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Rito Antigo e Primitivo

Fonte Única, Autêntica e Regular

RITO ANTIGO E PRIMITIVO

LOJA MAÇÔNICA SIMBÓLICA

DE MM LL AA E AA

ELEVAÇÃO DE UM APRENDIZ A
MYSTHE, 2º GRAU, COMPANHEIRO
FRANCO-MAÇOM
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

ELEVAÇÃO DE UM APRENDIZ A MYSTHE, 2º GRAU,


COMPANHEIRO FRANCO-MAÇOM

(Fora do Templo, em uma sala separada – Sala dos Passos Perdidos, onde
estará afixada em uma das paredes, de forma bem visível, o grande selo da
Tábua de Esmeralda –, o Exp, assistido por um Prep, entrega ao
Candidato uma lista com 5 perguntas maçônicas. Quando o Cand  tiver
respondido às perguntas, o Exp  as levará à Loj, ficando o Prep com o
Cand. O VM dá um golpe de Malh, repetido pelos VVig, e diz:)

VEN – O Ir Exp nos trouxe o questionário com as cinco perguntas feitas ao
Cand. Ir Orad, fazei a leitura para que esta Assembléia dele o conheça.

(Após a leitura do Orad, o VM diz:)

VEN – Meus IIr, acabais de escutar as respostas do Cand, peço-vos, pelo sinal
de costume, a aprovação ou reprovação delas.

(Somente os MMMM votam. Depois da aprovação, o VM diz:)

VEN – QQ IIr, ao Apr _________, depois de sua elevação ter sido proposta
pelo Ir 2º Vig, depois de ter passado no exame, depois de ter sido aprovado
em Loj aberta e coberto os direitos correspondentes, foi-lhe concedido o
aumento de salário e encontra-se na Sala dos Passos Perdidos, esperando a
vossa última decisão. Tendes algo a expor contra o resultado?

(Se ninguém se opuser, reinando o silêncio, a cerimônia prossegue. O Exp 


regressa ao Cand e o prepara da forma usual para sua Cerimônia de
Companheiro; cobre sua cabeça com um véu e dá-lhe a mão para guiá-lo.
Desta forma, o conduz até a porta do Templo fazendo com que ele dê, com o
Maço, 3 TT de Apr na porta da Loj.)

GT – Ir 2º Vig, batem à porta do Templo no Grau de Apr!

2º VIG – Ir 1º Vig, batem à porta do Templo como Apr Maç!

1º VIG – VM, batem à porta do Templo como Apr Maç!

VEN – Averiguai quem bate desse modo, Ir 1º Vig.

1º VIG – Averiguai quem bate como Apr, Ir 2º Vig.

2º VIG – Ir GT, averiguai quem bate como Apr!

(O GT entreabre a porta.)

GT – Quem bate como Apr?

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EXP – É um iniciado desta Resp Loj, que deseja receber o 2º Grau.

2º VIG – Ir 1º Vig, é o Ir Exp, que conduz um Apr que deseja receber o
2º Grau.

1º VIG – VM, é o IrExp que conduz um Apr que solicita ser admitido ao
Gr de Comp.

VEN – Que méritos ele contraiu para merecer essa elevação?

EXP – Ele cumpriu com seu trabalho, desbastando a PB e se considera


bastante instruído para poder receber seu aumento de salário.

VEN – Dizei-lhe que anuncie seu nome, idade, profissão e residência.

EXP – O Ir que me acompanha se chama _________, sua idade é de três anos,
sua profissão é ser obreiro desta Oficina, e sua residência é a Col J.

VEN – Estais satisfeito com o trabalho desse Apr, Ir 1º Vig?

1º VIG – Estais satisfeito com o trabalho desse Apr, Ir 2º Vig?

2º VIG – O Apr _________ trabalhou sempre com entusiasmo, desbastou a


PB, empregando convenientemente o Maço e o Cinzel, e tem observado uma
conduta irrepreensível.

1º VIG – VM, o Apr _________ trabalhou sempre com entusiasmo,


desbastou a PB, empregando convenientemente o Maço e o Cinzel, e tem
observado uma conduta irrepreensível.

(Antes da entrada do Cand para sua passagem de grau, reduz-se a


iluminação do Templo às luzes das estações e do Quadro da Loj .)

VEN – Dizei, então, que entre e veremos ao longo de sua elevação se realmente é
merecedor dessa graça.

(O Exp faz com que o Cand entre no Templo da Verdade pelos passos de
Apr orientado pelo MCC e depois de saudar as Luzes da Ofic ,
permanece de pé e à Ordem, entre CCol.)

2º VIG – O Ir Apr está entre CCol.

1º VIG – VM, o Cand está entre CCol aguardando vossas ordens.

VEN – Neófito, as respostas que tendes dado às cinco perguntas maçônicas que
vos foram feitas por esta Resp Loj foram aceitas como satisfatórias e estais
autorizado a passar para a segunda fase de vossa Iniciação. Também vos
comunicamos que os MMMM e CComp da Loj, informados de vossa

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instrução no grau que possuís e dos méritos que tendes contraído,


influenciaram na decisão de elevardes ao Gr de Comp.

VEN – Mas antes de conceder-vos este favor, se faz necessário que recebais, agora,
a outra parte da Luz, aquela que vos foste comunicada no momento de vossa
iniciação no Gr de Apr.

DISCURSO DO VM

A Maçonaria Operativa tem raízes nas mais longínquas eras e remonta aos
Construtores das Pirâmides no Egito, nas Corporações Tírias, Judaicas, Colégios
Greco-Romanos e Confrarias Medievais, chegando por fim até os Arquitetos das
Catedrais. Em todas as épocas, a Maçonaria Operativa foi guiada por Sábios e
Filósofos misteriosos que a ela confiaram a missão de conservar e transmitir
exotérica e esotericamente a essência de uma técnica iniciática bem precisa.
Antes de ter dado origem à Maçonaria Especulativa, sua grande irmã
contemporânea, a Maçonaria Operativa tinha criado, ao final da Idade Média,
uma linguagem simbólica de imagens cheias de significado, pois naquele tempo,
o livre pensamento era zelosamente guardado por uma elite restrita e não corria
o risco de se profanar.

As antenas sutis, que o espírito humano projeta de vez em quando no mundo


misterioso dos Arquétipos e do Universal, freqüentemente captam conceitos
cujas imagens fugazes dificilmente se conservariam na consciência; usaremos o
SIMBOLISMO como uma ponte estendida entre a carne, a alma e o espírito, que
nos permite concebê-los, representá-los e traduzi-los.

É bastante conhecido o fenômeno singular pelo qual o homem imprime sobre


um objeto ou sobre um ser uma certa tonalidade psíquica, que é na realidade
um traço de sua vida interior. Os filósofos lhe deram o nome de “projeção” e o
consideram como complemento da percepção, isto é, o aporte sensorial clássico.

A Tradição Iniciática da Franco-maçonaria se apóia nas noções dos Símbolos: a


utilização do Simbolismo, sublimando ao máximo, em cada uma de suas
correspondências analógicas, através de todos os planos, os 9 utensílios ou
ferramentas distribuídas de 3 em 3, em cada um dos 3 Graus Simbólicos.

Verdadeira alquimia intelectual e moral, este método, aplicado com


perseverança, é por si só capaz de transformar a centelha acesa em vós no
momento de vossa iniciação ao Gr de Apr em uma verdadeira luz interior,
onde conhecimento e razão podem colaborar e auxiliarem-se mutuamente.

Estes 9 utensílios ou ferramentas são, então, a imagem concreta e velada dos 9


sentidos, dos quais conheceis somente os 5 primeiros, e estas imagens
representam também o símbolo das virtudes, das faculdades e das
possibilidades que são parte própria de todo ser humano. Somente sua
utilização em uma ação racional poderá fazer de vós um verdadeiro Iniciado.
Estes 9 utensílios ou ferramentas são igualmente o símbolo das potências

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principais que operam no Universo: os DEMIURGOS, dos quais se serve o


Arquiteto Supremo para ordenar e aperfeiçoar a sua obra.

No curso de vossa iniciação ao Gr de Apr, realizastes um número preciso de


viagens simbólicas e recebestes, imediatamente ao final de cada viagem, uma
purificação com relação ao Elemento correspondente. Com esta espécie de
batismo, fostes purificado das máculas próprias a tal elemento, fostes liberado
das manifestações inferiores de vossa psique em suas correspondências
analógicas e recebestes em vosso espírito suas potencialidades superiores.

A consagração de um novo iniciado não pode ser efetuada até que haja uma
purificação através dos 4 elementos, e isto é um processo alquímico que, com a
destruição das cores, consegue a extinção dos desejos.

As viagens dos Iniciados desprendem o neófito do mundo profano, integrando-o


ao Mundo Sagrado, ou seja, há a reintegração do homem ao Universo.

EXPLICAÇÃO DA CÂMARA DE REFLEXÕES


DO PRIMEIRO GRAU

Antes de começar vossa viagem, vos pusemos durante um certo período de


tempo em um lugar escuro com muito pouca iluminação, decorado de uma
forma misteriosa com símbolos e inscrições enigmáticas, que vos levaram a
meditar sobre seus significados.

Chamamos esse lugar escuro de Câmara das Reflexões. É uma lembrança do


estágio que os candidatos egípcios, e depois os gregos, tinham de fazer,
passando a noite em uma caverna debaixo da terra, ou dentro de uma cripta de
um templo, ou ainda encerrados em uma cela na Iniciação do Culto Persa de
Mithra, da mesma forma que os Escudeiros, antes de sua elevação a Cavaleiros,
deviam passar a noite em oração e freqüentemente ajoelhados sobre a pedra de
uma Capela.

Na Câmara das Reflexões figuravam os três Princípios Herméticos – o Enxofre,


símbolo do espírito, o Sal, símbolo da sabedoria e da ciência, e o Mercúrio, sob a
forma de um Galo, atributo de Hermes, Heraldo do Sol – e a fórmula
V.I.T.R.I.O.L., cujas letras são as iniciais da frase do sábio egípcio Hermes
Trimegistus, que significa: “Visita Interiora Terrae Rectificandoque Invenies
Occultum Lapidem” (Visita o interior da terra e retificando, encontrarás a pedra
oculta), inscrita na Tabula Smaragdina Hermetis Trimegisti, Verba Secretorum
Hermetis (Tábua de Esmeralda de Hermes Trimegistus, Segredos de Hermes).

Isto é tudo o que vos transmito por ora com relação à Tábua de Esmeralda.
Fazei uso da máxima que vistes na Câmara de Reflexões, sede VIGILANTE e
PERSEVERANTE, e assim encontrareis no caminho avançado da Maçonaria
toda a explicação da plenitude dos Símbolos, Segredos e Mistérios da Franco-
maçonaria.

EXPLICAÇÃO DA PRIMEIRA VIAGEM DO APRENDIZ

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Durante a primeira viagem, após ter saído da Câmara de Reflexões,


atravessando a Terra, fostes purificado de vossa avareza de outrora, tentou-se
despertar em vós a virtude da prudência, vos aconselhamos o silêncio e tentou-
se suscitar em vós a faculdade do conselho e o dom da interpretação.

EXPLICAÇÃO DA SEGUNDA VIAGEM DO APRENDIZ

Durante a vossa segunda viagem, entre o tumulto e os obstáculos para


atravessar a água, fostes purificado de vossa gula de outrora, tentou-se
despertar em vós a virtude da temperança, vos aconselhamos a solidão por meio
do silêncio e tentou-se suscitar em vós a faculdade do temor e o dom das
línguas, ou Glossogonia1.

EXPLICAÇÃO DA TERCEIRA VIAGEM DO APRENDIZ

Durante a terceira viagem, em um silêncio hostil e disseminado de obstáculos,


atravessando o elemento Ar, fostes purificado de vossa luxúria de outrora,
tentou-se despertar em vós a virtude da justiça, vos aconselhamos a moderação
dos apetites e tentou-se suscitar em vós o dever maçônico, que equivale à
piedade dos profanos e o dom do discernimento do espírito, que não é outro
senão a psicologia.

EXPLICAÇÃO DA QUARTA VIAGEM DO APRENDIZ

Durante a quarta viagem, em um silêncio sem obstáculos materiais,


atravessando o elemento Fogo, fostes purificado de vossos preconceitos
passados, tratou-se de despertar em vós a virtude da Força e vos aconselhamos
a meditação silenciosa por meio da vigília, tentou-se suscitar em vós a faculdade
da coragem espiritual e o dom da perspicácia, que não é outra coisa senão a
profecia da antiga escolástica religiosa.

A Franco-maçonaria tem tentado revelar em vós As Quatro Virtudes Cardeais e


seus corolários tradicionais – esta palavra provém do vocábulo latino
“cardinalis” (porta) –, foi-vos demonstrado por meio do Ritual e tentou-se
abrir-vos as portas através das quais algum dia a Luz Superior deverá entrar
plenamente em Vós.

