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ELEVAÇÃO DE UM APRENDIZ A
MYSTHE, 2º GRAU, COMPANHEIRO
FRANCO-MAÇOM
Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
(Fora do Templo, em uma sala separada – Sala dos Passos Perdidos, onde
estará afixada em uma das paredes, de forma bem visível, o grande selo da
Tábua de Esmeralda –, o Exp∴, assistido por um Prep∴, entrega ao Candidato
uma lista com 5 perguntas maçônicas. Quando o Cand∴ tiver respondido às
perguntas, o Exp∴ as levará à Loj∴, ficando o Prep∴ com o Cand∴. O V∴M∴ dá
um golpe de Malh∴, repetido pelos VVig∴, e diz:)
VEN∴ – O Ir∴ Exp∴ nos trouxe o questionário com as cinco perguntas feitas ao
Cand∴. Ir∴ Orad∴, fazei a leitura para que esta Assembléia dele o conheça.
VEN∴ – Meus IIr∴, acabais de escutar as respostas do Cand∴, peço-vos, pelo sinal de
costume, a aprovação ou reprovação delas.
VEN∴ – QQ∴ IIr∴, ao Apr∴ _________, depois de sua elevação ter sido proposta
pelo Ir∴ 2º Vig∴, depois de ter passado no exame, depois de ter sido aprovado
em Loj∴ aberta e coberto os direitos correspondentes, foi-lhe concedido o
aumento de salário e encontra-se na Sala dos Passos Perdidos, esperando a
vossa última decisão. Tendes algo a expor contra o resultado?
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
2º VIG∴ – Ir∴ 1º Vig∴, é o Ir∴ Exp∴, que conduz um Apr∴ que deseja receber o 2º
Grau.
1º VIG∴ – V∴M∴, é o Ir∴Exp∴ que conduz um Apr∴ que solicita ser admitido ao Gr∴
de Comp∴.
EXP∴ – Ele cumpriu com seu trabalho, desbastando a P∴B∴ e se considera bastante
instruído para poder receber seu aumento de salário.
EXP∴ – O Ir∴ que me acompanha se chama _________, sua idade é de três anos,
sua profissão é ser obreiro desta Oficina, e sua residência é a Col∴ J∴.
VEN∴ – Dizei, então, que entre e veremos ao longo de sua elevação se realmente é
merecedor dessa graça.
(O Exp∴ faz com que o Cand∴ entre no Templo da Verdade pelos passos de
Apr∴ orientado pelo M∴CC∴ e depois de saudar as Luzes da Ofic∴, permanece
de pé e à Ordem, entre CCol∴.)
VEN∴ – Neófito, as respostas que tendes dado às cinco perguntas maçônicas que vos
foram feitas por esta Resp∴ Loj∴ foram aceitas como satisfatórias e estais
autorizado a passar para a segunda fase de vossa Iniciação. Também vos
comunicamos que os MM∴MM∴ e CComp∴ da Loj∴, informados de vossa
instrução no grau que possuís e dos méritos que tendes contraído,
influenciaram na decisão de elevardes ao Gr∴ de Comp∴.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – Mas antes de conceder-vos este favor, se faz necessário que recebais, agora,
a outra parte da Luz, aquela que vos foste comunicada no momento de vossa
iniciação no Gr∴ de Apr∴.
DISCURSO DO V∴M∴
A Maçonaria Operativa tem raízes nas mais longínquas eras e remonta aos
Construtores das Pirâmides no Egito, nas Corporações Tírias, Judaicas, Colégios
Greco-Romanos e Confrarias Medievais, chegando por fim até os Arquitetos das
Catedrais. Em todas as épocas, a Maçonaria Operativa foi guiada por Sábios e
Filósofos misteriosos que a ela confiaram a missão de conservar e transmitir
exotérica e esotericamente a essência de uma técnica iniciática bem precisa.
Antes de ter dado origem à Maçonaria Especulativa, sua grande irmã
contemporânea, a Maçonaria Operativa tinha criado, ao final da Idade Média,
uma linguagem simbólica de imagens cheias de significado, pois naquele tempo,
o livre pensamento era zelosamente guardado por uma elite restrita e não corria
o risco de se profanar.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
A consagração de um novo iniciado não pode ser efetuada até que haja uma
purificação através dos 4 elementos, e isto é um processo alquímico que, com a
destruição das cores, consegue a extinção dos desejos.
