a todos os seres a realização dos seus mais
ardentes desejos. E essa Lei está dentro de nós: o Amor!

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Artigo 07

O QUE É BELO

Joseph J. Weed

Muito se fala no belo, mas poucos se dão ao trabalho de refletir o que vem a ser, na
realidade, esse sentimento. É necessário que a beleza seja compreendida como existente nos
níveis emocional, mental e físico. Nossos olhos são, muitas vezes, influenciados por nossas
emoções e aceitam como belo algo que, na realidade, está longe de sê-lo. Por isso não é
fácil encontrar uma definição para a beleza. Estaria ela dentro ou fora do homem? Existe
ela independente das concepções e representações mentais deste?

Os místicos definem beleza como um reflexo da essência imaterial que constitui a


base fundamental de todo ser humano, também chamada de alma. Afirmam eles que a
sabedoria é a tentativa de criar, ou melhor, refletir essa beleza interior ou imanente em
nosso mundo físico, mental e emocional. Os místicos falam da Beleza da Alma!
Devemos procurar iluminar nossa mente com os raios que provém de nossa alma,
que ao nível do coração será transformada em Amor. Para isso é necessário a aplicação da
alquimia mental, transmutando lentamente o chumbo de nossas falhas e defeitos de caráter
no ouro puro da perfeição de belas virtudes. Estas não são criadas, mas já existem em nós!

De nada adianta procurar produzir beleza no exterior sem tê-la verdadeiramente no


interior. Resultará em algo artificial, sem vida. As maiores e melhores obras de artes são,
pois, aquelas onde o artista, a despeito de suas falhas individuais, conseguiu projetar uma
parcela, ainda que ínfima, de sua alma imortal.

Assim, deixe que a Luz brilhe na sua mente e no seu coração e se irradie aos seus
amigos, conhecidos e desconhecidos. Seja um portador da Beleza Interior!

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Artigo 08

CRIANÇA E ESPIRITUALIDADE

Robert E. Daniels, F.R.C.

As crianças vivem mais intimamente em contato com o plano psíquico do que nos
damos conta. Cabe-nos a responsabilidade de transmitir a nossos filhos os princípios e
ensinamentos espirituais, mediante exemplos simples e cotidianos, facilmente assimiláveis
pela mente infantil. Assim, vamos dando possibilidade à alma da criança de se manifestar
desde cedo e não rejeitar, com muitas vezes acontece, sua relação com a natureza psíquica
e divina das coisas.

Um bom começo é dizer às crianças que dentro delas existe uma estrela brilhante e
que a cada bom pensamento e boa ação essa estrela fica mais brilhante. A cada mau
pensamento e má ação, essa estrela fica mais fraca. Quando nossa estrela interior está muito
brilhante, as pessoas que se aproximam de nós podem ver esse brilho, e sentem que temos
uma personalidade maravilhosa. Podemos chamar essa estrela de “estrela mágica”. Essa
idéia é fascinante para as crianças, o fato de elas possuírem uma estrela mágica em seu
interior.

A partir de analogias simples como essa, vamos introduzindo conceitos que farão
diferença na vida do futuro adulto. Um conceito como o da “estrela mágica” está livre de
dogmas e não inculca medo na jovem alma. A criança aprende desde cedo que é a única
responsável pela sua felicidade ou infelicidade, despertando também para o importante
princípio da responsabilidade pessoal.

Da mesma forma, conceitos com o de Deus, perdão, tolerância, energia positiva


etc. podem ser apresentados com simplicidade. Para espiritualizar nossos filhos é
importante, ainda, vivermos nós mesmos, diariamente, os grandes princípios místicos.
Assim, estaremos preparando uma geração mais esclarecida e pacífica, que construirá um
futuro melhor para o planeta.
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Artigo 09

A DESCOBERTA DE UM NOVO MUNDO

H. Spencer Lewis, F.R.C.

Desde os tempos mais remotos os místicos afirmam que no interior do homem


existe um mundo a explorar. E este mundo está ao alcance de nossas faculdades psíquicas e
físicas. O mundo que os audazes viajantes do passado exploraram em nada se compara ao
que existe no coração do homem.

Ao longo dos séculos as maiores recompensas que o homem obteve resultaram mais
de explorações no mundo mental e espiritual do que no mundo material. Para poder efetuar
essas explorações o homem necessita proceder a muitas investigações e pesquisas.

Quando pensamos que graças a ousados descobridores do passado ocorreram


maravilhosas mudanças no mundo, não devemos esquecer o êxito alcançado por aqueles
que têm explorado a natureza interior dos homens e também têm feito descobertas sobre
Deus, Suas Leis espirituais e os princípios divinos da vida. Ser um explorador de nossa
natureza interior está ao alcance de todos nós; na verdade, é um dever de todos nós!

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Artigo 10

A FORÇA VITAL

Cecil A. Poole, F.R.C.

O homem, por meio da Biologia, tem se preocupado com a conservação da vida no


corpo, esforçando-se em tornar possível o alívio da dor e a erradicação da doença. É
absolutamente necessário, contudo, analisar a força que faz com que o mecanismo vivo
funcione.

O bem-estar do ser humano repousa em dois campos diferentes: um que trata


objetivamente de um conjunto físico; outro que trata subjetivamente de uma força
extrafísica.

O primeiro passo para que o homem possa compreender melhor a sua própria
natureza é fazer uma análise do organismo biológico com uma unidade. O corpo é um
acessório da vida; um acessório físico que se torna um canal, por meio do qual opera uma
essência básica e sutil chamada força vital. É ela que dá origem a todas as coisas vivas e
está infusa em todo o universo. Essa energia entra no corpo na ocasião de nosso
nascimento.

Dispensando a devida atenção a essa força, existente em nós, poderemos


compreender melhor a sua origem e , assim, entender o significado e mistério da existência!

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Artigo 11

O MILAGRE DA ROSA

Don Pritts

Eu não encontrava resposta. Estava vazio. Não compreendia porque ninguém me


permitia prestar um serviço. Dirigia-me a todos, procurando dar um pouco de mim mesmo.
Uma vez disseram-me: “Primeiro você terá que descobrir e conhecer o teu próprio Eu; só
depois poderá servir.”

Busquei o meu próprio Eu, e quando comecei a descobrir, tentei de novo servir e
com mais interesse do que antes. Porém, da mesma forma, quanto mais tentava, menos era
capaz de dar algo de mim àqueles com quem entrava em contato. Eles não aceitavam. E eu
pensava: “Por quê?”

Um dia, sentado em meu jardim, contemplava o espetáculo maravilhoso do nascer


do sol, do romper da aurora, quando meus olhos pousaram numa rosa. Como era bela!
Iluminada apenas pelos primeiros raios de sol, ela brilhava com uma luminosidade própria.
E pela simples circunstância de existir SERVIA para me prodigalizar beleza. SERVIA!

Esta rosa, pelo simples fato de existir, SERVIA! Bastava apenas existir, anônima e
serenamente. Ela não procurava nem tentava servir-me. Simplesmente acumulava a beleza
da sua própria forma. Ela nada mais necessitava, porém, devido à minha ansiedade, tornou
algo mais.

A rosa não me pediu que a olhasse, mas, quando o fiz, serviu-me por estar à minha
disposição. Pronta para servir a qualquer pessoa que necessitasse daquilo que ela realmente
era: uma Rosa.

Agora já obtive a reposta e não estou mais vazio.

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Artigo 12

A PONTE DA VIDA
Todos nós cruzaremos a ponte que separa esta vida da vida futura. À medida que
passamos pela vida cruzamos muitas pontes, algumas com alegria e felicidade, outras com
tristeza e sofrimento.

As pontes mais difíceis de cruzar e que constituem os verdadeiros problemas de


nossa vida são, na maioria das vezes, as que nós mesmos construímos, aquelas em que
somos os únicos caminhantes. Cada ponte é de natureza diferente, todavia, em determinado
ponto do nosso caminho verificamos que milhares de pessoas estão se reunindo para cruzar
a mesma ponte.

Assim, podemos compreender que a despeito das diversidades dos caminhos, há


determinados lugares da jornada da vida onde todos se encontram, onde verificamos que
nossas dificuldades, as nossas tristezas, os nossos interesses e os nossos esforços para
atingir o objetivo da vida são comuns a quase todos.

Verificamos, assim, estarmos unidos em uma fraternidade humana de interesses


comuns a despeito da nossa diversidade individual. Cada um de nós, todos os dias, se
defronta com uma ponte inesperada. Vivendo cada dia em harmonia com os mais elevados
conceitos de justiça e lealdade, e mantendo-nos harmonizados com o que é bom e puro,
estaremos caminhando para a última ponte na companhia daqueles que, como nós,
merecem as mais valiosas recompensas.

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Artigo 13

LIBERDADE MENTAL

H. Spencer Lewis, F.R.C.

Atualmente, devido ao grande desenvolvimento material e ao progresso universal, o


homem tem sofrido restrições em sua liberdade e expressão individuais. O crescimento e o
desenvolvimento das sociedades mundiais levam as pessoas a sentir o conflito entre seus
desejos naturais de individualidade e a sempre crescente necessidade de associação que o
mundo requer.

Assim, estamos nos aproximando da última fronteira da liberdade, que o


pensamento. No futuro nosso eu físico terá cada vez menos liberdade e a vida apenas terá
significado real para nós pelo que dela pudermos extrair intuitivamente.

A intuição proporciona verdades que dispensam explicação. É pela meditação, pela


contemplação filosófica, que essa intuição poderá ser adquirida e desenvolvida. Encontrar a
resposta dentro de nós mesmos representa grande compensação.

Isoladamente conseguiremos superar barreiras e assim tomaremos consciência de


que ainda estamos desfrutando liberdade: liberdade mental, Essa, talvez, seja a melhor e
maior de todas as liberdades!
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Artigo 14

A VISÃO MÍSTICA DA VIDA

Fred Flanagan, F.R.C.

Geralmente o intelecto, ou mente racional, é considerado o mais elevado nível de


consciência humana. Porém, misticamente considera-se que há níveis muito superiores ao
intelecto, que é limitado em sua função.

O modo místico de solucionar os problemas da vida consiste em empregar a mente


racional até o seu limite e, em seguida, transferir o assunto para o Eu Interior. Este,
misticamente falando, é a essência do homem.

O Eu Interior manifesta-se no mundo material por meio do organismo humano. Ele


é o Ser real do homem, integrando o aspecto divino da existência humana. Nesse sentido,
os aspectos físico e espiritual constituem duas realidades operando em harmoniosa
correspondência.

Na vida cotidiana todas as pessoas revelam a sua personalidade individual. Porém,


esta personalidade não é a imagem perfeita da alma justamente porque se manifesta por
meio da consciência objetiva. A tarefa do Eu Interior é levar esta consciência objetiva a ser
um reflexo do Ser Interior.

A “voz” do Eu Interior, que pode ser muito forte, mas pode também ser muito sutil,
é, por vezes, dificilmente “ouvida” por certas pessoas, que ficam privadas de sua valiosa
orientação e sabedoria. Aprender a ouvir o Eu Interior é uma das práticas a que os místicos
de todas as épocas sempre se dedicaram.

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Artigo 15

A VISÃO PSÍQUICA
H. Spencer Lewis, F.R.C.

A visão psíquica é uma faculdade normal, natural e racional de nossa consciência


psíquica. Há pessoas que impropriamente denominam esta capacidade de “clarividência” e
automaticamente a relacionam a “milagres” e “feitiçaria”.

Quase todos os homens, mulheres e crianças já experimentaram a visão psíquica,


seja durante os sonhos ou mesmo em vigília, por frações de segundos. Isso ocorre porque a
visão psíquica é inerente ao homem e cabe a ele apenas o esforço de despertar para esta
realidade.
A finalidade desse despertar é fazer o ser humano mais feliz, consciente e sensitivo.
Só assim o homem pode dizer que passou pelos estágios da vida com real conhecimento de
sua existência. Como demonstraram vários filósofos, nossa percepção de mundo é muito
limitada, por mais ampla que ela pareça ser na ocasião.

Para que a visão psíquica possa começar a se desenvolver é necessário que o


homem elimine da mente a falsa convicção de que para ver deve confiar apenas nos olhos
físicos. Além disso, ele deve fortalecer e estimular sua própria faculdade de visão psíquica,
que existe latente, no interior de todos nós.

Os místicos aprendem como efetuar esse despertar e empregar a visão psíquica na


resolução de inúmeros problemas, bem como para levar uma vida mais plena.

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Artigo 16

A BUSCA DA FORTUNA

H. Spencer Lewis, F.R.C.

A busca da fortuna não é, em si mesma e por si mesma, incompatível com a mais


elevada ética do desenvolvimento espiritual. O homem está vivendo essencialmente no
plano terreno, material, e aqui está colocado para superar, dominar e conquistar as
condições desta vida, e não para fugir delas.

O asceta e o eremita buscam o isolamento, retirando-se para lugares ermos como


vales e planícies, recusando-se a viver no mundo. Pode ser que assim se livrem dos
cuidados e das responsabilidades, das provas e tribulações, do sofrimento e das dores deste
mundo material. Mas eles estão se isolando, de igual modo, de grande parte da beleza, da
nobreza e de todas as finalidades do mundo material.

O segredo do sucesso está na utilização de todo o poder, de toda a faculdade, toda


lei e todo o processo da natureza para a consecução de um ideal, desde que esse ideal
encerre todo os elementos geradores de conforto, paz, felicidade e desenvolvimento, para o
próprio indivíduo e, por meio dele, para a espécie humana em geral. E isso só pode ser
conquistado vivendo no meio das pessoas.

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Artigo 17

A ILUMINAÇÃO

Chris Buchanam, FRC


A Iluminação é um estado de consciência designado de diferentes modos conforme
a Tradição. No Budismo fala-se em Nirvana; no Judaísmo em Estado da Aliança; o
Cristianismo fala da Consciência Crística e o Islamismo chama de Estado de Glória a
consciência iluminada.

