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IV Jornadas de História, Filosofia Hermética e

Património Simbólico – Merkavah, Cabala e


Mística Judaica

CABALA E MAÇONARIA

ARNALDO M.A. GONÇALVES


UCP-IEP
20.02.2020
Indice
2

1. Mística Judaica e Cabala;


2. A Cabala na Europa;
3. Influências cabalistas na formação da Maçonaria
Especulativa;
4. As Lojas Azuis: influências filosóficas do Antigo
Testamento [Tora];
5. Os Altos Graus do Escocês e o traço cabalistico: o
contributo de Albert Pike;
Mística e Cabala
3

 A palavra Qabbalah é derivada de Qabbel ou QBL que significa


‘receber’, ‘aceitar’ mas também ‘estar frente a frente com’ ou
‘em presença de’;
 A Cabala é a vertente mística do judaísmo, que se interroga
sobre a natureza de Deus e os ensinamentos secretos da Tora
[o Antigo Testamento, Pentateuco, os 5 primeiros livros da
Biblia judaica];
 Os Cabalistas acreditam que há uma recepção directa da
revelação divina por quem está preparado para a aceitar, para
estar em presença da revelação em si, o que traz Iluminação e
Redenção;
Mística e Cabala
4

 O misticismo e as experiências místicas fazem parte do


judaísmo desde os primeiros dias;
 A Tora contém muitas histórias de experiências místicas,
de visitas de anjos, de sonhos e visões proféticas;
 A Cabala afirma que há uma verdade codificada,
encriptada, encoberta nos textos bíblicos que apenas é
revelada áqueles que são ensinados a desvendá-la;
Mística e Cabala
5

 Em Salmos 119:18 diz-se “abre os meus olhos para que eu veja


as maravilhas da Tua Lei”; No Tanach lê-se ‘unveil my eyes that
I may perceive wonders from your Torah’;
 Esse véu existe para proteger aquele que está na procura da
natureza de Deus e não pode ser removido sem consequências
graves;
 Moisés recebeu [Qabbalah] a Tora no Monte Sinai e transmitiu-
a Joshua, Joshua transmitiu-a aos anciãos, os líderes judaicos
aos profetas e estes aos membros da Grande Sinagoga [Soferim]
– esta cadeia de transmissão que continua, sem interrupções,
até ao fim dos tempos chama-se na sua dimensão esotérica
Shalshelet ha-Qabbalah quer dizer a cadeia da Cabala;
Mística e Cabala
6

 A dimensão exotérica expressa numa interpretação


literalista do texto da Tora encontra-se com uma dimensão
esotérica;
 O viajante [o caminheiro, aquele que procura] ao participar
em ambas adquire a directa percepção que Deus está
escondido em tudo o que Ele criou e cria;
 A relação dos seguidores da Cabala com Deus é diferente da
visão institucional da religião judaica: para esta Deus é
omnipotente, omnisciente, omnipresente, distante,
inacessivel, autoritário, temível ;
Mística e Cabala
7

 Para os seguidores da Cabala os comportamentos humanos


afectam Deus, tanto pela prática das más acções como das boas:
respeitar os vizinhos, ajudar as pessoas, respeitar o Shabat,
cumprir os Mandamentos de Deus – actualiza o espírito divino
que mora no interior dos homens;
 O Zohar diz que através de acções meritórias temos a
capacidade de alimentar Deus, porque ao influenciá-lo
influenciamos os fluxos da Graça divina que vêm para o mundo;
o estudo do Zohar permite elevar-nos à essência de Deus;
 A ratio é que os humanos têm de ajudar Deus a mandar o novo
Messias;
Mística e Cabala
8

 Lê-se em Isaias 42:1:


 Eis o meu servo, que Eu amparo, o meu eleito, que Eu preferi. Fiz repousar
sobre ele o meu espírito, para que leve às nações a verdadeira justiça. Ele
não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas. Não quebrará a
cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumeja. Administrará a
Justiça com verdade. Não desanimará, nem desfalecerá, até que estabeleça
a justiça na terra, as leis que os povos das ilhas esperam Dele.
 Eis o que disse Deus [Hashem] que criou os céus e os estendeu e que
consolidou a terra com vegetação que deu vida aos seus habitantes e o
alento aos que andam nela;
 O ratio é que Deus não só realizou a sua Criação num dado tempo mas a sua
Criação renova-se constantemente e o Homem tem parte nesse processo
recriador.
A Cabala na Europa
9

