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CRISTOLOGIA – AULA 3

A OBRA DE CRISTO

Veremos hoje:

1. A OBRA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO

1.1 O MESSIAS ESPERADO

2. A OBRA DE CRISTO NO NOVO TESTAMENTO

2.1 O TESTEMUNHO DE JESUS


2.2 A OBEDIÊNCIA DE JESUS

3. JESUS HISTÓRICO

3.1 A BUSCA DO JESUS HISTÓRICO


3.2 O “SEMINÁRIO DE JESUS”

4. ANÁLISE COMPARATIVA

4.1 OUTRAS RELIGIÕES


4.2 IMAGENS DE CRISTO NO BRASIL
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1. A OBRA DE CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO

1.1. O MESSIAS ESPERADO

• O Antigo Testamento é uma ANTECIPAÇÃO e PREPARAÇÃO para a vinda do Messias


esperado.
- MESSIAS (do hebraico mãshiah): “ungido”, alguém que é rei ou escolhido por Deus
- Dois sentidos importantes da interpretação da palavra:
1- A IDEIA ESPECÍFICA: o rei que reinou, o que agora reina, o rei prometido ou o que se
espera que venha reinar.
2-) A DESIGNAÇÃO AMPLA: referie aos aspectos adicionais envolvidos no conceito de
mãshiah.
- As PROMESSAS DA SALVAÇÃO.
- A OBRA a ser executada para realizar as promessas.
- As QUALIFICAÇÕES.
- Os MEIOS empregados.
- Os ALVOS estabelecidos.
- As PESSOAS NECESSÁRIAS, além do rei.
- O REINO sobre o qual o Messias reina.
O RESULTADO de seu Reino.
• Gênesis 3.15- o primeiro vislumbre do Messias

Vários textos revelam aspectos da obra do redentor.

• MOISÉS
- Surgiria, no futuro, dentre os israelitas, um profeta semelhante a ele, a fim de REVELAR
toda a VONTADE DE DEUS para seu povo (Dt 18.15,18).
• SACERDOTES
- Deus estabeleceu os sacerdotes na história do povo de Israel com a escolha de Arão e seus
filhos (Êx 28.1).
- Serviam como MEDIADORES entre Deus e os homens.
- Tinham DEVERES CERIMONIAIS.
- Atuavam como: JUÍZES (Dt 17.8-13), dispensavam bênçãos (Nm 6. 22-27),
APRESENTAVAM PROFECIAs (Nm 27.21), ENSINAVAM a lei de Deus ao povo (Dt
33.10).
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• Salmos
- Salmo 2, o ungido de Deus chega como um REI que se opõe às nações que estão em rebelião
contra Deus.
- Salmo 22 foi citado por Jesus na CRUZ.
- Salmo 110 revela dois aspectos da obra do Messias: Ele é SERVO do Senhor (Yhwh) e
também é chamado de SENHOR (’ãdôn).
• Isaías
- Nos capítulos 40-55, Ele é o SERVO DO SENHOR, o ungido rei que tem domínio e julga.
- No capítulo 61, o MINISTÉRIO PROFÉTICO do Messias é evidenciado.
• Daniel
- No capítulo 7 aparece um personagem, “como O FILHO DO HOMEM”, que recebeu
domínio eterno sobre todos os povos, nações e línguas (7.13-14).
- É uma visão ESCATOLÓGICA da coroação do Messias ao assumir o seu Reino.
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2. A OBRA DE CRISTO NO NOVO TESTAMENTO

2.1. O TESTEMUNHO DE JESUS

• Lucas, viu a necessidade de escrever a história de Jesus a partir de “precisa investigação de


tudo desde sua origem”. (Lc 1.1-3)
• João afirmou que havia escrito acerca das coisas que Jesus fez. (Jo 21.25)
• O CRISTO DA FÉ era um homem real e a mensagem dos apóstolos foi alicerçada neste
homem histórico que eles conheciam.
- 1 João 1.1-4 descreve o que a PREGAÇÃO APOSTÓLICA proclamava.
- Uma revelação foi feita no passado, as pessoas puderam entendê-la na época e seus efeitos
permanecem até hoje.
- A linguagem empregada demonstra a natureza concreta e real dos dados.
• O Cristo, o Verbo proclamado, é o próprio JESUS HISTÓRICO.
• A realidade do Cristo divino é a mesma realidade do JESUS HUMANO.
• OS evangelistas tinham alvos TEOLÓGICOS e ECLESIOLÓGICOS.
- Eles queriam fundamentar a mensagem em eventos que aconteceram, como quaisquer
outros acontecimentos históricos.
• O início do ministério de Jesus foi marcado por seu BATISMO.
- Era preciso que Ele fosse batizado, para “cumprir toda a JUSTIÇA (dikaiosynê)”.
- Jesus foi comissionado como o REI MESSIÂNICO e revelado como o FILHO DE DEUS.