Isto é tudo o que vos transmito por ora com relação à Tábua de Esmeralda.
Fazei uso da máxima que vistes na Câmara de Reflexões, sede VIGILANTE e
PERSEVERANTE, e assim encontrareis no caminho avançado da Maçonaria
toda a explicação da plenitude dos Símbolos, Segredos e Mistérios da Franco-
maçonaria.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
Tendo chegado a esse ponto, não vos deverá ser difícil compreender o
significado das alegorias de vossa iniciação de Apr∴ e recordar sempre, que
todas as revelações que recebestes no seio da Maçonaria, como vossas leituras e
meditações, deverão ter sempre em vós um contínuo melhoramento moral,
tanto vosso próprio quanto de vossos IIr∴ e da sociedade. Este é o espírito no
qual vós deveis cultivar as ciências sobre as quais iremos falar durante o
transcurso de vossa Elevação a Comp∴.
VEN∴ – Não obstante, antes de proceder à vossa investidura neste grau, precisamos
fazer-vos algumas perguntas, para as quais vos suplico que respondais com a
franqueza que vos caracteriza, e assim possamos completar o conceito que de
vós temos formado.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – Persistis em elevardes a Comp∴, apesar dos novos deveres que hão de pesar
sobre vós, respondendo por todos que vos seja solicitados, e aceitais submeter-
vos às provas que exige o Rito de Memphis?
(Responde o recipiendário.)
VEN∴ – Vosso Vig∴ pediu para vós o aumento de salário e deu o testemunho de
vossa conduta e devoção ao trabalho. Vamos a submeter-vos às provas, mas
antes queremos que nos identifiqueis a imagem de um Apr∴ que recentemente
iniciamos neste Loj∴.
(O M∴CC∴, assistido pelo Exp∴, conduz o Cand∴ até o Altar do 2º Vig∴. Uma
vez ali, o 2º Vig∴ lhe mostra um espelho que terá abaixo a frase “Conhece-te a
ti mesmo”. O Exp∴ erguerá a vela do Altar do 2º Vig∴, de forma a haver
claridade suficiente para que o neófito possa enxergar. Nesse momento, o 2º
Vig∴ diz:)
2º VIG∴ – Neófito, conheceis este Apr∴? Olhai-o bem e meditai sobre a vossa
resposta.
VEN∴ – Dizei-me, Ir∴ Apr∴, que proveito tirastes de vossa Iniciação na Maçonaria?
(Responde o recipiendário.)
VEN∴ – Meu Ir∴, na iniciação de um Apr∴, deveis ter notado que ela se procede por
provas e perguntas, com o fim de conhecer o espírito e o caráter do Neófito; com
razão, essas provas nos instruem se ele está desprovido de conhecimento e se é
franco ou dissimulado. O Gr∴ de Comp∴ se procede pela via da Instrução, ou
seja, são desenvolvidas, de uma maneira positiva, as noções próprias para elevar
e fortificar as idéias do homem para que se conheça a si mesmo e compreenda
sua relação com os objetos que o rodeiam. Por este meio, começa-se a descobrir
uma parte do segredo da Maçonaria; este segredo tão solicitado, tão buscado e
raras vezes compreendido, é o que dá, quando possuído completamente, a
felicidade, ou pelo menos o consolo da vida. Mas é preciso o trabalho, meu Ir∴,
e ter uma perseverança necessária para obter este segredo precioso. A
Maçonaria, parecida com um campo de trabalho, não oferece seus tesouros a
não ser às mãos atrevidas que sabem procurá-los. “Procurai e encontrareis”. O
interior deste Templo se divide em muitas partes, onde se ensina gradualmente
tudo o que o homem deve aprender para melhorar seus costumes. Aqui está a
ciência do céu, dos astros e demais fenômenos da Natureza; lá estão os
conhecimentos do coração do homem, a história de suas paixões, de seus vícios
e de suas virtudes; mais além estão o remédio destes mesmos vícios, o
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – Ir∴ Exp∴, levai o neófito a empreender sua primeira viagem pelo meio-dia.
PRIMEIRA VIAGEM
Os Sentidos Corporais
(Dão uma volta pela Loj∴, dirigindo-se até o Or∴, caminhando pelo Meio-dia e
pelo Oeste até o Norte, e colocando-se de frente à primeira tabuleta – que está
no Norte –, onde estão inscritos os nomes dos sentidos corporais – Visão,
Audição, Olfato, Paladar, Tato –, em cujas inscrições o Exp∴ faz com que o
Cand∴ fixe sua visão.)