 Os padres da Igreja do século I eram cabalistas


mas a influência cabalista à medida que o
cristianismo se institucionalizou desapareceu;
essa influência regressou no século XV com o
Renascimento;
 No século XIII [1232-1316] surgira uma Cabala
Cristã com os trabalhos de Ramon Lull,
matemático, filósofo, lógico, monge franciscano
e escritor do Reino de Maiorca; é autor de Ars
Magna, um sistema lógico de procura da
verdade a ser usado no diálogo inter-religioso; Ramon Lull
A Cabala na Europa
10

 No século XV surge um movimento em Espanha


formado por cristãos-novos para dar um contexto
cristão à Cabala e à sua dimensão esotérica;
 Há duas personalidades importantes neste
movimento, Giovanni Pico della Mirandola e John
Reuclin;
 Giovanni Mirandola [1462-1494] grande filósofo
da Renascença escreve “Oração à Dignidade do
Homem”, as 900 teses sobre religião, filosofia e
magia. Nele Mirandola afirma que a magia e a
Cabala são as melhores provas da divindade de
Cristo. O livro foi banido pela Igreja por herético. Giovanni Mirandola
A Cabala na Europa
11

 Outro autor é John Reuchlin [1455-1522]


humanista alemão, conselheiro político e
professor de grego e hebraico em várias
universidades;
 Foi um estudioso da literatura e da lingua
hebraica foi considerado um herético pela
Igrega;
 Encontrou na Cabala uma teosofia profunda que
seria da maior utilidade para a defesa do
cristianismo;
 As ideias místico-cabbalisticas de Reuchlin
seriam desenvolvidas em De Verbo Mirifico e em
John Reuchlin
De Arte Cabbalistica.
A Cabala na Europa
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 Estes autores despertaram enorme curiosidade na


Europa e no século XVI vários textos cabalistas são
traduzidos para latim;
 Guillaume Postel [1510-1581] linguista francês,
cabalista, diplomata, professor, traduz o Zohar e o
Sefer Yetsirah;
 Postel acreditava que as verdades do Novo
Testamento e do Zohar eram idênticas e que
continham a doutrina da verdadeira religião
abandonada pelos judeus e esquecida pelos cristãos.
 Postel, considerava-se o “Papa da teologia Zoharic
Guillaume Postel
natural ”, via a tradução do Zohar como tendo uma
missão messiânica, simbolizando o início da quarta
e última era histórica que sucederia à terceira
surgida com o nascimento de Cristo.
A Cabala na Europa
13

 No século XVII, o centro da Cabala Cristã muda-se para


Inglaterra e Alemanha. São expressão disso Jakob
Böhme e Christian Knorr von Rosenroth;
 Jakob Böhme [1575-1624] filósofo alemão, místico cristão
e teólogo protestante escreveu Aurora e outros livros
considerados disformes ao luteranismo oficial como Três
Princípios do Ser Divino, Seis Pontos Teosóficos, De
Signatura Rerum Mysterium Magnum;
 No sistema cosmólogico de Böhme seria necessário que o
homem caído em pecado original se voltasse para Deus a
fim que a Criação voltasse ao estado original de harmonia Jakob Böhme

e inocência e por essa forma o homem, atingisse uma nova


auto-consciência; Böehme via a encarnação de Cristo não
como um sacrifício oferecido para redimir os pecados dos
homens mas como uma oferta de bondade amorosa de
Deus;
Cabala e Maçonaria Especulativa
14
 No fim do século XVII e
século XVIII a Cabala Cristã
combina-se com o
Simbolismo Alquímico e dá
lugar às doutrinas da
Teosofia – conjunto de
doutrinas religiosas que
dizem que o conhecimento
de Deus se pode alcancar
sem revelação divina - e do
Rosa-Crucianismo – sistema
de filosofia mistica cujo fim
é de guiar ao
desenvolvimento das
conscência interior ;
Cabala e Maçonaria Especulativa
15

 A Teosofia e os Rosacruciaanismo têm sido identificados como


influências na doutrina maçønica;
 O que é a Maçonaria?

