Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta Departamento de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública/ Departamento de Saúde Coletiva do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Campo Grande, 13 de abril de 2011
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (Declaração de Alma-Ata, 1978)
Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e
métodos práticos,
cientificamente comprovados e
socialmente aceitáveis,
tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias
na comunidade por meios aceitáveis para eles e
a um custo que tanto a comunidade como o país possa
arcar em cada estágio de seu desenvolvimento,
um espírito de autoconfiança e autodeterminação.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (Declaração de Alma-Ata, 1978)
É parte integral do sistema de saúde do país, do
qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade.
É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da
família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Características da Atenção Primária à Saúde. (Barbara Starfield)
Constituir a porta de entrada do serviço —
espera-se da APS que seja mais acessível à população, em todos os sentidos, e que com isso seja o primeiro recurso a ser buscado. A APS é o Primeiro Contato da medicina com o paciente .
Continuidade do cuidado — a pessoa atendida
mantém seu vínculo com o serviço ao longo do tempo, de forma que quando uma nova demanda surge esta seja atendida de forma mais eficiente; essa característica também é chamada de longitudinalidade. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Características da Atenção Primária à Saúde. (Barbara Starfield)
Integralidade — o nível primário é responsável por
todos os problemas de saúde; ainda que parte deles seja encaminhado a equipes de nível secundário ou terciário, o serviço de Atenção Primária continua co-responsável.
Além do vínculo com outros serviços de saúde, os
serviços do nível primário podem lançar mão de visitas domiciliares, reuniões com a comunidade e ações intersetoriais.
Nessa característica, a Integralidade também
significa a abrangência ou ampliação do conceito de saúde, não se limitando ao corpo puramente biológico. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Características da Atenção Primária à Saúde. (Barbara Starfield)
Coordenação do cuidado - mesmo quando parte
substancial do cuidado à saúde de uma pessoa for realizado em outros níveis de atendimento, o nível primário tem a incumbência de organizar, coordenar e/ou integrar esses cuidados , já que freqüentemente são realizados por profissionais de áreas diferentes ou terceiros, e que portanto têm pouco diálogo entre si. MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
A Medicina de Família e Comunidade é
considerada internacionalmente a especialidade que pode, partindo de um primeiro contato, cuidar de forma longitudinal, integral e coordenada da saúde de uma pessoa.
Fica evidente, então, que ela é parte
inseparável da Atenção Primária à Saúde. MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE COMO ESPECIALIDADE MÉDICA
Medicina General Integral em Cuba.;
General Practitioner na Inglaterra; Clínica Geral/Medicina Familiar na Austrália, Portugal, Dinamarca e China; Medicina de Família nos Estados Unidos e no Canadá; Cuidados Primários/Medicina Familiar na Malásia; Medicina Comunitária nas Filipinas; Medicina Familiar e Comunitária na Espanha; Medicina Geral Comunitária (1981) e Medicina de Família e Comunidade (2002) no Brasil DEFINIÇÃO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (LEUWENHORST GROUP, 1977, p.1)
“O Médico de Família presta cuidados primários,
personalizados e continuados, a indivíduos, famílias e a uma determinada população, independente de idade, sexo ou afecção.
É a síntese destas funções que tem um caráter único.
O Médico de Família atende os seus pacientes no
consultório, no domicílio e, por vezes, numa clínica ou hospital.
O seu objetivo consiste em fazer diagnósticos
precoces. DEFINIÇÃO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (LEUWENHORST GROUP, 1977, p.1)
Incluirá e integrará fatores físicos, psicológicos e
sociais nas suas considerações sobre saúde e doença, o que se expressará na forma como cuida dos seus pacientes.
Tomará uma decisão inicial sobre cada problema
que lhe seja apresentado enquanto médico.
Assumirá a gestão contínua dos problemas dos
seus doentes com afecções crônicas, recorrentes ou terminais. DEFINIÇÃO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (LEUWENHORST GROUP, 1977, p.1)
O contato prolongado com o paciente implica que
poderá utilizar repetidas oportunidades para colher informação ao ritmo apropriado para cada paciente, construindo uma relação de confiança que poderá ser usada profissionalmente.
Atuará em colaboração com outros colegas médicos e
não médicos. Saberá como e quando intervir através do tratamento, da prevenção e da educação para promover a saúde de seus pacientes e respectivas famílias.
Reconhecerá que também tem uma responsabilidade
profissional para com a comunidade.” PRINCÍPIOS DA MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS para a prática da
Medicina da Família e Comunidade:
I - O Médico de Família e Comunidade é um
profissional qualificado.
II - A Medicina de família e Comunidade é
influenciada pela Comunidade.
III - O Médico de Família e Comunidade é recurso
de uma população definida.
IV - A relação profissional-pessoa é fundamental
no desempenho do MFC. QUESTÕES GERAIS SOBRE A MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
No âmbito APS é fundamental desenvolver
competências para abordar o binômio saúde- doença como um processo condicionado pelo entrelaçamento de fenômenos biológicos, psicológicos e sociais.
A clínica deve enfatizar tudo aquilo que influencia
a saúde do paciente naquele momento da sua história pessoal. Para tanto é necessário estabelecer uma sólida relação de confiança e vínculo duradouro entre o médico e o paciente. QUESTÕES GERAIS SOBRE A MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
O médico de MFC necessita adquirir competências
para trabalhar em equipe e desenvolver práticas coerentes com o conceito de intersetorialidade.
O médico de família e comunidade é capaz de
atender com elevado padrão de qualidade e resolver pelo menos 85% dos problemas de saúde que afetam pessoas de uma população adscrita, sem distinção de gênero ou faixa etária. QUESTÕES GERAIS SOBRE A MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Segundo diversos estudos, o manejo adequado de
50 diagnósticos resolve mais da metade dos casos apresentados pela população de uma determinada região.
Esses diagnósticos nem sempre são de fácil
manejo e exigem muitas vezes alto grau de complexidade para serem solucionados, mesmo com baixa densidade tecnológica. QUESTÕES GERAIS SOBRE A MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
O médico de família e comunidade referencia o
paciente quando não consegue resolver algum problema, cabendo a ele, também, a coordenação da atenção prestada pelos outros níveis.
O vínculo com o paciente representa uma garantia
para a integralidade pois permite agregar as ações realizadas nos centros de referência aos cuidados primários que o paciente requer. INTRODUÇÃO À MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
BIBLIOGRAFIA:
Lopes, José Mauro ceratti. Os Princípios da Medicina de Famiíla
e Comunidade. Apresntação disponível em: www.agmfc.org.br/site/material/AGMFC_principios.pps
WONCA. A definição europeia de mdicina geral e familiar.
Wonca Europa, Disponível em: www.woncaeurope.org/.../European%20Definition%20in %20Portuguese.pdf INTRODUÇÃO À MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
A MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta Departamento de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública/ Departamento de Saúde Coletiva do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde