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Nicholson
Os Místicos
do Islã
Tradução:
Julia Vidili
MADRAS
Traduzido originalmente do inglês sob o título
The Mystics of lslam
© 2003, Madras Editora Ltda.
Editor:
Wagner Veneziani Costa
Produção e Capa:
Equipe Técnica Madras
Tradução:
Julia Vidili
Revisão:
Jefferson Rodrigues
Augusto do Nascimento
Ana Maria Balboni Palma
ISBN: 85-7374-767-6
Ináice
Introdução ....................................................................................... 7
1. O Caminho ................................................................................ 23
II. Iluminação e Êxtase ................................................................. 35
III. A Gnose .................................................................................. 45
IV. Amor Divino ........................................................................... 65
V. Santos e Milagres ..................................................................... 77
VI. O Estado Unitivo .................................................................... 93
Í ndice Remissivo ........................................................................ 1 07
Bibliografia ................................................................................. 115
5
Introáução
7
8 Os Místicos do Islã
***
I. Cristanáaáe
É óbvio que as tendências ascéticas e quietísticas às quais me
referi estavam em harmonia com a teoria cristã e se alimentaram
dela. Diversos textos do Evangelho e os ditos apócrifos de Jesus são
citados nas antigas biografias Sufi, e o eremita cristão (rahib) apare
ce freqüentemente no papel de um professor dando instruções e con
selhos a ascetas muçulmanos errantes. Vimos que o traje de lã, do
qual vem o nome "Sufi", é de origem cristã: votos de silêncio, litanias
(dhokr), e outras práticas ascéticas podem ter vindo da mesma fonte.
No que diz respeito à doutrina do amor divino, os seguintes trechos
falam por si mesmos:
"Jesus passou por três homens. Seus corpos eram magros e
suas faces pálidas. Ele lhes perguntou, dizendo: 'O que vos levou a
essa condição?' Eles responderam: 'Medo do fogo' . Jesus disse: 'Vós
temeis algo criado; apenas Deus pode salvar os que temem' . Então
ele os deixou e passou por três outros, cujos rostos eram ainda mais
pálidos e os corpos ainda mais magros, e lhes perguntou, dizendo:
'O que vos levou a essa condição?' Eles responderam: 'Saudades do
paraíso' . Ele disse: 'Vós desejais uma coisa criada e apenas Deus
pode vos dar o que desejais' . Então ele continuou e passou por três
outros de palidez e magreza excessivas, de forma que seus rostos
eram espelhos de luz, e disse: 'O que vos levou a essa condição?'
Eles responderam: 'Nosso amor por Deus' . Jesus disse: 'Vós sois os
mais próximos Dele, vós sois os mais próximos Dele".
O místico sírio Ahmad ibn al-Hawari perguntou certa vez a um
eremita cristão:
"'Qual é a mais forte ordem que encontrais em vossas Escritu
ras?' O eremita respondeu: 'Nada há mais forte que isso: Ama teu
criador com todo o teu poder e força"'.
Outro eremita foi questionado pelo mesmo asceta muçulmano:
"'Quando um homem é mais perseverante na devoção?' 'Quan
do o amor toma posse de seu coração' , foi a resposta; 'pois então ele
não tem nem alegria nem prazer senão na devoção contínua"'.
Introdução 13
II. �opfatonismo
Aristóteles, e não Platão, é a figura dominante na filosofia
muçulmana e mais conhecido entre os maometanos pelo nome de
Plotino, chamado "Mestre Grego" (al-Sheykh al- Yaunani). Mas, urna
vez que os árabes adquiriram seu primeiro conhecimento de Aristó
teles a partir de seus comentaristas neoplatônicos, o sistema do qual
eles se imbuíram foi o de Porfírio e Procluso. Assim, a chamada
Teologia de Aristóteles, cuja versão arábica apareceu no século IX,
é na verdade um manual do neoplatonismo.
Outro trabalho dessa escola merece atenção especial: refiro
rne aos escritos falsamente atribuídos a Dioniso, o Areopagita, o
converso de São Paulo. O pseudo-Dioniso - que deve ter sido um
monge sírio - nomeia corno seu mestre um certo Hieroteu, que
Frothingham identificou com Stephen Bar Sudaili, um proeminente
gnóstico sírio e contemporâneo de Jacob de Saruj (45 1 -5 2 1 d.C.).
Dioniso cita alguns fragmentos de hinos eróticos de autoria desse
Stephen, e um trabalho completo - O Livro de Hieroteu sobre os
Mistérios Ocultos da Divindade - surgiu em um único manuscrito
que está atualmente no Museu Britânico. Os escritos dionisíacos,
vertidos para o latim por John Scotus Erigena, fundaram o misticis
mo cristão medieval na Europa ocidental. Sua influência no Oriente
foi muito menos vital. Eles foram traduzidos do grego para o sírio
quase imediatamente após seu surgimento, e sua doutrina foi vigo
rosamente propagada por comentários na mesma língua. Por volta
de 850 d.C., Dioniso era conhecido do Tigre ao Atlântico.