 A Maçonaria é um sistema peculiar de moralidade, velado por alegorias


e ilustrado por símbolos, segundo uma definição comum no século
XIX;
 O Maçom pratica a virtude através da sistemática autoconstrução, pelo
limar dos vícios ou defeitos e pela exaltação das virtudes;
 A doutrina da Maçonaria é marcada por uma dimensão cristã explícita
nos valores éticos e morais propugnados e tem sido questionado se a
Cabala enquanto vertente mística do judaísmo, terá tido alguma
influência nela;
Cabala e Maçonaria Especulativa
16

 Influência da Cabala na Maçonaria: há duas posições: uma que afirma


que não teve qualqer influência; outra que diz que ela sempre existiu;
 Na primeira posição temos Albert MacKey [1807-1881] professor e
Grande Secretário da Grande Loja da Carolina do Sul, autor de Lexico
da Maçonaria e de Enciclopédia da Maçonaria e Arthur Edward
Waite [1857-1942], poeta e maçom americano que escreveu sobre
temas do ocultismo e do esoterismo. É autor da Nova Enciclopédia da
Maçonaria e do tarot Rider-Waite;
Cabala e Maçonaria Especulativa
17

Albert MacKey Edward Waite


Cabala e Maçonaria Especulativa
18

 MacKey refere na sua Enciclopédia que


sendo William Preston autor do ritual do
segundo grau [companheiro] da maçonaria
sendo este um cristão ortodoxo ‘seria
aberrante admitir a influência de qualquer
forma de ocultismo’ na maçonaria;
 Sendo a maçonaria especulativa uma Rei Eduardo I
derivação da maçonaria operativa, tendo
esta um contexto cristão porque se gerou
nas guildas e corporações medievais, a
relevância da teologia judaica é secundária;
 Em 1290, o Rei Eduardo I decretou a
expulsão dos judeus de Inglaterra;
Cabala e Maçonaria Especulativa
19
 Na segunda posição temos por exemplo:
 Manly Palmer Hall [1921-1990], autor canadiano, professor,
astrólogo e místico, fundador da Philosophical Research Society
em Nova Iorque;
 Helena Blavatsky [1831-1889], escritora russa, fundadora da
Sociedade Teosófica e autora da Voz do Silêncio e Doutrina
Secreta;
 Albert Pike [1809-1891], general sulista, maçom, e primeiro
Soberano Grande Comendador do Grau 33 do REAA, Jurisdição
Sul dos Estados Unidos, autor dos livros Moral e Dogma no Rito
Escocês Antigo e Aceite [1871] e o Livro das Palavras.
 Charles Webster Leadbeater [1854-1934] autor, clérigo da
Igreja de Inglaterra e depois membro da Sociedade Teosófica
autor de Ritos Masónicos Antigos e mais de trinta titulos sobre
teosofia, religião, ocultismo.
Cabala e Maçonaria Especulativa
20
Cabala e Maçonaria Especulativa
21

 Manly Palmer Hall afirma que as teorias da Cabala estão


intrinsecamente ligadas a elementos de alquimia, rosa-crucianismo,
hermetismo e maçonaria;
 Albert Pike diz ‘a Maçonaria é a procura da Luz. Essa procura leva-
nos directamente, como é natural, para a Cabala”;
 Helena Blavatsky citada por Ankerberg e Weldon em
“Ensinamentos Secretos de uma Loja Maçónica”afirma: “a Cabala é
na verdade a essência da Maçonaria’;
 C. W. Leadbeater ”os mistérios judaicos são a fonte de nossa
tradição atual, levada a Roma, e daí passada através dos Collegia
para as guildas medievais, emergindo finalmente no século XVIII
nos rituais especulativos da Craft, no Santo Arco Real e o grau de
Mark Master Mason, e nos de outros emblemas e cerimónias”
A Cabala como fonte doutrinária
22