Independente dos fundadores das religiões existem Iniciados que alcançaram ou se


aproximaram desse estado em um dado momento de sua evolução. A maioria deles estava
ligada a uma senda mística tradicional, como a Ordem Rosacruz. Cita-se, entre eles,
Akhenaton, Platão, Avicena, Plotino, Râmanuja, Eckhart, Jacob Boehme, Saint Martin
entre outros.

Qualquer que seja a terminologia empregada, o estado de Perfeição resulta da fusão


entre a autoconsciência e a Consciência Cósmica. Quando um místico realiza essa fusão,
sua alma identifica-se totalmente com a Alma Universal e recebe um influxo definitivo de
Sua Sabedoria. A partir daí, seus pensamentos, palavras e ações conformam-se às Leis
Divinas e refletem perfeitamente a Onisciência de Deus.

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Artigo 18

NOSSA MURALHA PESSOAL

H. Spencer Lewis, F.R.C.

Fala-se muito nas divisões que os homens colocaram entre povos e civilizações, por
motivos os mais variados. A Muralha da China talvez seja o mais antigo exemplo e o Muro
de Berlim um dos exemplos modernos. Contudo, poucos se dão conta que possuem
muralhas internas, construídas consciente ou inconscientemente.

A origem dessas muralhas interiores é o egoísmo. Ele impede de desfrutarmos nosso


direito inalienável à felicidade. Por estarmos tão concentrados em nós mesmos, deixamos
de usufruir a felicidade verdadeira.

Somente ao eliminar nossa muralha e nossos bloqueios interiores, e sentirmos nossa


interdependência com tudo o que vive, é que podemos aspirar a um verdadeiro estado de
gozo e satisfação.

A Chave para a Felicidade começa, pois, com essa exploração interna. Se nela
detectarmos muros ou muralhas que, por defesa, medo ou outro motivo, tenhamos
construído para nos separar dos outros, dinamitemo-los psiquicamente e saudemos o
intercâmbio construtivo com os outros. Essa será uma descoberta importante.

O Misticismo é um dos processos que ajuda o homem a perceber sua ressonância


com toda Criação. Para o místico não basta viver, é preciso participar.
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Artigo 19

DEUS FALOU

H. Spencer Lewis, F.R.C.

Em nossa louca ambição de conquistar o êxito e alcançar benefícios materiais,


esquecemos as coisas essenciais. Esquecemo-nos das palavras simples de Deus e a maneira
com que O adoramos torna-se tão confusa, tão complexa, que Deus se torna um estranho
em nosso coração e consciência.

Não obstante, Deus está tão próximo, tão perto de nós, que podemos ouvir a Voz
Divina, sentir a Divina Presença e compreender a Mente Divina a cada hora do dia. Se o
leitor tiver oportunidade, passeie despreocupadamente por um campo verdejante, com o céu
azul em cima e o vento a brincar em sua face. Colha uma flor e observe cuidadosamente a
harmonia da sua forma, a graça de seu desenho, a simetria de seu cálice, a regularidade de
suas pétalas, a simplicidade de sua anatomia. Se o leitor conseguir esquecer, por uma fração
de segundo, seu ego e sua individualidade nessa meditação com a flor, vai perceber
que...Deus falou! Através da flor Deus revelará em clara linguagem a infinita sabedoria de
Sua mente, a superioridade de Seus métodos e leis.

Essa experiência simples comprova que Deus espera e espera até que possa falar
conosco, e se não Lhe dermos oportunidade nesta vida chegará um tempo em que, por meio
de dores, tristezas e lições do passado, nossa alma sentirá, nosso coração compreenderá,
nossa mente ouvirá, e saberemos que Deus finalmente falou, como só Deus pode falar.

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Artigo 20

A AURA HUMANA

Richard Shimoda, F.R.C.

Tudo no universo é composto de vibrações que, por meio de diferentes


comprimentos de onda, determinam o que podemos conhecer pelos cinco sentidos. Cada
comprimento de onda determina uma freqüência específica, que dá identidade a um
fenômeno manifestado, quer seja uma pedra, uma onda de rádio ou um átomo.

O ser humano é um ser magnético por excelência. Irradia vibrações sutis, resultado
de sua natureza física, psíquica e espiritual. É o que se denomina de “aura”. Essa aura pode
atrair ou repelir, dependendo de sua freqüência vibratória. Por que às vezes temos as mais
diversas sensações na presença de outra pessoa, sem nenhuma causa aparente? Isso ocorre
porque o corpo humano irradia energia, formando uma aura magnética em seu derredor.

A aura humana é modificada pelos pensamentos e sensações emocionais.


Pensamentos de ira, inveja, ganância etc. tendem a emitir energia pestilenta, bastante
prejudicial à saúde do emissor e às pessoas próximas a este. Já pensamentos elevados, de
amor, gratidão, benevolência etc. irradiam sutilíssimas e brilhantes vibrações, que reagem
beneficamente sobre o emissor e sobre as pessoas que lhe estão próximas.

Estamos sujeitos a essas irradiações diariamente. Elas podem ser responsáveis por
nosso estado de ânimo, até mesmo pelas nossas impressões intuitivas. Este é um fenômeno
natural, parte dos poderes interiores do ser humano que todos possuem, mas poucos
compreendem. Aprender a dominar este fenômeno permite ampliar o raio magnético de
nossa própria aura e atrair as melhores situações para a nossa vida.

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Artigo 21

MORTE... E DEPOIS?

Richard Shimoda, F.R.C.

Por não se ter conseguido até o momento uma comprovação empírica de que algo
sobrevive à morte do corpo físico, a ciência nega a priori a sobrevivência humana após esse
fenômeno, tão natural e inexorável na vida de todo o ser vivo. A ciência utiliza depende de
uma metodologia própria, que requer uma instrumentação específica para aferir resultados.
Contudo, é possível que existam outras formas de verificação que não as utilizadas pela
ciência e são justamente esses outros métodos que os místicos de todos os tempos
empregam para averiguar assuntos aparentemente além da compreensão humana.

Os místicos postulam que é possível comprovar a dualidade do ser humano, corpo e


espírito, mediante uma experiência de separação, momentânea, entre consciência normal e
o corpo onde a mesma está focada. É o que se chama de “projeção psíquica”. Através desta
experiência, difícil de se conseguir, mas possível após perseverança, percebe o
experimentador que uma forma de consciência pode existir separada e independentemente
do corpo físico.

Estudos e relatos de projeção psíquica vêm sendo feito há séculos, mas a pesquisa
só se tornou mais popularizada após os testes feitos em laboratórios de parapsicologia em
todo o mundo. Escolas filosóficas como a dos Rosacruzes, da AMORC, também
investigam e desenvolvem as faculdades latentes do homem, provando, por meio de
verificação pessoal, que fatos como a morte são apenas aparentes. Que a vida continua e se
estende em outros níveis. Não se trata de crença, mas de conhecimento oriundo da
experiência pessoal.

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Artigo 22

VIVEMOS APENAS UMA VEZ?

Richard Shimoda, F.R.C.

A reencarnação é um tema polêmico e que apareceu no ocidente recentemente em


comparação com a antiguidade dessa doutrina. Ela é aceita por inúmeras religiões do globo,
entre elas o hinduismo, o budismo, o judaísmo e algumas linhas do islamismo. O
Cristianismo está entre as poucas religiões que não a aceitam.

Muitos pontos de vista foram apresentados para se justificar tanto a veracidade


como a falsidade da reencarnação. Contudo, se concordarmos que existe um procedimento
analógico que permite situar os fenômenos universais em concordância entre si, podemos
ter uma nova luz sobre a reencarnação.

Observando a natureza, verificamos que morte e renascimento são uma constante, e


que não parece haver um cessar repentino nesse movimento. Desde o exemplo da lagarta
que se transforma em borboleta, até a da semente que origina uma árvore, a reincorporarão
de um princípio em outro parece lógica. As próprias células humanas são substituídas, ou
renascem, a cada período e no decorrer de sete anos há como que uma renovação total do
organismo.

Da mesma forma, pode-se concluir que o homem não seria exceção a esse fenômeno
universal. Seu corpo, após a morte, decompõem-se em elementos que entrarão na
fabricação de outros corpos. Pode-se inferir daí que sua consciência também se reincorpora,
de alguma forma, em uma nova roupagem, não necessariamente igual à antiga.

Relatos de pessoas que recordam vida passadas estão se tornando cada vez mais
abundantes e começam a chamar a atenção da ciência. Os Rosacruzes sempre consideraram
a reencarnação um fato, pois apenas uma vida humana não seria suficiente o aprendizado
que o homem tem precisa em seu próprio benefício. Reencarnar significa ter outra chance
de se aperfeiçoar, bem como colher os frutos, positivos e negativos, de condutas anteriores.

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Artigo 23

EM TEMPOS DIFÍCEIS

Robert E. Daniels, F.R.C.

Em tempos difíceis as técnicas místicas têm seu maior potencial de sucesso. Quando
a vida está muito cômoda, alcançamos pouco êxito na aplicação dos princípios que podem
produzir as circunstâncias que desejamos estabelecer em nossa vida. Mas quando nos
defrontamos com emergências e problemas difíceis, a aplicação de princípios místicos é
mais poderosa, de modo que resultados quase milagrosos podem ser observados. Isso deve
nos trazer a confiança e a certeza de que o Cósmico se predispõe a trabalhar em nosso favor
durante momentos de grande necessidade.

O viver em harmonia com o Cósmico requer mais do que simplesmente meditar por
alguns minutos, todos os dias, e ler literatura mística. Implica levarmos uma vida mística,
vivendo segundo as condições que ela de nós exige. Estas condições consistem em que
devemos nos tornar tão tolerantes como o Cósmico, tão mentalmente abertos como o
Cósmico, tão amorosos como o Cósmico, e igualmente abrangentes ou universais em
nossos pensamentos e conduta. O Cósmico, como sabem os Rosacruzes, é Deus em ação
por todo o Universo.

Se em nossos pensamentos e em nossa conduta somos preconceituosos, egoístas,


invejosos, ciumentos ou dados ao ódio, nenhuma harmonia com o Cósmico pode existir,
mesmo que nos entreguemos a estes sentimentos inarmônicos apenas ocasionalmente. O
ritmo central do nosso viver diário deve ser bondoso, amoroso e generoso, cheio de nobre
exaltação e compreensão solidária.

Passou a fase em que meramente lermos acerca da vida mística terá algum valor.
Devemos transformar a teoria em prática, todos os dias, senão perderemos a oportunidade
de um ciclo.

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Artigo 24

AS TRIBULAÇÕES DA VIDA

Robert E. Daniels, F.R.C.

O fardo da vida freqüentemente nos oprime duramente, destruindo a harmonia e a


paz de nossa mente ou consciência, trazendo ansiedade, preocupação e, às vezes, desespero.
Essas tribulações, embora difíceis de suportar, são muitas vezes necessárias, visto que em
nosso desejo de coisas importantes na vida, causamos uma reação interior. A tribulação
parece um contratempo, mas na realidade constitui uma oportunidade de aprendermos uma
lição importante e removermos um obstáculo à consecução que desejamos.

Estamos tão acostumados a culpar outras pessoas das nossas dificuldades, de nossos
problemas, que não percebemos que o nosso Carma pessoal está nos ensinando uma valiosa
lição, necessária no momento. Se conseguirmos enxergar para além de nossa frustração,
veremos a sabedoria do Cósmico atuando em nosso favor, ainda que estejamos feridos.

Por conseguinte, provocamos os nossos próprios problemas com o nosso desejo de


melhorar. Isso parece paradoxal, mas é exato. Entretanto, nossos pensamentos negativos
durante os períodos de prova tornam a experiência mais difícil de suportar. Se, porém,
permitíssemos que a nossa consciência se harmonizasse intimamente, de modo que o Eu
Interior pudesse expressar-se, perceberíamos mais claramente a Sabedoria presente em
nossas tribulações cotidianas.

Ao harmonizarmos nossa consciência todos os dias, por meio da meditação, com a


Divina Consciência Universal em nosso âmago, permitirmos que as Forças Espirituais
guiem nossa vida e nossas atividades. Então, o amor, a lei que torna todas as coisas
possíveis, permitirá entendermos nossas ocasionais tribulações como um aspecto do divino
desabrochar que está ocorrendo em nosso interior.

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Artigo 25

GRANDES PROBLEMAS DA VIDA

Edgar Wirth, P.h.D, F.R.C.

Tomar uma decisão muito importante geralmente representa um grande problema na


vida. Não conseguimos vislumbrar uma solução clara para o problema. Mas você não tem
apenas um problema, você é parte dele assim como parte da solução. Os Rosacruzes
postulam que nunca somos confrontados com um problema que não possamos resolver.
Nossa responsabilidade está em descobrir em aplicar nossos recursos interiores na
superação do problema.

O primeiro passo na resolução de um problema está em aceitar o fato de que tudo o


que experimentamos agora, agradável ou desagradável, só bem mais tarde poderá ser
reconhecido como um apoio no processo de alcançar nosso próprio objetivo na vida. De
qualquer forma, todo problema tem um potencial pedagógico embutido.

O segundo passo é desejar, verdadeiramente, superar o problema, mesmo que não se


saiba, a priori, como. O desejo é uma força poderosa e útil, sendo crucial na resolução de
problemas. Até mesmo a solicitação do auxílio cósmico ou o direcionamento da forças
cósmicas depende do desejo. Avaliando francamente o que deseja, várias vezes, poderá se
surpreender ao descobrir que seu desejo não é o ponto principal do problema. Que você está
desejando uma solução errônea.

Para que possamos ser conduzidos corretamente rumo à solução de nossos


problemas, é necessário expor um problema de cada vez á Sabedoria Ìntima por meio da
harmonização e da meditação. È importante uma fase precedente de raciocínio, mas após é
fundamental abandonar o problema À Mente Divina em nosso interior. Isso se faz
relaxando completamente e pedindo ao Mestre Interior que mos oriente acerca da
dificuldade enfrentada. Isso pode ser resumido em uma frase simples, como “desejo
orientação sobre o problema tal...”. Após, devemos esquecer a petição e apenas colocar-se
em estado receptivo, tentando não pensar em nada. A reposta, certamente, virá. Ela pode vir
no mesmo momento da meditação ou depois, no período mais inesperado.O fato é que ela
vêm, e sempre é acompanhada de um sentimento de júbilo e certeza que não podemos
descrever em palavras, apenas sentir.

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Artigo 26

DOIS PRINCÍPIOS PARA OS NEGÓCIOS

Judy Child P.h.D, F.R.C.

Os Rosacruzes ensinam que existem certos princípios que podem ser aplicados com
sucesso no mundo dos negócios. Aqueles que afirmam que o mundo dos negócios não é
digno de nossa preocupação mística erram profundamente, pois qualquer sabedoria que
alcançarmos deve ser útil em todos os planos de nossa vida, senão não será útil.

O primeiro passo para sermos bem-sucedidos na esfera comercial está em nos


libertarmos de nossa própria ansiedade com relação a este assunto. Períodos de relaxamento
profundo, quando esquecemos as questões mundanas, esquecemos até de nós mesmos, são
fundamentais para que a consciência profunda, presente em todos nós, libere soluções
criativas e idéias inovadoras.

Além disso, é importante sabermos visualizar uma situação que desejamos que
ocorra. É preciso pintar na tela mental uma situação, com todo o realismo possível, onde
nossos negócios fluem bem, somos bem-sucedidos e desfrutamos de prestígio e felicidade.
A repetição dessa imagem, cada vez mais aprimorada, e sua liberação às regiões profundas
de nossa consciência, permitirão atrair, por um processo místico bem conhecido dos
Rosacruzes, todas as condições necessárias à realização de nosso “filme” mental. Aí
teremos a prova definitiva que a mente determina a matéria. É preciso saber imaginar uma
situação na mente, colocarmo-nos nela como se estivéssemos vivendo-a, com todo o
sentimento necessário, e, por fim liberar essa imagem, esquecendo do assunto por algumas
horas.

O relaxamento e a visualização são dois passos, dois momentos fundamentais para


alcançarmos êxito em qualquer área. Quando relaxamos abandonamos as emoções e
pensamentos, para permitir que o subconsciente fale conosco. Quando visualizamos
permitimos que as emoções, ordenadas, apareçam para dar vida a uma situação ideal que
ainda não ocorreu no plano material.

A aplicação desses princípios simples pode promover verdadeiros milagres. As Leis


Cósmicas não devem ser apenas estudadas teoricamente, mas testadas e aplicadas a todo
momento. Só assim conseguiremos um gradativo domínio na vida, e na área dos negócios
não é diferente. O êxito está na medida da aplicação e da sinceridade com que aplicamos
um princípio místico.

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Artigo 27

A MEDITAÇÃO

Robert E. Daniels, F.R.C.

Hoje a meditação é assunto comum na conversas. Todavia, o assunto não pode ser
tratado descuidadamente. Tem uma força e um sentido pouco apreendidos pelo estudante
comum. A meditação é um dos mais importantes recursos para atingirmos o objetivo que
buscamos. Há, naturalmente, quem ache que ela seja a única técnica necessária para se
alcançar maior compreensão da vida, mas ela é um dos recursos e meios para isso, não o
único.

Os ensinamentos Rosacruzes propõem uma técnica especial, desenvolvida através


dos séculos, pela qual o Eu é inteiramente preparado para alcançar a completa harmonia e
identificação com a Consciência Divina. Seria ilusório sugerir que apenas um único método
poderia abrir caminho para essa realização. Contudo, a meditação nos prepara como
nenhuma outra técnica, pois através de sua prática regular edificamos uma ponte entre
nossa consciência e a alma interior.

Esse contato com o Eu Interior pode surpreender e mesmo contraria muitas das
idéias que mantemos no momento sobre nossa vida ou assuntos específicos. O elevado
padrão ético de conduta que ele nos infundirá poderá desapontar muitas pessoas. É por isso
que muitos abandonam a prática mística da meditação, pois ela nem sempre justifica o que
pensamos ser certo e bom para nós e para os outros.

Na meditação precisamos estar perfeitamente relaxados e desligados do nosso


ambiente físico. Então, dirigimos nossa consciência para o íntimo através da concentração
e, com o desejo sincero e profundo amor em nosso coração, harmonizamos nossa
consciência com o Eu Interior. Devemos então nos manter completamente passivos e
intimamente receptivos. Quanto maior a necessidade e quanto maior o amor em nosso
coração enquanto meditarmos, maior será nosso proveito.A resposta ou a inspiração
poderão vir no momento da meditação ou mais tarde. Isso não importa.

Devemos nos colocar em meditação apenas poucos minutos, uma ou duas vezes no
dia, se possível. Períodos mais longos não aumentam a eficácia da meditação. O que
importa não é a quantidade mas a qualidade de nossa experiência.

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Artigo 28

O SINAL DA CRUZ

Samuel Rittenhouse
Há várias dezenas de espécies de cruz. A cruz é um símbolo arcaico e que antecede
o cristianismo. Está presente em praticamente toda as culturas do mundo. Talvez a Tau
antiga, a cruz em forma de T, usada pelos egípcios e fenícios, seja a mais antiga de todas.
Há, ainda, a Cruz Ansata, a Céltica, a Grega, a Budista etc. A Suástica, popularizada de
forma muito negativa na Segunda Guerra, é muito antiga, talvez mais antiga ainda que a
Cruz Tau, e é usada de várias formas nas culturas hinduísta e budista, bem como
encontrada entre os índios norte-americanos. O significado original desse tipo de cruz é o
movimento cósmico ou energia criativa universal. Nada tem a ver com a ideologia perversa
do nazismo, que se apropriou dela e a deformou.

A cruz é formada do ponto, que se expande em duas direções, formando linhas que
se cruzam, que representam dois estados ou condições: a matéria e o espírito. A linha
horizontal representa a primeira, a vertical o último. Este é o conceito da dualidade
expresso pela cruz.

Além da dualidade, a cruz simboliza o surgimento de uma terceira condição pela


união dos contrários. Onde as duas linhas se cruzam na cruz, surge uma nova manifestação.
Assim, a cruz também ensina que muitas coisas unitárias são o resultado da união de duas
energias dessemelhantes. A união do espírito e da matéria faz surgir, no ponto onde os dois
cruzam-se na cruz, a consciência de uma nova condição.

O símbolo místico dos Rosacruzes é uma cruz com uma única rosa vermelha no
centro. A cruz simboliza o corpo material e as provas terrenas. A rosa simboliza a
consciência humana evoluindo por meio dessas mesmas provas, rumo à perfeição final.

É interessante saber que a palavra “rosa” nos dicionários primitivos era explicada
como tendo sua raiz na palavra “rocio”, um eflúvio especial usado pelos alquimistas
medievais para fins de purificação. Unidos, a rosa e o rocio simbolizam o despertar de uma
consciência que transcende o nível objetivo e se remete a uma dimensão cósmica e infinita,
fazendo de seu possuidor um “iluminado”. A partir daí, a rosa não precisa mais da cruz para
evoluir.

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Artigo 29

O PAPEL DA CULTURA HUMANISTA

Eduardo Teixeira, FRC.

A Educação orientou-se para "fora", preparando caminho para múltiplas


especializações. Todas as formas de conhecimentos, insuficientes por si próprias para
assegurarem aos jovens uma posição social economicamente orientada, foram
progressivamente abandonadas. A juventude, sentindo, ainda que de forma nebulosa, a
perda de identidade, lançou-se numa busca quase desesperada de novos valores.
Essa reação desamparada de filosofia, que pudesse definir o verdadeiro sentido da
liberdade, redundou, como é facilmente compreensível, em comportamentos distorcidos e,
conseqüentemente, não logrou de imediato a compreensão da sociedade. Instalou-se, dessa
forma, uma crise de proporções imprevisíveis. Em algum momento, entretanto o senso
comum foi mobilizado e surgiu aquilo que presentemente constituí opinião unânime
daqueles que se ocupam com a tarefa da Educação: a conscientização da necessidade de
reformulação dos métodos e da qualidade do ensino.

Toda a crise é fruto de extremismo. Afortunadamente, qualquer tipo de extremismo


conduz o germe de sua própria regeneração.A História é testemunha de que toda a crise de
grande estrutura decorre do enfraquecimento do sentido de humanidade e da inversão de
valores que sustentam a sociedade humana. A restauração desses valores está em íntima
relação com o desenvolvimento de uma cultura humanística.A valorização do Homem,
integralmente considerado, como objetivo da cultura humanística, é o ponto de partida para
qualquer reforma educacional.

O Misticismo promove o encontro do Homem com o seu Deus Interior e a


consecução dos mais sublimes objetivos da existência. Por isso tem o poder de harmonizar
ciência e humanismo, influindo positivamente numa educação substancial da juventude,
responsável por seu destino e participante indispensável no plano evolutivo do Cósmico.

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Artigo 30

O APÓS VIDA

Hideraldo Montenegro F.R.C.

A morte ocorre no momento da separação do corpo psíquico do corpo físico.


Também aprendemos que durante alguns dias o falecido ainda continua preso aqui, no
corpo psíquico e, posteriormente, haverá aquilo que podemos chamar de “segunda morte”,
quando a consciência abandona o corpo psíquico e vai ocupar o plano de consciência
correspondente ao seu nível de evolução.Assim como o corpo físico do falecido fica sem
vitalidade, sem consciência, ocorre o mesmo com o corpo psíquico que também não possui
consciência, já que esta é um atributo da alma

Se a vida é movimento e ação é óbvio supor que a vida espiritual seja exatamente o
oposto, de quietude e contemplação. Assim, a nossa consciência, nos planos espirituais em
que ocupamos (o nível em que nos encontramos antes de nos iluminarmos ao atingir a
consciência cósmica), não é agitada pelos fenômenos e acontecimentos (fatos) como ocorre
no contato com a matéria.

Estamos vencendo nossa condição animal para, assim, nos humanizarmos. E, temos
esta oportunidade toda vez que encarnamos e nos deparamos com situações criadas pelo
ego que nos obrigam a profundas reflexões para vencê-las, através do sofrimento dos erros
causados por ele mesmo. Certamente que estamos ainda no processo de humanização e,
para tanto, precisamos vencer e superar nossa condição e tendência animal.

A conclusão lógica deste raciocínio é que quanto mais vezes uma personalidade-
alma tenha se encarnado, mais o domínio do ego sobre esta é menos acentuado, da mesma
forma que uma personalidade que esteja apenas em suas primeiras encarnações estará
completamente dominada por ele.

A idéia que concebemos em relação ao após-vida determina o nosso modo de viver.


Certamente são as nossas crenças que têm nos impedido de apreendermos a bela
simplicidade das leis que envolvem o nascimento e a morte.

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Artigo 31

A BUSCA DO CONHECIMENTO

Adrian W. Sasha, F.R.C.

Quanto mais conhecermos mais há para conhecer. A busca do conhecimento é uma


sedução constante. Quanto mais avançamos mais distantes de nós deverão estar os
horizontes, pois, de outro modo, eles se fechariam e a nossa vida se tornaria um mundo
aborrecido, pequeno e sufocante.

Aprendamos tudo o que pudermos, porém não esperemos aprender tudo. Na medida
em que vamos aprendendo coisas novas vamos avaliando fatos do nosso passado e, devido
ao conhecimento maior que agora temos, concluímos que fizemos muita coisa errada.

Esta compreensão afasta de nós qualquer tendência para condenar ou acusar a nós
próprios ou aos outros de modo radical. Isto traz paz para a alma, calor para o coração e
iluminação para a mente.

Os horizontes se distanciam na medida em que o homem evolui, mas novamente se


aproximam, procurando estimulá-lo a ir ainda mais adiante. Assim, virá o dia em que o
homem terá a convicção de que a busca silenciosa do conhecimento lhe trará recompensa
interior sendo um exercício misterioso para o seu Eu, a fim de o desenvolver, fortalecer e
enobrecer.

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Artigo 32

A AÇÃO TRANSFORMADORA

Hideraldo Montenegro F.R.C.


Há um equívoco imenso naqueles que anseiam por mudanças imediatas: procuram o
caminho da destruição para supostamente construírem uma realidade diferente daquela em
que vivem. No entanto, a qualidade da ação determina a reação. Nas ações existem
qualidades positivas e negativas e é óbvio que são estas qualidades que vão determinar a
qualidade da reação.

O agente da mudança nunca deve esquecer que existem processos e etapas para uma
meta ser alcançada. Se algo está num nível abaixo não significa que não seja importante
para o processo e que deva ser destruído. O fato de algo ser idealmente menor não o
qualifica como desnecessário ou inútil, ou pior, um impecilho à realização de um ideal
superior. Por exemplo, o degrau inferior de uma escada não é menos importante, no
processo de ascensão, que os degraus superiores dela.

Enfim, o processo de transformação deve dar-se de forma gradual,


harmoniosamente. Entretanto, equivocadamente muitos apelam para o conflito, para o
confronto, para a destruição, para a desagregação e, assim, só colhem reações adversas,
negativas. Tudo que pensam, falam e fazem têm como resultado uma grande ineficácia, um
grande nada (ou, na verdade, um grande continuismo). Em virtude disto, não conseguem
perceber a origem de tanto dano, de tantas coisas negativas em suas vidas e, assim, vivem
buscando um culpado para os seus desacertos. Vivem criticando tudo e reclamando de tudo.

Pragmaticamente esquecemos de agradecer por tudo o que temos, pois, esta atitude,
no mínimo, nos coloca numa condição mental positiva e uma condição mental positiva é
determinante para o sucesso de qualquer ação que causamos.

Como combatemos uma atitude negativa? A melhor forma para neutralizarmos a


crítica negativa é neutralizarmos a sua arma (ou não darmos ouvidos a ela): a palavra
maliciosa. Como diz o ditado popular: “Quem muito fala, muito erra”. Precisamos
aprender a escutar para, assim, evitarmos “engravidar” pelos ouvidos. Estar sempre
atentos, vigilantes e não sermos usados por aqueles que pretende nos induzir a pensamentos
negativos também é fundamental para evitarmos que o mal se propague.

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Artigo 33

CONCENTRAÇÃO

Adilson Rodrigues, F.R.C.

A concentração é uma arte. É uma habilidade indispensável para os executivos e


homens de negócio, porque leva a pessoa à eficácia. Você só atinge objetivos e obtém
resultados se for capaz de “concentrar seus esforços”.
A concentração é indispensável ao estudante que deseja entrar numa faculdade e
graduar-se; é indispensável tanto para o vendedor como para o viajante, para não desviarem
de sua meta.

Somente a concentração pode nos tornar “organizados”, eficazes e capazes. A


concentração em sua própria vida é a causa da prosperidade. É a pessoa que sabe o que quer
e para onde vai.

O “disperso” perde muita energia. Sai para fazer uma coisa e faz outra. Encanta -se
com luzes e sons e perde seu rumo inicial. É volátil, superficial, desorganizado. Tem muitos
livros começados (para ler) e poucos que termina. Tem muitas idéias, mas passageiras.
Pouca concentração nas idéias facilita que elas voem logo. Estão diante de um livro e
“voando” em imaginação.

Faça estes treinos: 1 - Fazer uma coisa de cada vez. 2 - Fazer cada coisa no seu
lugar. 3 - Concentrar-se no AQUI E AGORA. No dia de hoje. Hoje é dia do plantio. 4 -
Concentrar-se na sua vida. O que você quer? O que lhe falta? 5 - Treino de concentração
visual (jogo dos sete erros/ vitrines/ pessoas/ lugares). Observar o mundo exterior. 6 -
Treino concentração auditiva. (música orquestrada: concentrar-se em cada instrumento
musical). 7 - Treino concentração mental (em cada parte do corpo e relaxar). 8 - Concentre-
se no que você está fazendo.

Observe-se no banheiro pela manhã: você faz uma coisa de cada vez? Você termina
uma coisa para começar outra? Você atende uma pessoa de cada vez, no seu serviço? Você
dá atenção aos seus filhos quando eles falam com você?

Observe-se. Concentrar é organizar. A dispersão é ladrão de energia.

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Artigo 34

A VIRTUDE DA HUMILDADE

Arthur C. Piepenbrink, F.R.C.

A pessoa que tem o senso da humildade é a mais abençoada entre todas as demais,
pois possui o requisito primordial para se tornar mestre, alcançar a paz profunda e a
felicidade. Tal pessoa é a que mais se aproxima do alvo máximo da existência. Mas o que é
verdadeiramente uma vida de humildade, ou uma pessoa com o senso da humildade?

Humildade significa refrear nossas convicções pessoais; estarmos conscientes das


realizações pessoais dos outros; darmos crédito a quem for devido; não sermos egoístas,
nem demasiadamente críticos para com outra pessoa. Não nos abstermos de sermos
amigáveis; de sorrir e de mostrar interesse pelos outros. Não criticarmos ou depreciarmos
alguém, mas, ao contrário, esforçarmo-nos para ajudar a outros, se pudermos. Talvez a
melhor maneira de fazermos isto seja auxiliar os outros a compreenderem seus problemas,
ao invés de fazer por eles o que eles devem fazer por si mesmos.

A humildade não significa a manifestação de uma atitude de servilismo. Procuremos


reprimir a antipatia pessoal, a refrear, tanto quanto possível, a emissão de julgamento
precipitado. Nunca devemos ser culpados de irreflexão. Isto não quer dizer que nossas
vidas tenham que ser relegadas a um segundo plano, nem que nos subjuguemos, pelo resto
de nossa existência.

Todo bem que aparece em nosso caminho é uma agradável surpresa, e o seu
procedimento nos traz ricas retribuições. Nós, em particular, devemos ser pessoas
humildes; contudo, orgulhosas, por procedermos corretamente, conosco e com o nosso
próximo. Se conseguirmos esta humildade, seremos amados e respeitados, e conseguiremos
a paz profunda e a felicidade.

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Artigo 35

O SENTIDO DO CAMINHO MÍSTICO

Ruy Rocha Junior, F.R.C.

Todas as entidades vivas do universo nascem com a ânsia de procurar e encontrar


seu caminho. Quando falamos em entidades vivas, devemos entender todos os seres
animais, vegetais e minerais. Entendemos que o universo também possui esse processo de
busca.

A flor, antes de seu nascimento, procura o melhor caminho para que seu caule possa
crescer. A raiz mantém a base firme para que aconteça um processo de elevação da terra em
busca do sol. Os animais, instintivamente, buscam condições para adaptarem-se ao meio
em que nascem e crescem.

Assim acontece com o homem. Nascemos, crescemos e buscamos sentido. O nosso


aprendizado estabelece etapas para nosso conhecimento. Quando somos crianças, pensamos
e agimos como tal. Na hora exata, deixamos essa fase e mergulhamos na adolescência.
Nem bem assimilamos esse tempo e já amadurecemos. Não costumamos prestar atenção
nesse detalhes, mas os ciclos estão presente em nossa vida. Não amadurecemos antes da
hora certa.

O caminho místico também é assim. Não estaremos sintonizados antes da hora certa.
Essa hora se estabelecerá em nossa vida de maneira progressiva. Os Rosacruzes conhecem
o sentido da hora certa muito bem. Desde o início aprendem o valor da “reflexão”. A partir
daí, iniciam uma peregrinação que conduz a um estágio de autoconhecimento.

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Artigo 36

EXPANDINDO A CONSCIÊNCIA

Sergio Carlos Covello, F.R.C.

A consciência é o poder da mente de perceber o mundo exterior e o mundo interior.


No ser humano, além da consciência individual egóica mais ligada ao corpo
(constituída por sentimentos e emoções, ambições e memórias de experiências agradáveis e
desagradáveis), existe a consciência universal ou cósmica que consiste num estado
culminante de percepção que só poucas pessoas atingem, embora todas tenham a
capacidade de alcançá-la. Os homens que conseguem desenvolver essa consciência dizem-
se iluminados ou despertos, porque seus olhos espirituais se abrem para a sua realidade
superior.
Em seus estudos, o psiquiatra canadense Richard Maurice Bucke, em fins do século
19, concluiu que o homem é iluminado por natureza, mas nem sempre a iluminação aflora
espontaneamente na personalidade. Não se trata de algo sobrenatural, mas de uma
propriedade da mente, um estado mental que só algumas pessoas conseguem. Para Bucke,
há três estágios ou tipos de consciência: a consciência simples, a autoconsciência e a
consciência cósmica. A primeira é a mente puramente perceptiva; a segunda é a mente
conceitual e a terceira é a mente intuitiva. A consciência simples está presente tanto nos
seres humanos como nos animais. A criança até os 3 ou 4 anos tem apenas a capacidade de
perceber os objetos que a rodeiam, mas não forma conceitos. Com o surgimento da
linguagem, a criança se percebe como um ser separado dos outros (fase do “Eu”). É a
autoconsciência que só os seres humanos desenvolvem. A maioria das pessoas é
autoconsciente, isto é, sabe que existe e se distingue das outras. Bem poucas, contudo,
conseguem ir além, apesar de todas terem potencialmente a consciência superior. Bucke
acreditava que a humanidade desenvolveria, com o passar do tempo, a consciência cósmica
como evolução natural, e quando isso acontecesse o mundo se transformaria no tão sonhado
paraíso.

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Artigo 37

VIBROTURGIA

Glauco De Vita, F.R.C.

Vibroturgia, em um primeiro plano, tange em similaridade com a Psicometria, ou


seja, a faculdade de captar e interpretar através da aura as vibrações emitidas por algum
objeto, por impregnação energética de todo contato havido sobre o mesmo.

Pessoas há que, por conseqüência de um longo desenvolvimento das faculdades


psíquicas, estudo e trabalho árduo, atingiram o grau de sensibilidade de poder detectar todo
o histórico concernente a um determinado objeto ou peça arqueológica, e sobre as pessoas
que tenham eventualmente tocado em tal objeto.

Apesar da perplexidade e admiração que rondam esta faceta da Vibroturgia,


devemos ter em mente que se trata de uma visão muito restrita desta verdadeira Arte.
Analisemos um pouco mais: nosso aparato sensorial tem por função captar e levar certas
vibrações ao cérebro, que é o tradutor material de nossa Consciência Objetiva e ponte para
as oitavas mais sutis da Consciência Cósmica.

A arte da Vibroturgia é simplesmente o que nos permite a sobrevivência no mundo


material, caso contrário nada poderia ser interpretado e muito menos diferenciado, posto
que o fator que identifica cada objeto ou vibração é apenas sua freqüência ondulatória. Sem
a Vibroturgia, o mundo material seria apenas uma massa amorfa e indistinta que não nos
permitiria qualquer exercício Evolutivo.

A Alma é a fonte emissora das vibrações mais altas, pois está na faixa vibratória da
Consciência Cósmica. Através da faculdade da Vibroturgia – agora em seu aspecto mais
amplo - promovemos de forma mais ou menos deliberada, conforme nossa Vontade, o
alinhamento da Personalidade-alma com a Alma, através da expansão da amplitude de
interpretação e conseqüente compreensão dos espectros vibratórios.

Assim, o desenvolvimento da Vibroturgia é causa e conseqüência da opção pela


Senda.

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Artigo 38

A REENCARNAÇÃO

Adilio Jorge Marques, FRC

Como no momento de nossas vidas em que mudamos de ano na escola à medida que
crescemos, assim é a reencarnação. Nossa evolução na escola terrena é marcada pela
passagem a um novo aprendizado a cada ano, sendo este mais elevado, de maior grau, pois
o conhecimento é acumulativo. Ele não se perde, apenas se transforma, como no Princípio
de Lavoisier existente na Química e na Física. Aliás, a comparação entre os princípios
espirituais e os da ciência nos faz lembrar a máxima de Hermes retirada da Tábua de
Esmeralda: "assim como é em cima o é embaixo".

A reencarnação pode ser vista de várias formas. Uma é a da Justiça Divina que
perdoa àqueles que não "passaram de ano", ou seja, que por algum motivo tiveram que
voltar a este plano e ter uma nova oportunidade de crescer e de encontrar o Caminho da
Reintegração. Outra maneira de aqui estarmos, porém esta é uma situação bem mais rara, é
a de cumprirmos uma determinada missão espiritual. Muitos de nós podem estar de alguma
forma envolvidos em trabalhos no plano da manifestação e, sem o saber, buscam
interiormente e com grande saudosismo a proximidade com os planos espirituais. Há
também a situação em que ambos os casos anteriores pode ocorrer ao mesmo tempo. Ou
seja, a missão é uma necessidade da alma para evoluir e para cumprir uma missão.

Muitos relatos de lembranças de outras vidas são deixados por pessoas que em
situações dramáticas rompem a barreira do esquecimento à qual a alma está submetida
quando encarna. São lembranças de vidas passadas. Também existem muitos relatos de
pessoas que voltaram da morte clínica e trouxeram consigo as lembranças de fatos, lugares,
pessoas e situações que puderam ser comprovadas em seguida. O encontro com parentes já
falecidos é comum

A doutrina reencarnacionista está no coração daqueles que sentem em si a questão


maior da justiça divina, como lei que leva ao equilíbrio do carma individual, familiar,
coletivo e planetário. A justiça que permite que possamos, dentro do livre arbítrio por nós
possuído, "repetir de ano" e tentar novamente.

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Artigo 39

A PEDRA BRUTA

Adilio Jorge Marques, F.R.C.

A imagem da pedra, principalmente quando de grandes dimensões, provocou


sempre a admiração e o espanto do ser humano. Constituindo a Arquitetura uma das bases
do simbolismo tradicional, a pedra nele ocupa abundante representação. A Pedra Bruta é
o emblema da pedra informe e irregular que desbastam os Irmãos Aprendizes ou Neófitos
desde sua iniciação. É o símbolo da idade primitiva e, por conseguinte, do homem sem
instrução e em estado natural, bruto em essência, necessitado de mais Luz e conhecimentos
para melhor servir. A Pedra bruta é a imagem da alma do profano antes de ser instruído
nos Mistérios e figura entre os objetos emblemáticos que devem ser representados sempre
nos primeiros graus. Os trabalhos dados aos Aprendizes têm por objetivo demonstrar ao
novo Iniciado a escravidão em que vive, despertando em seu coração o sentimento de sua
própria dignidade e incentivando-o ao estudo da Verdade.

Aqueles que se encontram na Senda devem sempre lutar contra os inimigos naturais
e internos do próprio homem que são: as paixões mundanas, a luta contra os hipócritas, os
perjuros, os fanáticos e os ambiciosos, e os que especulam com a ignorância e o
obscurantismo, buscando combate-los com vigor. Esta é a antiga batalha entre a Luz e as
trevas, travada desde sempre dentro e fora da Alma humana e tornada histórica pelos
antigos Cavaleiros, representantes da busca do Graal, mas que lutam neste mundo para
toma-lo a si renovado pela Luz Crística. Com este trabalho, o Aprendiz ou Neófito passa
das trevas para a Luz durante a jornada mística de sua vida.