VEN∴ – Esta primeira viagem simboliza o primeiro ano de trabalho do neófito, que
deve empregá-lo nos estudos das primeiras causas pelas quais se revela a
existência da magnificência da Arquitetura do Universo. No Triângulo
Luminoso, a letra G é a inicial de Geometria. O Triângulo Luminoso é o
emblema do Sublime Geômetra do Universo.
VEN∴ – Ir∴ Exp∴, conduzi o Apr∴ para que faça a segunda viagem e dai-lhe o
compasso.
(Na segunda viagem, quando passar em frente ao Altar, o Cand∴ fará duas
inclinações em frente ao Triângulo Luminoso com a letra G no centro.)
SEGUNDA VIAGEM
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
As Artes e as Ciências
(O Exp∴, orientado pelo M∴CC∴, retira das mãos do recipiendário o maço, lhe
entrega o compasso e o acompanha em sua viagem ao redor do Templo,
conduzindo-o pelos mesmos lugares que no primeiro, até que se encontrem de
frente à segunda tabuleta, colocada no Oc∴. Tendo aí chegado, o M∴CC∴ diz:)
RETÓRICA: é uma arte ou conjunto de regras que nos ensinam o que devemos
fazer para falar ou escrever corretamente.
MÚSICA: arte mágica e sublime, que trata da combinação dos sons e suas
modificações diversas e desperta em nosso ser as mais variadas sensações.
VEN∴ – Ir∴ Exp∴, dai ao Apr∴ a alavanca que levará colocada no ombro direito.
Com ela deverá fazer sua terceira viagem e examinar as duas colunas do
frontispício do Templo.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
(Na terceira viagem, quando passar em frente ao Altar, o Cand∴ fará três
inclinações ao Triângulo Luminoso com a letra G no centro.)
TERCEIRA VIAGEM
As Ordens da Arquitetura
(O Exp∴, orientado pelo M∴CC∴, entrega ao Apr∴ uma alavanca que será
levada no ombro direito, em substituição ao compasso que levou na viagem
anterior, e tomando-lhe a mão, o conduz nesta viagem fazendo-o dar uma
volta na Loj∴ e terminando em frente à terceira tabuleta, colocada da parede
do Meio-dia, próximo ao Oeste, na qual estará inscrita: Antigo Egito: Papiro,
Lótus, Palma, Composto. Velha Grécia: Dórico, Jônico, Coríntio, Toscano,
Composto.)
VEN∴ – A viagem que acabastes de realizar, representa o terceiro ano dos estudos do
Comp∴. A Alavanca é o emblema do poder que o homem adquire através da
ciência para ser aplicada nos atos em que ele não conseguiria concretizar com
sua própria força, e simboliza justamente a força, para significar que o Comp∴
deve empregá-la para vencer grandes pesos, pois não há nada que resista à ação
da alavanca, se se encontra um ponto de apoio conveniente para vencer as
resistências. Arquimedes disse: “Dai-me uma alavanca e um ponto de apoio, e
eu moverei o mundo à minha vontade”. Este instrumento tão poderoso, do
ponto de vista material, é para nós o símbolo moral que nos representa o
imenso poder que o homem adquire quando emprega convenientemente o
esforço da inteligência, ilustrada pelos conhecimentos científicos e apoiada na
razão, para realizar a obra meritória da fraternidade universal e do
aperfeiçoamento humano. Segundo os historiadores, a Arquitetura teve sua
origem no Egito. Tal como muito da arquitetura religiosa egípcia, as formas das
colunas de pedra foram inspiradas na flora nativa do Egito e das estruturas
religiosas pré-dinásticas feitas de madeira. A base e o capital eram talhados em
uma das quatro formas básicas do tipo floral: Papiro, Lótus, Palma, Composto.