Além da tradição literária, houve outros canais pelos quais as
doutrinas da emanação, iluminação, gnose e êxtase foram transmiti
das, mas já se disse o suficiente para convencer o leitor de que as
idéias místicas gregas estavam no ar e facilmente acessíveis aos
muçulmanos da Ásia ocidental e do Egito, onde a filosofia Sufi to
rnou forma pela primeira vez. Urn dos que tornaram parte nesse de
senvolvimento principal, Dhu 'L-Nun, o Egípcio, é descrito corno
14 Os Místicos do Islã
III. Çjnosticisnw
(Conforme Goldziher, "Neuplatonische und Gnostische
Elemente im Hadit", in Zeitschrift far Assyriologie, xxii. 3 1 7 ff.)
Embora haja pouca evidência direta, o lugar óbvio ocupado
pela teoria da gnose na especulação Sufi primitiva sugere o contato
com o gnosticismo cristão. Deve-se notar que os pais de Ma' ruf al
Karkhi, cuja definição de Sufismo como a "apreensão das realida
des divinas" foi citada na primeira página desta Introdução, eram,
diz-se, sabianos, ou seja, mandeanos, vivendo no pântano babilôni
co entre Basra e Wasit. Outros santos muçulmanos aprenderam o
"mistério do Grande Nome". Este foi comunicado a lbrahim ibn
Adham por um homem que ele encontrou enquanto viajava no de
serto, e logo que ele o pronunciou viu o profeta Khadir (Elias). Os
antigos Sufis emprestaram dos maniqueus o termo siddiq, que apli
cam aos próprios adeptos espirituais, e uma escola posterior, retor
nando ao dualismo de Mani, sustenta a opinião de que a diversidade
dos fenômenos resulta da mescla de luz e escuridão.
"O ideal da ação humana é a libertação da mancha de escuri
dão; e a libertação da luz da escuridão significa a autoconsciência da
luz enquanto luz." (Shaikh Muhammad Iqbal, The Development of
Methaphysics in Persia, 1 908, p. 1 50.)
A seguinte versão da doutrina dos setenta mil véus, explicada
por um dervixe Rifa' i moderno, mostra claros traços de gnosticismo
e é tão interessante que não posso deixar de citá-la aqui:
"Setenta mil véus separam Alá, a Realidade Única, do mundo
da matéria e do sentido. E cada alma passa antes de seu nascimen
to através desses setenta mil. A metade interna são véus de luz; a
metade externa, véus de escuridão. Para cada um dos véus de luz
por que passa, em sua jornada para o nascimento, a alma tira uma qua
lidade divina; e, para cada um dos véus escuros, ela põe uma qualidade
Introdução 15
I'll. 'Buáismo
Antes da conquista maometana da Índia no século XI, o ensi
namento de Buda exerceu considerável influência na Pérsia oriental
e Transoxânia. Ouvimos falar de monastérios budistas prósperos em
Balkh, a metrópole da antiga Báctria, uma cidade famosa pelo nú
mero de Sufis que nela residiam. O professor Goldziher chamou a
atenção à significativa circunstância em que o asceta Sufi lbrahim
ibn Adham aparece na lenda muçulmana como um príncipe de Balkh
que abandonou seu trono e se tornou um dervixe errante - a histó
ria de Buda novamente. Os Sufis aprenderam o uso de rosários dos
monges budistas e, sem entrar em pormenores, pode-se afirmar com
segurança que o método do Sufismo, enquanto autocultura ética, me
ditação ascética� abstração intelectual, deve muito ao budismo. Mas
as caractetísticas que os dois sistemas têm em comum apenas acen
tuam a diferença fundamental entre eles. Em espírito, eles são pólos
separados. O budista moraliza a si mesmo, o Sufi se torna moral
apenas ao conl,�cer e amar Deus.
16 Os Místicos do Islã
"O Sufismo é isso: que as ações devem passar pelo Sufi (ou
seja, ser feitas acima dele), conhecidas apenas por Deus, e que ele
deve estar com Deus de um modo conhecido apenas por Deus."
"O Sufismo é inteiramente a autodisciplina."
"O Sufismo é nada possuir e por nada ser possuído."
"O Sufismo não é um sistema composto de regras ou ciências,
mas uma disposição moral; ou seja, se fosse uma regra, poderia tor
nar-se a regra de uma pessoa com um forte empenho e, se fosse uma
ciência, poderia ser adquirida pela instrução; mas, pelo contrário, é
uma disposição, de acordo com o ditado: 'Formem a si mesmos na
natureza moral de Deus' ; e a natureza moral de Deus não pode ser
atingida nem por meio de regras nem por meio de ciências. "
Introdução 21
O Caminho
23
24 Os Místicos tÚJ Islã
diz-se que "seu guia é Satã" e é comparado a uma árvore que, por
falta de cuidados do jardineiro, "não dá frutos ou os tem amargos".