No simbolismo antigo via-se comumente uma Pedra Bruta, sem forma definida,
colocada no caminho do Iniciado na entrada e junto de uma das duas colunas do Templo
Tão logo o novo Irmão tivesse recebido a primeira fresta de Luz dos Mistérios, o Mestre de
Obras representante dos Trabalhos iniciáticos da corporação completava a instrução
acompanhando-o então até a citada Pedra Bruta onde, entregando-lhe o Malho, ensinava-
lhe a dar os golpes misteriosos com os quais deveria chamar no futuro às portas dos
Templos, explicando-lhe ao mesmo tempo o seu significado Crístico: busca e encontrarás;
chama e te abrirão; peça e te darão.

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Artigo 40

AQUISIÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Luiz Carlos de Souza – F.R.C.

Alguém perguntou aos Sábios onde estão escritas as leis de Deus. E eles
responderam: na consciência! Dessa forma, todos os seres humanos trazem consigo,
esculpidas na própria consciência, as Leis Divinas. Todavia, embora estejam escritas, nem
todos conseguem ler e interpretar essas leis e praticá-las. Para isso é necessário o
desenvolvimento do senso moral. Essa conquista é fruto do esforço pessoal, do estudo, da
meditação, dos pensamentos nobres.

O despertar da consciência é o efeito natural do processo evolutivo e essa conquista


permitirá ao homem avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, o
dever e a irresponsabilidade, a honra e a desonra, o nobre e o vulgar, o lícito e o irregular, a
liberdade e a libertinagem.

Essa consciência, da qual aqui tratamos, não é de natureza intelectual e nem oriunda
da atividade dos mecanismos cerebrais. É força que os impulsiona, porque nascida nas
experiências evolutivas, a exteriorizar-se em forma de ações. Encontramo-la em pessoas
incultas intelectualmente, e ausente em pessoas portadoras de conhecimentos acadêmicos.
A existência terrena é uma oportunidade para enriquecimento contínuo; cada
instante é ensejo para nova ação propiciadora de crescimento, de conhecimento, de
conquista; saber utilizá-la é desafio para o ser que aspira por novas realizações.

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Artigo 41

A NATUREZA DE DEUS

Robert E. Daniels, F.R.C


Considera-se às vezes que a questão de Deus não se presta à discussão, pois quem
poderá dizer com alguma certeza o que Deus é ou não é? Nos intermináveis debates sobre a
natureza de Deus, há realmente uma representação clara do Criador aos olhos das pessoas?
Mesmo entre os chamados especialistas não há concordância acerca deste que é o mais
profundo de todos os temas. Não obstante, esta questão interessa profundamente à maioria
dos seres racionais. Certamente, o indivíduo inclinado ao Misticismo é uma pessoa que
procura conhecer Deus ou tornar-se consciente de Deus.

Do ponto de vista Rosacruz, Misticismo é “apreensão íntima e direta de Deus


através do Eu Interior, isto é, pelo campo do subconsciente.” O ideal do Misticismo é a
consecução final da união consciente com o Absoluto. O Misticismo ensina os princípios e
as Leis Cósmicas pelos quais o homem é levado a uma consciência mais íntima do seu
poder divino.

Quais são esses princípios e Leis que podem nos trazer uma consciência mais íntima
de Deus? No caso de místicos como os Rosacruzes o aprendizado e o aperfeiçoamento das
artes da concentração, da meditação e do desenvolvimento psíquico, em conjunto com
outras técnicas, podem proporcionar a apreensão da consciência de Deus no momento
devido e quando todas as condições estiverem preenchidas. Ninguém pode dizer quando
será esse momento, pois depende do nível de evolução particular de cada um. Por outro
lado, não basta a aplicação mecânica dessas técnicas. É fundamental uma atitude altruísta e
profundamente amorosa quando se quer tentar a Comunhão Cósmica. Sem esta atitude
podemos nos esmerar por anos e não obter qualquer resultado. Aplicar as Leis Cósmicas
com o espírito adequado produz os resultados satisfatórios a que todo místico aspira, sendo
o maior deles a participação íntima no mistério da Divindade.

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Artigo 42

CARTA SOBRE A MULHER

Helena Roerich

A grande época que se aproxima está intimamente ligada à regeneração da mulher.


Como nos melhores dias da humanidade, o tempo futuro novamente oferecerá à mulher seu
lugar certo ao lado do seu eterno companheiro viajante e cooperador, o homem. Vocês
devem lembrar que a grandeza do cosmos é construída pelos dois princípios. A base de
existência jaz na igualdade dos dois princípios. Será possível, pois, menosprezar um deles?

Todas as infelicidades atuais e futuras, e os cataclismos cósmicos, em grande parte


resultam de sujeição e do aviltamento da mulher. O terrível declínio da moralidade, as
doenças e a degeneração de algumas nações são também os resultados da escravizante
dependência da mulher. A mulher é privada do maior privilégio humano - a participação
completa no pensamento criativo e no trabalho construtivo. Ela é privada não só de direitos
iguais, mas, em muitos países de educação igual à do homem. Não se permite a ela
expressar suas habilidades, não se permite a ela participar na construção da vida social e
governamental, da qual, pela Lei e Direito Cósmico ela é membro pleno. Porém, uma
mulher escrava só pode legar escravos ao mundo. O provérbio “grande mãe, grande filho”
tem base cósmica, cientifica. Como os filhos, em sua maioria tomam emprestados de suas
mães, e as filhas, ao contrário, de pais, grande é a justiça cósmica! O homem, humilhado a
mulher, humilha-se a si mesmo! Nisto encontra-se a explicação da pobreza atual do gênio
masculino.

Poderiam os terrores e crimes de hoje ser possíveis se ambos os Princípios se


tivessem mantido equilibrado?

Que a mulher se afirme neste grande símbolo de transformação de toda a vida. Que
ela aspire à transformação da vida espiritual da humanidade. A mãe, a que dá a vida, a
protetora da vida é também a Condutora, a que tudo dá e a que tudo recebe.

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Artigo 43

OS PERIGOS DA LAMENTAÇÃO

Adilson Rodrigues, F.R.C.

Aprendemos muitas coisas nesta vida com os nossos pais e orientadores. Na


verdade, é na infância que aprendemos certos padrões de pensar, falar e reagir. A satisfação
de viver e curtir a vida talvez se constitua num dos mais formidáveis aprendizados que
devemos vivenciar. Todavia, com freqüência observamos pessoas insatisfeitas, aborrecidas
e mal humoradas.

A insatisfação pode acarretar o desenvolvimento do nosso lado crítico e intolerante.


As conseqüências são muito negativas. Não ouso dizer que tudo que aprendemos é
influência dos pais. Existem forças externas assim como forças internas nos estimulando.

Mas falemos da lamentação. Ela também é um problema de aprendizado? Uma


influência externa? Você quando lamenta está imitando a mãe, o pai, ou os avós? É claro
que a lamentação manifesta insatisfação, mas ela pode ser um hábito, e a pessoa nem
percebe que está lamentando. Chamamos isto de uma atitude inconsciente.

A lamentação causa muito desgaste. Quando você faz alguma tarefa, e faz
reclamando, o desgaste é duplo. É a pessoa submissa revoltada. A lamentação mata a
esperança. As pessoas se agastam. Atrai-se o negativo. Além destes, um outro grande
perigo que as pessoas que lamentam correm é o perigo de sentirem-se vítimas,
“coitadinhas”. E estes sentimentos podem levar a acharem que são as únicas sofredoras do
mundo, ou as mais sofredoras do mundo.

Neste estágio de vítimas, coitadinhas, as pessoas podem correr um outro risco: o de


se sentirem crianças dependentes. Este estágio leva a pensarem: “por favor, façam por mim
a minha vida.” Que perigo!!! Devemos mobilizar nossas forças e potencialidades para
vivermos nossa vida, para apreciar a vida, e não apressá-la.

Outro grande risco da LAMENTAÇÃO é esperarmos dos outros conforto. Quando


lamentamos podemos, inconscientemente, esperar uma palavra de apoio, uma palavrinha de
força e esperança. Esperar dos outros sempre é um risco. E se esta palavrinha de apoio não
vier?
Pense nisso e seja feliz!

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Artigo 44

EXPANDINDO A CONSCIÊNCIA

Sergio Carlos Covello, FRC

A consciência é o poder da mente de perceber o mundo exterior e o mundo interior.


No ser humano, além da consciência individual egóica mais ligada ao corpo, existe a
consciência universal ou cósmica que consiste num estado culminante de percepção que só
poucas pessoas atingem, embora todas tenham a capacidade de alcançá-la. Os homens que
conseguem desenvolver essa consciência dizem-se iluminados ou despertos, porque seus
olhos espirituais se abrem para a sua realidade superior.

Em fins do século 19, o psiquiatra canadense Richard Maurice Bucke dedicou-se ao


estudo dessa forma superior de percepção, após ter ele próprio passado por uma experiência
de êxtase à semelhança dos grandes místicos. Após uma noite com amigos recordando
poesias de autores prediletos, Bucke sentiu-se subitamente envolto numa nuvem
avermelhada, mas logo verificou que a luz estava em seu interior; foi tomado por um
sentimento de júbilo, de imensa felicidade seguido de uma iluminação intelectual que
deixou em seu coração uma sensação de bem-aventurança, “um gosto de Céu”.

Com a mente expandida, Bucke passou a interessar-se pela natureza mística do


homem e a divulgar a sua experiência entre seus colegas da Associação Americana de
Medicina Psicológica e da Associação Médica Britânica, sustentando a tese de que a
consciência cósmica estava relacionada com a evolução mental da humanidade. Em 1898
escreveu o livro Consciência Cósmica (hoje publicado pela Ordem Rosacruz, AMORC) no
qual expôs sua experiência e teorizou a respeito desse novo tipo consciência, estudando
algumas pessoas que a haviam atingido: Buda, Cristo, Paulo de Tarso, Maomé, Dante, São
João da Cruz, Francis Bacon, William Blake, Walt Whitman, Edward Carpenter etc.

Em seus estudos Bucke concluiu que o homem é iluminado por natureza, mas nem
sempre a iluminação aflora espontaneamente na personalidade. Não se trata de algo
sobrenatural, mas de uma propriedade natural da mente.

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Artigo 45

A VIDA MÍSTICA

Sergio Carlos Covello, F.R.C.

Misticismo é uma forma de conhecimento que inclui práticas como a meditação, a


contemplação e a prece, visando a união íntima e direta do espírito humano com o princípio
fundamental do ser. A experiência mística não depende de organização ou hierarquia, nem
templos materiais, nem escrituras sagradas, porque é uma percepção imediata do divino,
uma atitude interior.

Erro é supor que a experiência mística requer a fuga do mundo. Quando o indivíduo
vive sua realidade divina liberta-se do apego às coisas exteriores que o mundo oferece
(lucros e perdas, prazeres e tristezas, honra e difamação), porque passa a desfrutar da
felicidade interior que, por ser plena, dispensa os prazeres ilusórios e transitórios. Contudo,
seu estado de bem-aventurança, longe de o isolar de seus semelhantes, faz com que se
relacione melhor com todos os seres, sendo compreensivo, paciente, compassivo,
magnânimo, generoso, caritativo e pacífico, qualidades típicas do altruísta.

Gurdjieff, filósofo e mestre espiritual que influenciou celebridades como Rudyard


Kipling e Katherine Mansfield, chamava de “quarto caminho” o daqueles que querem
permanecer no mundo, mas não pertencer ao mundo. A maioria dos rosacruzes, do passado
e do presente, têm seguido esta via e contribuído admiravelmente para o melhoramento do
mundo.

Qualquer que seja a sua fé, o místico é sempre um ser que se harmoniza com uma
ordem superior: o Uno, o Absoluto, o Tao, sem a necessidade, para tanto, da intermediação
de uma organização religiosa ou de um sacerdote. O conhecimento que ele busca não é
intelectual-racional, nem doutrinário-formal, mas intuitivo. Trata-se de um saber que é, ao
mesmo tempo, um vivenciar – um contato direto com a Realidade Superior, pelo qual o
homem descobre e atinge a sua essência, desfazendo-se das impurezas do eu inferior.
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Artigo 46

NÃO SUFOQUE SEUS PENSAMENTOS

H. Spencer Lewis, F.R.C.


Há muitas pessoas dotadas de discernimento e clareza de expressão, mas que se
retraem em expor suas idéias em público por recearem ser criticadas por alguém mais
experiente.

Devemos respeitar a pessoa que fez exaustiva pesquisa num determinado campo e é
capaz de expor com precisão aquilo que conhece sobre o assunto. Contudo, não devemos
rejeitar nossas idéias, a despeito do quanto elas se choquem com as teorias já conhecidas.

Não importa qual seja nossa posição social ou nosso nível escolar. Ninguém está
errado até que isso seja provado. Todo indivíduo é tão grande quanto o seu pensamento.
Seu pensamento determina suas ações e estas o tornam proeminente ou um pequeno ser
num pequeno mundo mental.

Uma pessoa que seja pouco instruída e não deseja obter maiores conhecimentos é
alguém de inteligência pequena. Contudo, uma outra pessoa com a mesma pouca instrução,
mas que deseja ampliar seus conhecimentos, pode, graças à sua atitude mental, tornar-se
um gênio.

Há uma grande diferença entre inteligência e instrução. Uma pessoa pode ser
inteligente e não ser instruída. Outra pode ser instruída mas não ser inteligente. Inteligência
é a capacidade mental de responder e aprender novas situações, bem como criar coisas
novas a partir de conhecimentos já adquiridos. Instrução auxilia a inteligência
proporcionando-lhe conhecimentos, mas só a inteligência é que pode fazer a aplicação
prática desses conhecimentos.

Portanto, uma idéia, que após ter sido testada não seja considerada errada, é uma
idéia cheia de mérito. Não sufoque os seus pensamentos, pois eles são tão bons como os de
qualquer outra pessoa!

