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HERMENÊUTICA

Jesus Cristo: Uma figura história e uma realidade espiritual

– Fundamentação nas duas divisões da Bíblia

Seminarista: Maykon Ales


Jesus e a História

Jesus histórico - Os historiadores deixam claro que o personagem estudado por eles não é o mesmo da religião.

Eles estão em busca de informações sobre o homem chamado Jesus, que viveu na Galileia há 2.000 anos e em torno
do qual foi criada a maior religião do mundo.

"Os historiadores não buscam um ser divino, que é impossível de quantificar, medir e avaliar.

O Jesus da história é estritamente humano diz os pesquisadores.

Nessa busca pelo Jesus histórico, a perspectiva dos pesquisadores lembra a de São Tomé, o apóstolo que duvidou de
Cristo e exigiu provas de sua ressurreição.

Do mesmo modo, os historiadores não podem acreditar cegamente no que dizem as religiões e seus líderes, mas
devem embasar tudo que afirmam em evidências.

Essas provas não precisam ser, necessariamente, físicas, como a descoberta de uma ossada ou um túmulo. "Se esse
critério fosse adotado, 95% dos personagens históricos não seriam reconhecidos”, diz o pesquisador.

Hoje, o critério mais importante que os pesquisadores possuem para atestar a existência de Jesus é o da múltipla
confirmação: autores diferentes, que nunca se conheceram, afirmam fatos semelhantes sobre o personagem.

Os textos mais antigos sobre Jesus datam do século I. em sua maioria escritos por seguidores do cristianismo. A
exceção é Flavio Josero, um historiador judeu que tentou escrever toda a história do povo judaico, desde o Gênesis
até sua época. Ele cita Jesus, João Batista e Tiago (irmão de Jesus) como exemplos de homens que lideraram
movimentos messiânicos na região da Galileia.

No século seguinte, surgem mais textos de historiadores que citam Jesus e, principalmente, o movimento iniciado por
seus seguidores.

"Esses dados servem para mostrar que não estamos no campo da mitologia.

São autores judeus e romanos, que nunca se tornaram cristãos, e permitem afirmar de modo muito seguro que Jesus
é um personagem histórico."

O homem - A esses textos se somam descobertas recentes da arqueologia que fornecem informações precisas sobre o
tempo e o espaço em que Jesus viveu. Os dados não são abundantes, mas permitem esboçar como se pareceria esse
personagem histórico real.

A mensagem - Segundo os historiadores, tão importante quanto quem era Jesus é o que ele dizia - foi sua mensagem
poderosa que repercutiu em todo o mundo e, séculos mais tarde, deu origem às diversas vertentes religiosas.

Jesus era um camponês pobre que, diante das injustiças que o mundo apresentava, defendia a instauração do Reino
de Deus - um reino de justiça e fartura, sem hierarquias sociais",

A mensagem espiritual - e messiânica- de Jesus era voltada especialmente aos judeus de seu tempo.

Ela, no entanto, adquiria caráter político ao afrontar o Império Romano e setores da elite judaica. Foi justamente a
força dessa mensagem, e os rebanhos que ela poderia angariar, que levaram a sua crucificação e morte.

Jesus teológico - Jesus nunca chegou a colocar suas ideias no papel (nem poderia, os historiadores afirmam que ele
era analfabeto).

A maior parte do que chega aos dias de hoje sobre o personagem e suas ideias foi escrito por seguidores das primeiras
comunidades cristãs, duas ou três gerações depois de sua morte. Os autores não estão preocupados em transmitir
uma versão fiel dos fatos, como uma biografia, mas em defender os pressupostos de sua fé.

Assim, os primeiros cristãos que escrevem sobre Jesus - os evangelistas - já não estão fazendo história, mas teologia.
Jesus uma realidade espiritual

Jesus foi um “carpinteiro, concebido por uma mulher fora do matrimônio, nascido num estábulo, é o homem que
torna Deus uma realidade para nós”, Jesus é “o homem que nos faz perceber que fomos tão desfigurados por padrões
culturais habituais, que nem sequer percebemos nosso barbarismo. Ele é o homem que nos traz a verdade, a
conturbadora e maravilhosa verdade de que somos plenamente amados por um Deus que tudo quer perdoar-nos,
porque ele deseja restaurar-nos em nossa original bondade e beleza”.

Ele é o homem que, em seus ensinamentos, em seu padrão de vida, em sua morte e ressurreição, nos conduz à
estilhaçante realidade de que somos assassinos cruéis que promovemos nossas ideologias e desejos egoístas a
qualquer custo, especialmente quando nos defrontamos com a bondade, o perdão e o amor. Ele é o homem que nos
faz perceber que fomos tão desfigurados por padrões culturais habituais, que nem sequer percebemos nosso
barbarismo. Classicamente, isso é expresso no ensinamento de que Jesus é verdadeiramente “homem” e
verdadeiramente “Deus”.