Tendo chegado a esse ponto, não vos deverá ser difícil compreender o
significado das alegorias de vossa iniciação de Apr e recordar sempre, que
todas as revelações que recebestes no seio da Maçonaria, como vossas leituras e
meditações, deverão ter sempre em vós um contínuo melhoramento moral,
tanto vosso próprio quanto de vossos IIr e da sociedade. Este é o espírito no
qual vós deveis cultivar as ciências sobre as quais iremos falar durante o
transcurso de vossa Elevação a Comp.

1
Lit. “gênese das línguas”.

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VEN – Não obstante, antes de proceder à vossa investidura neste grau, precisamos
fazer-vos algumas perguntas, para as quais vos suplico que respondais com a
franqueza que vos caracteriza, e assim possamos completar o conceito que de
vós temos formado.

VEN – Persistis em elevardes a Comp, apesar dos novos deveres que hão de
pesar sobre vós, respondendo por todos que vos seja solicitados, e aceitais
submeter-vos às provas que exige o Rito de Memphis?

(Responde o recipiendário.)

VEN – Vosso Vig pediu para vós o aumento de salário e deu o testemunho de
vossa conduta e devoção ao trabalho. Vamos a submeter-vos às provas, mas
antes queremos que nos identifiqueis a imagem de um Apr que recentemente
iniciamos neste Loj.

(O MCC, assistido pelo Exp, conduz o Cand até o Altar do 2º Vig.


Uma vez ali, o 2º Vig lhe mostra um espelho que terá abaixo a frase
“Conhece-te a ti mesmo”. O Exp  erguerá a vela do Altar do 2º Vig , de
forma a haver claridade suficiente para que o neófito possa enxergar. Nesse
momento, o 2º Vig diz:)

2º VIG – Neófito, conheceis este Apr? Olhai-o bem e meditai sobre a vossa
resposta.

(O Cand responde, ou fica em silêncio. O espelho ficará na frente do Cand 


por um período não menor a um minuto. Tendo concluída esta etapa, o
MCC, assistido pelo Exp, conduz o recipiendário ao centro da Loj , onde
o faz ficar de pé voltado para o Or . Assim feito, recolhe a régua e a coloca no
Altar de Trabalho.)

VEN – Dizei-me, Ir Apr, que proveito tirastes de vossa Iniciação na


Maçonaria?

(Responde o recipiendário.)

VEN – A Maçonaria é o laço que une os homens de todos os países, crentes em


Deus; é um refúgio diante das tempestades e das desgraças da ordem social.

VEN – Meu Ir, na iniciação de um Apr, deveis ter notado que ela se procede
por provas e perguntas, com o fim de conhecer o espírito e o caráter do Neófito;
com razão, essas provas nos instruem se ele está desprovido de conhecimento e
se é franco ou dissimulado. O Gr de Comp se procede pela via da Instrução,
ou seja, são desenvolvidas, de uma maneira positiva, as noções próprias para
elevar e fortificar as idéias do homem para que se conheça a si mesmo e
compreenda sua relação com os objetos que o rodeiam. Por este meio, começa-
se a descobrir uma parte do segredo da Maçonaria; este segredo tão solicitado,
tão buscado e raras vezes compreendido, é o que dá, quando possuído
completamente, a felicidade, ou pelo menos o consolo da vida. Mas é preciso o

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trabalho, meu Ir, e ter uma perseverança necessária para obter este segredo
precioso. A Maçonaria, parecida com um campo de trabalho, não oferece seus
tesouros a não ser às mãos atrevidas que sabem procurá-los. “Procurai e
encontrareis”. O interior deste Templo se divide em muitas partes, onde se
ensina gradualmente tudo o que o homem deve aprender para melhorar seus
costumes. Aqui está a ciência do céu, dos astros e demais fenômenos da
Natureza; lá estão os conhecimentos do coração do homem, a história de suas
paixões, de seus vícios e de suas virtudes; mais além estão o remédio destes
mesmos vícios, o complemento da razão e o amor à verdade. Vós aprendereis,
após terdes avançado ainda mais na Maçonaria, como o Mestre hábil e perfeito
pode construir este monumento. Entretanto, podeis examinar atentamente o
exterior. Não é permitidos aos AApr e CComp penetrar no recinto; mas
estão obrigados a dar cinco voltas ao redor, a fim de conhecer melhor o mérito
de cada parte e compreender a perfeição do conjunto. Estas cinco viagens são o
emblema dos cinco anos de preparação que são exigidos aos CComp para
obter o Gr de MM; este período não é longo para adquirir os
conhecimentos que são necessários. Um obreiro muito precipitado está propício
a cometer faltas e erros em seu trabalho. Pitágoras, que é um de nossos antigos
Mestres, exigia cinco anos de contínuo silêncio aos seus discípulos, a fim de que,
fortificados pela meditação e pela experiência, estivessem em condições de
ensinar, por sua vez, e fossem mais dignos de serem ouvidos. Vede os
instrumentos que precisais usar. São eles: o maço, o compasso, a alavanca, o
esquadro, o nível e o prumo. Eles ser-vos-ão entregues sucessivamente em
vossas mãos para que aprendais a utilizá-los.

VEN – Ir Exp, levai o neófito a empreender sua primeira viagem pelo meio-dia.

(O Cand levará um maço na mão e quando passar em frente ao Altar, fará


uma inclinação de frente ao Triângulo Luminoso no meio do qual está a letra
G.)

PRIMEIRA VIAGEM

Os Sentidos Corporais

(Dão uma volta pela Loj , dirigindo-se até o Or, caminhando pelo Meio-dia
e pelo Oeste até o Norte, e colocando-se de frente à primeira tabuleta – que
está no Norte –, onde estão inscritos os nomes dos sentidos corporais – Visão,
Audição, Olfato, Paladar, Tato –, em cujas inscrições o Exp  faz com que o
Cand fixe sua visão.)

MCC – VM, a primeira viagem do Apr terminou.

VEN – Esta primeira viagem simboliza o primeiro ano de trabalho do neófito, que
deve empregá-lo nos estudos das primeiras causas pelas quais se revela a
existência da magnificência da Arquitetura do Universo. No Triângulo
Luminoso, a letra G é a inicial de Geometria. O Triângulo Luminoso é o
emblema do Sublime Geômetra do Universo.

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VEN – Ir Exp, conduzi o Apr para que faça a segunda viagem e dai-lhe o
compasso.

(Na segunda viagem, quando passar em frente ao Altar, o Cand  fará duas
inclinações em frente ao Triângulo Luminoso com a letra G no centro.)