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Artigo 47

UM NOVO ALVORECER

Robert E. Daniels, F.R.C.

Muitas pessoas sinceras e dedicadas preocupam-se com o bem estar espiritual,


emocional e material de muitos indivíduos desamparados. Este profundo interesse pelos
outros revela o despertar espiritual de muitas pessoas, que se preocupam em fazer alguma
coisa pelos seres necessitados.

Ainda que nos sintamos impotentes para auxiliar os inúmeros seres em dificuldades,
devemos nos apoiar firmemente na idéia de que o pouco que possamos fazer é de grande
importância e necessidade. Devemos persistir na idéia de que nossas boas ações e preces
são úteis e produzem valiosos resultados, ainda que, por vezes, pouca evidência tenhamos
das mesmas.

Há sempre algo que possamos fazer!, por menores que sejam os nossos esforços.
SERVIR é a palavra chave para uma melhor compreensão da vida. Sabemos que só
recebemos na medida em que damos. E para recebermos as maiores recompensas da vida,
devemos estar dispostos a sacrificar alguns de nossos interesses pessoais e nos preocupar
mais com os outros.

Aquilo que partilhamos ser-nos-á devolvido em maior quantidade. Quanto mais os


homens pensarem uns nos outros e estiverem dispostos a ajudar uns aos outros, mais se
intensificará a luz espiritual no coração de todos. Se nossa disposição em ajudar for
motivada não apenas pela vontade de sermos recompensados, o que não deixaria de ser
uma atitude egoísta, mas pelo sincero desejo de ver o outro feliz, gradualmente um novo
alvorecer de maior luz e compreensão despontará entre todos os povos, e a paz na Terra
estará, se não assegurada, pelo menos próxima de se tornar realidade.

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Artigo 48

JANELAS E PORTAS DO NOSSO EU

Alpha L. Wolfe, F.R.C.

Podemos dizer que nossa mente é como uma janela e que nossos olhos são as
janelas da alma. Ao olharmos para o mundo, nossa alma poderá ver por meio das janelas
com vidros limpos como o cristal ou sujos de pó e fumaça.

Quando deixamos de contemplar o verdadeiro significado de viver


harmoniosamente com nós mesmos e com os outros, estamos vendo por meio de vidros
sujos. Depende de nós fechar a porta de nossa mente à tentação de desperdiçarmos tempo
em coisas triviais e inúteis. A porta de nossa mente deve estar aberta ao conhecimento, à
compreensão e à sabedoria.

O caminho que conduz à porta do nosso Eu deve estar ladeado de belas flores, pois
isto nos inspirará a criar maior beleza no interior de nossa alma e proporcionará prazer aos
outros.

Quando todas as portas e janelas se abrem para um mundo de beleza e lindas


paisagens, tornamo-nos seres humanos felizes e saudáveis. Depende de nós focarmos nossa
mente e nosso coração no que é belo e inspirador. Sintonizarmos nossa alma com a Beleza
Divina e irradia-la ao nosso redor. Assim, veremos por janelas límpidas um mundo muito
melhor do que supomos.

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Artigo 49

O ARTISTA E A FERA

Paul Niebanck

Em cada um de nós há uma força, uma voz insistente, um ímpeto a que chamamos
fera. Ela é essencial para nossa existência e necessária para que a nossa vida adquira algum
sentido. Essa fera representa motivação, impulso, vontade de viver e dela podem advir
ambição, auto-estima e coragem.

È necessário cuidarmos dessa fera para que ela possa se revelar e ser orientada. Não
devemos reprimir, ignorar ou sufocar nossos impulsos. Devemos deixar que eles se
manifestem, pois o potencial para servir é tão grande quanto o potencial para destruir.

Nós teremos que optar! E quem vai nos auxiliar nessa opção é o artista que existe
no íntimo de cada um de nós. Se nos mantivermos abertos ao mundo, ao ambiente, se
permitirmos que nossa capacidade seja testada e aprimorada, se não negarmos sua
potencialidade, estaremos prontos para conduzir a fera através de caminhos esplendidos e
proveitosos.

Sem o artista, a fera não pode ser satisfeita. E sem ela o artista não pode se realizar.
Esses impulsos não orientados podem levar os indivíduos a serem egoístas, rebeldes ou
parasitas. A fera, quando não orientada, buscará quem quer que seja para se realizar e
acabará por surgir a destruição.

As mais elevadas expressões de arte se caracterizam pela observação cuidadosa,


pela delicadeza, pelo refinamento e pela universalidade. Há, em cada um de nós, o desejo
ardente de expressão estética e o reconhecimento de nossa aptidão para essa expressão.

Devemos lembra que artista e fera são um só! São duas polaridades do nosso ser.
Manifestar ambas harmoniosamente é a missão a que todo místico verdadeiro se dedica.

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Artigo 50

ENVOLVIMENTO PESSOAL

Robert E. Daniels, F.R.C.

Há pessoas que não sentem qualquer responsabilidade pela espécie de sociedade em


que vivemos e pelos problemas que ela enfrenta. Todavia, somos todos responsáveis pelo
mundo em que vivemos, pois estamos todos inter-relacionados, somos interdependentes,
para usar uma expressão do Budismo.
Do ponto de vista Cósmico não há separação, mas unidade. Quando a humanidade
aceitar esta verdade simples, mas profunda, teremos dado o primeiro grande passo para a
formação de uma sociedade unificada na bondade, na verdade e no amor.

Quando isso for alcançado haverá harmonia que proporcionará Paz e Felicidade a
todos. Para poder alcançar o êxito na tarefa de criar a sociedade ideal temos de estar
autenticamente motivados. Não podemos cruzar os braços e deixar que os outros assumam
a responsabilidade!

Possuímos grandes poderes dentro de nós e assim que começamos a usá-los eles se
desenvolvem cada vez mais e os resultados dos nossos esforços aparecerão. Foram
efetuadas modificações benéficas na vida social, econômica e política graças aos esforços
de homens e mulheres extraordinários, geralmente nas mais difíceis e por vezes perigosas
circunstâncias. Tudo o que conquistamos de bom e de positivo deve-se a esse gênero de
pessoas.

Meditemos no que Darwin Kinsley escreveu: “Possuímos poderes que mal


imaginamos . podemos fazer coisas que nunca suspeitamos que poderíamos fazer. Não há
limite para o que podem os realizar, exceto as restrições que mentalmente impomos ao que
podemos fazer. Não devemos pensar que somos limitados. Pensemos que podemos realizar
tudo.”

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Artigo 51

O DESPERTAR MÍSTICO

Cecil A. Poole, F.R.C.

A evolução do homem através das eras tem sido silenciosa. Alguns acontecimentos
não foram profusamente divulgados, como, por exemplo, o desenvolvimento da
AUTOCONSCIÊNCIA. As forças sutis que sobre nós atuam nem sempre são plenamente
compreendidas.

Ultimamente tem havido um crescente interesse pelo aspecto psíquico da vida, pela
meditação e expansão da mente. Contudo, desde os tempos antigos o homem tem buscado
um poder latente que o leve a um nível evolucionário maior.

Os místicos afirmam que todo ser humano tem um grande potencial dentro de si. Só
é necessário despertá-lo e colocá-lo em uso consciente. Este passo evolucionário está se
realizando também no campo da ciência. A moderna física já sugere uma sutil ligação entre
a mente e a matéria. E o mundo médico fala cada vez mais em doenças psicossomáticas,
significando que há atuação do poder mental sobre o corpo.

Podemos citar também a bioregeneração, isto é, uma técnica científica por meio da
qual o indivíduo controla suas próprias funções internas. É o caso de alguns místicos e
yogues. Mais recentemente cientistas norte-americanos fizeram pesquisas com lamas
tibetanos, comprovando o poder deles em alterar funções vitais do corpo só com o poder da
mente.

Apesar disso tudo parecer extraordinário, todas as pessoas podem também aprender,
até certo ponto, a exercer esse controle. O poder para solucionar problemas e controlar
nossa evolução advém de uma ampla percepção do Eu Psíquico, no qual vive a Inteligência
Criadora Universal.

Quando o homem despertar para este grande fato compreenderá que através dele
poderá tomar conhecimento da unidade da existência e agir em harmonia com toda a
Natureza.

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Artigo 52

DEUS DO NOSSO CORAÇÃO

Richard Shimoda, F.R.C.

Deus é Infinito! O homem é finito! A consideração mesmo superficial destas


afirmações prontamente fará com que nos convençamos da impossibilidade de
encontrarmos, através do nosso limitado mecanismo pensante, uma definição para a
Inteligência Suprema, Mente Divina, Todo Poderoso, Supremo Arquiteto do Universo ou
qualquer outra denominação que desejamos usar para significar o Pai Amantíssimo,
Onipotente, Onipresente e Onisciente, a Energia Inteligente; Causa de tudo que existiu,
existe e existirá no Cosmos.

Essa impossibilidade há muito levou os Rosacruzes a conceberem uma expressão


simples e real para estabelecer contato com o Único e Eterno Poder no mundo e em nós:
“Deus do nosso Coração”. O uso dessa expressão imediatamente traz à nossa consciência a
verdade inconstestável de que Deus é realmente , para cada um de nós, aquilo que em nosso
coração concebemos como o Ser ou Energia que se manifesta, na Natureza e em nós, em
uma infinidade de formas.

Para aqueles que realmente conseguem estabelecer contato com o Deus do seu
Coração, as adversidades nada mais são do que a preparação necessária para desfrutar a
felicidade que advém como experiência, dos aparentes e fugazes efeitos arrasadores das
adversidades.

Muitos dos mais eminentes místicos, filósofos e pensadores que geralmente se


preocuparam com a aparente impossibilidade de conseguir o homem viver completamente
despreocupado quanto à sua saúde, segurança e bem-estar, chegaram à conclusão de que
realmente ele jamais será feliz se não encontrar a si mesmo ou, melhor dizendo, se não
encontrar o Deus do Seu coração! E o caminho é a meditação silenciosa, íntima e constante,
até que Deus , já presente em nosso âmago, se manifeste para nós.
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Artigo 53

HARMONIZAÇÃO COM O EU INTERIOR

Robert E. Daniels, F.R.C.

A harmonização com o Eu Interior resulta em influências notavelmente marcantes


sobre o caráter e a personalidade da pessoa. A emanação dos impulsos divinos e espirituais
do Eu Interior para nosso pensamento objetivo e nossa consciência, torna-se muito intensa e
positiva, resultando numa disposição mais cordial e construtiva. Nossa mente torna-se mais
criativa em razão de estarmos imbuídos de idéias intuitivas acerca da solução de todo tipo
de problemas.
A harmonização nos proporciona, sobretudo, um sentimento de confiança e fé – até
mesmo num otimismo além da razão. Manifesta-se, então, uma sensação mais profunda de
paz e satisfação íntima, juntamente com o desejo intenso de nos empenharmos ativamente
em viver uma vida mais plena e criativa. As pessoas harmonizadas tornam-se líderes no
trabalho e na vida comunitária. Sentem um profundo desejo de alcançar e expressar a graça
das forças criativas interiores em favor de um objeto proveitoso.

O mundo hoje ainda continua, a despeito de seus muitos problemas, porque têm
existido através dos tempos pessoas de tal modo imbuídas da luz do Cósmico, que se
tornaram guias para a humanidade. A maneira de viver daqueles que estão harmonizados e
conscientes das necessidades dos outros é concentrar a irradiação espiritual dos
pensamentos positivamente visualizados no ponto de maior necessidade. Assim fazendo,
manifestar-se-ão em nossa consciência um novo modo de vida e um maior fluxo de
consciência divina. Nossa perspectiva diária florescerá numa disposição cordial e amável,
com valiosa bênção para muitos.

Que a luz do Cósmico esteja sempre em cada um de nós e que a irradiação de um


coração bondoso possa fluir do nosso ser para toda a humanidade!

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Artigo 54

A VIDA MÍSTICA

Robert E. Daniels, F.R.C.

A vida mística exerce uma influência muito peculiar. Nada se compara à beleza, à
paz e à harmonia que invadem o coração e a mente daquele que se dedica a essa linha de
influência.
Quando entramos no caminho do pensamento místico, da filosofia mística, quando
encaramos a vida em todo o seu complexo significado, sentimos acentuadas mudanças em
nossa vida interior. O iniciar-se na vida mística constitui uma grande mudança. È como
vivermos num vale agradável durante muitos anos e, um dia, escalarmos uma montanha
próxima, contemplando e conhecendo pela primeira vez o formidável panorama que se
descortina. Quando encetamos conscientemente a vida mística, começamos a vislumbrar as
potencialidades maiores ao nosso dispor. È como se erguêssemos um véu que tivesse
impedido a nossa visão por muitos anos.

Essa expansão de consciência não ocorre por acaso, nossa longa história de vidas
anteriores decretou o momento de nossa iniciação. Ela tem lugar após anos de anseio e
considerável confusão quanto ao significado e o valor da vida. Uma vez que nos tenhamos
colocado firmemente na senda esotérica, não haverá retorno. Decidimos empreender a
maior aventura da vida, na busca da luz que somente o misticismo pode revelar.

Uma vez adiantados em nossos estudos, a influência da vida mística em nós


imprime o seu efeito, refinando, purificando, embelezando e espiritualizando o nosso
caráter. As mudanças se realizam lentamente, porém, com o passar dos anos, as
características da vida espiritual começam a se intensificar em nosso âmago e de nós se
irradiar. A luz da alma em nosso âmago irradia-se com novo e maior fulgor na medida em
que a vida mística imprime o seu efeito em nós.

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Artigo 55

A PAZ

Richard Schimoda, F.R.C.

No seio de todas as coisas há um movimento que não cessa jamais; no fundo, bem
no fundo, todavia, se estende um oceano de paz, de paz eterna. Dessa paz vem todo o ser e
desse movimento toda a vida; e a consumação de todo o ser e de toda a vida é a realização
do universo.