 É razoável admitir que a Cabala teve influência decisiva na


doutrina da Maçonaria por quatro razões principais:
 1] Razão Institucional;
 2] A Cabala na construção dos rituais das Lojas Azuis;
 3] A Cabala como suporte teórico dos Altos Graus do Rito
Escocês;
 4] Personalidades maçónicas que foram cultores da Cabala
judaica;
A Cabala como fonte doutrinária
23

 1] Institucional

 A certo ponto das história das guildas e corporações dos ofícios em


Inglaterra as agremiações de obreiros/construtores abriram-se a
membros oriundos das classes altas, nobres, intelectuais e membros
da familia real;
 Ainda hoje não sabemos porque é que isso se aconteceu mas os
autores inclinam-se que terão pesado razões de prestígio e de
captação de personalidades que poderiam ser emblemas da Ordem
no recrutamento;
 Anthony Sayer um nobre, é eleito primeiro Grão-Mestre da
Grande Loja de Londres e Westminster em 1717; em 1721 o Duque
de Montagu é eleito Grao-Mestre;
Espíritos da 24
Royal Society

Anthony Sayer Duque de Montagu


Argumento institucional
25

 Montagu é membro da Royal Society; nela estão


humanistas e maçons como Elias Ashmole, Robert Moray,
Isaac Newton ou John Pearson, alguns deles interessados
em ocultismo e esoterismo;
 James Anderson, pastor presbiteriano, é encarregue pelo
Vice-Grão-Mestre, Jean-Pierre Desaguiliers de rever as
constituições manuscritas seguidas pelas lojas da GLL e
codificá-las dando lugar a novos estatutos – Constituições
de Anderson de 1721;
Espíritos da Royal Society

26

Elias Ashmole Robert Moray

Isaac Newton
John Pearson
Argumento institucional
27

 Anderson coordena uma comissão interna da Grande Loja de


Londres que redige as Constituições [não o faz sozinho];
 As Constituições dividem-se em três partes: a história da
Maçonaria, os Deveres dos Maçons e Regulamentos Gerais e
letras de cinco canções;
 Na parte histórica, Anderson que é o seu redactor narra eventos
habitualmente usados como mitos no ensino da Cabala: o papel
reservado a Adão por Deus na Criação, Noé e o Grande Dilúvio,
Abraão, Moisés e Salomão como profetas e lideres de Israel,
Salomão e a construção do Primeiro Templo de Jerusalém;
28 Frontispício
do livro
John Montagu
apresentando as
Constituições e o
Compasso a
Filipe, Duque de
Wharton. Á
direita James
Anderson.
• que está em
cima?

• Sonho de
Ezequiel
Argumento institucional
29

 Imagística judaica influenciou os rituais nem que fora de forma


indirecta;
 Com o levantamento da proibição de admissão de judeus nas lojas
vários nomes judaicos estão identificados em registos de 1723 como
grandes oficiais da Grande Loja [Benjamin Deluze, Simon Ansell,
Solomon Mountford, Solomon Mendez, Abraham Ximenes,
Abraham Cortisso, Dr. Meyer Schomberg, Isaac Barrett, Benjamin
da Costa, Isaac Barrett];
 Se os valores éticos do judaísmo fossem considerados antitéticos dos
princípios maçónicos seguramente não haveria judeus entre os
oficiais da Grande Loja de Londres;
A Cabala como fonte doutrinária
30

 2] Os graus da Loja Azul


 Na formulação dos rituais dos três primeiros graus da Maçonaria Azul
– Aprendiz, Companheiro e Mestre – existem manifestas referências
cabalisticas;
 A ideia do trabalho maçónico como construção interior, auto-centrada,
do talhe da pedra bruta que é o homem;
 Também a Cabala busca a elevação do homem da sua condição material
e imperfeita;
 Utiliza para isso os Dez Sefirotes que compøem a Árvore da Vida;
 Partindo da base, Malchut e tendo em vista o fim último - o tocar o
incogniscível, o nada-ser e o nada-existir que é Keter, a Coroa, a
Vontade Divina;
31
Vontade
O Nada