2.2. A OBEDIÊNCIA DE JESUS

• A obediência de Jesus foi provada após seu BATISMO. (Mt 4.1).


• Deus não aceitaria como sacrifício expiatório um animal com DEFEITOS ou
IMPERFEIÇÕES.
- Jesus tinha de ser PURO e isto provado na tentação.
• Jesus foi tentado assim como Adão foi tentado e cumpriu perfeitamente toda a LEI DE DEUS
durante sua vida. (1Pe 2.22; Jo 8.46; Hb 4.15).
• Jesus exerceu o MINISTÉRIO PROFÉTICO em sua proclamação do reino de Deus. (Jo 7.16;
Mt 7.29).
• Jesus REVELOU a Palavra de Deus:
- Através de PARÁBOLAS (Mt 13)
- EXPOSIÇÕES do Antigo Testamento (Lc 24.27)
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- CONVERSAS com indivíduos (Jo 3)


- SERMÕES (Mt 5-7).

O seu ensino incluiu:

- DOUTRINA (tais como a natureza de Deus, Jo 4.24)


- ÉTICA (o sermão do monte, Mt 5)
- PROFECIAS (a destruição do templo, Mt 24.2).
• O contexto do ensino de Jesus era a REVELAÇÃO do Antigo Testamento. (Mt 5.18; 24.35;
5.21-22; Jo 5.46).
• Jesus é a REVELAÇÃO VIVA de Deus. (Mt 5.1; Mc 3.7; Lc 22.47
• A ESCATOLOGIA, a vinda do Reino de Deus, tinha um lugar central em sua pregação. (Mt
12.28; 25.31-46; Lc 7.22)
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3. JESUS HISTÓRICO

3.1. A BUSCA DO JESUS HISTÓRICO

• O DEÍSMO INGLÊS e o ILUMINISMO alemão via Jesus como um mero ser humano, um
sábio mestre iluminado.
- Afirmavam que a autoridade moral de Jesus residia na qualidade de seus ENSINAMENTOS
e em sua PERSONALIDADE RELIGIOSA.
- Esta é a premissa que embasa a famosa “BUSCA DO JESUS HISTÓRICO”.
• REIMARUS:
- Defendia que a linguagem e as imagens que Jesus usava em relação a Deus eram as de um
judeu visionário e apocalíptico.
- Alegava que os discípulos haviam inventado a tese da ressurreição de Jesus.
- Afirmava que o Novo Testamento está repleto de acréscimos e adulterações.
- Distinguiu a figura real do Jesus histórico e a figura fictícia do Cristo da fé.
• SÉCULO XIX:
- HEINRICH EBERHARD GOTTLOB PAULUS atacou a doutrina ortodoxa de Cristo.
- DAVID FRIEDRICH STRAUSS escreveu Das Leben Jesu, um livro que introduziu o
conceito de mito na crítica dos evangelhos.
• R. Bultmann convenceu toda uma geração de estudiosos a abandonar a busca do Jesus
histórico e os incentivou a se dedicarem ao Cristo da fé.

3.2. O “SEMINÁRIO DE JESUS”

• Tinha como objetivo levar adiante a "busca do VERDADEIRO JESUS."


• Lançando dúvidas sobre 82% daquilo que os Evangelhos atribuem a Jesus.
• Não fala em favor do JESUS REAL.

Existem, pelo menos, seis razões para as conclusões acima:

1. O GRUPO ERRADO.

• Foi composto por "estudiosos", em grande maioria, da ALA RADICAL.

2. A MOTIVAÇÃO ERRADA.
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• Tinham o objetivo de criar um JESUS "FICTÍCIO”, desconstruindo a antiga imagem de Jesus


nos evangelhos e reconstruindo um que atenda ao homem moderno.

3. OS LIVROS ERRADOS.

• Se baseavam em um hipotético "EVANGELHO DE Q" e em um EVANGELHO DE TOMÉ,


do século II, escrito por gnósticos.

4. AS PRESSUPOSIÇÕES ERRADAS.

• Suas conclusões estão baseadas em PRESSUPOSIÇÕES RADICAIS.