Onde se encontra paz está também o movimento; e em todo o movimento


permanece a calma da paz. É do único que vem o múltiplo e, todavia, o múltiplo é uno. È o
verso e o anverso de uma mesma realidade cósmica, presente em todo ser humano, em
todo o universo.

Sonda, pois, irmão, as profundidades do teu ser: a chave se encontra em teu próprio
coração. Não procures escapar das lições da experiência; fugir da tentação não é vence-la!
Se em tua rota não puderes avançar intacto e puro, sabe que a tentação e a própria queda
proporcionar-te-ão os mais proveitosos frutos, desde que entre em ti e medite na lição que
elas, sem duvidam, trazem.
Medita nisto: a força nasce do sofrimento! A paz nasce do movimento e da
tormenta!

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Artigo 56

O FUTURO DA HUMANIDADE

Robert E. Daniels, F.R.C.

Todos conhecemos o poder dos pensamentos positivos e quando nos tornamos


receptivos à inspiração do Cósmico e irradiamos pensamentos construtivos para pessoas e
situações problemáticas, ajudamos as Forças Cósmicas a promover as necessárias
mudanças.

Com nossos pensamentos conservamos em mente a situação que precisa ser


modificada e, encarando as condições com compaixão e compreensão, rogamos aos
poderes cósmicos que tragam uma condição de harmonia a essa situação.

Não devemos subestimar os nossos próprios poderes e faculdades para apelar ao


Cósmico pelo aprimoramento da humanidade e elevação do homem. Não há limites para o
que podemos alcançar desde que nos decidamos a trabalhar em prol de outrem pelo uso de
nossos bons pensamentos.

Os Rosacruzes de toda as épocas usaram o pensamento dirigido para ajudarem a


promover alterações no meio ambiente humano, cooperando, assim, conscientemente com
o Cósmico. Através da misteriosa operação das Forças Cósmicas as condições sociais
mudaram para melhor em muitos setores.

Devemos nos ater firmemente à idéia de que nossos poderes mentais concentrados,
trabalhando em operação com os poderes superiores do Cósmico, podem fazer nossa
sociedade progredir. Embora pareça estar ocorrendo um declínio nos aspectos materiais da
vida humana, ele é um necessário prelúdio para um novo alvorecer, que há de se manifestar
para a espécie humana.

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Artigo 57

O SEGREDO DO SUCESSO

H. Spencer Lewis, F.R.C.


A busca da fortuna não é, em si mesma e por si mesma, incompatível com a mais
elevada ética do desenvolvimento espiritual. O homem está vivendo, essencialmente, no
plano terreno, material. Aqui está colocado para superar, dominar e conquistar as condições
desta vida, e não para fugir delas, negá-las ou fechar os olhos e ouvidos e dizer: para mim
elas não existem!” O asceta e o eremita buscam isolamento ou se retiram para vales e
planícies, se recusando a viver no mundo. Pode ser que assim se livrem dos cuidados e das
responsabilidades, das provas e tribulações, do sofrimento e das dores deste mundo
material, mas estão também se isolando de grande parte de sua beleza material. Sacrificam
tanto para alcançar tão pouco.

O homem ou a mulher que procura dominar os problemas desta vida e alcançar


sucesso nas coisas deste mundo é o real vitorioso sobre o ego. Riqueza e coisas materiais
não são somente um símbolo de sucesso e realização pessoal, mas um poder para o bem,
tão seguramente quanto podem ser um poder para o mal. Não há mais nobre objetivo na
vida do que primeiro alcançar sucesso no domínio das atividades deste plano e, depois,
concretizar este sucesso em riqueza material, a fim de que os nobres impulsos do homem,
suas boas tendências, contem com um meio para se expressar, manifestar e realizar.

O segredo da riqueza não é um processo secreto reservado a poucos. E não há


caminho mais seguro para a consecução da riqueza, sucesso e poder material do que o
caminho que conduz o indivíduo através dos campos do misticismo e da sabedoria arcana;
o conhecimento que revela os princípios e leis secretos do poder pessoal do homem, as
faculdades e forças pessoais, ocultas, latentes, do homem, que existem em seu próprio
âmago e estão ao seu redor todo o tempo.

É fato comprovado que ninguém que já dedicou tempo e pensamento suficientes,


estudo correto e esforço de compreensão aos segredos de tais poderes, fracassou em
aumentar seu sucesso pessoal e se tornar rico nos bens que a vida oferece.

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Artigo 58

A ONTOLOGIA ROSACRUZ

Serge Toussant, F.R.C.

1) Deus é a Inteligência Universal que pensou, manifestou e animou a Criação


segundo Leis imutáveis e perfeitas.

2) Toda a Criação está impregnada de uma Alma Universal que evolui para a
perfeição de sua própria natureza

3) A vida é o suporte da evolução cósmica, tal com se manifesta no universo e na


Terra.
4) A matéria deve sua existência a uma energia vibratória que se propaga por todo o
universo e de que o átomo está impregnado.

5) O tempo e o espaço só existem para a consciência humana e não tem realidade


material fora dela.

6) O ser humano é dual em sua natureza e trino em sua manifestação.

7) A alma encarna no corpo da criança no momento em que ela inspira pela primeira
vez, tornando-a um ser vivo e consciente.

8) O destino de cada ser humano é determinado pela maneira como ele aplica o seu
livre arbítrio e pelo karma que disso resulta.

9) A morte ocorre no momento em que o ser humano faz sua última exalação e se
traduz na separação definitiva entre o corpo e a alma.

10) A evolução espiritual do ser humano é regida pela reencarnação e tem por
objetivo final que ele alcance a perfeição.

11) Há um reino supra-humano, composto de todas as almas desencarnadas que


povoam os planos invisíveis da Criação.

12) No final de sua evolução espiritual o ser humano alcança o estado de Mestre
Cósmico e se torna um agente da Divindade.

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Artigo 59

A ENERGIA DO AMOR

Robert E. Daniels, F.R.C.

Todos nós fomos condicionados a acreditar que constitui, de certa forma e fraqueza
expressarmos nossos verdadeiros sentimentos e emoções, de modo que nos sentimos
compelidos a escondê-los e suprimi-los. Apesar disso, nosso Eu Interior, a parte divina e
perfeita em nós, se empenha em exprimir e revelar nossas emoções mais profundas, criando
assim uma condição de conflito que impede a apreensão do espírito do amor que a alma em
nosso interior procura expressar.

Ensinam-nos a ser críticos, a reparar defeitos, a colocar nossos próprios interesses


egoísticos à frente das outras pessoas. Isto é a antítese do desejo da alma de encontrar amor
e harmonia, de ver beleza e alegria na vida. Enquanto não iniciarmos esta mudança em
nosso pensamento e sentimento, o amor será um prisioneiro em nosso interior. Mas quando
compreendermos que este grande poder está esperando para se expressar, e cooperarmos
com os impulsos do Eu Interior, a energia do amor começará a se expandir em nosso
coração e um poder espiritual terá nascido.

Na medida em que essa energia do amor começa a crescer no âmago da nossa


consciência, uma série de mudanças começam a ocorrer em nosso caráter e em nosso
comportamento, bem como em nossos mais íntimos pensamentos. Passamos a não ser mais
afetados pelas experiências perturbadoras na mesma intensidade de antes. Passamos a viver
mais afastados das coisas sórdidas e vulgares da vida.

Quando decidimos fazer o esforço necessário para nos expressarmos e doar-nos


altruisticamente, a estrada para o despertar espiritual será aberta à nossa frente. É então que
advirão experiências que nos virão inspirar, enobrecer e preparar para maior serviço. Esta
decisão, a do serviço altruístico, e seu conseqüente desenvolvimento, nos levarão a um
contato mais íntimo com Deus e talvez nos levem a uma experiência iniciática da própria
presença do Criador, que em nós deixará uma impressão indelével. A energia do amor terá
se estabelecido em nós e através de nós, e nos tornaremos agentes da Divindade na Terra.

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Artigo 60

O CORPO ASTRAL

Richard Shimoda, FRC

O chamado “corpo astral”, a que tantos esoteristas fazem referência, nada mais é do
que a resultante do encontro da alma com o corpo físico. É uma energia psíquica que
permite a comunicação da alma com o corpo material, intermediando esse contato. O corpo
astral, que organizações como a Ordem Rosacruz chamam de “corpo psíquico”, só existe
durante o período de vida encarnada da alma. Após a morte o corpo astral é abandonado e
se degenera, da mesma forma que o corpo físico.

O fenômeno da projeção psíquica, mais conhecido como “viagem astral”, só é


possível devido à existência do corpo astral. Quem se projeta ou se exterioriza é ele e não a
alma, ao contrário do que muitos pensam. Ao se estender para fora do corpo físico, o
“duplo astral” leva a consciência humana, permitindo a esta tomar conhecimento de coisas
que se passam em lugares distantes de onde o corpo material está.

O desenvolvimento do corpo astral, ou psíquico, é fundamental quando se quer


exercer determinada faculdades místicas, como a cura mental, a telecinesia, a vibroturgia e
a telepatia. O corpo astral, como o físico, pode ser aprimorado mediante uma “musculação”
própria, que consiste na aplicação de uma série de técnicas específicas.

Os chamados “poderes ocultos” nada mais são do que o exercício inteligente do


corpo astral, que, na realidade, nada tem de oculto ou sobrenatural; apenas é pouco
conhecido e desenvolvido na maioria das pessoas. Desenvolver o corpo astral é um dos
objetivos a que todo místico se designa, para seu bem e o bem dos outros.
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Artigo 61

LIBERDADE MENTAL

H. Spencer Lewis, F.R.C.

Atualmente, devido ao grande desenvolvimento material e ao progresso universal, o


homem tem sofrido restrições em sua liberdade e expressão individuais. O crescimento e o
desenvolvimento das sociedades mundiais levam as pessoas a sentir o conflito entre seus
desejos naturais de individualidade e a sempre crescente necessidade de associação que o
mundo requer.

Assim, estamos nos aproximando da última fronteira da liberdade, que o


pensamento. No futuro nosso eu físico terá cada vez menos liberdade e a vida apenas terá
significado real para nós pelo que dela pudermos extrair intuitivamente.

A intuição proporciona verdades que dispensam explicação. É pela meditação, pela


contemplação filosófica, que essa intuição poderá ser adquirida e desenvolvida. Encontrar a
resposta dentro de nós mesmos representa grande compensação.

Isoladamente conseguiremos superar barreiras e assim tomaremos consciência de


que ainda estamos desfrutando liberdade: liberdade mental, Essa, talvez, seja a melhor e
maior de todas as liberdades!

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Artigo 62

ETERNIDADE

Eduardo Teixeira – FRC


O ser humano é dual em sua expressão no mundo material. A sua aparência física
resulta de uma polaridade energética, que por convenção se classifica como negativa. Por
outro lado, a sua condição interna ou subjetiva, manifestada pela consciência, é de
polaridade positiva. Nestas condições, o ser humano manifesta no Tempo o seu Padrão de
Eternidade.

Assim, se as nossas condições naturais nos colocam face à dualidade da existência,


impulsionando-nos para a busca da realidade que se promete no princípio trino da
manifestação, a Eternidade torna-se um fator absolutamente necessário para o
preenchimento do nosso raciocínio ou condição mental, para solucionarmos o nosso enigma
existencial.
Mas, se a Eternidade está além de qualquer expressão racional, como pode ela ser
uma necessidade? Vê-se que o jogo paradoxal pode assumir uma condição angustiante se
nos mantivermos insistentes na busca de conseguirmos respostas para a nossa consciência
objetiva.

O nosso raciocínio nos limita ao temporal. Contudo, os limites que a dialética nos
impõe podem ser superados por um instrumento mais eficiente, que é a analogia. Este
recurso, que nos abre perspectivas mais amplas para o caminho da verdade, não altera a
nossa condição dual, mas nos permite considerar que a realidade é algo essencial e que o
paradoxo não é, como se classifica lexicamente, um absurdo, mas algo inerente à qualidade
da existência. Isto é, a essência ou qualidade do Uno, que não alcançamos com o nosso
raciocínio, só se torna aparente na dualidade através de incontáveis manifestações.

Seria a Eternidade algo como um interminável caminhar existencial por incontáveis


níveis de experiências, sem que pudéssemos jamais alcançar um ponto definitivo onde o
finito se fundiria com o infinito em uma condição essencial?

Os Rosacruzes têm uma visão unívoca para estas questões ao afirmarem que “a
eternidade é o aqui e agora”. Certamente esta posição não imprime um ponto final nas
nossas indagações, mas nos sugere a eliminação da dicotomia, sem quebra da dualidade,
isto é, promovendo a conciliação e integração dos conceitos.

Se tomarmos emprestado da Ciência o conceito holístico de Energia e


acrescentarmos que esta é eterna, isto é, como essência ou potência, que se expande em
miríades de manifestações, estaremos incluídos nesta universalidade e nela não teremos
princípios ou fim definíveis ou definitivos.

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Artigo 63

SE É DA VONTADE DE DEUS…

Hideraldo Montenegro F.R.C.

Tudo o que ocorre de bem ou de mal no mundo é da "vontade de Deus”?

Ora, se esta resposta fosse afirmativa não poderíamos reconhecer a existência do


livre-arbítrio, pois ele não poderia existir já que estaríamos constatando a presença de um
destino inexorável. Isto significaria que, independe de nossa vontade, as coisas se
cumpririam e não passaríamos, assim, de meros espectadores dos acontecimentos; ou pior,
seríamos apenas vítimas deles.

