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Maçonaria Egípcia

Peça de Arquitetura 2

Grau de Postulante
Dignos Postulantes saudações fraternais!

O Conhecimento Maçônico não pode ser transmitido àqueles


que por mera curiosidade aqui desejam chegar, senão
somente aos que são limpos nos pensamentos e puros no
coração.
Durante os estudos que ocorrerão nos próximos anos, de
maneira muito sutil sua sinceridade e sua pureza serão
postas à prova. Se souber demonstrar-se digno dos Segredos
Maçônicos que estão prestes a lhe serem desvendados, terá
a honra e o privilégio de trilhar no especial caminho que hoje
se inicia e com imensa honra agendarei sua cerimônia de
Iniciação ao Grau de Aprendiz que ocorrerá na Sede do
Soberano Santuário Mundial da Maçonaria Egípcia situado
na cidade do Rio de Janeiro.
Durante os estudos, se houver diferenças de Filosofia e
princípios de vida, estas devem ser resolvidas por você
mesmo, no pleno uso do seu livre arbítrio. Ou seja, onde
houver discordância, pode aproveitar dos ensinamentos
maçônicos os pontos relacionados com se desenvolvimento
pessoal como ser humano, que não conflitem com suas
convicções religiosas. Pela condição de não ser uma religião,
o Soberano Santuário Mundial da Maçonaria Egípcia não
doutrina, orienta.
Tenha certeza de que hoje está iniciando o estudo mais
importante de sua vida.
Antes de passar às explicações que lhe devo dar sobre a
instalação do Sanctum Sanctorum, é necessário considerar
certos pontos de sua afiliação ao Antigo e
Primitivo Rito Oriental de Memphis Misraim.

Que o Grande Arquiteto do Universo vos ilumine e guarde!

Divinator – Grau 100 –Sumo Sacerdote Mundial

“Persistir para existir!”


Princípios

Do

Soberano Santuário Mundial da Maçonaria Egípcia

Tendo sido admitido na Maçonaria Egípcia é oportuno que


neste momento apresente as ideias fundamentais e os
princípios básicos de nossa Instituição. Da sua perfeita
compreensão, dependem o êxito do seu e de meu trabalho.
O Irmão está dando início a um empreendimento para o
qual, tanto a sua vida atual como as anteriores, se você aceita
a existência de uma lei de renascimento e a ideia de que
uma nova oportunidade lhe é oferecida, o têm preparado.
Este será um enorme empreendimento. Provavelmente você
terá que reorientar diferentemente sua vida e mudar seus
hábitos; deverá aprender as regras que lhe permitam orientar
seus esforços para passar do quarto reino, o reino humano,
para o quinto reino, o reino da alma. Este reino é um reino
da natureza assim como o são os reinos humano, animal,
vegetal e mineral. Às vezes, em certos escritos, também é
chamado de o Reino de Deus ou ainda de a Hierarquia
Espiritual, Celestial ou Divina de nosso planeta. Este novo
empreendimento lhe preparará também para as grandes
expansões de consciência que permitirão que você perceba
o Todo Universal, em vez de apenas se identificar com uma
fração do Todo, assim como lhe permitirá substituir a
separatividade, característica do ser humano de nível médio,
pela síntese.
Há sete princípios regentes aos quais todo Iniciado da
Maçonaria Egípcia deve procurar ajustar-se. A análise destes
princípios facilitará em grande parte o seu trabalho futuro,
respondendo as interrogações anteriores e clareando o
caminho para a devida compreensão. Estes princípios são
imutáveis e nunca se alteram, e sem eles a Maçonaria Egípcia
não poderia cumprir seu propósito original.
Os métodos podem variar e os dogmas e as doutrinas
podem aparecer e desaparecer a medida que a Sabedoria
Eterna se apresenta, geração após geração, e a continuidade
da revelação se desdobra de acordo com as necessidades da
humanidade. Contudo, o objetivo de todas as Escolas
Esotéricas, incluindo portanto a Maçonaria Egípcia, é sempre
o mesmo, o da revelação da divindade do homem e do
universo, que conduz inevitavelmente ao reconhecimento do
Deus Transcendente e Imanente. É lógico que a terminologia
e a forma de apresentar a Verdade Una se modifique de
acordo com a época, preenchendo assim a necessidade de
cada um, porém aquilo que desejam expressar permanece
inalterado. Espero que a técnica e os métodos de
treinamento oferecidos pela Maçonaria Egípcia possam
sempre corresponder as suas prementes necessidades,
desenvolvendo a sua mente e cultura, auxiliando assim no
progresso da humanidade e da civilização.

Os sete princípios essenciais são os seguintes:

1. A Maçonaria Egípcia é uma Instituição Iniciática que


conduz ao Adaptado.

2. A Maçonaria Egípcia, independentemente de sexo, raça


ou religião, ensina, a todos os homens e mulheres
jovens e adultos que desejem, a caminhar na Senda da
Evolução.

3. A Maçonaria Egípcia reconhece a Hierarquia Espiritual


de nosso planeta e dá as instruções a respeito de como
dela se aproximar e nela ser incluído.

4. A Maçonaria Egípcia reconhece que somente há uma


Alma Universal.

5. Na Maçonaria Egípcia não há lugar para vaidades ou


reconhecimento pessoal.

6. A Maçonaria Egípcia não é sectária nem política, sendo


verbalmente internacional.

7. A Maçonaria Egípcia não possui dogmas teológicos,


ensinando simplesmente a Sabedoria Eterna tal como
foi reconhecida em todas as épocas por todos os povos.

Agora consideraremos cada um destes Princípios


Fundamentais e vejamos o que eles significam e como se
expressam nos métodos e formas de trabalhar da Maçonaria
Egípcia.
1. A Maçonaria Egípcia é uma Instituição Iniciática que
conduz ao Adaptado.

A Maçonaria Egípcia, através de suas Iniciações, conduz o


Irmão à verdadeira Iniciação Interior, onde as faculdades

superiores de seu Ser serão despertadas e um novo mundo


se descortinará para este novo homem que acaba de nascer.

As instruções ministradas pela Maçonaria Egípcia são


progressivas, aprofundando-se gradativamente, a medida
que o Irmão passe de um Grau para outro. As instruções
recebidas ajudam na vivência espiritual, na compreensão dos
ensinamentos ocultos e nas normas e processos que
contribuirão para estabelecer as retas relações com nossos
semelhantes.

Devido ao fato de que a Maçonaria Egípcia tem por


finalidade preparar seus Membros para o Adaptado., seu
programa de estudos é necessariamente seletivo.
O trabalho que é exigido dos Membros não é fácil, nem se
tem a intenção de que o seja. As normas que regem a
Maçonaria Egípcia são rígidas e o trabalho que é
desenvolvido foi preparado de tal forma que, aqueles cujo
saber mental e a aspiração espiritual sejam inadequados aos
requisitos exigidos, eliminam-se, automaticamente, a si

próprios, ao considerarem-se, por si mesmos, que lhes falta


vontade para adquirir as condições necessárias para realizar
o trabalho. Embora concedo todas as oportunidades
possíveis, jamais obrigo aos Membros da Maçonaria Egípcia
a continuar os seus estudos se lhes falta a vontade e a

determinação necessárias, porque se ele não acredita em si


mesmo, o desânimo que abate sobre si sob a impressão de
que sempre fracassará, redunda em prejuízo para si e para
todos. Em outras palavras, é necessário que aquele que busca
o conhecimento esotérico deseje com toda a sua vontade e,
principalmente, acredite em si e de que é capaz de tudo
realizar, pois esta é uma verdade universal.

Para se atingir o Adaptado. É necessário ter um coração


amoroso, ter uma mente treinada, perspicaz e alerta. As
igrejas e os grupos esotéricos sempre ressaltam a
necessidade de termos um coração amoroso e um
sentimento devocional. Tais qualidades são realmente
necessárias, mas ter uma mente treinada, perspicaz e alerta,
é de igual importância. Os Mestres chegam ao mundo dos
homens através de seus discípulos, ou seja, através daqueles

que atingiram a condição de Adepto, condição esta para a


qual estamos nos preparando. Este foi o caminho escolhido
pelos Mestres. Por conseguinte, buscam pessoas inteligentes
e autocontroles, com visão e disciplina espiritual, por meio
das quais o trabalho pode avançar. É por esta razão que o

trabalho desenvolvido pela Maçonaria Egípcia é tão difícil e


suas normas tão rígidas, pois busco pessoas capazes de
utilizar plenamente sua mente ou que, pelo menos,
demonstrem disposição e vontade de utilizar e desenvolver
seus processos mentais.

Toda instrução da Maçonaria Egípcia é dedicada ao serviço.


Portanto, exortamos a todos que se unam a nós para estudar,
pensar e demonstrar a si mesmos e aos outros, mediante a
realização de serviço incondicional, que compreenderam os
ensinamentos. Exorto ainda que todos aprendam a meditar
a fim de que façam contato com seu verdadeiro Ser
Espiritual, a alma, e pratiquem sempre o serviço como
expressão do conhecimento que adquiram.

À medida que os anos se passarem, o Irmão perceberá que


sua compreensão do caminho que conduz à Hierarquia terá
aumentado e que sua vida adquiriu um significado mais
pleno e rico.

2. A Maçonaria Egípcia, independentemente de sexo, raça


ou religião, ensina a todos os homens e mulheres que

desejem, a caminhar na Senda da Evolução.

O Irmão ao tornar-se Membro da Maçonaria Egípcia decidiu


fazer parte de uma grande Fraternidade para adultos que se
funda em 3 princípios básicos:

a) Cada Irmão submete-se a uma disciplina oculta;


b) Cada Irmão é responsável em aproveitar ou não as
instruções da Maçonaria Egípcia;

c) Cada Irmão pode, se o desejar, ser um colaborador da


Maçonaria Egípcia.

O que é na realidade ser um adulto? Do ponto de vista da

Maçonaria Egípcia ser um adulto é ter alcançado certas


integrações fundamentais, ou que esteja tratando
conscientemente de obtê-las. Ser adulto, portanto, nada tem
a ver com a idade da pessoa. Sustento, assim como a
Psicologia Moderna, que o ser humano é uma síntese da

natureza física e da atividade vital, ou seja, ele é a soma dos


estados emocionais e mentais. Estes diversos aspectos
frequentemente não têm relação entre si, e na maioria dos
casos, a natureza emocional domina, enquanto a mente, a
razão, na maioria das vezes, não prevalece. Contudo, quando
se consegue certo equilíbrio, quando a mente, com seu
aspecto racional, e a natureza emocional constituem uma
unidade em atividade, pode-se dizer que o homem ou a
mulher são adultos. Atingida esta condição, o homem ou a
mulher merecem o nome de personalidade posto que
internamente conseguiram, como resultado do processo
evolutivo, uma série de integrações.

Alguns de nossos Irmãos encontram-se empreendendo a


tarefa de integrar a personalidade ou de desenvolver a
mente, a fim de que esta chegue a controlar mais
eficazmente a natureza emocional e dirigir as atividades do
indivíduo no Plano Físico. Outros já alcançaram uma certa
integração da personalidade e trabalham para obter uma

maior integração da alma com a personalidade, ou do Eu


Superior com o Eu Inferior. Ao conseguir isto, ou quando isto
está em processo, pode converter-se em um verdadeiro
Adepto, tecnicamente falando.

Quanto à obediência ou disciplina oculta a que nos


referimos, é a obediência do homem, da sua personalidade,
a sua própria alma. Não é a obediência a um Instrutor ou a
um conjunto doutrinário. A obediência oculta é uma reação
espontânea da mente aos desejos ou à vontade da alma.
Significa que o aspirante ao Adaptado. Está aprendendo a
tornar-se sensível às impressões da alma e a obedecê-las. A
finalidade da meditação é antes de tudo, obter esta
sensibilidade e permitir ao estudante trabalhar sob a direção
da luz da alma, seguindo deste modo a senda da obediência
oculta.

O Sumo Sacerdote Mundial jamais intervêm na vida espiritual


ou no esforço que deve ser realizado pelos Membros da
Maçonaria Egípcia. A ajuda que é prestada a todos com
relação a prática da meditação e as sugestões dadas a

respeito da vida espiritual são fornecidas incondicionalmente.


Entendo que as normas nunca devem ser impostas e deixo
que cada um saiba aproveitar as oportunidades que lhe são
oferecidas. O objetivo fundamental no trabalho da Maçonaria
é dar plena liberdade aos Membros, pois somente assim é

possível desenvolver e usar inteligentemente a


espiritualidade.

Quanto à vida particular do Membro, deixo que cada um,


livremente, decida o que é melhor para si próprio. A
Maçonaria Egípcia não impõe qualquer disciplina de ordem
física, não exige que ninguém seja vegetariano, que não fume
ou que não ingira bebida alcoólica, conforme ocorre com
outras Escolas Ocultistas. Considero que tais decisões cabem
a cada um individualmente, pois acredito que, no decorrer
dos estudos, à medida que um maior grau de espiritualidade

for alcançado, automática e naturalmente, os ajustes


necessários serão feitos. Eu sei que alma impõe sua própria
disciplina a seu instrumento, a personalidade e minha tarefa
é ensinar-lhe a conhecer a sua própria alma e a obedecer
aos pedidos da mesma. E em razão disso que nenhuma

conduta de comportamento lhe é imposta e nem


interferimos em seus assuntos particulares. No momento
oportuno a alma imporá suas próprias normas, se o Membro
for sincero e estiver realmente interessado. Também não
formulo perguntas ou dou ouvido a fofocas. Entendo que
devemos aprender a ser Mestres através do autodomínio,
pois somente assim o Mestre que existe em nosso coração
poderá assumir o controle de nossa vida. Minha finalidade é
ajudar-lhe a alcançar tal controle, ensinando-lhe as antigas
regras que governam a Senda do Adaptado., adaptadas a
capacidade e a compreensão mental avançada do aspirante
moderno.

Também deixo o Membro livre para servir como e onde


quiser. Não exijo que ninguém empreenda esta ou aquela
atividade, como o fazem alguns grupos esotéricos. Todo
Membro tem plena liberdade para trabalhar em qualquer
grupo, igreja, organização ou realizar qualquer atividade
social ou beneficente que lhe atraia. Acredito que se lhe dei
algo de valor espiritual, então deve ser aproveitado e

utilizado no meio ambiente, não importa qual que seja de


seu interesse ou que exija sua lealdade. Esta total liberdade
de trabalhar e servir na Maçonaria Egípcia é a razão pela qual
tenho Irmãos que trabalham ativamente conosco e ao
mesmo tempo atuam com a mesma dedicação com outros

grupos. Na Maçonaria Egípcia encontramos muitos Rosa-


cruzes, Martinistas, Teósofos, Templários, Gnósticos, Druidas,
Católicos, Protestantes, homens e mulheres de diversas
correntes filosóficas e políticas que se sentem, e
verdadeiramente são livres.
1. A Maçonaria Egípcia reconhece a Hierarquia Espiritual
de nosso planeta e dá as instruções a respeito de como
dela se aproximar e nela ser incluído.

A Maçonaria Egípcia mantém-se livre de dogmas e doutrinas.

A Maçonaria Egípcia não pede aos seus Membros que


adotem esta ou aquela verdade. O Membro é livre para
rejeitar qualquer parte dos ensinamentos ministrados. Por
exemplo, pode ocorrer que um Membro não aceite a crença
no renascimento, ou não creia na existência da Hierarquia e

nos Mestres da Sabedoria. Isto não afeta e não afetará o


desenvolvimento espiritual do Membro. Independentemente
de sua aceitação ou não, seu desenvolvimento espiritual
continuará e muitas coisas que serão ensinadas através das
Peças de Arquitetura serão úteis no seu dia a dia. A única
coisa que sugiro com relação às crenças rejeitadas é que o
Membro, sem preconceito, analise e investigue os motivos a
favor ou contra às crenças mencionadas e, após, ajuste-se ao
que considere correto. Algumas crenças são de origem tão
antiga que geralmente são aceitas como verdades
reconhecidas ou premissas fundamentais. Sugiro que os
Membros mantenham esta atitude porque acredito que deve
considerar as verdades apresentadas como um campo de
investigação honesto. Isto também se aplica sobre a

existência da Hierarquia Espiritual. A existência desta


Hierarquia é considerada do ponto de vista do
desenvolvimento evolutivo, uma vez que a ordem hierárquica
de seres que formam a Hierarquia constitui o quinto reino
da natureza, como resultado necessário da experiência da

vida no quarto reino, o humano. Os ensinamentos cristãos,


entre outros, através dos escritos de Dionísio, o Aeropagita,
se refere a Hierarquia Espiritual ou Celestial como o Reino de
Deus. Se esta premissa é uma verdade, a existência deste
reino pode ser considerada cientificamente como parte
integral do grande processo evolutivo, com seu sistema de
seres viventes que avançam em progressão ordenada, desde
o átomo mais diminuto até Deus, em si mesmo.
À medida que o Membro avançar pelos Graus da Maçonaria
Egípcia, estas instruções tornar-se-ão mais profundas e
maiores detalhes serão fornecidos, até o momento em que
o Membro, como um verdadeiro Adepto, será capaz de
diretamente se harmonizar com os Planos Superiores e com
as Mentes que naqueles Planos se manifestam.

2. A Maçonaria Egípcia reconhece que somente há uma

Alma Universal.

Esta verdade surge de qualquer consideração a respeito do


Plano de Evolução e demonstra ser uma realização
progressiva para todos aqueles que iniciam a prática das
regras da vida espiritual. No transcurso dos últimos trezentos
anos, têm-se falado muito acerca da irmandade e da relação

entre os homens. A Maçonaria Egípcia estuda os


fundamentos deste princípio e sobre a unicidade da Vida
Divina que anima a todos os seres, sem exceção.
Quanto à aceitação prática desta verdade, ela se desenvolve
mediante o aspecto internacional da Maçonaria Egípcia. Seus
estudantes pertencem a todas as nações e estão em todas
as regiões, não fazendo distinção de qualquer outra natureza.

Na Maçonaria Egípcia nos opomos à grande heresia da


separatividade, infeliz característica do pensamento
moderno, assentando as bases de um novo mundo, na qual
surgirá uma civilização baseada na crença de que a alma do
homem é apenas uma. O isolamento, a desunião e o
individualismo são expressões de uma arraigada

separatividade que infelizmente tem caracterizado a


humanidade. É esta separatividade que se encontra no fundo
de todas as nações e estão em todas as regiões, não fazendo
distinção de raça, cor, religião, ou distinção de qualquer outra
natureza.

É esta separatividade que se encontra no fundo de todas as


diferenças religiosas, políticas e ideológicas, constituindo
assim em uma fonte fecunda para as guerras. A solução deste
problema mundial reside no ressurgimento de um grupo
espiritual, com Membros de todas as raças e nações, a fim
de criar uma única família, um único grupo, onde tais
diferenças inexistam. Tal grupo reconhecerá os mesmos
ideais, origem e finalidade dos demais grupos e expressará
a unidade espiritual fundamental. Os Membros desse grupo
acentuarão os pontos comuns existentes entre os grupos, e

não os pontos dissidentes. Este grupo procurará ainda


colaborar com todos os grupos que possuem uma visão sã
e um objetivo espiritual, sem perder, por sua vez, a sua
própria individualidade e integridade.

3. Na Maçonaria Egípcia não há lugar para vaidades ou


reconhecimento pessoal.

Muitos no mundo se proclamam discípulos, adeptos,

iniciados e Mestres. Vozes por toda parte pedem aos gritos


que lhes seja prestada atenção. Esses falsos Mestres se
encontram em muitos países e enganam muitas pessoas e
profanam a ciência divina dos Iniciados. Estes falsos Iniciados
demonstram a exatidão das palavras do Apóstolo Mateus:
“Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o
Cristo; e enganarão a muitos.”

É extremamente fácil enganar as pessoas que anseiam por


ajuda; e os falsos Mestres, sabendo disso, exploram esta
situação.

Na Maçonaria Egípcia é ensinada a Sabedoria Eterna tal


como foi revelada, sem que haja qualquer pretensão

meritória por parte de seus Oficiais, do Imperador Mundial e


dos demais Membros. Esta é a razão pela qual, dentro da
Maçonaria Egípcia, evita-se a utilização dos nomes profanos,
ou seja, o nome pelo qual somos conhecidos na sociedade
em que vivemos, quando é escrita uma matéria ou quando
algum trabalho é realizado. Com esta atitude evitamos que
aqueles que contribuem para a nossa obra, o façam apenas
pelo reconhecimento pessoal. Para mim não importa se o
Membro é uma personalidade de destaque ou não no
mundo profano; para mim o que importa é que o Membro
queira viver uma vida mais espiritualizada. Este é o motivo
pelo qual, em determinada fase de nossos estudos, o
Membro recebe um nome Iniciático pelo qual será sempre
identificado em nossa Ordem. Além disso, cabe-me destacar
que nenhum Iniciado autêntico ou verdadeiro Mestre
proclama a si mesmo como tal.

Os verdadeiros Mestres são pessoas que conseguiram


libertar-se do controle da personalidade ou do eu inferior, e
por conseguinte, não possuem pretensões pessoais nem
sentem a necessidade de reconhecimento. Preferem trabalhar
tranquilamente no anonimato, no silêncio, por trás das cenas,

ocupando-se com a Verdade e com as necessidades


humanas, incentivando aos homens a buscar o Mestre que
existe em seu coração.

Acredito que nossos Irmãos que solicitaram ingresso na


Maçonaria Egípcia o fizeram porque sentiram-se inclinados a
despertar suas faculdades espirituais e não porque desejam
ser reconhecidos como Iniciados ou Mestres. Acredito que a
sua única aspiração é seguir a Senda da Iniciação e do
desenvolvimento espiritual; esta é a única aspiração que o
buscador sincero pode ter. Em relação a tornar-se um Mestre
algum dia, isto é algo que somente o tempo irá revelar, à
medida que o buscador dedicar-se e tornar-se digno para tal.

4. A Maçonaria Egípcia não é sectária nem política.

A Maçonaria Egípcia está disposta a ajudar a todo homem


ou mulher, independentemente de sua nacionalidade, de seu
ponto de vista religioso, político ou ideológico. Considerando
que há somente uma alma universal, os conceitos que o
Membro tem ou aquilo que o Membro presencie no cenário
mundial, jamais entorpecerá sua capacidade para captar a
realidade espiritual. Em outras palavras, o verdadeiro Iniciado
pode viver as duas realidades, física e espiritual, sem que
qualquer uma delas seja prejudicada. A única coisa que

sugiro é que todos mantenham uma mente aberta e que


estejam dispostos a ver a vida e os acontecimentos mundiais
como um todo; que considere os assuntos políticos,
religiosos, sociológicos ou econômicos do mundo como um
vasto campo de experiência, por meio e no qual o propósito
divino lentamente se desenvolva; que investigue de que
maneira sua crença particular se ajusta a esse programa
mundial, e se esta crença lhe exclui ou o toma
particularmente e integrante destes acontecimentos.

Em razão dessa atitude, os Membros da Maçonaria Egípcia


pertencem a diversas tendências políticas e pertencem a
todas as religiões sem que haja qualquer incompatibilidade
entre eles.

Portanto, na Maçonaria Egípcia não importa a qual grupo


religioso você pertença ou a qual partido político, o
importante é que você compreenda que existe apenas uma
alma universal, o que faz com que todos sejamos Irmãos. É
por esta, e por outras razões, que na Maçonaria Egípcia trata
a todos os nossos Membros, do Membro mais recente até o
Sumo Sacerdote Mundial usando o tratamento de Irmão;
pois, na realidade, nós somos, e é importante que cada um
assim o sinta.
5. A Maçonaria Egípcia não possui dogmas teológicos,
ensinando simplesmente a Sabedoria Eterna tal como
foi reconhecida em todas as épocas por todos os povos.

Apresentarei abaixo alguns dos Princípios da Sabedoria


Eterna. O Irmão poderá aceitá-los ou rejeitá-los, uma vez que
não há nenhuma imposição oficial dogmática ou teológica
da Verdade. Porém não se esqueça de manter sua mente
aberta.

1.Que há uma Hierarquia Espiritual, Celestial ou Divina em


nosso planeta.

2.Que no transcurso das idades têm havido uma


continuidade da transmissão da revelação, e que, ciclo após
ciclo, a Sabedoria Eterna tem sido revelada à humanidade.

3.Que o Deus transcendente é igual ao Deus imanente, e que


por meio dos seres humanos, que são filhos de Deus, os três
aspectos divinos, Luz (conhecimento), Vida (vontade) e Amor
(união), podem ser expressos.
4. Que existe uma única Vida Divina que se expressa por
meio de múltiplas formas, em todos os reinos da natureza.

5. Que em cada ser humano há um ponto de Luz, uma chispa


da Centelha Divina.

6. Que é possível alcançar a perfeição mediante ação do


processo evolutivo.

7. Que existem certas leis imutáveis que regem o Universo,


das quais o homem toma conhecimento a medida que
progressivamente evolui.

8. Que a Lei Fundamental de nosso Universo pode ser


observada na manifestação de Deus que conhecemos como
amor.

Considerações finais: O presente discurso é apenas uma


pequena síntese do que a Maçonaria Egípcia oferece aos
sues Membros a título de instrução e de conhecimento
esotérico. Os estudos ministrados pela Maçonaria Egípcia são
muito amplos e uma abordagem completa aqui seria
impossível. Espero, neste momento, ter conseguido, ainda
que nas entrelinhas, revelar para os Irmãos e Irmãs o
maravilhoso mundo que os (as) aguarda.

*** ***

O Sanctum Sanctorum

Nosso Rito, tradicionalmente, sugere a todos os Irmãos a


montarem em seu lar o que chamo de Sanctum Sanctorum,
ou, em português, o Santuário dos Santuários.
Assim como os alquimistas passavam o tempo entre seu
laboratório e seu oratório, nós Maçons do Antigo e Primitivo
Rito Oriental de Memphis Misraim dividimos nosso tempo
entre o exterior – nosso laboratório e o nosso Sanctum
Sanctorum – nosso oratório. Esta noção de Sanctum
Sanctorum não nos é particular e nem exclusiva.
No lar de quase todos os povos da antiguidade, em diversos
clãs de várias tribos primitivas, na face da Terra e durante
séculos, toda família mantinha o seu Santuário particular;
costume esse que não desapareceu completamente. A partir
do culto dos penates entre os antigos, até o altar dos antigos
atuais ciganos, vemos os homens atraídos por suas crenças
e aspirações de manter, entre eles, um “lugar sagrado”. Na
África, no Extremo Oriente, e em muitos países de nosso
globo, como o Japão, a China e a Índia, entre outros,
encontramos um local reservado da casa, um Santuário,
pequeno ou grande reservado à meditação, à oração e à
adoração.
É curioso constatar, entretanto, que, unicamente nos países
que se dizem os mais cristãos é que este nobre costume
tendeu a desaparecer, embora as imagens religiosas, as
estatuetas e os elementos que demonstram a superstição
que existe aqui e ali, entre certos fiéis de uma rigorosa
ortodoxia, podem ser considerados como uma forma
degenerada de santuário. O desaparecimento quase total do
“lugar sagrado” entre tantas famílias ocidentais, explica-se
pelo fato de que a casa comum do culto tomou o lugar da
meditação privada. Existe em muitas pessoas, uma forte
tendência para a exteriorização da fé. O instinto gregário
inclina-nos a considerar que o culto exterior é mais
importante que a íntima busca do reino dos céus que, em
verdade, se encontra em nosso interior. A introspecção,
infelizmente, para a maioria, consiste apenas na melancólica
contemplação dos problemas materiais e humanos.
O nosso Rito herdou esta prática da antiguidade, razão pela
qual todos são orientados a manter este local sagrado que
denominamos de Sanctum Sanctorum. Na realidade, este
local sagrado será o prolongamento de nossa Loja em nosso
lar. Podemos dizer que será sua Loja pessoal. Contudo, o seu
significado para nós é radicalmente diferente do santuário
que, no passado, bem como em nossos dias, o profano
mantém em seu lar. Não há, com efeito, nenhum aspecto de
superstição ou de culto propriamente dito, no significado do
Sanctum Sanctorum. Para nós, o Sanctum Sanctorum é, ao
mesmo tempo, o oratório e o pequeno laboratório. O
Sanctum Sanctorum é o reflexo menor, do laboratório maior,
que é o mundo. Este é o lugar reservado, consagrado, onde
o Maçom se dedica ao trabalho e adoração.
No momento em que o Maçom penetra nesse lugar que lhe
é sagrado, ou no momento em que se aproxima do recanto
que constitui seu Sanctum Sanctorum, produz-se nele uma
reação nos diversos planos de seu ser, uma reação
psicológica, a princípio; sua atitude torna-se circunspecta,
seus gestos assumem um aspecto solene, seu estado nervoso
se tranquiliza. Ele sabe que os instantes que passará nesse
lugar tão especial serão “diferentes”, pois vai comungar com
o ser superior que mora em seu próprio interior.
Estes efeitos psicológicos e emocionais são, na realidade, as
duas fases de uma só reação. Elas se interpenetram e,
unicamente pelo estímulo da vontade e do pensamento
consagrador do lugar, desde a origem, condicionam o ser
temporal. Ele se torna, de certa forma, passivo e receptivo
desde o início. Tudo está pronto para a chegada do Mestre,
isto é, para escutar o Eu Interior, incessantemente desperto,
que espera esta ocasião para expressar-se. O trabalho, então,
pode produzir seus frutos e a adoração, aqui empregada no
sentido de comunhão com a presença divina existente em
nosso interior, poderá realizar-se. Sabemos, por experiência,
que alguns minutos passados, diariamente, no Sanctum
Sanctorum, faz mais pela existência do que longas leituras
ou reflexões prolongadas. Muita questão de ordem profana
tem sido pronta e satisfatoriamente resolvida, mesmo que o
recolhimento não tenha sido exatamente para esse fim. A
hora de estudo mensal em tal ambiente encerra uma
considerável força dinâmica. Uma força concentrada é
adquirida; e com ela se desenvolverá, ainda que
inconscientemente, durante as atividades exteriores, o ser
objetivo do homem.
A importância do Sanctum Sanctorum é em curto prazo,
sentida pelo Irmão que, aceitando as recomendações feitas,
estabeleceu em sua casa esse lugar, tornado sagrado, em
virtude do fim a que se destina. O Sanctum Sanctorum
oferece o “meio místico” necessário para a consciência em
expansão. Ademais, representa uma força simbólica que se
une ao dinamismo da força criadora do mais alto nível. O
Sanctum é um Templo, a sua Loja particular no sentido
fraternal do termo. É o universo em miniatura, o microcosmo,
reflexo do macrocosmo. É neste local que o ser se revelará
ao ser, e que a verdade resplandecerá em seus múltiplos
aspectos e veículos, do mais sutil ao mais denso.
O Sanctum Sanctorum representa assim um profundo
símbolo que a Ordem Maçônica do Antigo e Primitivo Rito
Oriental de Memphis Misraim colocou diante de cada um de
nós, e, sobretudo representa a Oficina onde o Obreiro, cada
vez mais experimente, através de seu trabalho e de sua
dedicação, aperfeiçoa, a cada dia a sua Obra, aproximando-
a, ao máximo possível, da perfeição, até tornar-se uma
autêntica Peça de Arquitetura, trazendo assim para os
homens o testemunho da Luz adquirida.
Disciplina e dedicação

É oportuno nesta ocasião que o Digno Postulante saiba que


a Maçonaria, em particular o Antigo e Primitivo Rito Oriental
de Memphis Misraim, é uma Ordem regida por leis internas
muito rigorosas e que a disciplina deve fazer e faz parte da
vida de todo Maçom. O cultivo de qualidades como rigor,
coragem, disciplina, sinceridade e obediência permite que
realizemos em nós mesmos uma determinada condição que
abre as portas da percepção. Aquilo que é verdadeiro na vida
exterior, profana, também o é na vida interior e espiritual.
Aquele que exercita essas virtudes cardinais pode esperar
progredir, em meio às melhores condições, na via do
desabrochar espiritual. A descoberta do Eu, não pode ser
realizada com displicência, desinteresse e superficialmente;
mas pelo contrário, é com o espírito combativo em relação
à sua própria natureza inferior que o Maçom deverá almejar
seu desenvolvimento.
Esteja certo, Digno Postulante, que o caminho da descoberta
interior jamais adquire outras características que não estas. É
somente pela transformação da energia que há em nosso ser
que poderemos fazer com que nossa consciência evolua.
Dia para as Sessões Maçônicas

Tanto Rosa-cruzes quanto Maçons da Maçonaria Egípcia


utilizam a noite de quinta-feira para as Sessões Maçônicas
no Sanctum Sanctorum.
O porquê deste dia será explicado posteriormente, porém
remonta ao Egito Antigo, mais especificamente às Escolas de
Mistérios.

A instalação do Sanctum Sanctorum

Na Maçonaria há, na verdade, um modelo de Sanctum


Sanctorum. Cada Irmão deve colocar no Sanctum apenas os
símbolos que mencionarei. Por ser a Maçonaria uma Ordem
extremamente ligada aos símbolos, nenhum símbolo
estranho a ela pode ser colocado, posto que
descaracterizasse sua própria natureza. Neste ponto, a
Ordem Maçônica é inflexível, posto que esta seja à base de
seu trabalho. Na Maçonaria existem certos símbolos que são
necessários ao trabalho, à experimentação e ao simbolismo
gerador de Luz. Formam, na verdade, o quadro da técnica
iniciática pessoal, e da reflexão profunda do Maçom Místico.
O que simbolizam em força e vigor depende inteiramente da
medida em que o discípulo da abertura ao horizonte de sua
ampla natureza interior. Os acessórios nada são por si
mesmos. Tornam-se muito, pelo que representam. Visto sob
o aspecto prático, não tendo a mente que fazer qualquer
esforço criador para esse trabalho particular, visto que, tudo
aquilo que é preciso para sua própria tranquilidade já foi
criado, o Postulante poderá dedicar-se ao estudo e meditar
sobre aqueles símbolos que são importantes para o trabalho
por nós desenvolvido.
Basicamente, antes de instalar seu Sanctum Sanctorum,
deverá providenciar os seguintes objetos:

– Mesa coberta com uma toalha azul-celeste.

– Um espelho fixado para que fite seu rosto.

– Um castiçal com uma vela.

– Um esquadro.

– Um compasso.
– Uma régua

– Uma Pedra Bruta.

– Um malhete

– Um cinzel

– Um incensário

– Uma Bíblia

– Incensos

– Uma espada

– Fósforos

– Abafador de velas

– Recipiente de vidro para água


– Uma caveira em resina com tamanho real

– Duas colunas de gesso ou madeira com 60 cm cada

Escolha um cômodo de sua casa que assim como ocorria nos


antigos locais de Iniciação, é chamado de Telestereoscópio,
que significa “Lugar para Iniciação aos Mistérios”.
Prezado Postulante, se seguir estas orientações, seu Sanctum
estará devidamente instalado e poderá imediatamente
usufruir de seus benefícios. Após a sua Iniciação ao Grau de
Aprendiz, o seu altar sofrerá algumas alterações, a fim de
adequá-lo ao seu Grau.

Preparação para a Cerimônia de Sagração

Na próxima Peça de Arquitetura receberá sua Cerimônia de


Sagração do Sanctum Sanctorum. Este ritual não é exclusivo
de nossa Ordem, mas comum a todas, diferenciando apenas
na terminologia empregada.
O que é Sagração?

Todo local sagrado se torna sagrado em virtude de nossos


pensamentos e conduta. Não existe um local sagrado pelo
simples fato de sê-lo inerente a si mesmo.
De fato, é nossa atitude física e espiritual que dá a um lugar
qualquer a sua característica particular. A mais bela catedral
do mundo não representa nada mais que um monumento
artístico para o incrédulo e, se a visita, a ideia de
recolhimento não o assaltará. Ao contrário, para o fiel,
simbolizará uma conquista da fé, sentirá intenso desejo de
orar desde a sua entrada. O pensamento e a conduta
particulares do crente consagram mais a casa de culto, do
que a cerimônia inicial de consagração. O mesmo se dá com
uma Loja Maçônica. Uma cerimônia altamente inspiradora faz
despertar no coração e na mente dos Irmãos reunidos, o
sentimento, a ideia de que a sala onde se encontram se
tornará o lugar permanente, dedicado por nossa Ordem ao
trabalho e à adoração coletiva. A sala consagrada tornar-se-
á seu Templo; mas são aqueles que, unidos em um esforço
igual e, perseguindo uma finalidade idêntica e sã, darão a
esse lugar o seu caráter sagrado, e sua elevada força
vibratória. Entretanto, em virtude da própria cerimônia e do
que representa, segue uma diretriz desde o seu início. Desde
o começo, o lugar de trabalho recebe, definitivamente, o selo
para seu destino ulterior. Torna-se, por uma cerimônia
sagrada, o lugar onde a força da intenção se junta ao poder
do Rito, dedicado à obra que aí terá lugar.

*** ***

A Iniciação

É impossível falarmos sobre a Tradição sem falarmos a


respeito de uma de suas principais características: a Iniciação.
A Iniciação e a Tradição sempre estiveram estreitamente
relacionadas, visto que a primeira é um dos principais meios
pelos quais a Tradição se manifesta.
No momento um estudo mais abrangente sobre o
significado da Iniciação será interessante e de grande valia
para o amado Irmão.
A Iniciação é um canal para a transmissão do Poder Iniciático
e da necessidade de que o indivíduo seja Iniciável. Nesta
Peça de Arquitetura vamos ver como a Iniciação está
relacionada à razão e sua condição de familiarizar o indivíduo
com a essência de sua própria alma.
A Iniciação: Princípios geradores

Posso afirmar que a Iniciação surge como uma necessidade


do homem de se autoanalisar, de que seja transmitido o
Poder Iniciático.
A necessidade do homem de autoanalisar ocorre devido a
um intenso impulso do homem de examinar a si mesmo e
ao seu meio ambiente, a fim de aprender a fazer as coisas;
sem isto contribuiria muito pouco para o adiantamento da
humanidade e o progresso da comunidade. Os atributos
naturais do homem estão principalmente em seu interior;
portanto, não tenha plena consciência dos mesmos. Realiza
certas coisas na vida por meio desses poderes, porém, não
está seguro de sua origem. Em alto grau, analogicamente,
procede como uma pessoa que estivesse perdida em uma
grande floresta e, desesperada, senta-se em uma arca, sem
se preocupar em examinar seu conteúdo. Com o passar do
tempo, aumentaria sua necessidade de alimento, água e
proteção contra os elementos naturais. No entanto, se
apenas abrisse a arca na qual se sentara, encontraria
provavelmente os meios de suprir essas necessidades. Em
outra analogia, o homem comum é como um indivíduo que
se apoiasse em uma rocha, na encosta de um monte, e se
pusesse a lamentar seu destino, sua sorte e a falta de
oportunidade para melhorar sua situação. No entanto,
aquela rocha mesma poderia ter um teor de mineral capaz
de lhe proporcionar grande fortuna. Todavia, devido à sua
ignorância e falta de curiosidade, não reconhece este fato.
A autoanálise, entretanto, vai além da revelação de nossos
atributos. Revelam também nossas limitações, as coisas que
ainda não somos capazes de realizar. Mostra-nos quão longe
estamos dos ideais que reconhecemos como estado de
perfeição.
Indica precisamente o ponto em que devemos nos aprimorar.
O processo de autoanálise ocorre em função das experiências
que vivemos pessoalmente, bem como daquelas que nos são
relatadas por outrem. Por meio dessas experiências,
descobrimos nossas forças e fraquezas, e a elas aplicamos a
razão. Podemos dizer, portanto que a razão é o fator
fundamental que serve de base à autoanálise.
O outro princípio gerador, a aspiração, também tem sua
origem no próprio homem. A aspiração consiste de
sensações e desejos do Eu superior existente no homem, em
contraste as paixões do corpo. A aspiração é satisfeita no
suprimento de alguma necessidade, ou na concretização de
algum ideal que estabelecemos para nós mesmos. Embora a
razão, na autoanálise possa revelar nossa deficiência de
alguma coisa, é a aspiração que nos leva a buscar a solução
para essa necessidade e para nos elevarmos, transcendendo
o estado atual.
Portanto, qualquer cerimônia ou rito, a despeito de sua forma
ou de como seja conduzida, é uma verdadeira Iniciação se
satisfizer as seguintes condições:
Leva-nos a recorrer à introspecção, ou seja, a dirigir nossa
consciência para o nosso interior, a fim de contemplarmos a
nós mesmos; desperta em nós a aspiração e o idealismo; e,
finalmente, obtém de nós uma sagrada obrigação ou
promessa que fazemos a nós mesmos ou a outrem, no
sentido de nos empenharmos em concretizar nossas
aspirações.
Mas seriam somente estes os princípios geradores? A
resposta é não.
Existe outro princípio gerador que foge a compreensão do
homem médio comum e que se refere à transmissão do
Poder Iniciático.
Sobre este Poder Iniciático o amado irmão já teve a
oportunidade de estudar em nossos ensinamentos
anteriores.
O chamado Poder Iniciático é transmitido única e
exclusivamente pela Iniciação.
Somente através da Iniciação é possível transmitir a influência
espiritual daquele grupo e colocar o novo Iniciado em
contato com a sua Egrégia. É este poder, esta influência, que
dará início no indivíduo iniciado e iniciável às transformações
que o conduzirão ao Adaptado.
Portanto, a verdadeira Iniciação tem que satisfazer
necessariamente os três princípios geradores como respostas
aos anseios do homem e do despertar espiritual, sem os
quais a Iniciação não seria mais que uma representação
teatral.