Falando dos xeques Sufis, Hujwiri diz:
"Quando um noviço se junta a eles, com o propósito de renun
ciar ao mundo, eles o sujeitam à disciplina espiritual pelo período de
três anos. Se ele preenche os requerimentos dessa disciplina, tudo
bem; de outra forma, eles o declaram incapaz de ser admitido no
'Caminho' . O primeiro ano é devotado ao serviço do povo; o segun
do ano, ao serviço de Deus; e o terceiro ano, para cuidar do próprio
coração. Ele pode servir as pessoas apenas quando se põe no grau de
servo e todos os outros no grau de mestres, ou seja, ele deve respei
tar a todos, sem exceção, como se fossem melhores que ele, e deve
ser sua obrigação servir a todos da mesma forma. E ele apenas pode
servir a Deus quando se livra de todos os interesses egoístas relacio
nados seja à vida presente, seja à futura e adorar a Deus apenas por
Deus, uma vez que aquele que adora Deus por causa de qualquer
outra coisa adora a si mesmo, e não a Deus. E ele pode cuidar de seu
coração apenas quando seus pensamentos estão recolhidos e todo
cuidado foi descartado, para que em comunhão com Deus ele guar
de seu coração dos ataques do descuido. Quando possui essas quali
ficações, o noviço pode usar o muraqqa 'at (o hábito remendado usado
pelos dervixes) como um verdadeiro místico, não apenas como um
imitador dos outros. "
Shibli era um aluno do famoso teósofo Junayd de Bagdá. Em
sua conversão, ele foi até Junayd, dizendo:
"Disseram-me que você possui a pérola do conhecimento divi
no. Dê para mim ou venda-a." Junayd respondeu: "Não posso vendê
la, pois você não poderia pagar seu preço; e, se eu lhe der, você a
terá ganho muito barato. Atire-se logo, como eu, nesse oceano, para
que você possa ganhar a pérola esperando pacientemente".
Shibli perguntou o que devia fazer.
"Venda enxofre", disse Junayd.
Ao fim de um ano, ele disse a Shibli:
"Esse comércio o toma muito conhecido. Tome-se um dervixe
e se ocupe somente de mendigar. "
Durante um ano inteiro, Shibli vagou pelas ruas de Bagdá, men
digando aos passantes, mas ninguém ligava para ele. Então, foi a
Junayd, que exclamou:
O Caminho 27
/\
I[uminação e 'E�ase
35
36 Os Místicos do Islã
diz que Ele soprou Seu espírito em Adão; mas os Sufis mais ortodo
xos, que combatem energicamente a doutrina de que os espíritos
humanos não são criados e são eternos, afirmam que o firasat é o
resultado do conhecimento e da percepção, rnetaforicarnente cha
mado "luz" ou "inspiração'', que Deus cria e distribui entre Seus
favoritos. A Tradição "Cuidado com o discernimento do verdadeiro
crente, pois ele vê pela luz de Alá" é exemplificada em narrativas
corno estas :
Abu' Abdallah al-Razi disse:
"Ibn al-Anbari me apresentou um traje remendado, e, vendo na
cabeça de Shibli um capuz que combinava perfeitamente com aqui
lo, concebi o desejo de que ambos fossem meus. Quando se levan
tou para partir, Shibli olhou para mim, corno era seu hábito quando
desej ava que eu o seguisse. Assim, segui-o até sua casa e, quando
entramos, ele me mandou tirar o traje remendado e o dobrou e atirou
seu capuz por cima. Então, pediu fogo e queimou tanto o traje corno
o capuz" .
Sari al-Saqati encorajava freqüentemente Junayd a falar em
público, mas Junayd não queria consentir, pois duvidava ser mere
cedor de tamanha honra. Urna noite de sexta-feira, ele sonhou que o
Profeta aparecia e mandava-o falar ao povo. Ele acordou, foi à casa
de Sari antes do raiar do dia e bateu à porta. Sari abriu a porta e
disse: "Você não me acreditou até que o Profeta veio e o disse a
você".
Sahl ibn Abdallah estava na mesquita congregacional quando
um pombo, vencido pelo intenso calor, caiu ao solo. Sahl exclamou:
"Pela graça de Deus, Shah al-Kirmani acabou de morrer" . Isso foi
escrito e comprovou-se ser verdade.
Quando o coração está purgado do pecado e dos maus pen
samentos, a luz da certeza brilha sobre ele e faz dele um espelho
resplandecente, assim o diabo não pode aproximar-se sem ser visto.
Daí o dizer de alguns gnósticos: "Se desobedeço meu coração, deso
bedeço ao Deus". Foi para um homem assim iluminado que o Profe
ta disse: "Consulta teu coração, e ouvirás a ordem secreta de Deus
proclamada pelo conhecimento interno do coração, que é a fé e a
divindade reais" - algo muito melhor que o aprendizado de adivi
nhos. Não preciso antecipar aqui a questão, que será discutida no
próximo capítulo, sobre o quanto as queixas de urna consciência
Iluminação e Êxtase 37
44 Os Místicos do Islã
5'L (jnose
45
46 Os Místicos tÚJ Islã
* N. do A.: Preparo uma edição do texto arábico, com uma tradução em inglês e
comentários.