SEGUNDA VIAGEM

As Artes e as Ciências

(O Exp, orientado pelo MCC, retira das mãos do recipiendário o maço,


lhe entrega o compasso e o acompanha em sua viagem ao redor do Templo,
conduzindo-o pelos mesmos lugares que no primeiro, até que se encontrem de
frente à segunda tabuleta, colocada no Oc. Tendo aí chegado, o MCC
diz:)

MCC – VM, o Apr terminou a sua segunda viagem.

VEN -- O Compasso é o emblema da precisão com o qual se traça a circunferência e


a rota das esferas celestiais no espaço. Com o compasso, linhas são traçadas e
medidas exatas são tomadas. Sem ele, nenhuma coluna poderia se levantar e a
arquitetura estaria privada de seus mais belos ornamentos. Contemplai a
tabuleta que tendes à frente e observai que nela estão inscritos os nomes das
artes e das ciências.

GRAMÁTICA: é a ciência da linguagem e ao mesmo tempo é a arte de falar e


escrever corretamente um idioma.

RETÓRICA: é uma arte ou conjunto de regras que nos ensinam o que devemos
fazer para falar ou escrever corretamente.

LÓGICA: é a parte da Filosofia que nos proporciona o meio de pensar


acertadamente de acordo com os princípios baseados na investigação da
verdade.

ARITMÉTICA: é a arte de contar e a ciência dos números, tendo como objetivo


dar meios fáceis para representá-los, assim como para compô-los ou descompô-
los.

GEOMETRIA: é a ciência que dá a conhecer a extensão, suas propriedades e


suas dimensões. Dá-nos a idéia do ponto, da linha, da superfície e dos corpos
geométricos. Foi empregada pelo Franco-maçons através de símbolos ou
alegorias, de cuja exata interpretação não se pode formar juízo cabal sem
conhecer perfeitamente todas as propriedades das figuras expresas.

ASTRONOMIA: é a ciência que dá a conhecer os astros e as leis que obedecem


seus movimentos, admiravelmente combinados em virtude da gravitação
universal. Seu estudo é de grande utilidade para o Maçom, pois quase todos os
símbolos da Franco-maçonaria são tirados da ciência astronômica. Para que

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vos convençais disso, observai que trabalhamos sob a abóbada estrelada, que
temos no Or a representação do Sol e da Lua, e que designamos os lugares da
Loj com os nomes dos quatro pontos cardeais.

MÚSICA: arte mágica e sublime, que trata da combinação dos sons e suas
modificações diversas e desperta em nosso ser as mais variadas sensações.

VEN – Ir Exp, dai ao Apr a alavanca que levará colocada no ombro direito.
Com ela deverá fazer sua terceira viagem e examinar as duas colunas do
frontispício do Templo.

(Na terceira viagem, quando passar em frente ao Altar, o Cand  fará três
inclinações ao Triângulo Luminoso com a letra G no centro.)

TERCEIRA VIAGEM

As Ordens da Arquitetura

(O Exp, orientado pelo MCC, entrega ao Apr uma alavanca que será
levada no ombro direito, em substituição ao compasso que levou na viagem
anterior, e tomando-lhe a mão, o conduz nesta viagem fazendo-o dar uma
volta na Loj e terminando em frente à terceira tabuleta, colocada da parede
do Meio-dia, próximo ao Oeste, na qual estará inscrita: Antigo Egito: Papiro,
Lótus, Palma, Composto. Velha Grécia: Dórico, Jônico, Coríntio, Toscano,
Composto.)

MCC – VM, a terceira viagem do Apr terminou.

VEN – A viagem que acabastes de realizar, representa o terceiro ano dos estudos
do Comp. A Alavanca é o emblema do poder que o homem adquire através da
ciência para ser aplicada nos atos em que ele não conseguiria concretizar com
sua própria força, e simboliza justamente a força, para significar que o Comp
deve empregá-la para vencer grandes pesos, pois não há nada que resista à ação
da alavanca, se se encontra um ponto de apoio conveniente para vencer as
resistências. Arquimedes disse: “Dai-me uma alavanca e um ponto de apoio, e
eu moverei o mundo à minha vontade”. Este instrumento tão poderoso, do
ponto de vista material, é para nós o símbolo moral que nos representa o
imenso poder que o homem adquire quando emprega convenientemente o
esforço da inteligência, ilustrada pelos conhecimentos científicos e apoiada na
razão, para realizar a obra meritória da fraternidade universal e do
aperfeiçoamento humano. Segundo os historiadores, a Arquitetura teve sua
origem no Egito. Tal como muito da arquitetura religiosa egípcia, as formas das
colunas de pedra foram inspiradas na flora nativa do Egito e das estruturas
religiosas pré-dinásticas feitas de madeira. A base e o capital eram talhados em
uma das quatro formas básicas do tipo floral: Papiro, Lótus, Palma, Composto.
No período Grego-Romano, o Capitel Composto oferecia uma oportunidade
para variações e composições muito mais elaboradas. As bases das colunas eram
freqüentemente decoradas com cenas e inscrições pintadas em relevo. As
colunas de madeira eram usadas nas casas do Egito e ocasionalmente também

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nos edifícios religiosos, tal como as Capelas Mortuárias do Reino Antigo, como
suportes decorativos dos tetos. No Egito, os pilares de pedra e as colunas nos
edifícios religiosos e funerários tinham, por sua vez, simbolismo e propósito
funcional, formando uma parte essencial da natureza cosmológica dos Templos
Egípcios. Existem dois tipos de colunas de estilo Papiro: a forma fechada, na
qual o capitel era um broto de Papiro, e um tipo de forma de sino, no qual a flor
era mostrada em sua máxima floração no topo da coluna. A coluna Lótus,
relativamente rara, era também algumas vezes representada com o capitel em
flor. Como o Papiro e o Lótus foram plantas associadas com o Alto e o Baixo
Egito respectivamente, podiam ser usadas como elementos simbólicos da
Arquitetura, abraçando a união das duas terras. Mas os gregos foram os fiéis
intérpretes de tão magnífica arte. Estes conheceram as três ordens da
Arquitetura: a Dórica, a Jônica e a Coríntia. Depois foram adicionadas a
Toscana e a Composta, derivada das anteriores. As Ordens da Arquitetura são
caracterizadas principalmente pela forma, dimensões e adornos das colunas. O
diâmetro destas, tomado pela unidade com o nome de módulo, serve para
determinar a longitude das colunas nas diferentes ordens, que variam segundo o
número de módulos que compreende a altura do fuste de tais colunas. O adorno
dos capitéis indicava, de um modo visível, a ordem arquitetônica à qual a coluna
pertencia, segundo estivesse ou não decorada com folhas de acanto e segundo a
disposição das volutas e demais ornamentos.

