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DISPOSIÇÃO DA ESPADA FLAMEJANTE SOBRE O ALTAR

Em 13/06/2018 o Respeitável Irmão Cesar Salim, Loja União, Pátria e


Caridade, 1.258, REAA, GOB-RJ, Oriente de Itaocara, Estado do Rio de Janeiro,
apresenta a seguinte pergunta:

DISPOSIÇÃO DA ESPADA FLAMEJANTE SOBRE O ALTAR

Estou Orador da minha Loja e gostaria de saber do Poderoso Irmão sobre a


Espada sobre o trono do Venerável Mestre, ou seja, para que lado fica a ponta da
Espada Flamejante?

CONSIDERAÇÕES.

A Espada Flamejante, cuja lâmina simula um raio de fogo, consagra no


REAA, a justiça implacável do Rei Salomão.
Assim, por representar uma chama de fogo, ela não pode ser embainhada,
pois ninguém conseguiria, naturalmente, acondicionar um raio.
Entretanto, existe uma regra litúrgica para essa Espada determinando que
ela só possa ser empunhada (manuseada) por um Venerável Mestre ou por um
Mestre Maçom que traga consigo o título distintivo de Mestre Instalado (ex-
Venerável).
Como ela não pode ser embainhada, então existe um oficial denominado
Porta-Espada, que é quem tem a função de conduzi-la nas ocasiões em que a
liturgia exigir.
Nesse sentido e para que não haja obrigatoriedade de o seu condutor ser
um Mestre Instalado, a Espada Flamejante fica guardada dentro de um escrínio ou
mesmo descansa sobre uma almofada. Essa providência faz com que o seu
condutor, sem tocá-la, possa a conduzir (no escrínio ou sobre uma almofada) nas
ocasiões em que ela se fizer necessária.
Acondicionada dessa forma, a Espada quando não utilizada, fica então
descansando sobre o lado sul do Altar ocupado pelo Venerável Mestre (lado direito
de quem do Ocidente olha para o Oriente). Destaque-se que é com base nessa
posição de descanso que o Porta-Espada tem o seu assento a sudeste no Oriente
para dela ficar próximo (vide planta do Templo no Ritual de Aprendiz do REAA em
vigência no GOB).
Quanto ao lado para qual deve ficar apontando a ponta da lâmina ígnea, não
existe nenhuma regra ritualística e nem qualquer significado simbólico para tal.
Basta apenas que ela esteja acondicionada como o comentado e ocupe a banda
sul do Altar. Dizer que ela deve apontar para esse ou para aquele lado é mera
fantasia e ilação – bobagem mesmo.
Obviamente que quando Espada estiver servindo aos propósitos como
objeto de consagração de um candidato, o Irmão Porta-Espada deve conduzi-la (no
escrínio ou almofada) de tal modo que a sua empunhadura (cabo) fique adequada
à mão esquerda do Venerável Mestre, porquanto ele terá na sua mão direita o
malhete para percutir as pancadas simbólicas que anunciarão a constituição do
candidato na sagração, o que é o mesmo que conferir dignidade a um grau.
Dois aspectos ainda a se considerar. O primeiro é a de que a Espada
Flamejante é a única espada na Maçonaria que deve ser, por razões óbvias,
empunhada pelo seu titular com a mão esquerda. O segundo é que o termo
“sagração”, nesse caso com a Espada Flamejante, nada tem a ver com o que é
sagrado, santo, religioso, etc. Assim, a sagração é o mesmo que consagração e
deve ser compreendida em Maçonaria como o ato de se conferir dignidade a
alguém ou a alguma coisa, isto é, consagrar, constituir, e não tornar santo.
Concluindo então, a Espada Flamejante, quando não utilizada, deve
descansar sobre o Altar no seu lado sul. Não há nenhuma regra que mencione para
qual lado deve assinalar a sua ponta.

PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
http://pedro-juk.blogspot.com.br

PEDRO JUK - MAÇONARIA

Mestre Maçom Instalado e membro da Loja Estrela de Morretes, 3159 -


GOB-PR. Membro do Conselho de Kadosh - Vale de Paranaguá - REAA (Grau 30).
Mestre da Marca e Mestre do Real Arco - Graus de Aperfeiçoamento
Ingleses.
Ex-Secretário Geral de Orientação Ritualística para o Rito Escocês Antigo e
Aceito - GOB - Poder Central em Brasília, atual Secretário Estadual de Orientação
Ritualística do GOB-PR
Escritor, pesquisador e historiador da Ordem Maçônica. Responsável pelo
Consultório Maçônico José Castellani - Editora Maçônica A Trolha. Palestrante da
história, liturgia, ritualística, comportamento ético e moral da Maçonaria.
Autor de diversos instrucionais maçônicos (Câmara de Reflexão, Colunas
Zodiacais, Painéis da Loja, Abóbada Celeste, Pavimento Mosaico, etc.). Autor de
vários artigos e opiniões publicados na imprensa maçônica.

Livros publicados:
Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom - TOMO I, Editora A Trolha,
Consultório Maçônico - FEV/2013 - Editora A Trolha.
Textos e Peças de Arquitetura publicados nos Cadernos de Pesquisas Maçônicas -
A Trolha.
Exegese Simbólica para o Companheiro - TOMO II;
Exegese Simbólica para o Mestre Maçom - Tomo III;
Questões Ritualísticas Nas Duas Vertentes Principais Maçônicas.
Exegese Simbólica para o Mestre Maçom.
Pesquisa para defender tese escrita sobre Os Construtores e as Antigas Catedrais
(ainda em desenvolvimento).

PEDRO JUK
jukirm@hotmail.com
http://pedro-juk.blogspot.com.br

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