48 Os Místicos do Islã
[Se a voz interior do místico diz para ele se voltar para qual
quer coisa além de Deus, ela o está enganando.]
"E Ele disse a mim: 'Se tu morres por causa de outro que não
Eu, pertencerás àquele pelo qual morreste' ."
"E Ele disse a mim: 'Este mundo pertence ao que afastei dele e
de quem o afastei ; e o próximo mundo pertence àquele em direção
ao qual ele veio e que Eu trouxe em Minha direção ' ."
[Ele quer dizer que a alegria infinita é a cota daqueles cujos
corações estão afastados deste mundo e que não têm posses munda
nas. Eles realmente gozam o mundo, pois este não pode separá-los
de Deus. Da mesma maneira, os verdadeiros donos do próximo mundo
são aqueles que não o buscam, já que ele não é o verdadeiro objeto
de seu desejo, que é apenas contemplar Deus.]
O gnóstico vê o elemento de realidade na religião positiva, mas
sua gnose não se derivou da religião ou de qualquer tipo de conheci
mento humano; é propriamente relacionada com os atributos divi
nos; o próprio Deus revela o conhecimento deles a Seus santos que
O contemplam. Dhu 'l-Nun do Egito, cuj as especulações místicas o
fizeram sobressair como o pai da teosofia muçulmana, disse que os
gnósticos não são eles mesmos, nem subsistem por si mesmos, mas
enquanto subsistem, o fazem através de Deus.
"Eles se movem porque Deus os faz mover-se, e suas palavras
são as palavras de Deus que rolam sobre suas línguas, e sua visão é
a visão de Deus que entrou em seus olhos."
O gnóstico contempla os atributos de Deus, não Sua essência,
pois mesmo em gnose um pequeno traço de dualidade permanece:
esta desaparece apenas no fana al-fana, o trespasse total na divinda
de indiferenciada. O atributo principal de Deus é a unidade e a uni
dade divina é o primeiro e último princípio da gnose. (De acordo
com alguns místicos, a gnose da unidade constitui um estágio mais
elevado chamado "Verdade" (haqiqat) . (Vej a p. 24)
Tanto os muçulmanos quanto os Sufis declaram que Deus é
Uno, mas a afirmação tem um significado diferente em cada exem
plo. O muçulmano quer dizer que Deus é único em Sua essência,
qualidades e atos; que ele é exatamente diverso dos outros seres . O
Sufi quer dizer que Deus é o Ser Uno Real que sustenta todos os
fenômenos. Esse princípio é levado a conseqüências extremas, como
veremos. Se nada além de Deus existe, então todo o universo, in
cluindo o homem, é essencialmente um com Deus, se for visto como
52 Os Místicos do Islã
uma emanação vinda Dele, sem prejudicar Sua unidade, como raios
do sol, ou se for concebido como um espelho no qual os atributos
divinos se refletem. Mas certamente um Deus que é tudo em tudo
pode não ter nenhuma razão para se revelar: por que o Uno deveria
ceder aos muitos? Os Sufis respondem - um filósofo diria que eles
fogem da dificuldade - citando a famosa Tradição: "Eu era um
tesouro oculto e desejava ser conhecido; assim, criei a criação para
me tornar conhecido" . Em outras palavras, Deus é a eterna Beleza, e
está na natureza da beleza desejar o amor. Os poetas místicos des
creveram a automanifestação do Uno com uma profusão esplêndida
de imagens . Jami diz, por exemplo:
"De toda a eternidade o Amado revelou Sua beleza na solidão
do invisível ;
Ele segurou o espelho em frente a Sua própria face, Ele mos-
trou Sua delicadeza
A Si mesmo.
Ele era o espectador e o espetáculo; nenhum olho além do Seu
Olhara o Universo.
Tudo era Um, não havia dualidade nem pretexto de 'meu' ou
'teu' .
A vasta orbe do céu, com sua miríade indo e vindo,
Estava oculta em um só ponto.
A Criação estava deitada no sono da não-existência, como uma
criança
Ela respirara.
O olho do Amado, vendo o que não era, olhou o nada como
Existente.
Embora Ele contemplasse Seus atributos e qualidades como
um todo perfeito
Em Sua própria essência,
Ele desej ava que eles pudessem ser mostrados a Ele em outro
espelho,
E que cada um de Seus atributos eternos pudesse se tornar
manifesto
Em uma forma diversa correspondente,
Então Ele criou os campos verdes do Tempo e do Espaço e o
j ardim vivificante do mundo
Para que cada galho e folha e fruto mostrasse Suas diversas
A Gnose 53
Perfeições,
O cipreste deu uma idéia de Sua bela estatura, a rosa deu notícias
De sua linda fisionomia.
Por toda parte em que a Beleza espreitava, o Amor aparecia
atrás dela; onde quer que a Beleza brilhasse em uma face rosada, o
Amor acendia sua tocha naquela chama.
Onde quer que a Beleza estivesse em negras tranças, o Amor
vinha e encontrava um coração
Embaraçado em seus cachos.
Beleza e Amor são como corpo e alma; a Beleza é a mina e o
Amor, a pedra preciosa.
Eles sempre estiveram juntos desde o início; eles nunca viaj a
ram senão em companhia um do outro."
Em outro trabalho, Jami apresenta a relação de Deus com o
mundo mais filosoficamente, como se segue:
"A única Substância, vista como absoluta e livre de qualquer
fenômeno, limitações e multiplicidade, é o Real (al-Haqq) . Por ou
tro lado, visto sob o aspecto da multiplicidade e da pluralidade, sob
as quais Ele se mostra quando vestido com fenômenos, Ele é todo o
universo criado. Então o universo é uma expressão exterior visível
do Real, e o Real é a realidade interior visível do universo. O univer
so antes de se desenvolver para a visão exterior era idêntico ao Real;
e o Real após essa evolução é idêntico ao universo."
Fenômenos, como tais, são não-seres e apenas derivam uma
existência contingente das qualidades do Ser Absoluto pelas quais
eles se irradiaram. O mundo sensorial parece o círculo de fogo feito
por uma única fagulha girando rapidamente.
O homem é a coroa e a causa final do universo. Embora sej a o
último em ordem de criação, ele é o primeiro no processo do pensa
mento divino, pois sua parte essencial é a Inteligência primal ou
Razão universal que emana imediatamente da divindade. Esta cor
responde ao Logos - o princípio animador de todas as coisas - e
se identifica com o Profeta Maomé. Um paralelo interessante pode
ser traçado entre as doutrinas cristã e Sufi. As mesmas expressões são
aplicadas ao fundador do Islã e por São Paulo, São João e, mais
tarde, por teólogos místicos que trataram de Cristo. Assim, Maomé
é chamado a Luz de Deus, e diz-se que existiu antes da criação do
mundo, ele é adorado como a fonte de toda a vida, real e possível,
54 Os Místicos do Islã
.91.mor fJJivino
65
66 Os Místicos IÚJ Islã
"Ó Tu, e m cujo bastão recurvo meu coração como uma bola
está,
Nem mesmo um pouco me desviei de Tuas ordens nem a elas
· desobedeci.
Lavei meu exterior até limpá-lo, a água eu tirei e derramei;
Meu íntimo é Tua propriedade - Mantenha-o imaculado, Ó
Senhor ! "
Jalaluddin ensina que o amor d o homem é n a realidade o efeito
do amor de Deus, através de um apólogo. Uma noite, certo devoto
rezava em voz alta, quando Satã lhe apareceu e disse:
"Por quanto tempo gritarás 'Ó Alá' ? Cala-te, pois não obterás
resposta." O devoto inclinou a cabeça em silêncio. Após certo tempo,
72 Os Místicos IÚJ Islã
ele teve uma visão do profeta Khadir, que disse a ele: "Ah, por que
paraste de chamar a Deus?" "Porque a resposta ' Aqui estou' não
veio", respondeu ele. Khadir disse: "Deus mandou-me vir a ti e di
zer isto:
"Não fui Eu que te mandei ao serviço?
Não te ocupei com Meu nome?
Teu chamado 'Alá" era Meu "Aqui estou",
Tua dor saudosa Meu mensageiro para ti .
De todas essas lágrimas e gritos e súplicas
Fui o magneto e lhes dei asas ."
O amor divino está além de quaisquer descrições, e seus sinais
são manifestos. Sari al-Saqati questionou Junayd no que diz respeito
à natureza do amor.
"Alguns dizem", ele respondeu, "que é um estado de concór
dia, e alguns dizem que é o altruísmo, e alguns dizem que é assim e
assim." Sari pegou a pele de seu antebraço e a puxou, mas ela não
esticou; então ele disse: "Juro pela glória de Deus, se eu dissesse
que essa pele seria enrugada nesse osso pelo amor Dele, eu estaria
dizendo a verdade." Por isso, ele desmaiou e seu rosto tomou-se
uma lua brilhante.
O Amor, "o astrolábio dos mistérios celestes", inspira todas as
religiões merecedoras desse nome e traz consigo não a crença racio
nal, mas a intensa convicção que vem da intuição imediata. Essa luz
interior é sua própria evidência; quem a vê tem um conhecimento
real e nada pode aumentar ou diminuir sua certeza. Além disso, os
Sufis nunca se cansaram de expor a futilidade de uma fé que se sus
tenta em provas intelectuais, autoridade externa, auto-interesse ou
auto-estima de qualquer espécie. A dialética estéril do teólogo; a jus
tiça hipócrita do fariseu, enraizada em formas e cerimônias; a menos
crua mas igualmente interesseira adoração cujo motivo é ganhar a
felicidade infinita para o resto da vida; a devoção relativamente pura
do místico que, embora ame a Deus, pensa em si mesmo amorosa
mente e cujo coração não está inteiramente vazio de "diversidade" ;
tudo isso são "véus" que devem ser removidos.