No período Grego-Romano, o Capitel Composto oferecia uma oportunidade
para variações e composições muito mais elaboradas. As bases das colunas eram
freqüentemente decoradas com cenas e inscrições pintadas em relevo. As
colunas de madeira eram usadas nas casas do Egito e ocasionalmente também
nos edifícios religiosos, tal como as Capelas Mortuárias do Reino Antigo, como
suportes decorativos dos tetos. No Egito, os pilares de pedra e as colunas nos
edifícios religiosos e funerários tinham, por sua vez, simbolismo e propósito
funcional, formando uma parte essencial da natureza cosmológica dos Templos
Egípcios. Existem dois tipos de colunas de estilo Papiro: a forma fechada, na
qual o capitel era um broto de Papiro, e um tipo de forma de sino, no qual a flor
era mostrada em sua máxima floração no topo da coluna. A coluna Lótus,
relativamente rara, era também algumas vezes representada com o capitel em
flor. Como o Papiro e o Lótus foram plantas associadas com o Alto e o Baixo
Egito respectivamente, podiam ser usadas como elementos simbólicos da
Arquitetura, abraçando a união das duas terras. Mas os gregos foram os fiéis
intérpretes de tão magnífica arte. Estes conheceram as três ordens da
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – Tende convosco, Ir∴, que a tolerância é uma das principais virtudes que
devem adornar o Franco-maçom, e que o perdão das ofensas é a mais nobre das
ações do homem ilustrado e moral. Estais de acordo com estes princípios?
QUARTA VIAGEM
Os Sábios e os Filósofos
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
Sacerdotais. Foi aqui, nestes Templos do Egito, onde lhe foi comunicado o
mistério da Atlântida, o misterioso continente submerso nas águas devido a um
grande cataclisma. Dedicou-se com ardor ao estudo das ciências, tendo como
mestres Anaxágoras e Arquelau. Com Sócrates deu-se início a uma nova época
da filosofia, pois todas as escolas posteriores, por mais divergentes que possam
parecer, emanam dele. No entanto, Sócrates não escreveu nenhum livro. Foi
Platão, este sábio ateniense a quem a Antigüidade deu-lhe o nome de Divino,
nascido no ano 421 a.C. e discípulo de Sócrates, quem escreveu todos os livros
de seu mestre. Platão possuía em seu mais alto grau as qualidades brilhantes
que presidem as artes da imaginação, mas que também constituem e fecundam
o espírito de invenção de todo gênero; a imaginação que bebe nas regiões do
ideal a forma de suas obras; o sentimento da harmonia; o talento da
coordenação que distribui todas as partes de um plano com o acordo mais
perfeito; a vivacidade e a energia da concepção que comunica uma nova vida aos
objetos ao expressá-los, e que também os embeleza ao fazê-los reviver.
PITÁGORAS: Nasceu na Grécia pelos anos 580 a.C. Poucos homens, mesmos
entre os mais ilustres da Antigüidade, gozaram de tanta designação como
Pitágoras. Seus contemporâneos o consideravam como um homem maravilhoso
e sobrenatural. Suas doutrinas, compreendidas de diversas maneiras, se
converteram em fundamento de numerosas escolas filosóficas. Pitágoras
possuía uma grande instrução filosófica na qual estavam contidas todas as
ciências tal como existiam em sua época, adquiriu tão extensos conhecimentos
em todos os ramos da sabedoria durante as muitas viagens que fez com tais
propósitos. Pitágoras aperfeiçoou esses conhecimentos no Egito, iniciando-se
nos Mistérios Sacerdotais, e ali adquiriu suas doutrinas acerca da Divindade, da
geometria, dos números e da transmigração. É no 17º dia do mês de Athyr que a
Mitologia Egípcia situa a morte de Osíris; esta é a época em que a Lua Cheia é
mais visível, por isso os Pitagóricos chamam esse dia de “Interposição” e nutrem
uma completa repugnância pelo número 17. Com razão, pois está entre o
quadrado 16 e o retângulo 18, que são os únicos números planos nos quais os
perímetros são iguais às suas áreas (ou, dito de outra forma, cujos perímetros e
superfícies são representados por um mesmo número). Para prová-lo,
suponhamos um quadrado, figura retilínea, em que cada lado representa 4; o
número 16 será obtido seja adicionando os 4 lados do perímetro (4+4+4+4=16),
seja multiplicando um lado do perímetro pelo outro (4×4=16). Do mesmo
modo, se se supõe um retângulo do qual um dos lados representa 6 e o outro 3,
obtém-se o número 18, seja somando os 4 lados (6+3+6+3=18), seja