32 Briah– Mundo da
Criação

Yetsirah – Mundo
em Formação

Assiah – Mundo
material

Presença
Terra
A Cabala como fonte doutrinária
33

 A utilização na simbólica
maçónica de elementos que
são também identificáveis na
iconografia cabalista – as
colunetas do Templo vis-avis
as colunas da Árvore da Vida
ou ainda mais importante o
destaque dado às colunas do
pórtico da entrada do Templo
de Salomão;
O Templo de Salomão
34
A Cabala como fonte doutrinária
35

 A Maçonaria associa dois termos retirados da Tora – Boaz ou Booz e Jachin


ou Jakin – como as colunas que são mostradas respectivamente aos aprendizes
e aos companheiros nas cerimónias de iniciação e de passagem de grau.
 Boaz vem referido no Livro de Rute 4:

 “Boaz tomou Rute que se tornou sua mulher. Juntou-se a ela e o Senhor
concedeu-lhe a graça de conceber e dar à luz um filho”.
 Aqui fica a linhagem de David. O filho de David, Salomão, construiu o Templo e
deu o nome de Boaz ao pilar que ficou à esquerda da entrada. A descrição da
construção do tempo está em Reis 6 e 7.
 No capitulo 7 fala-se em Hiram como o arquitecto enviado pelo Rei de Tiro por
ser um especialista nos trabalhos de bronze. Foi Hiram que dirigiu a construção
de todo o templo, logo do pørtico de entrada.
A vocalização na Maçonaria e na Cabala
36
 Na cerimónia de iniciação a palavra Boaz nunca é dita por
inteiro. Ela é transmitida letra a letra de Mestre para o
aprendiz de forma intercalada de boca a ouvido – B-O-A-
Z;
 Também na gematria cabalistica é ensinado que cada
letra tem um valor numérico e que cada palavra tem um
valor total decorrente da soma das letras;
 Palavras com o mesmo valor estão por alguma forma
relacionadas;
A vocalização na Maçonaria e na Cabala
37
 Também o ensino da Cabala é feito de Mentor a Aprendiz
usando-se o soletrar de cada letra como método de
instrução; a Cabala é essencialmente verbalista;
 Recorde-se que Deus criou o homem com um sopro e que
os 10 Mandamentos foram verbalizados por Yahweh a
Moisés; só depos Moisés recebeu instrução para os passar
para as Tábuas da Lei;
38
A vocalização na Maçonaria e na Cabala
39
 O mesmo acontece na cerimónia de passagem de Aprendiz a
Companheiro em que é revelada a outra coluna, Jachin;
 Boaz quer dizer “a força está nele’ e em hebraico é soletrado
Bet+Vav+Ayin+Zahin. Isto é 2+6+70-+7 = 85
 85 é o valor numérico de Adão, Senhor, Perdão, Irmãos;

 Jachin quer dizer ‘ele estabelece’;


A vocalização na Maçonaria e na Cabala
40
 Jachin é o nome do quarto filho de Simeão [Genesis
46:10] e de um dos clérigos que veio do exilio – Jedaiah,
Jehoiarib e Jachin [Crónicas 9:10]; o seu valor numérico
é 661;
 661 é o valor numérico de Elohe Tzevaot [Lord of Hosts],
quer dizer o Senhor dos Exércitos. Este é um dos nomes
de Deus usado na Tora;
 Os dois nomes Boaz e Jachin estão assim relacionados
com Yahvé, porque é Ele que mantém o Templo de pé;
 Porque é que dado tal destaque a Boaz e Jachin? Quando
é que os dois nomes começam a ser usados nos rituais
maçónicos? Ninguém sabe.
Maçonaria e simbolismo da Cabala
41

 Em Maçonaria existem três colunas colocadas no centro


do templo maçónico; elas representam a Sabedoria/Justiça,
a Beleza e a Força;
 A coluna mais próxima do Altar [Jónica] é a da Sabedoria e
representa o Venerável Mestre; a coluna Dórica é a da
Beleza e representa o Primeiro Vigilante; a coluna Coríntia
é a da Força e representa o Segundo Vigilante;
42