VEN – Tende convosco, Ir, que a tolerância é uma das principais virtudes que
devem adornar o Franco-maçom, e que o perdão das ofensas é a mais nobre das
ações do homem ilustrado e moral. Estais de acordo com estes princípios?

(Se o recipiendário responder afirmativamente, o V M dá um golpe de


Malh e diz:)

VEN – Ir Exp, conduzi o Apr à sua quarta viagem.

(Durante a quarta viagem, quando passar em frente ao Altar, o Cand  fará


quatro inclinações diante do Triângulo Luminoso com a letra G no centro.)

QUARTA VIAGEM

Os Sábios e os Filósofos

(O Exp, orientado pelo MCC, entrega ao recipiendário um Nível e um


Esquadro, faz com que ele dê uma volta na Loj  conduzindo-o pelo Meio-dia,
Oeste, Norte e Oriente, até deixá-lo de frente da quarta e última tabuleta, e
depois que o Exp tiver lido os nomes que estão inscritos – HERMES,
AKENATHON, SÓCRATES-PLATÃO, PITÁGORAS, MANES – o MCC diz:)

MCC – VM, a quarta viagem foi terminada.

VEN – Fizestes esta viagem com um Esquadro e um Nível. O Esquadro é o


emblema da Justiça e o Nível, o emblema da Igualdade, a qual deverá ser a
companheira inseparável da Justiça.

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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

VEN – Vamos examinar os nomes que lestes na quarta tabuleta.

(O Orad lê a descrição seguinte dos Sábios e Filósofos.)

ORAD – HERMES: No Egito, em uma época impossível de determinar, mas


indubitavelmente bastante remota, apareceu uma entidade que muitos
consideravam uma divindade e não um indivíduo, conhecido por Hermes-Toth,
ou Hermes Trimegistus – Hermes, o três vezes grande. Quem quer que tenha
sido Hermes, ele teria sido o primeiro iniciador do Egito nas doutrinas sagradas
e ocultas, que uniu a memória das raças desaparecidas Lemúricas e Atlantes,
com a tradição que chegou até nós. Hermes representa toda a ciência egípcia e
os 42 livros que a ele são atribuídos. O texto grego que consagrou seu epíteto de
Trimegistus contém os ensinamentos que inspiraram Moisés e Orfeu. Sua
doutrina sustenta que somente depois da morte poderemos compreender a
Causa Primária, Deus, a qual durante toda a vida permanece velada. Nos
Santuários do Egito viviam os magos e hierofantes, discípulos de Hermes, que
possuíam o segredo da Ciência Divina. O aspirante à iniciação chegava, através
de um caminho talhado em rocha, a um pequeno templo que protegia a entrada
das criptas subterrâneas, onde Ísis estava sentada em uma atitude de meditação
e recolhimento, coberta por um véu que continha acima a inscrição: “Nenhum
mortal levantou o meu véu”. As provas a que o aspirante tinha de passar eram
desalentadoras e até aterrorizantes, levando-o a crer, muitas vezes, que fosse
morrer, mas se era realmente valente, tenaz e puro de intenções, seu guia o
ajudava a superar todas as dificuldades e a conquistar por fim a recompensa das
inumeráveis tribulações e sofrimentos pelos quais tinha passado. Após jurar
sobre a mais rigorosa observação do segredo, tornava-se discípulo de Hermes –
e de Ísis – e “engrandecido em si mesmo”, entrava “pela primeira vez na esfera
da verdade”, podendo, finalmente, começar os verdadeiros estudos. Hermes
Trimegistus foi o Grão-Mestre espiritual dos alquimistas. Diz-se que suas leis
foram gravadas em uma grande pedra verde, chamada de Tábua de Esmeralda,
escondida no fundo de uma pirâmide. Seu texto começava com um hino, que
tinha de ser recitado no momento de iniciar a grande obra: “Universo, sê atento
à minha prece. Terra, abre-te; que a massa das águas se abram para mim.
Árvores, deixai de tremer; quero louvar ao Senhor da Criação, o Todo, o Uno.
Que os céus se abram e os ventos se calem. Que todas as faculdades que estão
em mim celebrem o Todo e o Uno”. Em seguida, podia se ver um conjunto de
preceitos adotados pela Ordem Maçônica: “O que está acima é como o que está
abaixo, para realizar os milagres de uma coisa única. E da mesma forma que
todas as coisas estavam sujeitas à contemplação de uma, assim todas as coisas
aparecerão daquela por um simples ato de adaptação. O Pai disto é o Sol; a Mãe,
a Lua. O vento o transportou em suas entranhas e a terra foi sua governanta. É a
causa de todos os maravilhosos trabalhos espalhados por todo o mundo. Seu
poder é perfeito e se entregue à Terra, separa o elemento Terra do Fogo, o Sutil
do Grosseiro. Com grande sagacidade proporciona uma subida agradável da
Terra até o Céu. Novamente proporciona o descenso até a Terra, reunindo assim
a força das coisas superiores e das inferiores. Assim possuirás a Glória do
esplendor de todo o mundo e toda a escuridão fugirá de ti. Isto é o intenso
robustecimento de toda a fortaleza, e com ela dominarás tudo o que é sutil e
penetrarás em toda substância sólida. Assim se criou este mundo. Desta
maneira, serão conseguidas maravilhosas adaptações. Por esta razão chamam-

12
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

me Hemes Trimegistus, porque possuo as ¾ partes da sabedoria de todo o


mundo. Assim se completa tudo o que eu tinha de dizer sobre a operação do
Sol”.

AKENATHON: Criou o primeiro sistema monoteísta no Egito. Até então, o


segredo da existência de um só Deus era revelado aos iniciados dos Altos
Mistérios Sacerdotais.