Se tudo fosse como Deus quer não haveria fome, guerras e outras mazelas humanas
ou, caso contrário, teremos que admitir que Deus também é cruel. Quando assistimos as
decisões humanas não temos dúvidas quanto a origem verdadeira destas calamidades.
Para entendermos melhor o que venha significar "vontade doe Deus", precisamos
compreender a natureza de Deus. Ora, Deus é pura bondade, puro amor, pura justiça, pura
sabedoria, pura paz e harmonia. Assim, toda ação humana que não resultem em quaisquer
destas coisas, então, não está harmonizada com Deus e, portanto, não foi de Sua vontade,
mas meramente da vontade humana e todas as suas formas de egoísmos.

Assim, toda ação que gera conflito, em algum grau, não está harmonizada com o
Deus. A harmonia, onde todos os atributos de Deus estão presentes, é o grande referencial
que podemos encontrar nas ações e reações para podermos constatar, de fato, que a vontade
humana estava sintonizada com a vontade de Deus e que, conseqüentemente, podemos
afirmar, com convicção, que realmente foi realizada a "Sua vontade".

Se estivéssemos sintonizados com a nossa real natureza, o Deus encarnado, jamais


existiriam guerras ou qualquer outra forma de conflito. Mas se somos o próprio Deus
encarnado, por que as nossas ações não estão sempre harmonizadas com Ele? A única
resposta possível é que não temos autoconsciência completa. Ou seja, não somos
conscientes de que somos parte de Deus e, portanto, nem sempre as nossas ações retratam a
nossa natureza mais profunda; ao contrário, os nossos conflitos, infelizmente, muitas vezes
definem as nossas ações.

Em Deus só existe amor, bondade, justiça, harmonia e sabedoria.Esperamos, sim,


que nossas ações estejam sempre redundando em bondade, justiça, harmonia, amor e
sabedoria para, enfim, afirmarmos com plena convicção: foi feita a vontade de Deus.

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Artigo 64

O PODER DAS PALAVRAS

Hideraldo Montenegro F.R.C.

“Minhas palavras não me voltarão vazias”, disse Jesus. De uma forma geral,
somos muitos descuidados com o uso das palavras. Entretanto, a maioria das coisas que
obtemos, como um desafeto, uma amizade, uma demissão, uma promoção, um emprego
etc. é resultado de nossas palavras. Uma palavra otimista, positiva, confiante, generosa,
compreensiva e amorosa pode mudar completamente a tendência de um ambiente tenso,
depressivo. Podemos reverter radicalmente uma situação através das palavras que
emitimos.

Vivemos num mundo barulhento, onde as pessoas, de uma forma geral, deixam
jorrar as palavras ao sabor de suas emoções, sem terem o menor controle sobre elas. Vão
soltando-as sem se darem ao trabalho de avaliar o efeito que causarão.
Há pessoas que se orgulham de não terem “papas nas línguas”. Confundem
sinceridade com grosseria. Vivem ferindo as pessoas e nem se importam com o que
provocam. Contudo, não conseguem compreender porque encontram tantas resistências,
tantas provocações e tantos dissabores em suas vidas. Embora o ditado popular que diz
“quem semeia vento, colhe tempestade” sirva para mostrar a ligação que há entre causa e
efeito, muitos, através de suas próprias bocas, continuam semeando discórdia, mas teimam
em não perceber a origem daquilo que colhem. Também a sabedoria popular ilustra bem
este comportamento inconseqüente no ditado: “quem fala o que quer, escuta o que não
quer”.

Guerras já foram deflagradas por conta de palavras, porém, a humanidade teima em


não perceber o poder tanto de destruição como de união que existe no seu uso.

Com palavras de amor e compreensão um ser humano excepcional foi capaz de


revolucionar o mundo. Jesus não utilizou outra coisa para transformar a humanidade senão
palavras que, até hoje, continuam vivas e atuais. Ele disse que “o mal não é o que entra na
boca do homem, mas o que sai de sua boca”. A palavra põe em movimento a energia
esboçada pela mente. Precisamos ser senhores das palavras; no entanto, para sermos
senhores das palavras precisamos, antes, nos tornar senhores de nossas emoções.

Se não controlamos nem a nossa mente, como podemos controlar o uso das
palavras? Isto significa que precisamos ter sempre serenidade mental para usarmos as
palavras com sabedoria. Ou seja, nada significa termos conhecimento da importância do
uso das palavras se somos incapazes de controlarmos os nossos impulsos.

A prática de palavras positivas, verdadeiramente sentidas, pode transformar


completamente nossas vidas, e ajudar a melhorar o mundo.

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Artigo 65

A VIRTUDE DA HUMILDADE

Arthur C. Piepenbrink, FRC


(Colaboração de Salvatore Tasca)

A pessoa que tem o senso da humildade é a mais abençoada entre todas as demais,
pois possui o requisito primordial para se tornar mestre e alcançar a paz profunda e a
felicidade. Tal pessoa é a que mais se aproxima do alvo máximo da existência. Mas o que é
verdadeiramente uma vida de humildade, ou uma pessoa com o senso da humildade?

Significa refrear nossas convicções pessoais; estarmos conscientes das realizações


pessoais dos outros; darmos crédito a quem for devido; não sermos egoístas, nem
demasiadamente críticos para com outra pessoa. Não nos abstermos de sermos amigáveis;
de sorrir e de mostrar interesse pelos outros. Não criticarmos ou depreciarmos alguém, mas,
ao contrário, esforçarmo-nos para ajudar a outros, se pudermos. Talvez a melhor maneira
de fazermos isto seja auxiliar os outros a compreenderem seus problemas, ao invés de fazer
por eles o que eles devem fazer por si mesmos.

A humildade não significa a manifestação de uma atitude de servilismo, mas


procurarmos refrear a antipatia pessoal, a refrear, tanto quanto possível, a emissão de
julgamento precipitado. Nunca devemos ser culpados de irreflexão. Isto não quer dizer que
nossas vidas tenham que ser relegadas a um segundo plano, nem que nos subjuguemos,
pelo resto de nossa existência. A humildade exige apenas respeito mútuo.

“Desejas que outros sejam agradáveis para convosco, sede agradáveis para com eles. Se
desejardes bondade de vosso próximo, sede vós bondosos. Se almejardes auxílio e atenção
de outros, deveis dar estas, em troca.” Isto é humildade, consideração e respeito mútuo; não
submissão. Este último jamais vos conduzirá ao domínio da vida. Sob o ponto de vista
Cósmico, tão importante é uma pessoa quanto a outra.

A humildade é a ação de dar, da mesma forma que esperamos receber. Todo bem
que aparece em nosso caminho é uma agradável surpresa, e o seu compartilhamento traz
ricas retribuições.

Serviço: Ordem Rosacruz, AMORC: Rua Nicarágua, 2620 - 82515-260 – Curitiba – PR.
Tel:(41)3351-3000 Internet: www.amorc.org.br / E-mail: rosacruz@amorc.org.br

Artigo 66

HIGIENE MENTAL

Sergio Carlos Covello, FRC

A seguir apresentamos algumas sugestões práticas de Higiene Mental:

1. Cultive a alegria e o contentamento. A tristeza e o descontentamento produzem


efeitos deletérios sobre a nossa mente e interferem de maneira nociva no funcionamento do
nosso organismo.

2. Viva o dia de hoje. Erro é lamentar o passado, assim como se preocupar


excessivamente com o futuro. Viver é um ato presente. É o hoje e o agora. Viva, portanto, o
dia de hoje sem tentar resolver, de uma vez, o problema de toda a sua vida.

3. Reserve tempo para sua recreação. A recreação é essencial à saúde física e


psíquica, pois evita o desgaste do organismo e da mente, pela recuperação de forças
perdidas durante o trabalho.

4. Cultive pensamentos positivos. Devemos aprender a dominar nosso inconsciente,


cultivando idéias otimistas e erradicando de nossa mente toda e qualquer idéia ou emoção
destrutiva. Um bom filme, um bom livro e pessoas alegres e confiantes ajudam-nos a adotar
o pensamento positivo.

5. Aprenda a aceitar a si mesmo e os outros. É preciso nos convencermos de nossas


limitações e, assim, aceitarmos as limitações de nossos semelhantes. Ninguém é perfeito
neste mundo transitório. Aceite, pois, os outros como são e evite a crítica.

6. Desabafe-se. O que fica encoberto age com maior força em nosso psiquismo. Os
aborrecimentos quotidianos devem ser expostos a alguém de confiança predisposto a nos
ouvir. Quando a pessoa se desabafa, a tensão nervosa é aliviada e permite encarar o
problema com maior discernimento.

7. Quebre a rotina diária com algo novo. Às vezes, freqüentamos o mesmo


restaurante, passamos pelas mesmas ruas, olhamos as mesmas vitrines, proseamos com as
mesmas pessoas, numa rotina enfadonha. As coisas novas têm mais encanto e nos trazem
maior gratificação pessoal.

8. Domine a mania de ser um super-homem. Exigir demais de si mesmo é o


primeiro passo para a neurose e o estresse. Realize tudo o que tiver de realizar dentro de um
compasso de calma, sem exagero, sem demasia.

9. Goste das pessoas e mantenha interesse pelos empreendimentos humanos. A


chave da felicidade está em sentir-se bem no convívio com os outros e em interessar-se
pelos empreendimentos humanos. Lembre-se de que o amor ainda é a resposta mais eficaz
para a problemática humana.

10. Mantenha a simplicidade de vida. Sofisticando a vida, apartando-se da


natureza, indo em busca de riquezas, de honrarias e prestígio social, compromete-se tanto
que acaba por sentir-se vazio interiormente, uma máquina de compromissos e deveres.
Aprenda, pois, a viver com simplicidade, realizando-se como ser humano, o que afinal de
contas, é o mais importante.

Serviço: Ordem Rosacruz, AMORC: Rua Nicarágua, 2620 - 82515-260 – Curitiba – PR.
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Artigo 67

A FILOSOFIA MÍSTICA

Sandra Regina Rudiger Ayyad, FRC.

É através do pensamento que aprendemos a pensar. Aprendendo a pensar tornamos


clara nossa busca pelo conhecimento das coisas. A filosofia nos mostra a viagem à qual o
nosso pensamento pode se lançar para buscar o conhecimento. Nossa aprendizagem para o
conhecimento passa por um processo de treinamento. Portanto, nosso primeiro passo é
aprender a pensar.

O primeiro treinamento deve ser desenvolver o pensamento – aprimorá-lo na sua


mais elaborada capacidade. De maneira geral, os seres humanos são levados a “não
pensar”; a ter idéias conforme o gera. A filosofia nos leva ao conhecimento do Ser e sua
realidade. Para Parmênides – “O pensar é o Ser”.

O que mais prepara e motiva a busca pelo verdadeiro Saber é a experiência da


Beleza, do Amor e da Morte. O corpo e a mente existem nesta dimensão para vivenciarmos
e nos introduzirmos no conhecimento do SER.

A Ontologia busca o conhecimento do SER. O pensamento é o modo mais rápido de


se chegar ao SER. Pensar é conhecer-se. Conhecimento em francês é “connaissance”, ou
“nascimento do SER” – ou seja, o seu progresso e evolução se dão através do pensamento.

O pensamento elevado transforma o ser em sua busca a algo maior e é neste aspecto
que ele se eleva ao Divino. É através do refinamento de nossos pensamentos ao que é mais
elevado que nos tornamos místicos. Amantes do conhecimento por sermos filósofos e
místicos pelo incessante desenvolvimento e purificação de nossa alma.

O filósofo místico é antes de tudo um exemplo. Sua consecução final é a união


consciente com o Absoluto. A AMORC ensina os princípios e as Leis Cósmicas pelos
quais somos levados à mais íntima consciência de nosso divino potencial. Nesta
experiência também nos comprometemos moralmente a empregar nosso conhecimento para
auxiliar aqueles que necessitam.

Artigo 68

MISTICISMO E RELIGIÃO

Sergio Carlos Covello, FRC

É preciso não confundir misticismo com religião. Embora essas palavras evoquem o
sagrado e o divino, religião designa tradicionalmente um conjunto de crenças, dogmas,
costumes, normas e ritos de certa comunidade que adora um mesmo Deus. As religiões têm
em geral um fundador, um ou mais líderes, escrituras sagradas e templos para o culto
público. Organizam-se e hierarquizam-se para propagar a fé e conquistar adeptos. Com sua
doutrina sobre a origem do mundo e do homem, o sentido da vida, o sofrimento e a morte e
suas práticas litúrgicas, as religiões exercem poderosa influência sobre a conduta de seus
seguidores e têm produzido místicos notáveis.

O místico, todavia, não surge sempre de uma religião. Há místicos que não são
religiosos, e religiosos que não são místicos, apesar de exercerem até a liderança religiosa.

A experiência mística não depende de organização ou hierarquia, nem templos


materiais, nem escrituras sagradas, porque é uma percepção imediata do divino, uma
atitude interior. Muitas vezes o místico se indispõe com a religião a que pertence ou
encontra sérias dificuldades dentro dela por causa de sua conduta mística, que extrapola os
costumes de sua comunidade. São Francisco de Assis e São João da Cruz são bons
exemplos disso.

O místico entra quando quer no santuário de sua alma, onde encontra a Divindade.
Ser místico é viver profundamente a realidade divina dentro de si. Tal vivência é
transformadora, porque a união com o divino faz com que o homem materializado pelas
ilusões do mundo se transforme em homem espiritual.

Erro é supor que a experiência mística requer a fuga do mundo. Quando o indivíduo
vive sua realidade divina, liberta-se do apego às coisas exteriores que o mundo oferece
(lucros e perdas, prazeres e tristezas, honra e difamação), porque passa a desfrutar da
felicidade interior que, por ser plena, dispensa os prazeres ilusórios e transitórios. Contudo,
seu estado de bem-aventurança, longe de o isolar de seus semelhantes, faz com que se
relacione melhor com todos os seres, sendo compreensivo, paciente, compassivo,
magnânimo, generoso, caritativo e pacífico, qualidades típicas do altruísta.

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