Eis algumas frases que serão mais instrutivas que outras expli
cações.
"Ó Deus ! Qualquer que seja a parte deste mundo que destinas
a mim, entrega-a a Teus inimigos; e qualquer que sej a a parte do
Amor Divino 73
Santos e Milagres
77
78 Os Místicos do Islã
cabeça de uma ordem religiosa perpétua que trazia seu nome. A pri
meira dessas grandes fraternidades data do século XII. Em adição a
seus próprios membros - os assim chamados dervixes -, cada or
dem tem um grande número de irmãos seculares ligados a ela; assim
sua influência atinge todos os níveis da sociedade muçulmana. "Elas
são independentes e autodesenvolvidas. Há rivalidade entre elas, mas
nenhuma manda na outra. Na fé e nas práticas, cada uma faz de seu
jeito, limitadas apenas pela consciência universal do Islã. Assim,
doutrinas estranhas e graves defeitos morais se desenvolveram aos
poucos, mas a liberdade se conservou." (D. B . Macdonald, The
Religious Life and Attitude in Islam, p. 1 64.) Claro que o wali típico
é incapaz de fundar uma ordem, mas o Islã produziu, não menos
freqüentemente que a cristandade, homens que combinam intensa
iluminação espiritual com energia criativa e tino para negócios em
grande escala. A noção maometana de santo como uma pessoa pos
suída por Deus permite uma aplicação muito extensa do termo: no
uso popular, ele se estende dos grandes teósofos Sufi, como Jalaluddin
Rumi e Ibn al-Arabi, até os que ganharam a santidade apenas por
perder a sanidade - vítimas de epilepsia e histeria, idiotas sábios e
lunáticos não perigosos .
Tanto Qushayri - autor de um famoso trabalho destinado a
fechar a brecha entre o Sufismo e o Islã e que morreu em 1 047 d.C.
- quanto Hujwiri discutem a questão de um santo poder ser consci
ente de sua santidade e respondem a isso na afirmativa. Seus
opositores argumentam que a consciência da santidade envolve a
certeza da salvação, que é impossível, j á que ninguém pode saber
com certeza se estará entre os salvos no Dia do Julgamento. Em res
posta, afirmou-se que Deus pode miraculosamente assegurar ao santo
sua salvação predestinada, enquanto o mantém em um estado de resis
tência espiritual e o preserva da desobediência. O santo não é imacu
lado, como são os profetas, mas a proteção divina da qual ele goza é
uma garantia de que não agirá mal sempre, mesmo que ele possa
temporariamente se desviar do bem. De acordo com a visão susten
tada em geral, a santidade depende da fé, não da conduta, assim
nenhum pecado, exceto a infidelidade, pode fazer com que ela seja
perdida. Essa perigosa teoria, que abre as portas ao antinomianismo,
foi mitigada pela ênfase posta no cumprimento da lei religiosa. A
seguinte história de Bayazid al-Bistami mostra a atitude oficial de
Santos e Milagres 81
que interferem com ele se opõem ao Poder Onipotente que fala com
seus lábios e golpeia com suas mãos. Jalaluddin (que usa incidental
mente a analogia de duplo sentido de um homem possuído por um
peri, um dos espíritos chamados coletivamente de Jinn) relata a se
guinte história sobre Bayazid de Bistam, um celebrado santo persa
que diversas vezes declarara em frenesi extático que não era outro
senão Deus.
Após ter voltado a si após uma dessas ocasiões e vendo a lin
guagem blasfema que utilizara, B ayazid ordenou a seus discípulos
que o esfaqueassem se ele fizesse a ofensa novamente. Citarei a se
qüência, da tradução abreviada de Whinfield do Masnavi (p. 1 96):
"A torrente de loucura carregou sua razão
E ele falou mais impiamente do que antes :
' Dentro de minhas vestes nada há além de Deus,
Quer vocês o procurem no Céu ou na Terra. '
O s discípulos enlouqueceram de horror
E o feriram com suas facas em seu corpo sagrado.
Cada um que buscava o corpo do xeque -
Tinha seu golpe desviado e era ferido por ele.
Nenhum ataque atingiu aquele homem de dons espirituais,
Mas os discípulos estavam feridos e afundados em sangue."
Eis a conclusão do poeta:
"Ah ! Vocês que o golpeiam com sua espada, ele, junto a si
mesmo;
Vocês golpeiam a si mesmos com ela. Cuidado !
Pois ele, que está junto a si mesmo, está aniquilado e salvo;
Sim, ele está em segurança para sempre.