5. AS DATAS ERRADAS.

• Eles presumem DATAS POSTERIORES injustificadas para os quatro evangelhos


(provavelmente entre os anos 70 e 100 d.C.).

6. AS CONCLUSÕES ERRADAS.

• Não tem um acordo real sobre quem Jesus realmente foi.

A "busca do Jesus histórico" empreendida pela erudição liberal continuará. Não


precisamos ser profetas para predizer que não o acharão. Ele já está diante dos seus olhos, nas
páginas dos Evangelhos, mas os seus pressupostos liberais impedem-nos de vê-lo. Augustus
Nicodemus Lopes
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4. ANÁLISE COMPARATIVA

4.1. OUTRAS RELIGIÕES

Espiritismo

• A vida de Jesus é um exemplo de VIDA MORAL necessária para se merecer a salvação.


• A obediência de Jesus à lei de Deus não tem VALOR VICÁRIO
• O significado principal de Jesus foi seu papel como um MESTRE.
• NEGA que os milagres sejam milagres no sentido bíblico.
- Os milagres de Jesus são feitos através da manipulação da ENERGIA PSÍQUICA segundo
as leis da natureza.

Nova Era

• Jesus foi um GURU que ensinava as mesmas doutrinas que eles ensinam hoje.
• INTERPRETAÇÕES CRIATIVAS dos evangelhos são empregadas, como apoio dessas
revisões da pessoa de Jesus.

Religiões afro-brasileiras

• Cristo é símbolo da LIBERTAÇÃO do sofrimento.


• Supõem que Jesus seja OXALÁ.
Islamismo

• Maomé é o profeta que trouxe a revelação final de Deus.


• Jesus é visto como um GRANDE PROFETA e MESTRE.
• Enquanto Jesus fracassou em várias áreas de seu trabalho, Maomé é o modelo e exemplo
perfeito a ser imitado.

4.2. IMAGENS DE CRISTO NO BRASIL

Expressões populares da imagem de Cristo no Brasil

• Duas características da imagem de Cristo são marcantes na religião popular brasileira:


- Jesus Cristo é apresentado como MORTO
A doutrina da segunda vinda é praticamente desconhecida na crença popular.
• Jesus Cristo é DISTANTE
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O resultado é uma tendência a diminuir o poder de Cristo no pensamento do povo.


A imagem de Cristo na Teologia da Libertação (Leonardo Boff)

• A ênfase está na pessoa de Jesus como HOMEM.


• Cristo é filtrado pelos pressupostos do MÉTODO HISTÓRICO-CRÍTICO.
• “Jesulogia” x “Cristologia”.
- A JESULOGIA trata do homem histórico, Jesus de Nazaré.
- A CRISTOLOGIA trata do Cristo proclamado pela igreja.
- Boff nega que vários eventos registrados nos evangelhos tenham acontecido na história da
pessoa de Jesus.

“O símbolo é humanamente mais real e significativo do que a história real e os dados frios”
Leonardo Boff.

“O que é simbolizado pela vida de Jesus é a possibilidade da realização do infinito por todos os
seres humanos” Leonardo Boff.

Jesus, então, foi o homem cuja existência foi “totalmente orientada e vivida para os outros e para o
Grande Outro (Deus)” Leonardo Boff.

“Quanto mais o homem-Jesus estava em Deus, mais se divinizava. Quanto mais Deus estava em
Jesus, mais se humanizava” Leonardo Boff.

• Para a TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, o homem pode se tornar divino como Jesus se


tornou.
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BIBLIOGRAFIA

Bíblia. Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional. São Paulo: Vida, 2007.

BERKHOF, L. Teologia Sistemática. 4ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2013.

BOFF, L. Jesus Cristo libertador. Petrópolis: Vozes, 1972.

CHAFER, L.S. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003

ERICKSON, M.J. Introdução à teologia sistemática. São Paulo: Vida, 1997.

EVANS, C. O Jesus fabricado: como os acadêmicos atuais distorcem o evangelho. São Paulo:
Cultura Cristã, 2009.

FERREIRA, F. e MYATT, A. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2007.

GRUDEM, W. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2011.

MCGRATH, A. Teologia Sistemática Histórica e Filosófica. São Paulo: Shedd, 2010.

NORMAM, G. Não Tenho Fé Sufuiciente Para Ser Ateu. São Paulo: Vida, 2006.

PACKER, J. I. Justification, New Bible Dictionary. IVP, 1982.

STOTT, J. A Cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2006.

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