multiplicando um lado maior pelo lado menor (6×3=18). Em ambos os casos, o
número 17 separa esses dois números, interpõe-se entre eles e divide sua
relação, que é sesquioitava (9/8) em duas partes desiguais. É necessário dizer
que números planos são aqueles obtidos pela multiplicação de dois números. Os
números planos quadrados são o produto da multiplicação de um número por
ele mesmo: 4, 9, 16 e 25; os números planos oblongos ou retângulos são o
produto da multiplicação de um número não por ele mesmo, mas por outro,
assim 6=2×3, 8=2×4, 12=3×4. A sesquioitava significa que contém o inteiro e
um oitavo de inteiro ou mais. O número intermediário entre 16 e 18 é 17, que se
compõe de 8 e 9; então esses dois números são em proporção sesquioitavos, isto
é, o segundo número 9 contém o primeiro número 8 mais a oitava parte deste
mesmo número primeiro, ou seja, 1. Os Pitagóricos estabeleciam a relação entre
os números e os Deuses da seguinte forma: Apolo tinha o número 1, Diana o
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
O Espírito Universal, que circula por todas partes, se diferencia pelas seguintes
adaptações:
MANES: Manes, do qual os Maniqueus tomam seu nome, nasceu no ano 257
a.C. Nesse tempo, havia um homem no Egito chamado Scythianus, um árabe de
nascimento que era um experto em ciências. Ele entendia os hieróglifos, a
mitologia astronômica e praticava a estrita filosofia moral. É o autor de quatro
livros: Evangelhos, Capítulos, Mistérios e Tesouros. Seu discípulo Ferbulio,
herdou sua fortuna e seus livros. Foi à Palestina e tentou propagar uma seita
conhecida como os “Magi”. Perseguido, fugiu até a Pérsia, onde trocou seu nome
e foi conhecido como Buddas 3. Os sacerdotes de Mythras continuaram
perseguindo-o e ele se retirou para uma casa de uma viúva, onde morreu. Esta
viúva tinha comprado um escravo chamado Curbicus. Este jovem homem
aproveitou muito do conhecimento científico dos livros de Ferbulio e, como ele,
trocou seu nome e tomou o de Manes, que significa conversação. Manes fundou
a escola que leva seu nome. Perseguido pelo Bispo de Cassan, Archeloeus, e pelo
sacerdote Marcellus, escondeu-se em um pequeno castelo próximo do rio
Strenga, na Arábia. No entanto, Manes foi levado por um sacerdote chamado
Triphon ao Rei da Pérsia, que enviou 72 guardas para prendê-lo. Foi preso na
ponte do Strenga, quando estava pronto para ir à cidade vizinha de Diodoride. O
Rei o condenou a ser queimado vivo. Após sua morte, o número de seguidores
aumentou excepcionalmente, inclusive entre a alta classe intelectual. Até
2 A estrela mais brilhante na constelação Cão Maior.
3 Essa palavra não tem relação com “Buddha”, do Budismo.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
QUINTA VIAGEM
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – Fixai agora na Estrela Flamejante, que, com seus brilhantes resplendores,
guia o Maçom através das escuras sendas da ignorância, da superstição e das
falsas idéias que dominam no mundo profano, para que possa chegar facilmente
aos cinco degraus que conduzem ao interior do Templo, a saber: inteligência
para compreender; retidão para obrar; valor para atuar; prudência para
aproveitar; e amor à humanidade para o sacrifício e para a abnegação. Brilha no
centro da Estrela Flamejante a misteriosa letra G, representação gráfica do
Gênio que vivifica e sustenta tudo o que existe; da Geometria, ciência criada
pelo engenho do homem; da Geração, que nos induz a investigar as leis da
Natureza. É também a inicial da palavra Deus, tal como se escreve em muitos
idiomas: Gal, entre os sírios; Gannes, entre os judeus; God, para os ingleses;
Gott, para os alemães; e Gud, para os suecos. Vossas viagens terminaram, só nos
resta recomendar-vos que fixeis em vossa imaginação tudo o que nelas
observastes e aprendestes, para que possais comunicar esses conhecimentos aos
que vierem depois de vós a esta Câmara de CComp∴. Para ser recebido neste
Gr∴, é indispensável prestar um juramento solene, do qual vos farei a leitura,
com o fim de que compenetreis perfeitamente nos novos deveres que adquirireis
desde hoje, e me direis depois se vos encontrais com forças suficientes para
cumpri-los, e advirto-vos de que quanto mais passos derdes no Caminho
Maçônico, maior importância terão vossas promessas e mais imperiosamente
exigir-se-ão seu cumprimento.