SÓCRATES-PLATÃO: A máxima “Conhece-te e ti mesmo”, que vistes inscrita no


espelho da personalidade, foi adotada por Sócrates depois de tê-la lido no
Templo de Apolo, em Delfos. A Franco-maçonaria ensina que se um homem se
conhece a si mesmo, conhecerá os Deuses e o Universo. Sócrates nasceu em
Atenas, no ano 470 a.C. Viajou ao Egito, onde foi admitido nos Mistérios
Sacerdotais. Foi aqui, nestes Templos do Egito, onde lhe foi comunicado o
mistério da Atlântida, o misterioso continente submerso nas águas devido a um
grande cataclisma. Dedicou-se com ardor ao estudo das ciências, tendo como
mestres Anaxágoras e Arquelau. Com Sócrates deu-se início a uma nova época
da filosofia, pois todas as escolas posteriores, por mais divergentes que possam
parecer, emanam dele. No entanto, Sócrates não escreveu nenhum livro. Foi
Platão, este sábio ateniense a quem a Antigüidade deu-lhe o nome de Divino,
nascido no ano 421 a.C. e discípulo de Sócrates, quem escreveu todos os livros
de seu mestre. Platão possuía em seu mais alto grau as qualidades brilhantes
que presidem as artes da imaginação, mas que também constituem e fecundam
o espírito de invenção de todo gênero; a imaginação que bebe nas regiões do
ideal a forma de suas obras; o sentimento da harmonia; o talento da
coordenação que distribui todas as partes de um plano com o acordo mais
perfeito; a vivacidade e a energia da concepção que comunica uma nova vida aos
objetos ao expressá-los, e que também os embeleza ao fazê-los reviver.

PITÁGORAS: Nasceu na Grécia pelos anos 580 a.C. Poucos homens, mesmos
entre os mais ilustres da Antigüidade, gozaram de tanta designação como
Pitágoras. Seus contemporâneos o consideravam como um homem maravilhoso
e sobrenatural. Suas doutrinas, compreendidas de diversas maneiras, se
converteram em fundamento de numerosas escolas filosóficas. Pitágoras
possuía uma grande instrução filosófica na qual estavam contidas todas as
ciências tal como existiam em sua época, adquiriu tão extensos conhecimentos
em todos os ramos da sabedoria durante as muitas viagens que fez com tais
propósitos. Pitágoras aperfeiçoou esses conhecimentos no Egito, iniciando-se
nos Mistérios Sacerdotais, e ali adquiriu suas doutrinas acerca da Divindade, da
geometria, dos números e da transmigração. É no 17º dia do mês de Athyr que a
Mitologia Egípcia situa a morte de Osíris; esta é a época em que a Lua Cheia é
mais visível, por isso os Pitagóricos chamam esse dia de “Interposição” e nutrem
uma completa repugnância pelo número 17. Com razão, pois está entre o
quadrado 16 e o retângulo 18, que são os únicos números planos nos quais os
perímetros são iguais às suas áreas (ou, dito de outra forma, cujos perímetros e
superfícies são representados por um mesmo número). Para prová-lo,
suponhamos um quadrado, figura retilínea, em que cada lado representa 4; o
número 16 será obtido seja adicionando os 4 lados do perímetro (4+4+4+4=16),
seja multiplicando um lado do perímetro pelo outro (4×4=16). Do mesmo
modo, se se supõe um retângulo do qual um dos lados representa 6 e o outro 3,
obtém-se o número 18, seja somando os 4 lados (6+3+6+3=18), seja

13
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

multiplicando um lado maior pelo lado menor (6×3=18). Em ambos os casos, o


número 17 separa esses dois números, interpõe-se entre eles e divide sua
relação, que é sesquioitava (9/8) em duas partes desiguais. É necessário dizer
que números planos são aqueles obtidos pela multiplicação de dois números. Os
números planos quadrados são o produto da multiplicação de um número por
ele mesmo: 4, 9, 16 e 25; os números planos oblongos ou retângulos são o
produto da multiplicação de um número não por ele mesmo, mas por outro,
assim 6=2×3, 8=2×4, 12=3×4. A sesquioitava significa que contém o inteiro e
um oitavo de inteiro ou mais. O número intermediário entre 16 e 18 é 17, que se
compõe de 8 e 9; então esses dois números são em proporção sesquioitavos, isto
é, o segundo número 9 contém o primeiro número 8 mais a oitava parte deste
mesmo número primeiro, ou seja, 1. Os Pitagóricos estabeleciam a relação entre
os números e os Deuses da seguinte forma: Apolo tinha o número 1, Diana o
número 2, Atena o número 7, Posseidon o número 16 (o primeiro cubo). Do
ponto de vista das formas, os Pitagóricos ensinavam que: o Triângulo indicava a
Potência de Hades, de Baco e de Ares; o Quadrado evidenciava a Potência de
Rhea, de Afrodite, de Ceres, de Héstia e de Hera; o Decágono indicava a
Potência de Zeus; e o Polígono de 56 lados indicava a Potência de Typhon.
Typhon é o símbolo dos elementos inversos e do adversãrio em todos os planos.
Pitágoras foi um iniciado do Egito. As obras dos Pitagóricos são, portanto,
bastante úteis do ponto de vista do estudo das relações da Simbologia Egípcia e
da Simbologia Grega. Dar-vos-emos agora as relações astronômicas da
Simbologia dos Pitagóricos:

A Alma de Ísis é Sothis, ou a Canícula2.


A Alma de Hórus é Órion.
A Alma de Typhon é a Ursa Maior.

Ísis simboliza o Corpo da Terra.


Osíris simboliza o Nilo, princípio da Umidade.
Hórus simboliza a atmosfera.
Typhon simboliza o fogo ou o Oceano Ígneo.

O Espírito Universal, que circula por todas partes, se diferencia pelas seguintes
adaptações:

Como Espírito gerador e instintivo em Baco.


Como Espírito que golpeia e divide em Hércules.
Como Espírito receptor em Amon.
Como Espírito que transmita os germens através da Terra e dá seus frutos
em Ceres.
Como Espírito que circula no seio do mar em Posseidon.

MANES: Manes, do qual os Maniqueus tomam seu nome, nasceu no ano 257
a.C. Nesse tempo, havia um homem no Egito chamado Scythianus, um árabe de
nascimento que era um experto em ciências. Ele entendia os hieróglifos, a
mitologia astronômica e praticava a estrita filosofia moral. É o autor de quatro
livros: Evangelhos, Capítulos, Mistérios e Tesouros. Seu discípulo Ferbulio,
herdou sua fortuna e seus livros. Foi à Palestina e tentou propagar uma seita

