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A Odisséia dos Essênios

Não é necessária muita erudição para se descobrir ligações entre os


essênios e o Cristianismo primevo. A Irmandade guardara muito bem seus
segredos empregando cifras e escrita criptográfica. Muitos aspectos foram
esclarecidos, principalmente quanto ao governo, à organização e aos códigos
de conduta aos essênios.
O dogmatismo continua forte, mas não tão predominante. Meu próprio
interesse no messianismo começou cerca de setenta anos atrás, quando ainda
um garoto judeu, em contextos judeus e ainda mais nos cristãos, tenho
encontrado uma ignorância e falta de entendimento extraordinárias, quase que
perversas.
Participei intimamente de investigação arqueológica in loco e de
discussões de evidências em grupos de especialistas. Palavras de Jesus: “Aquilo
que tu ouves com um ouvido, proclama-o de cima dos telhados.”.
Os Essênios, e não apenas eles, tinham algum discernimento. Eles viam
o curso da história humana como uma série de avanços e recuos. O processo
terminaria no que concerne à Terra, quando esgotasse sua utilidade; mas
apenas para poder continuar em outro contexto mais amplo. Os essênios
desenvolveram a filosofia do messianismo, uma filosofia tanto espiritual como
política.
O aspecto sacerdotal envolveria sofrimento redentor e humilhação,
enquanto que o régio envolveria qualidades exemplares de sabedoria e
organização. No caso de Jesus, chegaram-se-se a atribuir-lhe os dois papéis, o
do Sacerdote-Sofredor na sua primeira vinda e potencialmente o Soberano do
Mundo da linhagem de Davi na sua esperada segunda vinda. A especulação
judaica também abraçava o conceito dos dois Messias.
Trabalho maciço de cópia e distribuição de literatura profética e didática,
até a comunidade ser devastada pelos romanos na guerra de 67-70 d.C. isto
poderia; os salmos encontrados entre os Manuscritos eram predominantemente
de caráter autobiográfico, começando pelas palavras “Agradeço a Ti, ó Senhor.”
Por esta razão, os estudiosos sugeriram que muitos destes salmos poderiam ser
composições do Mestre Verdadeiro dos essênios. Os documentos de Asaf,
conhecidos no Oriente Próximo e na Europa desde a Idade Média. Nestes
atribui-se a Asaf bem Berequias um tratado médico que tem ligação com o
juramento de Hipócrates. Asaf é considerado também um astrônomo e
astrólogo. Neste contexto, Asaf está curiosamente ligado a João, filho de
Zebedeu.
Para os essênios, as origens da medicina remontavam a Sem, filho de
Noé, transmitida aos membros da tribo de Levi, a tribo sacerdotal. Uma obra
medieval de ampla circulação na Europa e na Ásia, o romance de Barlaam e
Joasaf. Sua versão ocidental, que conta sobre o jovem príncipe Joasaf,
convertido ao cristianismo, comprovadamente foi baseada na vida de Buda.
No Oriente, arquivos antigos contam do santo mestre Jo-asaf ou Yuz-Asaf,
identificado com Jesus por alguns. O sepulcro desta personalidade Asa localiza-
se em Srinagar, Caxemira, e seria a derradeira sepultura de Jesus.
Agradeço aos estudiosos do Movimento Ahmadiyya. A opinião de que
Jesus não morreu na cruz já foi afirmada na Antiguidade pelos escritores
gnósticos. A figura de um Messias “Filho de José”, precedido pelo Messias “Filho
de Davi”. Ele seria o Homem que executaria a vontade perfeita de Deus e
sofreria por essa causa.
As lendas e o folclore de muitas regiões e épocas desempenham seu
papel na História; muitas informações interessantes alcançaram o Ocidente por
canais islâmicos, ou foram trazidas por aqueles que retornavam das Cruzadas,
ou ainda, foram transmitidas através das comunidades judaicas.
Eles eram extremamente crédulos e ingênuos. No relato histórico,
mencionei os cátaros, os templários, os maçons e os rosa-cruzes, como
também as lendas do Judeu Errante e de Preste João.
As pesquisas apresentadas no The Holy Blood and the Holy Grail
ampliaram minha informação européia, principalmente com relação aos
templários. Um prazer especial foi a descoberta de quanto os diferentes credos
e convicções têm em comum. Torna-se evidente a possibilidade de se conseguir
a união dos diferentes. Uma fonte comum da nossa existência certamente está
no Homem do Céu, que também é quem garante o cumprimento do nosso
destino.

O mestre Verdadeiro

Mesmo agora estamos distantes do conhecimento preciso do que os


essênios representavam e do alcance de sua influência. Poderíamos colocá-los
ao lado das religiões ocultas aos mistérios arcanos e às previsões proféticas.
Deparamos-nos com a figura surpreendente do Mestre Verdadeiro, cuja
influência não reconhecida chegou até nossos dias.
O grupo de seus seguidores constituía uma sociedade fechada, que
lidava com mistérios e deliberadamente colocava barreiras no caminho dos não-
iniciados, usando disfarces e referências incertas. Apesar de tudo o que hoje é
possível ainda nos escapa a identidade verdadeira daquele que é descrito nos
registros como o Único, ou o Extraordinário, Mestre, ou o Mestre Verdadeiro.
O Mestre foi m judeu, da tribo sacerdotal de Levi, que exerceu as
funções de legislador e de profeta e envolveu-se no combate à lassidão
religiosa e à apostasia. Por causa de suas atividades, foi perseguido pelos
sumos sacerdotes de seu tempo, corruptos e comprometidos; não se pode nem
precisar a época em que o Mestre Verdadeiro viveu nem o que lhe aconteceu.
O fato é que ninguém deu uma resposta unânime à questão: “Quem foi o
Mestre Verdadeiro?” Mas pelo menos se definiu que tal indivíduo existiu.

O Tempo da Ira

Desde as conquistas de Alexandre, o Grande, os judeus tiveram um contato


muito mais próximo junto ao mundo helênico, e seus intelectuais não ficaram
indiferentes a suas influências. Como conseqüência inevitável, eles se
envolveram na rivalidade e luta pelo poder entre os sucessores de Alexandre,
os Ptolomeus do Egito e os Selêucidas da Síria.
Com aconteceu com o Papado Romano na Idade Média, a ambição e a
avareza penetraram na trama espiritual do Estado. No documento pré-cristão
de origem essênia, a Assunção de Moisés:
E quando se aproximarem os tempos do castigo e a vingança manifestar-se
através dos reis que compartilham na sua culpa, punindo-nos...

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