(O M∴CC∴, asistido pelo Exp∴, levará o neófito até o Altar do V∴M∴, que
permanecerá de pé com a mão direita no L∴ da L∴ e nesta posição prestará
seu juramento.)
JURAMENTO E CONSAGRAÇÃO
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
em virtude dos poderes de que estou investido, eu vos consagro Mysthe 2º Grau
da Ordem Maçônica Oriental de Memphis e vos constituo Companheiro e
Membro desta Respeitável Loja __________ do Oriente de ___________,
pelos golpes simbólicos do Grau.
(Os golpes de Malh∴ são repetidos pelos VVig∴. O V∴M∴ toca a bateria de
Comp∴ com o Malh∴ sobre a lâmina de sua Esp∴ e continua:)
VEN∴ – Q∴ Ir∴, recebei estes abraços fraternais que pelo meu conduto vos dão todos
os CComp∴ MM∴ espalhados sobre a face da Terra. (Dá-lhe o Tríp∴ Abr∴.)
(Após ter terminado, o M∴CC∴ levará o neófito à frente do Altar, voltado para
o V∴M∴.)
VEN∴ – Baixai a abeta de vosso avental, pois desde hoje o levareis nessa forma
durante os trabalhos, e recebei o Ritual deste Gr∴, cujo estudo vos recomendo.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – Sentemo-nos.
VEN∴ – Querido Ir∴: O trabalho que desde hoje vos corresponde consiste em
trabalhar a P∴C∴ para entregá-la aos MM∴MM∴ e aperfeiçoar o trabalho dos
AApr∴. Vosso salário será cobrado na Col∴ B∴, e ocupareis na Câmara de Apr∴
um assento protegido por um assento de M∴M∴ na Col∴ do Meio-dia; nesta
Câmara, vosso posto está na Col∴ do N∴. Entre os trabalhos deste Gr∴ se conta
o exame sujeito à Gestão Administrativa da Loj∴, antes de levar as contas do
Tesouro e da Beneficência à aprovação geral da Ofic∴ na Câmara de Apr∴. Do
que foi dito, deduzireis que são maiores os deveres que tendes contraído com a
Maçonaria e que deveis procurar instruir-vos, tomando por base os
conhecimentos que vos foram indicados no curso de vossa elevação. Esperamos,
pois, que cumprireis exatamente as obrigações de um Comp∴ M∴ e que não
desfraudareis as fundadas esperanças que temos de ver-vos pronto para realizar
outros trabalhos de maior importância para a Ordem. Agora, Q∴ Ir∴, sem
prejuízo do ensinamento prático que mais adiante recebereis do Ir∴ 1º Vig∴,
devo cumprir o dever que tenho de vos comunicar em quanto necessitais saber
para serdes reconhecido no Gr∴ de Comp∴, rogando-vos que procureis gravar
na memória as palavras que vos direi.
M∴CC∴ – V∴M∴, o novo Comp∴ aprendeu o passo, o sinal e a ordem de seu novo
grau e se encontra entre CCol∴ aguardando vossas ordens.
VEN∴ – Ir∴ M∴CC∴, conduzi-o ao 2º Vig∴ para que lhe ensine o T∴; ao 1º Vig∴ para
lhe dê a P∴ de P∴ e depois ao Or∴, para que eu o comunique a P∴S∴.
VEN∴ – Meu Ir∴, sois já nosso Comp∴; de agora em diante, trabalhareis sob a
direção de nosso Ir∴ 1º Vig∴, fazei-o com assiduidade e empenho; penetrai nas
lições de moral que os nossos símbolos ensinam e conseguireis que dignamente
se vos conceda um assento entre os MM∴MM∴. Na Antigüidade, sempre que se
construía um edifício ou monumento, o Maçom não somente deixava sua
marca, mas também gravava a data de início e da finalização do trabalho. É
tradição deste Rito fazer que o primeiro trabalho de nossos CComp∴ seja o de
gravar hieroglificamente a data de sua elevação a Comp∴.
VEN∴ – Ir∴ M∴CC∴, levai nosso novo Comp∴ junto ao 1º Vig∴ para que o instrua e
execute seu primeiro trabalho sobre a P∴C∴.
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Rito Primitivo Elevação de Aprendiz a Companheiro
VEN∴ – O Ir∴ Orad∴ vos dará agora algumas instruções sobre o grau que acabais de
obter.