2
A estrela mais brilhante na constelação Cão Maior.

14
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

conhecida como os “Magi”. Perseguido, fugiu até a Pérsia, onde trocou seu nome
e foi conhecido como Buddas 3. Os sacerdotes de Mythras continuaram
perseguindo-o e ele se retirou para uma casa de uma viúva, onde morreu. Esta
viúva tinha comprado um escravo chamado Curbicus. Este jovem homem
aproveitou muito do conhecimento científico dos livros de Ferbulio e, como ele,
trocou seu nome e tomou o de Manes, que significa conversação. Manes fundou
a escola que leva seu nome. Perseguido pelo Bispo de Cassan, Archeloeus, e pelo
sacerdote Marcellus, escondeu-se em um pequeno castelo próximo do rio
Strenga, na Arábia. No entanto, Manes foi levado por um sacerdote chamado
Triphon ao Rei da Pérsia, que enviou 72 guardas para prendê-lo. Foi preso na
ponte do Strenga, quando estava pronto para ir à cidade vizinha de Diodoride. O
Rei o condenou a ser queimado vivo. Após sua morte, o número de seguidores
aumentou excepcionalmente, inclusive entre a alta classe intelectual. Até
mesmo Santo Agostinho foi um Maniqueu. A conexão entre os maniqueístas e
os doutores da Antigüidade está demonstrada por um fato que até o momento
não foi notado. A Igreja Romana os repreendeu por terem duas crenças, mas a
repreensão era injustificada, pois eles estavam meramente seguindo os 3 graus
prescritos pelos egípcios em seus ensinamentos:

1 – Dualismo: a crença em dois princípios.


2 – Sabaothismo: a adoração das forças da natureza.
3 – Jobaísmo, ou o culto a um só Deus, o Grande Soberano, totalmente
independente do mundo material.

Os Maniqueístas não ensinavam, então, o Dualismo como a doutrina


verdadeira, mas somente como um meio para chegar à manifestação real da
verdade. Alguns séculos mais tarde, os Templários adotaram esta doutrina e
celebraram seus mistérios sob grande segredo. Tomaram em honra a Manes o
nome de “Filhos da Viúva” e simbolizaram sua morte sob o nome de Hiram, o
Arquiteto do Templo de Salomão. Quando ingressamos na Ordem dos
Templários, vemos a História da Maçonaria de um ponto de vista mais claro e
correto.

VEN – Nesta viagem, aprendestes que a Maçonaria rende homenagem à sabedoria


e oferece aos aspirantes ao Gr de Comp grandes modelos para imitar,
relembrando-lhes os merecimentos extraordinários dos sábios do Egito e dos
filósofos da Grécia, que se instruíram nos Templos do Egito. Esses filófosos
gregos converteram aquele povo em um farol luminoso do Oriente, de onde se
propagou até Roma e ao Ocidente a Luz da Ciência e as belezas da Arte. Agora, o
Ir Exp vos conduzirá na quinta viagem. (Dá um golpe de Malh.)

(Durante a quinta viagem, quando passar em frente ao Altar, o Cand  fará


cinco inclinações diante do Triângulo Luminoso com a letra G no centro.)

QUINTA VIAGEM

O Templo e a Estrela Flamejante

3
Essa palavra não tem relação com “Buddha”, do Budismo.

15
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

(O Exp, orientado pelo MCC, guiará o recipiendário nesta viagem,


conduzindo-o do lugar em que está a quarta tabuleta até o Oeste, dali até a
Col do N e, por último, em um ponto colocado no centro e próximo do
Quadro da Loj que se encontra pintado no pavimento, fazendo-o olhar para
o Or. Nesta viagem, o recipiendário levará o prumo. O M CC, dirigindo-
se em voz alta ao VM, diz:)

MCC – VM, o Apr _________ terminou a quinta viagem.

VEN – O prumo que levastes durante esta viagem representa a estabilidade da


Ordem Maçônica, estabelecida sobre a base sólida da verdade e da ciência.
Contemplai o Quadro do Gr de Comp ilustrado no pavimento. Nele se
encontra representado esse Templo majestoso, que em nosso Simbolismo
significa o Universo, verdadeiro Templo do Grande Arquiteto, que oferece à
nossa visão a magnificência da Bondade Suprema, os lampejos luminosos do
gênio e o impulso poderoso da Sabedoria.

(O MCC retira o véu do Cand. É nesse momento que o Exp coloca no


dossel do trono do VM uma Estrela Flamejante, que até agora tinha ficado
oculta. Atrás da Estrela, haverá uma vela acesa que lhe dá Vida e Resplendor.
Em seu centro estará desenhada a letra G. O M CC chama a atenção do
recipiendário e aponta, com a espada, para a Estrela Flamejante que tem em
seu centro a letra G, colocada no dossel do trono do VM.)

VEN – Fixai agora na Estrela Flamejante, que, com seus brilhantes resplendores,
guia o Maçom através das escuras sendas da ignorância, da superstição e das
falsas idéias que dominam no mundo profano, para que possa chegar facilmente
aos cinco degraus que conduzem ao interior do Templo, a saber: inteligência
para compreender; retidão para obrar; valor para atuar; prudência para
aproveitar; e amor à humanidade para o sacrifício e para a abnegação. Brilha no
centro da Estrela Flamejante a misteriosa letra G, representação gráfica do
Gênio que vivifica e sustenta tudo o que existe; da Geometria, ciência criada
pelo engenho do homem; da Geração, que nos induz a investigar as leis da
Natureza. É também a inicial da palavra Deus, tal como se escreve em muitos
idiomas: Gal, entre os sírios; Gannes, entre os judeus; God, para os ingleses;
Gott, para os alemães; e Gud, para os suecos. Vossas viagens terminaram, só nos
resta recomendar-vos que fixeis em vossa imaginação tudo o que nelas
observastes e aprendestes, para que possais comunicar esses conhecimentos aos
que vierem depois de vós a esta Câmara de CComp. Para ser recebido neste
Gr, é indispensável prestar um juramento solene, do qual vos farei a leitura,
com o fim de que compenetreis perfeitamente nos novos deveres que adquirireis
desde hoje, e me direis depois se vos encontrais com forças suficientes para
cumpri-los, e advirto-vos de que quanto mais passos derdes no Caminho
Maçônico, maior importância terão vossas promessas e mais imperiosamente
exigir-se-ão seu cumprimento.

16
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

(O MCC, asistido pelo Exp, levará o neófito até o Altar do V M, que
permanecerá de pé com a mão direita no L  da L e nesta posição prestará
seu juramento.)

JURAMENTO E CONSAGRAÇÃO

“EU (NOME E SOBRENOME), MEMBRO DESTA RESP LOJ, RATIFICO MEU


JURAMENTO DE APR. TAMBÉM JURO SOLENEMENTE, NA PRESENÇA DESTA
ASSEMBLÉIA, CUMPRIR COM TODOS OS DEVERES DE UM COMP  M, E NÃO
REVELAR JAMAIS A NENHUM PROFANO NEM APR  OS SEGREDOS QUE FOREM
CONFIADOS. JURO HONRAR A CIÊNCIA, SER FIEL À VERDADE, AMAR MEUS
IIR E DEFENDÊ-LOS E SOCORRÊ-LOS EM SUAS NECESSIDADES. SE EU
FALTAR COM MINHA PROMESSA, QUE MEU CORAÇÃO SEJA ARRANCADO, POR
SER INDIGNO DA ESTIMA DE MEUS IIR , E QUE A MEMÓRIA DE MINHA
PESSOA SEJA APAGADA ENTRE OS MAÇONS".