Sua forma desapareceu, ele é um mero espelho;
Nada se vê nele além do reflexo de outro.
Se você cospe nele, cospe em seu próprio rosto,
E se atinge esse espelho, atinge a si mesmo.
Se você vê nele um rosto feio, é o seu próprio, e se você vê
Jesus ali, você é a Virgem Maria.
Ele não é nem isso nem aquilo - ele é vazio de forma;
Esta é sua própria forma devolvida a você."
A vida de Abu '1-Hasan Khurqani, outro Sufi persa, que mor
reu em 1 033 d. C . , nos dá um retrato completo do panteísta oriental
e exibe a arrogância e a sublimidade do personagem com a maior
Santos e Milagres 85
uma taça derramada dentro de mim. Ela foi posta na posição certa,
e uma sensação de felicidade desenfreada encheu meu ser. Eu dis
se ao mestre : 'Esta cela onde estou sentado diante de ti - vej o
uma fiel reprodução dela dentro d e mim e e l a aparece a m i m como
se outro Tawakkul Beg estivesse sentado diante de outro Molla
Shah' . Ele respondeu : 'Muito Bom ! A primeira aparição que vem
a ti é a imagem do mestre' . Ele me mandou então descobrir os
olhos ; e eu o vi, com o órgão físico da visão, sentado diante de
mim. Ele me fez então vendar os olhos novamente e eu o percebi
com minha visão espiritual, sentado da mesma maneira diante de
mim. Cheio de espanto, exclamei : 'Ó, Mestre ! Quer eu olhe com
meus órgãos físicos, quer com minha visão espiritual, é sempre a
você que vejo ! ' "
Eis um caso de auto-hipnotismo, testemunhado e registrado
pelo poeta Jami:
"Mawlana Sa' duddin de Kashghar, após uma pequena concen
tração de pensamento (tawajjuh), costumava exibir sinais de incons
ciência. Quem ignorasse a circunstância juraria que ele adormecia.
Logo que comecei a travar contato com ele, sentei-me um dia di.ante
dele na mesquita congregacional. De acordo com seu costume, ele
entrou em transe. Supus que ele iria dormir e disse-lhe: 'Se você
deseja descansar um pouco, você não vai me parecer estar distante' .
Ele sorriu e disse: ' Aparentemente você não acredita que isso é algo
diferente de dormir' . "
A seguinte história apresenta maiores dificuldades:
"Mawlana Nizamuddin Khamush conta que um dia seu mes
tre, Ala' uddin Attar, foi visitar a tumba do celebrado santo Maomé
ibn Ali Hakim, em Tirmidh. 'Não o acompanhei' , disse Nizamuddin,
'mas fiquei em casa e, concentrando a mente (tawajjuh), consegui
trazer a espiritualidade do santo diante de mim; assim quando o mestre
chegou na tumba encontrou-a vazia. Ele deve ter conhecido a causa,
pois quando voltou começou a trabalhar para me colocar sob seu
controle. Eu concentrei também minha mente, mas me senti como
uma pomba e meu mestre como um falcão voando à minha caça.
Para onde quer que me voltasse, ele sempre estava logo atrás. Por
fim, desesperado da fuga, refugiei-me na espiritualidade do Profeta
(a paz esteja com ele) e me apaguei em seu infinito brilho. O mestre
não mais podia exercer qualquer controle. Ele caiu doente em con
seqüência da decepção e apenas eu conhecia a razão' ."
90 Os Místicos do Islã
O 'Estaáo 'Unitivo
93
94 Os Místicos do Islã
Ináice !Rsmissivo
J M
Jabaritas, os 9 Macdonald, professor D. B . 19,
Jacob de Saruj 1 3 32, 33, 80, 88
Jalaluddin Rumi 20, 43, 44, 45 , Majdhub 79
46, 60, 67, 69, 73, 75, 80, 93, 96, Majduddin de Bagdá 44
98, 1 05 Majnun 74, 1 00
Jami 28, 44, 52, 53, 54, 67, 69, Mal, a irrealidade do 60, 6 1 , 62,
89, 1 04 63, 66, 80, 90, 1 0 1
Jesus, Ver Cristo 1 2 , 84, 94, 96, Malik ibn Dinar 28
99 Mandeanos, os 14
Judeus, os 78 Mani 14
Jinn, o 77, 84 Maniqueus, os 14
João, São 53 Mansur, Ver Hallaj 94, 97
John Scotus Erigena 1 3 Maqamat 23
José 63, 74 ma 'rifat, Ver Gnose, a 47
Junayd de B agdá 26 Mar, a Revelação do, por Niffari .
3 1 , 49, 50, 70, 82, 86, 93, 1 0 1
K Marwa 5 8
Maria 4, 84
Karamat 78, 82
Masnavi, o, Ver Jalaluddin Rumi.