Mais uma coisa: ele não é simplesmente um ótimo exemplo de bondade, perdão, amante benevolência, e assim por
diante. Ele é esses verdadeiros atributos tão intensamente quanto ele é Deus.

Nós, cristãos – e toda a criação, começaremos a participar da vida de Deus tanto quanto participarmos destes
padrões.

Quando os cristãos abandonam estes padrões, eles desonram Deus de uma forma pela qual muitos não-cristãos talvez
jamais o façam.

Jesus é revelado em cada parte da Bíblia, seja no antigo ou no novo testamento.

O Nascimento de Jesus Cristo foi anunciado pelos profetas do Antigo Testamento.  Eles exultaram de alegria ao saber,
que Deus viria nos visitar através da Encarnação do Verbo. Pela fé acreditaram, mesmo sem ver, que esse presente
seria nos dado e prepararam o caminho para o Salvador. 

João Batista
O último dos Profetas a anunciar a vinda de Jesus foi João Batista. Ele que era filho de Santa Isabel, desde o ventre
esteve cheio do Espírito Santo.

São João Batista preparava o caminho para a chegada de Jesus, do qual dizia: “aquele que vem depois de mim, do qual
não sou digno de desatar a correia de sua sandália” (Jo 1,27)
Miqueias
Miqueias é o profeta que anuncia o nascimento do Messias em Belém. Em suas características, o Salvador era descrito
como um pastor. 
"Ele se porá de pé e apascentará seu rebanho com a força de Javé, com a majestade do Nome de Javé, seu Deus.
Habitarão seguros, porque ele então será grande até os extremos confins da terra.” ( Miqueias 5,3)
Jeremias
Jeremias era ainda jovem quando foi chamado pelo Senhor para ser profeta. Durante sua missão anunciou o
nascimento de Jesus, afirmava que o Messias viria da tribo de Judá, descendente do Rei Davi.
“Eis que virão dias nos quais suscitarei a Davi um germe justo, que reinará como rei; será sábio e exercerá o direito e a
justiça sobre a terra. Em seus dias, Judá será salvo e Israel terá segurança em sua morada; este será o nome com que o
chamarão: ‘Javé-nossa justiça’ ". (Jr 23,5-6)
Zacarias
Sabe quando Jesus teve uma entrada triunfal em Jerusalém, em que aclamavam Hosana? O profeta Zacarias já havia
profetizado que isso aconteceria, inclusive tinha dado detalhes como que ele estaria em um burrinho (Zacarias 9,9).
Isaías
” O profeta foi o que mais anunciou à vinda e os milagres que o Messias faria.
Os anúncios dos profetas, em diversas situações e anos, nos fazem compreender como esse Tempo do Advento foi
esperado por tantos servos de Deus e como temos a graça de vivenciar o Nascimento de Jesus. 

Jesus no novo testamento

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a Sua glória, como a glória do

unigênito do Pai” (João 1:14).

No Novo Testamento nós vamos encontrar a figura de Jesus, especialmente nos evangelhos, que identificam o Senhor
Jesus como rei, como profeta, como sacerdote e como homem.

O tríplice ofício de Cristo , o qual ele exerceu tanto em seu estado de humilhação como no de exaltação, está figurado
no Antigo Testamento nos ofícios profético, sacerdotal e real – ofícios que eram consagrados através de unção (sendo
“ungido” o significado do termo grego “Cristo” e hebraico “Messias”).

Como Profeta, ele nos revela a vontade e a pessoa de Deus. Como Sacerdote, ele é nosso mediador diante de Deus,
oferecendo a si mesmo, uma só vez, em sacrifício para satisfazer a justiça divina e nos reconciliar com o Pai e vivendo
sempre para interceder por aqueles que se achegam a Deus. Como Rei, ele governa como o vice-regente do Pai sobre
o mundo, protege o seu povo e conquista sobre seus inimigos.

Ressalta-se que, apesar de vermos tais sombras no Antigo Testamento, não devemos supor que Deus se aproveitou “a
posteriori” desses ofícios para ilustrar a obra messiânica, mas que foram decretados antes da fundação do mundo
para nos revelar o Cristo. Primeiro vem a realidade eterna do Filho, depois os ofícios terrenos. Ele é o Logos, o
Cordeiro que foi morto e o braço direito do Pai antes da fundação do mundo.

Posso concluir que aos olhos da fé Deus não existiu mas existe, ele é vivo e vive em todo aquele que crê em sua
existência, bem como se revela em toda sua criação. É mais difícil provar a não existência de “Cristo Rei e Criador de
tudo que existe”, do que apenas aceitar que Jesus não era um simples carpinteiro, mas o próprio Deus.

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