VEN – À Glória do Sublime Arquiteto dos Mundos, em nome do Soberano


Santuário em ________, sob os auspícios da Grande Loja de __________, e
em virtude dos poderes de que estou investido, eu vos consagro Mysthe 2º Grau
da Ordem Maçônica Oriental de Memphis e vos constituo Companheiro e
Membro desta Respeitável Loja __________ do Oriente de ___________,
pelos golpes simbólicos do Grau.

(Os golpes de Malh são repetidos pelos VVig. O VM toca a bateria de
Comp com o Malh sobre a lâmina de sua Esp e continua:)

VEN – Q Ir, recebei estes abraços fraternais que pelo meu conduto vos dão
todos os CComp MM espalhados sobre a face da Terra. (Dá-lhe o Tríp
Abr.)

VEN – Recebei também o ósculo tradicional da Irmandade.

(Este ósculo é dado na bochecha esquerda, na bochecha direita e o neófito


inclica a cabeça para receber o terceiro e último ósculo na testa. O M CC
deverá orientar o neófito sobre a posição que deve adotar quando receber o
ósculo tradicional da Irmandade. O neófito recebe o ósculo, mas não o
retribui. Em seguida, o MCC levará o neófito ao local do 1º Vig  para
receber o ósculo e o mesmo fará no local do 2º Vig . Ninguém mais dará o
ósculo tradicional da Irmandade, a não ser que seja autorizado por cortesia
do VM. NOTA: Este ósculo é muito antigo nas sociedades iniciáticas; era
parte fundamental dos Ritos de Iniciação da Ordem dos Templários. Seu
significado oculto será abordado nos Graus Superiores.)

(Após ter terminado, o MCC levará o neófito à frente do Altar, voltado


para o VM.)

VEN – Baixai a abeta de vosso avental, pois desde hoje o levareis nessa forma
durante os trabalhos, e recebei o Ritual deste Gr, cujo estudo vos recomendo.

17
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

(O VM ocupa o Altar, dá um golpe de Malh, e diz:)

VEN – À ordem de Comp!

VEN – Ir MCC, proclamai nosso Ir ________________.

(O MCC conduz o neófito ao Oeste, colocando-o entre CCol  à Ordem de


Comp e em seguida diz:)

MCC – Como MCC desta Resp Loj, proclamo do Or ao Oc e do N ao


Meio-dia, Comp M da Ordem Maçônica Oriental de Memphis e membro
ativo desta Câmara o Ir _________ que está entre CCol.

MCC – Proclamado, VM!

VEN – Saudemos com a Bat do Gr o ingresso de nosso Ir _________ na


Câmara de Companheiro. A mim, meus IIr. Pelo sinal, pela bateria e pela
aclamação. Conduzi o Neófito diante da Col do N.

(O MCC leva o novo Comp ao ponto designado e em seguida o V M


diz:)

VEN – Sentemo-nos.

(Todos se sentam e o VM continua, dirigindo-se ao Neófito:)

VEN – Querido Ir: O trabalho que desde hoje vos corresponde consiste em
trabalhar a PC para entregá-la aos MMMM e aperfeiçoar o trabalho dos
AApr. Vosso salário será cobrado na Col B, e ocupareis na Câmara de
Apr um assento protegido por um assento de MM na Col do Meio-dia;
nesta Câmara, vosso posto está na Col do N. Entre os trabalhos deste Gr se
conta o exame sujeito à Gestão Administrativa da Loj, antes de levar as contas
do Tesouro e da Beneficência à aprovação geral da Ofic na Câmara de Apr.
Do que foi dito, deduzireis que são maiores os deveres que tendes contraído com
a Maçonaria e que deveis procurar instruir-vos, tomando por base os
conhecimentos que vos foram indicados no curso de vossa elevação. Esperamos,
pois, que cumprireis exatamente as obrigações de um Comp M e que não
desfraudareis as fundadas esperanças que temos de ver-vos pronto para realizar
outros trabalhos de maior importância para a Ordem. Agora, Q Ir, sem
prejuízo do ensinamento prático que mais adiante recebereis do Ir 1º Vig,
devo cumprir o dever que tenho de vos comunicar em quanto necessitais saber
para serdes reconhecido no Gr de Comp, rogando-vos que procureis gravar
na memória as palavras que vos direi.

(O VM instruirá o novo Comp de acordo com o consignado com o


Telhador.)

VEN -- Ir MCC, ensinai-lhe o passo, o sinal e a orden de Comp.

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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro

(O MCC cumpre as ordens do VM e quando termina, diz:)

MCC – VM, o novo Comp aprendeu o passo, o sinal e a ordem de seu novo
grau e se encontra entre CCol aguardando vossas ordens.

VEN – Ir MCC, conduzi-o ao 2º Vig para que lhe ensine o T; ao 1º Vig
para lhe dê a P de P e depois ao Or, para que eu o comunique a PS.

(O MCC cumpre a solicitação do VM.)

VEN – Meu Ir, sois já nosso Comp; de agora em diante, trabalhareis sob a
direção de nosso Ir 1º Vig, fazei-o com assiduidade e empenho; penetrai nas
lições de moral que os nossos símbolos ensinam e conseguireis que dignamente
se vos conceda um assento entre os MMMM. Na Antigüidade, sempre que se
construía um edifício ou monumento, o Maçom não somente deixava sua
marca, mas também gravava a data de início e da finalização do trabalho. É
tradição deste Rito fazer que o primeiro trabalho de nossos CComp seja o de
gravar hieroglificamente a data de sua elevação a Comp.

VEN – Ir MCC, levai nosso novo Comp junto ao 1º Vig para que o instrua
e execute seu primeiro trabalho sobre a PC.

(O MCC conduz o Comp até o local do 1º Vig , que o instrui na execução


de seu primeiro trabalho sobre a P C, que tradicionalmente é a inscrição
em uma folha de papel do número do dia e mês em hieróglifos egípcios de sua
data de elevação a Comp M. Tendo sido realizado, ele o conduz até seu
assento na Col do N.)

VEN – O Ir Orad vos dará agora algumas instruções sobre o grau que acabais
de obter.

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