A Iniciação: Características e evolução

Etimologicamente a palavra Iniciação é derivada da antiga


palavra latina initium, que significa começo, treinamento, ou
o início de uma preparação, de uma instrução.
Essa instrução, assim como a transmissão do Poder Iniciático,
depende de três elementos muito importantes:
Primeiro – A eficiência e a autenticidade do ensinamento que
está sendo transmitido sob a forma de instrução. Um
ensinamento só pode exercer a influência da autoridade que
lhe dá origem, isto é, o valor de um ensinamento a ser
transmitido depende da autoridade, da fonte da qual
provém.

Segundo – O caráter da pessoa que deve receber as


instruções, não importando a eficiência das mesmas, deve
ser digno; do contrário, os ensinamentos serão obviamente
desperdiçados. A pessoa deve ser, portanto, iniciável
conforme já dito.

Terceiro – Devem prevalecer certas condições para


transmissão dessas instruções e do Poder Iniciático, a fim de
que sejam benéficas e o Poder Iniciático transmitido, com a
inclusão do novo Iniciado na Egrégia da Organização.

Em outras palavras, ocasião e lugar adequados são


importantes.
Ensinamentos profundos não podem ser apreendidos em
qualquer momento e em qualquer lugar; meditação
apropriada e circunstâncias corretas são essenciais para sua
assimilação, ou a semente cairá em terreno estéril. Existe
ainda outro elemento importante, que os antigos incluíam
na Iniciação. Para eles, era necessário ocultar os
ensinamentos que eram transmitidos durante a Iniciação ao
Profano, ou seja, às massas de um modo geral. Isto é, o sigilo
era essencial. Às vezes, procedia-se deste modo porque o
homem comum, sem imaginação ou aspiração, não poderia
compreender aquilo que se oferecia na Iniciação. Não estava
preparado para a mesma e, assim, poderia profanar algo que
devia ser conservado com uma verdade sagrada. Em outras
ocasiões, dizia-se que os ensinamentos iniciáticos
destinavam-se a alguns escolhidos que haviam sido
selecionados como depositários desse conhecimento.
Embora as elaboradas Iniciações praticadas pelas
Organizações Iniciáticas não possuam nenhuma ligação
sucessória com as antigas Iniciações primitivas, ou seja, pelos
mistérios conduzidos pela sociedade primitiva, às antigas
Iniciações praticadas por estas sociedades servem-nos como
referencial, pois, no mínimo, demonstram que o ser humano
tende a desenvolver um mesmo tipo de comportamento para
a realização de um mesmo objetivo, seja ele espiritual ou
não.
Portanto, analisando as Iniciações da sociedade primitiva,
constatamos que evoluíram para duas categorias bem
definidas. A primeira dessas categorias consistia num tipo de
cerimônia pelo qual certo poder era transmitida ao indivíduo,
para um fim expresso, por algum outro indivíduo ou grupo.
Assim, por exemplo, o chamam dos Bangkok, como eram
conhecidos os feiticeiros das tribos esquimós, transmitiam
aos iniciados, em certas cerimônias, fórmulas mágicas pelas
quais estes últimos ficavam dotados do poder para provocar
chuva, incrementar as colheitas ou aumentar a fertilidade do
solo. Segundo o chamam, o poder fazer estas coisas era
transmitido em uma substância material, como por exemplo,
por meio de amuletos.
No decorrer da cerimônia, o chamam entregava ao iniciando
uma pedra preciosa altamente polida, ou uma pena de cor
bem viva; estes objetos eram considerados portadores das
necessárias propriedades mágicas.
A segunda categoria de Iniciação primitiva consistia em uma
cerimônia que fazia parte da vida social das tribos. Esta era,
decididamente, a mais importante das duas categorias.
Em termos simples, na sociedade primitiva ou tribal, as
pessoas da mesma idade e do mesmo sexo, geralmente,
tinham os mesmos interesses, as mesmas ocupações e os
mesmos gostos.
Consequentemente, havia uma tendência de agrupar classes
particulares de conformidade com sua função, habilidade, ou
incapacidade.
Os velhos formavam um grupo, os moços, outro grupo, os
solteiros, os doentes ou deformados, outros grupos e assim
por diante. Acreditava o homem primitivo que a passagem
de um grupo para outro produzia certos efeitos no indivíduo.
Os efeitos naturais dessa classificação são evidentes. Havia
as mudanças fisiológicas que ocorriam quando um menino
se tornava homem e, também, as mudanças fisiológicas que
ocorriam quando um menino se tornava homem e, também,
uma mulher entrava no período de gestação. Porém, além
destas mudanças, acreditava-se que ocorriam alguns efeitos
sobrenaturais.
Por exemplo, quando um menino se tornava homem,
pensava-se que o poder pelo qual isto acontecia lhe era
também transmitido, na mesma ocasião. Portanto, levavam a
efeitos certas cerimônias, pelas quais o indivíduo era iniciado
em sua nova condição na comunidade e lhe eram explicados
aos novos poderes e a nova função que adquirira.
Neste ponto, é necessário que o Irmão compreenda, a
Iniciação na sociedade primitiva atinge seu clímax evolutivo.
A Iniciação nas sociedades primitivas não segue adiante.
Além das Iniciações que acabamos de descrever, em outras
culturas mais avançadas encontraremos uma distinção entre
os grupos especializados, que consistiam, de um lado em
trabalhadores em profissões, artes e ofícios altamente
desenvolvidos e, de outro lado, em operários comuns.
Os artesãos ou artífices desejavam proteger os segredos da
profissão. Para este fim, estabeleceram o que chamaram de
sociedades. Aqueles que desejassem participar das mesmas
teriam de ser iniciados. Por exemplo, durante o século treze,
no norte da Itália, muitas cidades eram como Estados
soberanos, em tudo independentes uns dos outros. Cada
cidade, com uma certa área ao seu redor, constituía um
mundo à parte.
Essas cidades eram frequentemente hostis umas às outras.
Se eram cidades litorâneas, possuíam seus próprios navios; e
todas tinham seus próprios exércitos.
Naquela época, Veneza tornou-se famosa pela manufatura
de vidro. Superava todas as partes do mundo na primorosa
arte.
Os segredos da arte de soprar vidro eram, a princípio
transmitidos de pai para filho; mas, com a crescente
demanda de seus produtos, tornou-se necessário aumentar
a produção, iniciando outras pessoas nos segredos de sua
arte. E assim, o Aprendiz tornava-se um Neófito e era iniciado
na arte de soprar o vidro, jurando não revelar esse segredo
a estranhos.
Encontramos também em nossa sociedade, certos ritos que
correspondem a Iniciações públicas e incluem o princípio de
transmissão de poder. Em outras palavras, o cidadão comum,
que deseja desfrutar de certos privilégios legais, deva
participar de cerimônias que correspondem a Iniciações
sociais.
O casamento é um exemplo. A outorga deste direito ao
indivíduo é feita sob a forma de uma cerimônia equivalente
a uma Iniciação. O mesmo se dá com a concessão do
privilégio de adoção de uma criança. Do mesmo modo, a
pessoa que deseja se tornar um cidadão deve se submeter a
uma cerimônia na qual lhe são transmitidos os poderes da
cidadania. O estudo destas formas de Iniciação são
importantes e nos ajudam a compreender que a Iniciação é
algo inerente ao homem e ao próprio esquema evolutivo da
criação. Porém, agora, passaremos para o estudo da Iniciação
que mais nos interessa que é aquela que influenciou a
maioria das Ordens e Sociedades Iniciáticas da atualidade e
que consideramos dentro de uma escala evolutiva, mas não
sucessória, mais elevadas do que aquelas que estudamos nas
sociedades primitivas.
Este tipo de Iniciação surgiu na sociedade culturalmente mais
refinada, e, segundo os anais esotéricos, teriam tido sua
origem nas antigas Iniciações Atlantes. Este tipo de Iniciação
será encontrada no Antigo Egito e na Antiga Grécia.
Nestas sociedades, a Iniciação passou a ser um elo entre o
homem e os deuses. Nestas Iniciações, o homem aprendia
como esses deuses poderiam ser controlados, como sua
influência poderia ser conquistada, o que dele se esperava, e
a conduta correta ou piedosa. Este conhecimento lhe era
transmitido sob a forma de dramas, ou seja, de Iniciações
semelhantes a representações de martírios, em que o
candidato, por exemplo, para assegurar sua salvação ou
existência, deveria aceitar o mesmo sofrimento que
imaginava ter sido suportado por seus deuses. E, por outro
lado, poderia assumir uma atitude mental que presumia ser
própria do elevado estado dos deuses; ou poderia
desempenhar um papel que, por meio de mímica, sugerisse
as virtudes que imaginava próprias dos deuses e que
desejava incorporar à sua própria vida. Em um nível mais
profundo, estas Iniciações revelavam ao Iniciado a existência
de um único Deus (monoteísmo), criador de tudo e de todas
as coisas. Para receber essa Iniciação, o candidato tinha de
se revelar digno e, com frequência, devia passar por uma
preparação moral.
Na Antiga Grécia, nas Escolas de Mistérios, por exemplo,
todos os perjuros, traidores ou criminosos, eram excluídos
das Iniciações aos Mistérios. O candidato ainda tinha que se
preparar para esta Iniciação demonstrando ser possuidor de
pureza moral, capacidade mental de compreender, boa saúde
e certas virtudes como fortaleza, temperança, discernimento,
dedicação etc.
Em outras palavras, o candidato à Iniciação se submetia a um
teste de caráter, porque as pessoas de pontos de vista mais
limitados, as de caráter mais limitado, as de caráter mais
“negativo”, são as que mais costumam abusar ou profanar o
conhecimento revelado no processo da Iniciação. A
incapacidade de satisfazer os requisitos significava falta de
preparação para a Iniciação.
A estrutura da maioria das Iniciações, especialmente as
antigas Iniciações nos mistérios e muitas Iniciações Esotéricas
do presente, consiste de quatro fases bem definidas e às
quais se o candidato fosse considerado digno deveria ser
submetido.
A primeira dessas fases é a Separação, que simboliza a
separação de sua antiga maneira de viver para a nova,
devendo o candidato ou Neófito abandonar os velhos
pensamentos e se preparar para algo novo e diferente. Nessa
fase do ritual iniciático, o candidato tem seus olhos vendados
ou é colocado numa câmara pouco iluminada, representando
a relativa ausência de luz. Enquanto vivencia a escuridão da
ignorância, vários ruídos são às vezes intencionalmente
produzidos na câmara, para representar o caos da mudança
de um estado de vida para outro.
A segunda fase é a Admissão, simbolizando o renascimento
de sua consciência e o despertar de sua espiritualidade,
devendo deixar para trás conceitos e costumes errôneos, de
modo a se elevar a uma percepção mais refinada da
existência. Nesta fase, o candidato é conscientizado, pela
Iniciação, do fato de que está penetrando em um plano mais
elevado de pensamento e consciência. Esta fase lhe sugere
que está passando por um novo nascimento em pensamento
e modo de viver. Isto, algumas vezes, é simbolizado fazendo-
se com que o candidato se deite no chão, depois erga-se e
se ajoelhe e, finalmente, ponha-se de pé, como se estivesse
crescendo. O candidato pode também ser levado a sair de
uma câmara escura para outra câmara intensamente
iluminada, representando-se com isto a passagem do velho
mundo de superstição e medo que se presume tenha
abandonado, para um mundo de paz e nova sabedoria.
Essa admissão simbólica em um mundo novo tomava por
vezes a forma daquilo que é conhecido como o ritual da
circum-ambulação. Este ritual consistia em se traçar um
círculo no piso do Templo, ou no terreno em que a Iniciação
estava sendo realizada, e colocar o candidato em seu interior.
Em seguida, outro círculo, bem maior era circunscrito e em
torno dele colocavam-se velas ou lamparinas acesas. Então,
a máscara ou venda era retirada dos olhos do candidato, que
cruzava o círculo menor, passando para o maior. Isto
representava a transição de um mundo limitado para um
mundo ilimitado ou iluminado. Platão, referindo-se às
Iniciações nos Mistérios de sua época, disse: “Morrer é ser
iniciado”.
Com isto, queria dizer que a morte consiste tão somente
nessa mudança, ou nesse processo de Iniciação, pelo qual
partimos de nossa vida presente para um novo reino de
existência.
A terceira fase é a Exposição, simbolizando a revelação. Nesta
fase da Iniciação, ao candidato são revelados certos sinais,
símbolos, percepções e as verdades sagradas, relacionadas à
Organização Iniciática a qual está sendo admitido. Em outras
palavras, a consciência do candidato se torna iluminada,
aumentando sua capacidade de compreensão.
A quarta e última fase é o Retorno, simbolizando a volta ao
mundo exterior para servir a humanidade, pois assim como
recebemos, devemos dar. É então informado de que, dada a
experiência pela qual passou, as circunstâncias nunca serão
exatamente as mesmas quando voltar para o mundo exterior.
Normalmente, é obrigado a mudar, até certo ponto, as
condições de sua vida cotidiana, em paralelo com o
idealismo que lhe foi transmitido durante a Iniciação. Além
disso, durante essa fase de Retorno, recebe uma insígnia
distintiva, algum elemento pelo qual se pode reconhecer que
obteve alguma realização. Embora volte a viver entre os
profanos, sabe-se, por este sinal, que adquiriu certas
vantagens. O candidato nesta fase jura ainda a manter
secreta a experiência, embora os resultados dessa experiência
devam ser aplicados à vida no mundo exterior.
Por exemplo, todo árabe, todo verdadeiro muçulmano
procura, se possível, durante a sua vida, viajar para Meca a
fim de entrar nos recintos sagrados da Caaba e ali assistir
aos santos ritos. É uma árdua viagem. O árabe tem que viajar
em caravana ou, se é suficientemente rico, organizar sua
própria caravana. Se consegue chegar a Meca, tem permissão
na volta de usar, atada em torno de seu turbante, ou fez,
como é geralmente conhecido, uma faixa branca significando
que efetuou a viagem e foi devidamente iniciado. Após cada
viagem, o peregrino pode acrescentar uma faixa branca ao
seu turbante.
Sabemos, graças aos registros esotéricos, que os antigos
essênios, após suas Iniciações, usavam vestes brancas
quando retornavam à sociedade. O branco era o símbolo da
pureza que eles haviam conhecido e sentido em
consequência de sua Iniciação, de modo que servia como
lembrete de suas obrigações e da transição que se presumia
ter ocorrido em sua consciência.
Consideremos agora, em sua totalidade, algumas das
Iniciações, ou mistérios, como eram denominadas. Talvez a
mais antiga de todas, seja o Ciclo Osiriano, ou os Mistérios
Osirianos. Eram conhecidos como Ciclo Osiriano por que
diziam respeito ao nascimento, à vida, à morte e ao
renascimento de Osíris. Nestes mistérios, a doutrina da
imortalidade foi apresentada ao homem pela primeira vez.
Segundo a mitologia egípcia, a deusa Out casou-se com o
deus Ge e tiveram 4 filhos, a saber: dois irmãos, Osíris e Set,
e duas irmãs, Ísis e Nepentes. De acordo com a lenda, Osíris
como um deus, recebeu soberania sobre todas as terras do
Egito. Seu reinado foi deveras generoso, pois, consta que
introduziu leis que permitiam ao povo governar a si mesmo.
Ensinou-lhes a arte e a agricultura, a irrigação, e muitos dos
requintes que lhe trouxeram tranquilidade e conforto.
Ensinou-lhes também como adorar aos deuses, ou seja,
introduziu a religião. E a lenda conta ainda que era muito
amado pelo povo. Consta então que Set ficou extremamente
invejoso da afeição dos mortais por Osíris, e por causa disto,
planejou assassiná-lo. Dissimuladamente, obteve as medidas
do corpo de Osíris e mandou fazer uma arca enfeitada e que
servia exclusivamente para seu corpo. Depois de um grande
banquete ao qual compareceu com seus setenta
conspiradores, e convidou Osíris. No decorrer das diversões,
Set declarou, de modo chistoso, que daria aquela bem
elaborada arca como um presente àquele que nela coubesse
perfeitamente. Cada um dos presentes, conhecendo a
intenção de Set, experimentou a arca que, naturalmente, não
lhes servia, até que o próprio Osíris nela se deitou. A arca
serviu-lhe perfeitamente e, enquanto permanecia deitado na
mesma, os demais saltaram sobre ela e pregaram a tampa.
Então, o deus Set deu ordens para que a arca fosse atirada
em um afluente do Nilo, o que foi feito. Por fim, alcançou o
mar e foi atirada às praias de Biblos, na antiga Fenícia. A
lenda conta ainda que uma grande urze cresceu em volta da
arca, de modo que esta ficou completamente oculta. Essa
planta alcançou grandes proporções, de sorte que parecia
uma árvore de porte. Um dia, o rei descobriu essa árvore e
mandou derrubá-la para servir como coluna de sustentação
do teto do seu palácio.
Ísis soube por algumas crianças do destino do corpo de
Osíris, seu esposo irmão, e se determinou a recuperá-lo.
Viajando disfarçada para Biblos, conseguiu entrar na posse
da grande urze. Por fim, pôde retirar a arca da árvore e levá-
la de volta para o Egito. Colocou então o cadáver de Osíris
sobre a areia. Certa noite, passando ao luar, Set descobriu o
corpo e ficou extremamente zangado; seu ódio foi tão
grande que mutilou completamente o corpo e o espalhou
bem longe do Egito. Ísis, sabendo disto, lamentou-se
clamorosa e longamente. Seu pesar serviu de base para
muitas lendas egípcias famosas. Mais uma vez, lançou-se a
recuperação do corpo, e diz a lenda que, finalmente,
conseguiu reunir novamente todas as suas partes. O ponto
importante é que, quando todas as partes do corpo foram
reunidas, ela soprou na boca de Osíris e este, ao receber seu
alento, ressuscitou, tornando-se mais uma vez um ser
vivente; contudo, não mais neste mundo, mas, em outra vida,
mais elevada.
Hórus, filho de Ísis com Osíris, decidiu mais tarde vingar a
morte do pai. É interessante acrescentar que esta história dos
dois irmãos, Osíris e Set, são a mais velha história do mundo.
Aliás, há milhares de anos, era intitulada “A lenda dos dois
Irmãos”. É também de interesse histórico saber que a história
Bíblica de Abel e Caim, segundo geralmente concordam
autoridades exegetas, surgiu em decorrência da permanência
dos hebreus em exílio no Egito, quando se familiarizaram
com a lenda egípcia acima relatada.
A lenda de Osíris era representada como um drama de
mistério, especialmente nas antigas cidades de Rendera e
Ávidos. À medida que o drama se desenvolvera, os sumo
sacerdotes ou Semi-heresia explicavam aos Iniciando ou
candidatos o significado de cada parte. Ás vezes, esses
dramas eram apresentados em grandes barcaças, em lagos
sagrados ao luar. Muitas vezes eram necessárias várias noites
para se assistir à cerimônia completa, e não se permitia ao
candidato assistir os últimos atos do drama antes que
compreendesse perfeitamente os anteriores. Explicava-se-lhe
então que Osíris representava as forças criativas da Terra, a
virtude e a bondade, e, seu irmão Set, era a manifestação do
mal. Acrescentava-se que estas duas forças estavam
continuamente em conflito no mundo. Mostrava-se ao
candidato que, tendo Osíris levado uma vida reta e tentado
ajudar aos outros, embora não tivesse havido justiça terrena,
recebera compensação numa vida posterior, e isto era
verdadeiro para todos os homens. O homem não deve contar
receber justa compensação por todos os seus atos, aqui na
Terra. Por isto era demonstrado como Osíris ressuscitara e
passara a desfrutar de uma vida transcendental.
Relata-se ainda que o candidato, ao se preparar para essa
Iniciação, tinha de se abster de alimento e água durante um
breve período de tempo, e raspar a cabeça, e que o
desenvolvimento ou a iluminação, através deste drama,
exigia muitas noites.
Há outra antiga Iniciação que nos interessa. É conhecida
como os Mistérios de Elêusis. Esta denominação provém do
fato de que a Iniciação era efetuada em Elêusis, na Antiga
Grécia. Durava cerca de oito dias, numa época
correspondente ao nosso calendário de 15 a 23 de setembro.
Estes mistérios tinham dois personagens principais, que eram
a deusa da agricultura, Deméter, e sua filha Persófono. Os
primeiros dramas dos Mistérios de Elêusis representavam o
sofrimento pelo qual Deméter passara quando sua filha,
Persófono, foi raptada por inimigos. Mais tarde, porém, se
destinaram a transmitir e demonstrar algum conhecimento
sobre aquilo que o homem sentiria na vida transcendental e
ensinar uma lição sobre a imortalidade.
Isto era feito comparando-se o homem com o vegetal.
Mostravam-se como as plantas definhavam e morriam no
inverno e renascia na primavera, recebendo nova vida, novo
poder; ressuscitavam da terra com sua fortaleza e glória
anterior. E declarava-se que, quando findavam os dias do
homem na Terra, desaparecia para ressurgir no Eliseu, o
equivalente antigo do Céu.
Sabemos graças aos registros históricos que os candidatos
tinham de percorrer grandes distâncias até o local da
Iniciação, isto é, Elêusis, e que tinham de caminhar em fila
indiana. Sabemos também que durante o transcorrer das
cerimônias, eram-lhes inscrito na testa uma cruz tau, ou seja,
uma cruz em formato de T. Recebiam ainda um ramo de
acácia, como símbolo da imortalidade, possivelmente porque
a acácia abre e fecha suas folhas, o que pode representar,
simbolicamente, o nascimento e a morte.
Por mais elaborada e impressionante que possa parecer a
Iniciação, não devemos nos esquecer de que não passam de
atos exteriores planejados para auxiliar psicologicamente a
indução ao estado adequado de consciência pelo qual o
candidato é efetiva e interiormente iniciado, inclusive, com a
transmissão do Poder Iniciático que lhe é transmitido, não
por seu Iniciador, mas pela Egrégia do grupo tradicional ao
qual está sendo admitido.
Em última análise, a verdadeira Iniciação é interior, enquanto
que a Iniciação exterior serve apenas como um caminho que
conduzirá o indivíduo a verdadeira e real Iniciação interna.
A Iniciação Esotérica em sua forma externa procura
familiarizar o indivíduo com a essência de sua própria alma.
Procura ajudá-lo a expressá-la, a fazê-la participar tanto de
sua consciência quanto dos outros aspectos de sua vida.
Esforça-se por tornar a consciência da alma, não apenas um
princípio filosófico, ou um ritual em um drama de mistério,
mas, uma realidade para o homem. Por conseguinte,
podemos dizer, conservadoramente, que toda Iniciação
exterior deve ser capaz de fazer com que o iniciando alcance
a consciência interior, e, a partir daí, chegue até a Consciência
Cósmica, a verdadeira Iniciação.
A Iniciação, portanto tem o objetivo de despertar a
consciência interior do nosso Ser. Todo ser humano possui
essa consciência, porém, infelizmente, está adormecida na
maioria das pessoas.
Para conseguir este efeito, as Iniciações Esotéricas, desde
seus primórdios, tem sido planejada de modo a sustar e
controlar a consciência objetiva do homem, a fim de que sua
consciência interior seja liberada e se torne manifesta, esta é
a transmissão do Verdadeiro Poder Iniciático, ou seja, aquele
poder que, independentemente do Iniciador oficiante, é
transmitido pela Egrégia da Organização ao qual o agora
Iniciado faz parte e que transformará a vida do indivíduo,
dando início a uma nova fase de sua vida.
Assim, quando somos Iniciados, além de recebermos ao nível
da razão o conhecimento intelectual necessário para
levarmos uma vida melhor na sociedade em que vivemos
através da Egrégia da Organização Iniciática, recebemos o
Poder Iniciático que, desde que sejamos merecedores, nos
será transmitido e que levará a efeito uma série de
transformações em nosso ser que nos conduzirão ao
Adaptado. Em um nível mais profundo de compreensão,
devemos compreender que a verdadeira Iniciação é, e
sempre será, interior, e que toda cerimônia iniciática física,
exterior, tem, como única e exclusiva finalidade, indicar o
caminho e levar o Iniciado ao estado interior necessário para
que descubra a verdadeira Iniciação interior. Iniciação esta
que teve como um de seus maiores defensores Azuis-claros
de Sainte Martin.
Encerraremos este Ensaio com um dos textos deste grande
Filósofo, para muito Desconhecido, que foi Azuis-claros de
Sainte Martina, escrito em 19 de junho de 1797:

“A única Iniciação que eu prego e que busco com todo o


ardor de minha alma é aquela pela qual podemos entrar no
coração de Deus e fazer entrar o coração em nós, para assim
realizar o casamento indissolúvel, que nos torna o amigo, o
irmão e a esposa do nosso divino Reparador. Não há outro
mistério para chegar a esta Santa Iniciação, senão
mergulharmos mais e mais até as profundezas do nosso ser
e não esmorecer até que tenhamos alcançado a raiz viva e
vivificante, e a partir de então todos os frutos que gerarmos
segundo a nossa espécie, se produzirão em nós e fora de
nós, como acontece com as nossas árvores terrestres, pois
estão aderidos à sua raiz particular e constantemente lhes
extraem os sucos”.

*** ***
Templo Supremo Espiritual da Maçonaria Egípcia

Um dos objetivos da Maçonaria consiste em dar a cada


Maçom os meios de harmonizar-se espiritualmente. Os
ensinamentos maçônicos contribuem muito para isso. Mas,
para possibilitar uma harmonização total com as forças
positivas universais, o Soberano Santuário Mundial da
Maçonaria Egípcia através do Antigo e Primitivo Rito de
Memphis Misraim, dada sua natureza tradicional e iniciática,
integra em sua Egrégia um campo de energia espiritual da
qual podem se beneficiar todos aqueles que conhecem o
meio de estabelecer contato com esse campo. É justamente
esse campo de energia, que não está limitado no tempo nem
no espaço, que a tradição de nosso Rito denomina de Templo
Supremo Maçônico Espiritual.
Para nós Maçons Egípcios o Templo Supremo Maçônico
Espiritual é o mais elevado plano de consciência que
podemos alcançar harmonizando-nos interiormente. No
plano vibratório, esse nível de consciência é a expressão
virtual daquilo que a Maçonaria Egípcia como ideal filosófico
e místico, coloca de mais puro a serviço do homem. O
Templo Supremo Maçônico Espiritual é o campo da
purificação, da regeneração, da revelação e da iluminação. E
assim é porque todo contato com ele coloca a alma humana
em ressonância com a Mente Universal e com todo o
potencial de força e sabedoria que ela contém. Ele constitui
verdadeiramente uma pirâmide de ideais e virtudes, e é no
ápice simbólico dessa pirâmide que se situam os Antigos
Mestres que velam pela tradição maçônica e por sua
expressão em nosso plano.

A visualização do Templo Supremo Maçônico Espiritual

O Templo Supremo Maçônico Espiritual não é propriamente


um lugar. Todavia, todo mundo sabe o quanto é difícil para
a mente humana ocidental conceber de modo abstrato um
campo de energia situado fora de nosso plano físico. Na
realidade, é difícil, em si, a concepção de um plano além do
nosso plano físico. Por isto o Soberano Santuário Mundial da
Maçonaria elaborou uma técnica que permite que cada
Irmão harmonize sua consciência com esse campo de
energia.

Comunhão com o Templo Supremo Maçônico Espiritual

Todas as vezes que o Irmão desejar entrar em comunhão


com o Templo Supremo Maçônico Espiritual deve proceder
da seguinte maneira:

* Se for possível, arrume seu Sanctum da mesma maneira


que você o arruma quando vai realizar os estudos das Peças
de Arquitetura. Em seguida, lave as mãos, simbolizando sua
purificação física, e enxugue-as bem; beba um copo de água
fresca, simbolizando seu desejo de estar tão puro quanto
possível espiritualmente. Quanto mais seus atos e
pensamentos exprimirem sua humildade e sua reverência
para com o Grande Arquiteto do Universo, ou o Supremo
Arquiteto dos Mundos, como também designamos Deus,
mais você reunirá as condições ideais para uma
harmonização consciente com o Templo Supremo Maçônico
Espiritual.

* Feito isso, sente-se num lugar calmo com as costas bem


apoiadas e os pés separados e bem plantados no Chão.
Coloque suas mãos sobre os joelhos, feche os olhos e faça
mentalmente a seguinte prece:

“Que o Grande Arquiteto do Universo, fonte fecunda e


imortal de Luz, Vida e Amor permita que eu entre em
comunhão com o Templo Supremo Maçônico Espiritual e ali
possa, em comunhão, comungar com as Hostes Celestiais,
recebendo inspiração, paz, força, saúde e harmonia.
Que assim seja!

* Tendo feito essa invocação, respire fundo algumas vezes,


de modo que fique bem descontraído. Para isto, inale e exale
profundamente pelo nariz, de maneira regular e ininterrupta.

* Quando se sentir perfeitamente descontraído, retome sua


respiração normal e comece a imaginar que está se elevando
em consciência ao Templo Supremo Maçônico Espiritual. Ou
seja, imagine que você está se elevando acima do recinto
onde se encontra, de sua casa, de seu país, até o momento
em que, afastando-se cada vez mais da Terra, você a vê
apenas como uma esfera girando lentamente no espaço.

* Volte agora seu olhar para o infinito cósmico e prossiga


com a sua ascensão espiritual, até perceber o Templo
Supremo Espiritual Maçônico com suas imponentes colunas
egípcias com formato de lótus. Visualize o Templo conforme
descrevemos o Templo Supremo Maçônico Espiritual
destacado no cosmo e banhado pela luz dos astros.
* Agora visualize-se entrando no Templo Supremo Maçônico
Espiritual e sentando num lugar reservado para você. Então,
perfeitamente descontraído, contemple mentalmente as
maravilhas que se oferecem a seus olhos: o Delta com o
círculo no centro, as Colunas, a abóbada e, de um modo
geral, todos os elementos que fazem parte da decoração do
Templo Maçônico. A essa beleza visual você pode acrescentar
a impressão bem nítida de ouvir uma música particularmente
inspiradora. Pode também imaginar que uma fragrância de
incenso impregna todo o local onde se encontra
mentalmente. Em suma, a visualização do seu Templo
Sagrado deve levá-lo a perder completamente a consciência
do mundo terrestre e viver no plano da alma, pois esta é a
condição para receber do Plano Espiritual o influxo de suas
vibrações mais sutis. Todos os seus pensamentos e todas as
suas emoções devem estar tomados de uma grande
serenidade e de um bem-estar que nenhuma satisfação física
poderia lhe proporcionar.

* Quando se encontrar em seu Templo Supremo Maçônico


Espiritual, deixe-se impregnar totalmente pelo ambiente ao
mesmo tempo sagrado, inspirador e reconfortante que nele
reina. Banhando o corpo e a alma nesse ambiente, este é o
momento de expressar ao Grande Arquiteto do Universo as
razões que o levaram ao recolhimento nesse lugar de elevada
espiritualidade. No caso de um problema de saúde, evoque-
o mentalmente, como se o comunicasse à Inteligência Divina
mais pura que possa conceber. Faça o mesmo se a sua
presença no Templo Supremo Maçônico Espiritual for
motivada por seu desejo de ser esclarecido quanto a algum
problema familiar, social, profissional ou qualquer outro. Caso
seu objetivo seja simplesmente de orar ou meditar sobre
algum assunto filosófico, faça isso nesse quadro harmonioso
e proceda conforme seus impulsos.

* Após ter evocado mentalmente a razão que o levou a se


elevar ao plano de consciência simbolizado pelo Templo
Supremo Maçônico Espiritual, não pense mais nisso
mantendo-se no ambiente harmonioso que lhe serviu de
quadro, coloque-se num estado de total receptividade. Se
conseguir isso, verá então que receberá o influxo divino que
o aliviará, curará, ou lhe trará a resposta que buscava, etc.
Não quer dizer que terá imediatamente consciência de ter
recebido esse influxo, visto que ele ocorre num plano que
não é perceptível objetivamente. Mas, com o passar das
horas ou dos dias, você poderá avaliar todo o impacto que
essa comunhão terá tido em seu ser ou em seu ambiente.
Na verdade, podemos dizer que esse contato espiritual se
traduz sempre por efeitos benéficos. Mesmo que você tenha
a impressão de não ter conseguido se elevar ao plano que
ele simboliza, saiba que estará equivocado, pois nenhum
fracasso é possível no plano da alma.

* Terminado esse período de receptividade, volte


gradativamente ao plano objetivo. Em outras palavras, veja-
se mentalmente deixando o Templo Supremo Espiritual
Maçônico e faça em sua consciência o trajeto inverso
daquele que fez para se elevar a ele. De volta à consciência
objetiva, abra os olhos e faça a seguinte invocação:

“Que o Grande Arquiteto do Universo santifique meu contato


com o Templo Supremo Espiritual Maçônico. Assim Seja!”

*** ***
Como alcançar a iluminação cósmica

É bom que tanto o Neófito como o Adepto sejam


relembrados do real propósito do trabalho em que estamos
empenhados e da recompensa que obterão quando
considerados dignos e preparados.
Há uma antiquíssima e válida máxima, segundo a qual,
“quando o estudante está preparado, o Mestre aparece”. Isto
tem sido muito mal compreendido e é usado por milhares
de pessoas para se recusarem a ingressar em qualquer escola
ou organização, preferindo “aguardar até que o preceptor
pessoal se manifeste”.
A máxima afirma, claramente: “Quando o estudante está
preparado, o Mestre aparece”! Que significa estar preparado?
Certamente não se trata apenas de uma questão de tempo!
Isto deve significar, precisamente, o que milhares de pessoas
verificaram que significa: Quando o estudante está pronto,
mediante preparação e merecimento.
Isto coloca a questão, claramente, nas mãos de cada
estudante. Este pode preparar-se lentamente, através de
leitura selecionada, de longas horas de meditação, durante
anos, ou do comparecimento ocasional a palestras ou
conferências. Se o tempo não importa, o estudante pode
então aguardar até o término desta encarnação, ou mesmo
de uma outra, pelo aparecimento do Mestre que deva ser o
seu preceptor pessoal.
Poderia isso ensejar a pergunta “Que Mestre, que preceptor”?
Seguramente não seria um Mestre terreno, pois isto não
requer a preparação e o desenvolvimento necessários à
Iluminação Cósmica. O estudante sincero, que
verdadeiramente se prepara e se torna digno da instrução
pessoal de um Mestre, logo se desenvolve para além do
ponto em que qualquer Mestre terreno poderia satisfazer.
Somente um Mestre Cósmico pode suprir as necessidades
daquele que está preparado.

Como preparar-se

Como, então, há de o estudante preparar-se mais


eficientemente e com a máxima economia de tempo?
Esta, também, é uma antiquíssima questão, levantada nas
Escolas de Mistérios do Egito, assim como nas escolas
arcanas da nossa Ordem, hoje em dia.
Há somente uma resposta: Dando os passos preliminares e
graduados nas escolas terrenas dos Mestres, e alcançando os
vários graus de preparo através de preparação dirigida. Daí
a fundação das escolas arcanas em todas as regiões; daí a
Grande Obra a elas confiada pelos Mestres.
Onde estão os grandes Mestres e como podem eles ser
contatados? Aqui encontramos mais dificuldade para
responder, não porque o nosso conhecimento seja
excessivamente exíguo, mas porque a linguagem verbal é
inadequada para expressar os fatos subliminares. Há
condições de vida cósmica que mesmo a linguagem das jóias
literárias não poderia descrever. Podemos compreender,
podemos apreender e podemos alcançar, pelas palavras, uma
vaga concepção da beleza, da magnificência e da divindade
do esquema cósmico, porém, nunca uma apreensão perfeita,
até que tenhamos feito o contato pessoal e conhecido como
Iluminação Cósmica.
Há uma maravilhosa união de Mentes, Personalidades
Iluminadas que constituem a Sagrada Assembleia do
Cósmico. Uma dessas magistrais personalidades, Out-Hu-Mi,
o Ilustre, foi o Mestre de Madame Helena P. Bratislava,
fundadora da Teosofia.
Os Grandes Mestres

O Mestre Kut-Hu-Mi é o Grande Mestre da Grande Loja


Branca da Grande Fraternidade Branca. Foi no Egito que o
faraó Tutmósis III recebeu os títulos de Iluminador e
Acromata. Passou por muitas reencarnações e em muitas
delas viveu mais de cento e quarenta anos.

Iniciação Cósmica

Portanto, a verdadeira preparação de que estou falando tem


o objetivo de admissão final, por Iniciação Cósmica à Grande
Fraternidade Branca, a fim de que nela o Mestre se apresente
ao estudante que esteja preparado, tome-o sob sua
orientação pessoal e o conduza a desenvolvimento superior,
até que, um dia, segura seja a Maestria na Grande
Fraternidade Branca, e a atribuição de serviço como
Imperador, Mago ou Hierofante em alguma fase do trabalho
na Terra, traga afiliação à Grande Loja Branca.

*** ***
O Atonismo

Atonismo foi a primeira religião monoteísta da História,


também conhecida como a “heresia de Marna”, promovendo
o culto do disco solar Aton. Por motivos ainda pouco
compreensíveis, mas provavelmente por causa do
totalitarismo e da hostilidade do clero tebano, o faraó
Ameninais IV decidiu abandonar o culto dos sacerdotes que
tinham o deus Amom como o principal.
O Aron, o deus do atonismo aparece em primeiros textos
que datam desde a XII dinastia egípcia, na história de Sim
ué. Durante o Império Médio, Aron
“Já tinha adotado uma divindade como um rei patrono e do
Estado como deus supremo, nunca tinha havido uma
tentativa de excluir outras divindades, e a multidão de deuses
tinham sido tolerado e adorado em todos os momentos.
Durante o reinado de Tutmósis IV foi identificado como um
deus distinto solar, e seu filho, Ameninais III criou e
promoveu um culto separado para Aron. Não há nenhuma
evidência, no entanto, que ele negligenciando os outros
deuses ou tentativas de promover Aron como uma divindade
exclusiva.
Ameninais IV introduziu o atonismo no quinto ano do seu
reinado (1348 – 1346), elevando Aron com o estatuto de deus
supremo, depois de ter inicialmente permitido a adoração
continuada dos deuses tradicionais. Para enfatizar a
mudança, o nome de Aron foi escrito na forma de cartela
normalmente reservado para faraós, uma inovação do
atonismo. Esta reforma religiosa parece coincidir com o
anúncio de uma festa Sede-sede, uma espécie de jubileu real
destinado a reforçar os poderes divinos do faraó.
Tradicionalmente realizada no trigésimo ano do reinado do
faraó, este possivelmente era um festival em honra do faraó
Ameninais III, que alguns egiptólogos acham que tinha uma
corregência com seu filho, Ameninais IV, de dois a 12 anos.
No 8o ano marca o início da construção de uma nova capital.
Taquetaque (Horizonte de Aron), atualmente conhecida
como Marna. Evidência disso aparece em três das estales de
fronteira usadas para marcar os limites da nova capital. Neste
momento, Ameninais IV mudou oficialmente seu nome para
Akhenaton (filho de Aron) como prova de seu novo culto. A
data prevista para o evento foi estimado a cair em torno de
2 de janeiro desse ano. No 7o ano de seu reinado (1346 –
1344 a.C.), a capital foi transferida de Tebas para Quetonoto,
atual Marna, embora a construção da cidade parece ter
continuado por mais dois anos. Ao mudar a sua corte dos
tradicionais centros cerimoniais, Akhenaton estava
sinalizando uma transformação radical no foco do poder
religioso e político.
O movimento do faraó e de sua corte a partir da influência
do sacerdócio e dos centros tradicionais de culto, mas o
decreto tinha um significado religioso mais profundo,
tomadas em conjunto com a sua mudança de nome, é
possível que a mudança para Marna foi também como um
sinal de morte simbólica do faraó e do seu renascimento.
Pode também ter coincidido com a morte de seu pai e do
fim da corregência, além de construir uma nova capital, em
honra de Aron. Akhenaton também supervisionou a
construção de alguns dos templos mais maciços no antigo
Egito, incluindo um em Karina e outro em Tebas, perto do
antigo templo de Amom.
No 9o ano (1344 – 1342 a.C.), Akhenaton reforçou o regime
atonista, declarando Aron a ser o deus supremo, uma
divindade única e universal, proibindo a adoração de todos
os outros, incluindo a veneração de ídolos, mesmo particular
nas casas das pessoas, uma arena de Estado egípcio não
haviam tocado em termos religiosos. Atonismo foi então
baseado no monoteísmo unitário estrito, a crença em um
Deus único. Aron foi abordado por Akhenaton em orações,
como o grande hino a Aron: “O único Deus, ao lado dele não
existe nenhum”.
Akhenaton fez o regicídio ritual do velho deus supremo
Amom, e ordenou a desfiguração dos templos de Amom em
todo Egito, e de todos os deuses antigos. A palavra “deuses”
foi proscrita e inscrições foram encontradas no qual até
mesmo hieróglifo da palavra “mãe” tenha sido retirada e
reescrito em sinais alfabéticos, porque tinha o mesmo som
em egípcio antigo como o som do nome da deusa Maat de
Tebas. Nome de Aron também está escrito de forma diferente
após 9o ano, para enfatizar o radicalismo do novo regime. Já
não é Aron escrito usando o símbolo de um raio do disco
solar, mas em vez disso, está escrito foneticamente.
Provas cruciais sobre as últimas fases do reinado de
Akhenaton foi fornecido pela descoberta das chamadas
“Cartas de Amarna”. Acredita-se que tenham sido jogadas
placas de argila pelos escribas depois do conteúdo ter sido
transferido para papiros, contendo mensagens que sugerem
que Akhenaton era obcecado com a sua nova religião, e que
sua negligência de assuntos políticos estava causando
transtorno em todo o vasto império egípcio. Também trazem
a informação que Nefertiti, principal esposa do faraó e suas
6 filhas morreram em virtude de uma grande praga que se
espalhou por todo o antigo Oriente Próximo. Isto sem dúvida
alguma, provocou a diminuição do interesse de Akhenaton
em governar com eficácia.
Com a morte de Akhenaton, o culto de Aron que ele havia
fundado quase que imediatamente caiu em desgraça devido
a pressões do sacerdócio da Amom. Tutancâmon, que o
sucedeu com 8 anos baniu por completo o culto a Aron e
seu nome não constava da relação de faraós Antigo, tal a ira
que sobre
O Soberano Santuário Mundial da Maçonaria Egípcia reviveu
o Atonismo e assim existe uma via religiosa em seus estudos
graduados, sendo um singelo tributo a Akhenaton.

*** ***

O Escaravelho Egípcio

Os escaravelhos com inscrições gravadas na sua carapaça, ou


objetos com forma de escaravelhos, constituíam amuletos
muito populares no Antigo Egito. Na mitologia egípcia, o
escaravelho sagrado estava relacionado com o deus Kepri,
responsável pelo movimento do Sol, arrastando-o pelo
horizonte; no crepúsculo, o Sol ou deus Rá morria, e ia para
o outro mundo representado pelo oeste; depois, o
escaravelho renovava o sol no amanhecer.
Khepri muitas vezes é representado como um escaravelho,
ou como um homem com cabeça de escaravelho. Da mesma
forma os escaravelhos-do-esterco ao fazerem bolas de
excrementos de excrementos de que se alimentam e onde
depositam os seus ovos que darão origem a larvas que
também aí se alimentarão e desenvolverão, eram vistos como
um símbolo terreno do ciclo solar. Formaram-se, assim,
símbolos iconográficos e ideológicos incorporados na
sociedade do Antigo Egito. A inscrição do nome do rei em
escaravelhos, ao associar o caráter sagrado do cargo do faraó
ao simbolismo sacro destes animais, foi determinante para o
estabelecimento das listas destes reis já que, em alguns
casos, constituem a única prova documental da sua
existência.
Escaravelho sagrado

*** ***

O Pavimento Mosaico

O Pavimento Mosaico, também chamado de Pavimento


Quadriculado, é de origem mesopotâmica, mais precisamente
sumeriana. A Mesopotâmia (terra entre rios), região da Ásia situada
entre os rios Eufrates e Tigre, abrigou, ao lado do Vale do rio Nilo, as
mais antigas civilizações organizadas da Terra.
Estabelecidos na região de Sumer, no sul da Mesopotâmia, junto ao
Golfo Pérsico, a partir do IV milênio a.C., os sumerianos influíram,
decisivamente, na formação mística, metafísica e cultural dos demais
povos asiáticos e dos mediterrâneos. Hoje não restam mais dúvidas
de que eles inventaram a escrita (a escrita cuneiforme); o sumeriano
era a língua hierática (sagrada), usada nos textos religiosos de
praticamente, todos os povos da antiguidade, enquanto que o
acadiano (dos habitantes de Acad, região ao norte de Sumer) era a
língua diplomática, usada, inclusive, pelos egípcios.

Além da escrita, é certo terem, os antigos sumerianos, tudo criado:


administração e justiça fundadas em Códigos, que serviram de
padrão; formas políticas de governo, que vão desde as cidades-
estados, até ao império; instrumentos de troca e de produção;
formas de pensamento religioso, que dominaram o mundo antigo: a
astronomia e a astrologia; técnicas de construção, copiadas por
outros povos, como gregos e romanos.

A religião foi, todavia, o centro e o motor de toda a vida


mesopotâmica, tornando-se a base de toda a religiosidade cósmica
do mundo antigo e da mitologia greco-romana. Entre os símbolos
religiosos dos sumerianos, encontrava-se um pavimento
quadriculado, composto de quadrados brancos e negros,
intercalados, simbolizando os opostos, principalmente o dia e a
noite, já que o culto era solar, mas, também, o bem e o mal, a virtude
e o vício, o espírito e a matéria, etc. Na Mesopotâmia, esse
pavimento representava o terreno sagrado, através do qual se tinha
acesso ao santuário mais íntimo da religião, e que, normalmente, só
era percorrido pelo sacerdote hierarquicamente mais elevado,
mediante certas formalidades, nos dias mais importantes do
calendário religioso. Nem os demais povos, entretanto, adotaram
esse símbolo. Os hebreus não o usaram e ele não se encontra no
Templo de Jerusalém; ao passo que muitos o adoraram, apenas,
como motivo decorativo, caso dos antigos gregos e cretenses.

A civilização cretense (da ilha de Creta) e aquéia, ou micênica (do


continente), chamadas civilizações egéas (do mar Egeu), foram as
verdadeiras precursoras dos povos gregos e floresceram entre os
séculos XX e XII antes de Cristo. A arqueologia começou a “descobrir”
essas civilizações apenas em 1875 (Micenas) e 1900 (Creta).

Em 1900, o arqueólogo inglês, sir Arthur Evans, exumou o palácio real


da cidade de Cnossos, em Creta, e esse foi o início de uma exploração
arqueológica, que iria mostrar uma das mais adiantadas civilizações
da antiguidade. Sir Evans, ao desenterrar as construções cretenses,
descobriu muitos fragmentos de pavimentos quadriculados, que
eram usados nos palácios das cidades de Cnossos, Faistos e Malia, na
época mais faustosa de Creta (entre 1.700 e 1.500 a.C.). Os
pavimentos, aí, eram usados como elementos decorativos, pois, nas
escavações feitas em Creta, em parte alguma achado algum sinal
seguro de templo, sendo, o culto, realizado em cavernas, em grutas
e em torno das árvores sagradas. Também na civilização micênica, o
pavimento era decorativo (Micenas foi “descoberta” por Henrich
Schiemann), como o eram, também, os motivos geométricos
(inclusive triângulos e esquadrias), usados em cerâmicas.

Na Maçonaria, o Pavimento não tem, também, o significado sagrado


que possuía entre os sumerianos, não sendo terreno sagrado, no
qual é proibido pisar, pois ele recobre todo o solo do Templo e não
apenas o exíguo espaço entre as Colunas; nesse caso, a Orla
Denteada é colocada junto ao rodapé do recinto, como guarnição do
pavimento.

O Pavimento Quadriculado, com seus quadrados brancos e negros,


é, geralmente, chamado de Pavimento Mosaico, graças à lenda,
segundo a qual Moisés, o líder do povo hebreu, durante o Êxodo,
teria assentado, no chão do Tabernáculo (em hebraico Suká = tenda,
ou Mishcán = santuário. Templo portátil armado pelos hebreus,
durante a peregrinação em direção à Palestina, após a saída do
Egito), pequenas pedras coloridas.

Simbolicamente, o Pavimento Mosaico é um belo emblema da


multiplicidade engendrada pela dualidade, constituída pelos pares
de opostos que se encontram constantemente um perto do outro; o
dia e a noite, a obscuridade e a luz, o sonho e a vigília, a dor e o
prazer, as honras e as calúnias, o êxito e a desilusão, a sorte e o azar,
etc. Sobre estes opostos, que se encontram em todos os caminhos e
em todas as etapas de nossa existência, o Iniciado que tenha provado
da Taça da Amargura deve marchar com ânimo sereno e igual, sem
deixar-se exaltar pelas condições favoráveis nem se reprimir pelas
aparências desfavoráveis.

Por cima desta visão dualística da vida formada por pares de opostos,
levanta-se o Templo Maçônico com seu Altar (etimologicamente
“altura” ou elevação), símbolo da elevação de nossos pensamentos,
por meio do qual percebemos a realidade transcendente que se
esconde sob a aparência contraditória, e atingimos o conhecimento
da palavra, ou seja, da Verdade, que é o propósito intimamente
benéfico de toda experiência, sempre compreendida como útil ao
nosso progresso e o benefício mais verdadeiro.
As Três Luzes, que se encontram sobre o Altar, assim como as três
luzes do Templo Maçônico formando um triângulo equilátero,
representam a necessária relação, que deve existir em nossa
inteligência, entre a Dualidade Ocidental (ou fenomênica) das
Colunas e a Unidade Oriental da Verdadeira Luz, por meio da qual se
realiza o ternário da harmonia e do perfeito equilíbrio, sobre todos
os extremos e as tendências dualistas.

Entre estas Luzes tem seu lugar mais conveniente o Livro Sagrado,
símbolo da Verdade que se encerra na tradição, uma vez que
saibamos convenientemente interpretá-lo por meio de nossas
faculdades inteligentes, representadas pelo Esquadro e o Compasso
que são colocados sobre esse livro para que possamos realmente
compreendê-lo e medi-lo em toda a sua extensão.

*** ***

As Colunas Zodiacais

O significado delas é profundo e atinge a toda a escalada iniciática


maçônica. Existe uma estreita relação mística entre os signos e a
renovação mística entre os signos e a renovação anual da natureza,
ou seja: eles representam as constantes mortes e ressurreições da
natureza, simbolizadas pelo imutável ciclo dos vegetais (A lenda do
deus Dumuzi, dos sumerianos, e da deusa Deméter, dos gregos, ou
Ceres, dos romanos) e pela fabulosa Fênix, ave que renasce das
próprias cinzas. Há relação, também, evidentemente, com todos os
mitos solares de todos os povos (Lenda de Osíris dos egípcios, de
Mitra, dos persas, etc.).

Graças a essas relações, os signos zodiacais simbolizam, na


Maçonaria Simbólica, todo o caminho percorrido pelo Iniciado,
desde o seu ingresso na Ordem, como Aprendiz, até o cume de sua
trajetória Iniciática, no Grau de Mestre. As Colunas Zodiacais, com os
símbolos, em seu topo, representando cada um dos signos do
zodíaco e seu respectivo planeta, simbolizam essa trajetória.

Os signos que têm relação com o Grau de Aprendiz, são: Áries, Touro,
Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem.

Analisemos os signos relacionados com o Grau de Aprendiz:

Áries

Signo caracterizado pelo planeta Marte e pelo elemento Fogo. A


história mitológica dessa constelação é a seguinte: Frixos, filhos de
Nepele, falsamente acusado de violar Biadice, foi condenado à
morte, sendo, todavia, salvo por um carneiro dourado, em cujo dorso
fugiu; alcançada a segurança, ele imolou o carneiro a Zeus, que
colocou a imagem do animal no céu.

Esse signo relaciona-se com o fogo interior do homem, ou seja, a


força que estimula o crescimento e o desenvolvimento; assim sendo,
na Maçonaria, ele simboliza o fogo interno, o ardor incontido do
candidato, à procura da Iniciação Maçônica e da Luz. É o passo inicial
da renovação da natureza pelo fogo, utilizada, na máxima hermética
Rosacruz, adotada pela Maçonaria: Igne Natura Renovatur Integra (A
Natureza é inteiramente renovada pelo Fogo).

Touro

Signo caracterizado pelo planeta Vênus e pelo elemento Terra. Sua


origem mitológica é a seguinte: Taurus era o touro branco que
cortejou Europa, carregando-a no dorso; ele era, na verdade, Zeus,
disfarçado, que quando reassumiu sua forma normal, colocou o
touro no céu. Relaciona-se com a matéria na qual se efetua a
fecundação, a elaboração interior, ou seja, a natureza, pronta para a
fecundação.

Assim sendo, ele simboliza, Maçonicamente, que o Candidato,


depois de ser convenientemente preparado, foi admitido às provas
da Iniciação.

Gêmeos

Signo caracterizado pelo planeta Mercúrio e pelo elemento Ar. Não


está associado a algum mito particular. Era conhecido, no Egito, como
“As Duas Estrelas” e tomou o nome, das estrelas Castor e Pólux, as
mais brilhantes da constelação.

Relaciona-se com o Mercúrio dos Alquimistas, representado com


duas cabeças, e simboliza os Filhos da Terra fecundada pelo fogo, e a
vitalidade criadora. Assim, Maçonicamente, ou iniciaticamente,
representa o recebimento da Luz pelo Candidato.
Câncer

Signo caracterizado pela Lua e pelo elemento Água; como


caranguejo, Câncer, em sua origem, é babilônico, pois, no Egito, a
constelação era representada por duas tartarugas, ora conhecidas
como Estrelas da Água, ora como Allul, uma criatura aquática; assim,
a sua associação com a água é muito antiga, embora não haja um
determinado mito a seu respeito.

Representa a explosão vegetal da terra fecundada e é relacionado


com a tenacidade e a cautela; representa, também, a seiva estuante
da vida, na renovação da natureza. Por isso é que, Maçonicamente,
ele simboliza a instrução do Iniciado e a absorção dos conhecimentos
Iniciáticos da Maçonaria (e a sabedoria representa a ressurreição da
natureza, ou, esotericamente, o renascer do espírito).

Leão

Signo caracterizado pelo Sol e pelo elemento Fogo. O Leão,


representado nessa constelação e, por tradição, o Leão de Nemésia,
de pele à prova de ferro, bronze e pedra; ele foi morto pelo herói
grego Héracles (Hércules, para os romanos), que perdeu um dedo
entre seus dentes. Representa a ação do fogo externo (em
contraposição ao fogo interno de Áries), que amadurece os frutos, e
relacionam, também, com o emprego da razão, a serviço da crítica.

Assim sendo, ele simboliza, iniciaticamente, o juízo crítico e racional


que o Iniciado faz, sobre todos os conhecimentos que adquiriu,
aprendendo, com método, a selecionar todas aquelas ideias que lhe
puderem ser úteis.
Virgem

Signo caracterizado pelo planeta Mercúrio e pelo elemento Terra. De


acordo com Hesíodo, sua história mitológica é a seguinte: Virgem
(também chamada Astréia) era filha de Zeus e de Temis; deusa da
justiça, quando terminou a idade áurea e o homem desafiou-lhe a
regência, ela, desgostosa, retornou ao céu. Simboliza a esposa
virginal do fogo, representa a colheita dos frutos maduros e seu traço
fundamental é o espírito analítico.

Maçonicamente, ele simboliza o aperfeiçoamento do Iniciado, ou


seja, depois de ter julgado, racionalmente, os ensinamentos que
recebeu, o Iniciado já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra
Bruta, que é o seu próprio aperfeiçoamento moral e espiritual.

Essa é mais uma influência das antigas civilizações sobre a doutrina


Maçônica, pois a concretização da astrologia deve-se aos
sumerianos, aos egípcios, aos gregos e aos árabes. Os sumerianos
foram os primeiros a se ocupar da astrologia, quando, ao elaborarem
seu sistema cosmológico, usaram as doze constelações principais,
percorridas pelo Sol, a cada ano, e que foram as precursoras do
zodíaco; a astrologia egípcia, por outro lado, era bastante mística e
dependia do seu dínamo econômico, o rio Nilo, cujas cheias, que
fertilizavam o solo, eram, de acordo com a crença egípcia, ativadas
pela ação combinada do Sol e da estrela Sírius; através dos gregos, a
astrologia atingiu a sua maioridade, com a racionalização e a
determinação da função dos planetas, casas e signos; os árabes,
finalmente, incrementaram os estudos astrológicos e foram
responsáveis pela sobrevivência da astrologia, quando ela era
anatematizada pela Igreja, na Idade Média.

Como o Amado Irmão já deve ter percebido, a Maçonaria veio


recebendo a influência de diversos povos à medida que o tempo foi
passando, tornando-se o receptáculo das diferentes culturas
espalhadas pelo mundo.

*** ***

A Essência da Maçonaria

Desde o começo dos tempos, existe uma Loja Maçônica Espiritual,


que tem procurado obreiros que estejam dispostos a colaborar na
grandiosa e eminente construção de um Templo do qual somente
alguns sobre a Terra conhecem o plano e dimensões, mas que
também poderão colaborar todos aqueles que não desprezarem o
ensinamento que os formará pedreiro habilíssimo.

Em muitas comunidades externas, e em conformidade com vários


dogmas, reuniram-se desde sempre, em cavernas, nas planícies, nas
pirâmides e depois nos Templos que foram construindo em louvor ao
Grande Arquiteto do Universo. O homem sempre esteve pronto para
receber, transmitir o conhecimento e principalmente para realizar a
obra; e a história simbólica da Maçonaria não oferece em realidade
nenhuma fábula, quando ela busca os primeiros Maçons, mesmo
que entre os primeiros animais-humanos humanizados, entre os
primeiros verdadeiros homens, e ela pelas primitivas fontes se
aproximam muito mais da verdade sobre a origem da Maçonaria, da
qual toda investigação racionalista moderna vem geometrizando.

Os Templos do antigo Egito, tais como o Parthenon, foram


igualmente erguidos por verdadeiros “Maçons”, assim como na Era
Cristã muitas catedrais famosas; mas todas essas exteriores e
aparentes construções de templos apresentam apenas suas formas
visíveis, algumas sinalizações de deduções do grande e elevado
pensamento daquele eterno e invisível Templo, em cuja construção
o colaborar foi sempre a mais elevada prerrogativa de um pedreiro
mestre. A origem da Maçonaria é coisa muito diferente da origem do
seu atual nome.

Os nomes foram sendo substituídos, mas a coisa em si se conserva


sempre a mesma.

Certamente que não se poderá supor que se encontre nas Lojas


humanitárias da atual Maçonaria um Construtor Perfeito, Correto!

Hodiernamente, no melhor dos casos, a Loja Maçônica, divorciada


dos mistérios do Templo, é apenas depositária dos Instrumentos do
Trabalho, das escalas e moldes, o depósito de antiquíssimos e santos
Símbolos, cuja interpretação, e tão somente ela, habilita para a
admissão da doutrina, mas que entre os que ali se reúnem ninguém
mais sabe interpretar, ninguém mais se atreve a interpretar.

Apesar disso, continua a Loja devendo, mesmo que como pano de


fundo, respeitar o Lugar Sagrado, pois, desta forma, ainda que
alienada, guardará de tudo que se guarda em suas entranhas o
necessário e suficiente para que em tempos vindouros, possam os
nossos herdeiros sucessores a possibilidade de honrar e resgatar o
Conhecimento, a gnose para dar continuidade ao plano do Eterno
que se resume da construção de uma humanidade perfeita e
habilitada a reerguer o Verdadeiro Templo de Salomão a serviço e
glória d´Aquele que nos criou com uma determinada missão. Neste
sentido, somos apenas seus fiéis depositários.

Há de aparecer outra vez os verdadeiros construtores, conhecedores


dos instrumentos, quando chegar o Tempo, e eles saberão agradecer
aos atuais guardas da Loja o fato de, ao menos, não haverem
dispersado o tesouro do Templo, apesar de parecer sem importância
aos ignorantes do ofício…

É possível que esses novos pedreiros conduzirão ainda o nome atual


da Loja através dos séculos se futuras gerações, mas isso certamente
que não é condição nos séculos anteriores, quando esse nome ainda
não existia.

Também não é precisamente indispensável que cada obreiro da


construção do templo esteja como Irmão, ligado externamente à
Loja, e é até compreensível que muitos se ofereçam aos Guardas do
Plano da Construção para o trabalho, e somente se aproximaram dos
Guardas dos instrumentos quando encontrarem outra vez entre eles
os que saibam usar as ferramentas com proficiência.

Que são, pois, esses Instrumentos? O que é o Lavrar da Pedra e o que


é a Construção do Templo?

Tentemos, para o bem da Arte, dar uma resposta a todos os sensatos,


tanto quanto seja possível, sem revelar aos menores os segredos da
Arte e dos mistérios da Construção do Templo, lembrando-nos da
sentença que diz: “Não atireis o que é divino aos cães nem pérolas
aos porcos.”

Todos aqueles que trabalham na construção do Templo, que é


preciso erguer, são, ao mesmo tempo, Obreiro, Instrumento e
Pedra…

Obreiro por sua livre vontade, ele se torna instrumento por meio da
Arte pela demonstração dos Símbolos, que lhe mostram a sua
aplicação, e em “Pedra”, e, finalmente, pelo trabalho em si mesmo,
por meio do acertado adestramento no uso dos instrumentos.

Somente de pedras lavradas em Cubo poderá ser construído o


Templo, conforme o plano geometrizado pelo Eterno.

Todo aquele que trabalha nesse Templo quer se incorporar a si


mesmo como Pedra de suporte em sua estrutura, obedientes à
indicação daqueles que como Mestres da Obra são sempre
apresentados pelo Arquiteto Único de todos os Mundos e que por si
mesmos estão esculpindo como Colunas salientes, como Monólitos,
e por isso têm que carregar a elevada abóbada do Templo.

Para se tornar Pedra, é preciso aprender o Ofício, é preciso receber


Instrução de alguém que já conhece o Ofício; é necessário e
fundamental querer ser Aprendiz sob a direção de um Companheiro,
para que se habilite a empregar bem os instrumentos e com eles
lavrar a si mesmo. Ele é ainda uma pedra bruta, irregularmente
formada, mas terá que se lavrar e aparelhar com o seu próprio
esforço, para que se torne uma Pedra de Justas Proporções.

Depois de um esforço hercúleo e trabalhoso dentro dos ditames da


Arte, ele se deixará voluntariamente adaptar ao lugar que lhe fora
previamente designado na construção do Templo. Contudo, ele
mesmo que tenha seguido à risca o desafio do eremita obreiro, por
seus próprios esforços e determinação ainda não chega ao Fim da
Obra. Ele encontra-se ainda no escuro internamente, mas, como
Pedra que é, deverá tornar-se um foco de Luz ardente e não um
iluminado de fora para dentro, uma vez que o Templo, aquele que é
preciso erguer, é construído de Pedras intimamente luminosas, para
que ele alumie os incomensuráveis espaços da eternidade com a luz
que vem de dentro.

Daí inicia-se então o seu trabalho interno, que é pessoal,


intransferível e solitário, para o qual o conduzem os Símbolos da Loja
Maçônica, que, a princípio, ele já conheceu, depois que se tornou
Pedra e os instrumentos já não mais lhe serve, conservará em si
como conselhos iniludíveis. Apesar disso, só muito dificilmente
poderá ele de si mesmo e limitado a si mesmo chegar à luz própria.

Ele precisa receber os raios que partem das outras Pedras, que como
ele se formaram um dia, mas que já se tornaram luminosas; e,
sobretudo, precisa da Luz daqueles monólitos-colunas, que estão no
interior do Templo…

Sem o seu trabalho interno e próprio, para o qual o conduzem os


Símbolos reconhecidos em seu interior, ele jamais se tornará
habilitado a receber essa Luz que por toda parte o envolve, e poderia
acontecer também que os Grandes Mestres da construção do
Templo, tivessem que reconhecer nele uma Pedra “Morta”, mesmo
que tivesse que retirar da estrutura da Obra substituindo por outra
Pedra. Mas quando ele pelo próprio trabalho interno chegar ao
ponto de poder fazer com que a Luz que o envolve brilhe também no
seu interior, então ele brilhará por toda a eternidade em sua própria
Luz, iluminando as gerações vindouras, quando houver chegado ao
termo de sua laboriosa obra! A construção do Templo não está ainda
ultimada e não estará concluída antes que também o último dos
espíritos humanos presos à terra, e que se esforçam pelo regresso à
sua pátria primitiva, tenha encontrado o seu caminho e regressado à
Luz.

Também hoje são necessários Obreiros e Pedras para a construção


do Templo.

Quem estiver lealmente disposto a fazer de si mesmo, depois de um


árduo trabalho, uma pedra, será encontrado, será instruído e guiado
espiritualmente, e espiritualmente encontrará outros símbolos, que
saberá desvendar, porque o lugar do depósito dos antigos símbolos
maçônicos carece hoje, infelizmente, de peritos, e os pertences
externos da Loja não conseguiram aperfeiçoá-los como legítimos
pedreiros.

E se ele pertence hoje, porventura, aos guardiões da Maçonaria: que


saiba então que tudo quanto ele ainda honra tão somente por
piedade, e que conhece apenas como uso tradicional, sem conhecê-
lo em sua intimidade, contém oculto em si sabedoria profundamente
espiritual, e que ele poderá apoderar-se do mais profundo segredo
da Loja com o auxílio dos seus símbolos, ainda mesmo que nenhum
“catedrático” lhes saiba jamais desvendar.

Todos os Graus da Loja atual são, fundamentalmente, ainda mesmo


quando prodigalizem as “Honras de Mestre”, Graus de Aprendizes,
até que apareçam outra vez pedreiros verdadeiros, interpretarem
perfeitamente os símbolos de sua Loja e avivarem em si mesmo o
seu conteúdo; que saibam de fato guiar e instruir o “Aprendiz”, e que
por sua vez são os Discípulos daqueles poucos Mestres enviados pelo
Arquiteto Único de todos os Mundos, a todo tempo, para que sirvam
à sabedoria do seu plano, do plano que somente a eles foi revelado.
Mais ai dos atuais guardiões dos instrumentos e dos antiquíssimos
símbolos, se não souberem santificar a Loja, o lugar do seu depósito!

A sabedoria dos mais antigos cultos, o mais profundo conhecimento


do espírito, de que até hoje a humanidade pode gabar-se, ainda está
aqui depositada em vasos velados, se bem que a própria associação
cogite apenas do racionalismo ético, ou até como em alguns países
da Terra, esteja politicamente degenerada! O Mundo verá outra vez
verdadeiros pedreiros na obra, e há de florescer uma Maçonaria,
que, então, em meio da obscuridade e das luzes falsas, apresentar-
se-á, como um Farol da Eternidade!

Usar-se-á da prova mais rigorosa quando se quiser separar o joio do


trigo, quando tiver de ser criada a atmosfera espiritual indispensável
ao verdadeiro trabalho maçônico na construção do Templo.

Oxalá possam os vindouros pedreiros encontrar na Loja, outra vez,


pouco a pouco, as condições preliminares propícias para a
renovação! Por toda parte, porém, todos deverão verificar, afastados
da Loja como Instituição, quer não, se não desejariam dedicar-se ao
seu elevado e originário alvo, conservando sagrado através dos
milênios – se não poderiam tornar-se um Obreiro em si mesmo, uma
Pedra no Templo Luminoso, Espiritual da Eternidade!

Quem se sentir habilitado a transformar-se de pedra bruta em cúbica


– a justamente lavrada Pedra do Templo – encontrará em seu interior
a condição espiritual, ainda que exteriormente nenhum guia esteja
ao seu lado.

Talvez então a Maçonaria criada nos primitivos dias, cujos símbolos


antigos também a ignorância jamais poderá depreciar, possa
finalmente restabelecer-se para a nova vida espiritual – quando for
tempo oportuno – nas mãos de tais verdadeiramente Livres
Pedreiros, que podem estar ainda por muito tempo afastados da
Loja!

*** ***

Íbis

São na maioria dos casos animais gregários que vivem e se


alimentam em grupo. Vivem em zonas costeiras ou perto de água,
ricas nos seus alimentos preferenciais: crustáceos e moluscos. O
grupo está distribuído pelas regiões quentes de todos os continentes.

De acordo com a tradição popular em alguns países, a íbis é a última


ave a desaparecer antes de um furacão e a primeira a surgir depois
da tempestade passar. No Antigo Egito a íbis era objeto de veneração
religiosa e associada ao deus Thoth.

Na bíblia a íbis é mencionada como um animal imundo, não


adequado para a alimentação e que anuncia as enchentes do Rio
Nilo.
“Quem deu sabedoria às aves como a íbis que anuncia as enchentes
do rio Nilo, ou como o galo que canta antes da chuva?”

Processo da viagem astral já dominado pelos egípcios.


Deus Thoth
Akhenaton
Faraó em sua expressão imponente e eterna.
Deus Thoth
A imponente Ísis.
Absoluta perfeição do sarcófago de Thutankhamon.
Deus Thoth
As maravilhosas pirâmides do Egito.
Gansos egípcios

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