Khadir 1 4, 72, 8 1 , 82
20, 43, 6 1 , 84, 93
Khirqat 34
Massignon, L. 94, 95, 97
Khizr, Ver Khadir 8 1
Mawaqif, o, Ver Niffari 39
Khorasan 1 0 1 , 1 05
Mayya 67
Khurqani, Ver Abu ' 1-Hasan
Meca 85
Khurqani 56, 84, 85, 90
Meditação 1 5 , 19, 23, 27, 34, 88
Kitab al-Luma ' 23, 78, 83, 99 Mefistófeles 39
Kitab al-Tawasin 94 Messalianos, os 1 3
Mina 5 8
L Milagres 5, 47 , 79, 82, 83, 87
Lane, Edward 32 Maomé, o Profeta, Ver Tradições
Lei religiosa, a 4 1 , 48, 49, 80, 8 1 , do Profeta. 1 7 , 1 8, 1 9, 28, 29, 35,
1 02 37, 38, 53, 58, 59, 70, 78, 83, 89,
Layla, 1 00 1 03
Lives of the Saints, de Jami, Maomé ibn ' Ali Hakim 28, 29,
Ver Nafahat al- Uns. 44 38, 89
Índice Remissivo 111
o R
Omar, o Califa 29, 6 1 Rabi ' a 9, 25, 73
Omar Khayyam 6 1 Rahib 12
1 12 Os Místicos do Islã
115
1 16 Os Místicos do Islã
B) TRADUÇÕES
ATTAR. Le Manticu 'ttair ou le Langage des Oiseaux. Tradu
zido, com um ensaio sobre a poesia filosófica e religiosa da Pérsia,
por Garcin de Tassy Paris, 1 864.
HUJWIRI. Kashf al-Mahjub. Traduzido por R. A. Nicholson.
Londres, 1 9 1 1 .
O mais antigo tratado persa sobre Sufismo.
IBN AL- ' ARABI. , Tarjuman al-Ashwaq. Uma coleção de odes
místicas. Texto em árabe com a tradução e comentários de Reynold
A Nicholson Londres, 1 9 1 1 .
JAMI. Lawa 'ih. Texto persa com tradução de E. H. Whinfield
e Mirza Muhammad Kazvini, Londres, 1 906.
Um tratado em prosa sobre a teosofia Sufi.
-- . Yusuf e Zulaikha. Traduzido em versos por R. T. H.
Griffith Londres, 1 882.
Um dos mais famosos romances de amor místicos na literatura
persa.
Jalaluddin Rumi. Masnavi. Tradução abreviada de E. H.
Whinfield, 2ª ed. Londres, 1 898.
-- . Masnavi, Livro 1 . Traduzido por Sir James Redhouse,
Londres, 1 88 1 .
-- . Masnavi, Livro II. Traduzido com comentário de C . E.
Wilson. Londres, 1 9 1 0 .
Bibliografia 117
LÚCIFER
O Diabo na Idade Média
]effrey Burton Russel
Esta obra, de teor hi stórico, apresenta idéias a respeito do Di abo que
perduram desde a Idade Média, as quais incluem visões onodoxas
orientais e i s l âmicas, mas enfatizam o pensamento cri stão oc idental, o
qual dá ao Diabo mais direitos. O autor mostra que o contexto social
i nfluenciou a diabologia somente no senso geral, na cu ltura medieval
primitiva, dominada pelo monasticismo, segu ida da vi são tradicional do
Diabo desenvolvida pelos padres do deseno; mais tarde, a ascensão das
cidades permitiu o cresci mento de uni versidades e a aproxi mação
estudantil da diabologia e da teologia em geral.
O GUERREIRO
O Soldado e o Legionário
Giovanni Brizzi
A figura do legionário romano, do soldado de i n fantaria que domina os
campos de batalha da Antiguidade, traduz valores que são a ex pressão
de um profu n d o s e n t i mento de dever nos c o n frontos do Estado. A
partir dos arquétipos homéricos do guerrei ro e da análise das batalhas
e dos armamentos hoplíticos, o l i vro segue a evol ução da fi gura do
s o l dado n o c o n t e x t o dos re g u l a m e n t o s m i l i t a re s , p r i m e i ro gregos,
depois romanos, c o m p re e n d e n d o as t r a n s fo r m a ç õ e s das eras
monárq u i c a , repu b l i c a n a e i mperi a l .
ESPADA E o GRAAL, A
Sobre o Graal, os Templários e a
Verdadeira Descoberta da América
Andrew Sinclair
Uma i ntensa pesq u i s a de A ndrew S i nclair revela a e x i stênc i a de uma
espada e u m Graal n a forma de u m cálice que estão entalhados numa
pedra n a Capela Rosslyn, na Escóc i a . A espada aponta para uma
antiga aportagem e descoberta da América do Norte, quase cem
anos antes de Colombo chegar no Caribe. Os degraus do Te mplo de
Salomão gravados na base do Graal do Graal i n i c i aram uma
i n v e st i gação sobre o dest i n o dos Cavaleiros Te mplários.
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e:::;.. � dos nossos lançamentos, nas áreas que determinar.
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