VM

PV

SV
Maçonaria e simbolismo da Cabala
 Na Arvore da Vida as polaridades43
estão invertidas dada a sua
formulação antropormófica;
 O elemento activo é o da Força e
associa Netzach, Chesed e Chomah;
 O elemento passivo é Beleza e
associa Hod, Gevurah e Binah;
 O equilibrio é o “justo centro” e faz-
se por Malchut, Yesod, Teferet, Daat
olhando para Kether, que está por
cima do Venerável Mestre e ilumina
o exercício da Sabedoria;

Beleza Equilibrio Força


Os Altos Graus do Escocês
44

 Albert Pike é o criador do sistema de Altos Graus do Rito


Escocês Antigo e Aceite; é admitido na Loja Western Star
No. 1 de Little Rock em 1850 e recebe os 32 graus do REAA.
Em 1859 recebe o 33.o e torna-se Grande Comandante do
Supremo Conselho para a Jurisdição Sul, título que mantém
até à sua morte em 1891;
 Nessa qualidade reescreve os rituais e regulamentos dos 33
graus do REAA; é por isso que a versão americana do rito é
chamada “rito de Pike’;
45

Simbolos
Dos 3o Graus –
do 4.o ao 33.o
Os Altos Graus do Escocês
46

Em muitos dos graus do sistema ritual


designadamente o 27.o [Cavaleiro do Sol-
Principe Adepto, o 30.o [Cavaleiro Kadosh] e o
32.o [Mestre do Real Segredo], Pike introduziu
uma evidente dimensão cabalistica na acção do
homem sobre a natureza, no interrogar da
natureza de Deus e no diálogo que ele acreditava
que o homem deveria manter com o Criador.
Os Altos Graus do Escocês
47

 Pike diz na introdução ao Grau 30 “um


cavaleiro e soldado da Cruz chamado Cavaleiro
Kadosh afirma-se como um verdadeiro
defensor do Tempo do Altissimo; embora
armado de aço exteriormente, por dentro está
armado com Fé e Amor; Fé em Deus e Amor
para com os seus semelhantes.”
 É seu dever defender a Ordem, proteger e
assistir os peregrinos, os fracos e os feridos, os
necessitados e os oprimidos com humildade e
doçura, e também com fidelidade e prudência
como indicado pela Escada Mistica [de Jacob]”
48

• A Escada
Mistica
• Sonho de Jacob
• [Genesis 28:10-
22]
A Escada de Jacob
49

O conceito da escada é que nos cabe subi-la e descê-


la. O propósito de subir é ganhar uma perspectiva
mais elevada, uma visão do alto;
A perspectiva da descida é realizar o objectivo da
Criação;
Ambos são essenciais, o subir e descer da escada é a
oração; no nivel cabalístico o objectivo da oração é
ligar a alma á sua origem, refinar e elevar a natureza
básica das aspirações e paixões humanas; em
direcção a Deus;
Os Altos Graus do Escocês
50
 Pike afirma que o grau do Real
Segredo é titulado por um Principe mas
o segredo não o é no sentido normal; não
é nada para ser escondido do mundo. O
termo ‘secreto’ é para ser compreendido
como sinónimo de mistério,
escondido apenas porque não o
compreendemos [véu].
 A procura desse mistério deve ser a
missão do Principe do Real Segredo e
deve ser parte da vida de um titular do
grau;
Os Altos Graus do Escocês
51

 .É uma procura na relação com Deus, com a família, com a


vocação de cada um e com os nossos Irmãos. Não é uma quimera
vaga mas um objectivo realizável, que deve ser o propósito de
uma vida.
 Pike diz que é a procura da ‘harmonia’ ou equilibrio da forma
como a natureza se releva e que é o guia para uma vida recta.
 Respeitar os outros como queremos que nos respeitem, dar
tempo às famílias para preservar um tempo para nós próprios,
viver esta vida mas prepararmo-nos para a próxima.

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