Você está na página 1de 110

Panorama do NT 1

FAESP | Prof Pr Uri Barros


O Novo Testamento pode ser dividido na seguinte ordem;
1. Evangelhos ou biografia: Mateus, Marcos, Lucas e João - 4 Livros
2. História: Atos dos Apóstolos - 1 Livro
3. Epístolas ou Cartas Paulinas – 13
4. Epístolas ou Cartas Gerais – 8
5. Revelação: Apocalipse – 1
Na Bibliologia III estudaremos os evangelhos e o livro de atos dos apóstolos.
EVANGELHOS SINÓTICOS E CONTEXTO HISTÓRICO
NOS TEMPOS DE CRISTO
EVANGELHOS SINÓPTICOS

Os Evangelhos foram escritos não somente com o objetivo de despertar, fortalecer e edificar a fé
em Cristo, mas também para responder e dar uma compreensão plena diante das falsas
concepções que muitos tinham acerca do Salvador Jesus Cristo.

São chamados de Sinópticos os Evangelhos segundo escreveram Mateus, Marcos e Lucas, por
apresentarem uma visão conjunta e ponto de vista comum concernente à vida e ensinamentos do
Senhor Jesus Cristo.

A palavra Sinópticos vem do termo grego “Synoptikos”, forma objetiva de “Synopsis” formada
de “syn” (com) e “opsis” (vista) que nos dá a ideia de

“pontos de vista em comum”. Aplicada aos Evangelhos significa que os três são assim
chamados pelo fato de seus autores apresentarem características similares em seus escritos, pois
apesar de serem distintos entre si, fazem um esboço histórico em comum e apresentam o mesmo
ponto de vista ao descrever o viver de Jesus Cristo e o que o mesmo ensinava.
Os evangelhos sinóticos
Os Evangelhos Sinópticos apresentam a vida pública de Jesus Cristo

São Mateus São Marcos Sao Lucas


escrevendo aos judeus, escrevera aos romanos, escreve para um povo
apresenta Jesus como o um povo trabalhador e sábio e apresenta Jesus
Messias, pois sabia que conquistador. Por este como um homem
os mesmos esperavam o motivo descreveu a perfeito, mostrando que
Messias prometido no Cristo como um homem Jesus Cristo seria a
Antigo Testamento. conquistador e poderoso. expressão de seus ideais.
Os quatro evangelhos
Os três primeiros apresentam a humanidade real de Cristo. O quarto Evangelho apresenta a
divindade e a verdade em Jesus Cristo.

São Mateus São Marcos São Lucas São João


escrevendo aos judeus, escrevera aos romanos, escreve para um povo João contém uma
apresenta Jesus como o um povo trabalhador e sábio e apresenta Jesus mensagem àqueles que já
Messias, pois sabia que conquistador. Por este como um homem creram em Cristo.
os mesmos esperavam o motivo descreveu a perfeito, mostrando que
Messias prometido no Cristo como um homem Jesus Cristo seria a
Antigo Testamento. conquistador e poderoso. expressão de seus ideais.
Os quatro evangelhos
❏ Nos três encontramos seus autores apresentando o ministério de Jesus Cristo na Galiléia,
enquanto que no quarto (João), é apresentado o ministério de Cristo na Judéia.
❏ Os Evangelhos Sinópticos apresentam a vida pública de Jesus Cristo, enquanto que o
Evangelho segundo escreveu João, apresenta a vida particular de Cristo.
❏ Os três primeiros apresentam a humanidade real de Cristo. O quarto Evangelho apresenta a
divindade e a verdade em Jesus Cristo.
❏ Os três primeiros apresentam uma mensagem particular, ou seja, endereçada a um povo,
enquanto que o quarto apresenta uma mensagem universal (para todos).
Os quatro evangelhos

❏ Mateus O apresenta como Rei,


❏ Marcos como Conquistador e Servo.
❏ Lucas O apresenta como Filho do Homem
❏ João como Filho de Deus

De modo que cada um aborda um aspecto particular da vida de Cristo, fazendo


dos mesmos uma mensagem completa e divina para salvação de toda a
humanidade perdida.
Resumo dos 4 evangelhos
Comparativo de alguns
escritos
Cronologia até chegar em Jesus
O PERÍODO
INTERTESTAMENTÁRIO
PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO, RELIGIOSO E FILOSÓFICO DA ÉPOCA

Durante um período de mais ou menos 400 anos, Deus cessou Sua revelação para com Seu povo. Durante o
mesmo, Deus não levantou profetas ou pelo menos não temos conhecimento de nenhum registro bíblico inspirado
nesta época.

Este período foi denominado pelos estudiosos da Bíblia como “Período Intertestamentário” ou “Período
interbíblico” que, etimologicamente falando, a segunda expressão significa “entre os dois testamentos” ou “entre
a Bíblia”, ou seja, um período de silêncio de Deus como também os mesmos costumam chamar.
Quatro Domínios
Os 400 anos de silêncio de Deus podem ser divididos historicamente pelos fatores
políticos que os marcaram em um número de quatro domínios:
1º) Domínio Persa (430 a 322 a.C.)
2º) Domínio grego (321 a 167 a.C.)
3º) Período da Independência (167 a 63 a.C.)
4º) Domínio Romano (63 a.C. aos tempos de Jesus Cristo)
Domínio Persa
Este foi uma grande potência mundial e dominou por um período de cerca de 200 anos. Foi sob o
domínio persa que Israel foi levado cativo e tempos depois, por ter este uma política diferente, o rei Ciro
permitiu o retorno de muitos judeus do exílio, onde os mesmos, de volta à Palestina, puderam ter um
governo local exercito pelo Sumo Sacerdote e até mesmo uma política de disputa pelo poder, ou seja, o
povo de Israel pôde ter autoridade política e religiosa neste período.
Apesar de o domínio político persa estar sempre presente, Jerusalém pôde ser reconstruída por Neemias
durante o governo de Artaxerxes I.
O império Persa caiu sob o governo de Dário III por volta do ano 331 a.C.
Domínio Grego
Com a queda do Império Persa, Alexandre o Grande, com a idade de 20 anos, assumiu o comando do
Exército Macedônico e derrotou várias potências como Egito, Assíria, Babilônia e Persa.
Marchando para a Palestina e 332 a.C., este poupou a cidade de Jerusalém e implantou a cultura e a
língua grega. Tinha ele o objetivo de um domínio universal.
Com seu falecimento em 323 a.C. ainda com 33 anos de idade, tal fato também acabou com seus ideais
de um governo universal como descrito nas profecias de Daniel 11.4,5.
Os Macabeus e a Independência
As atrocidades e impiedades de Antíoco Epifânio deram origem à revolta dos Macabeus. Este período
ficou conhecido como Independência de Israel ou Período Macabeu, também chamado de Asmoneano,
nome que vem da família dos Macabeus (Asmom).
Judas, filho do sacerdote Matatias, foi um guerreiro habilidoso e empreendeu uma luta para libertar os
judeus. Este, em 165 a.C., consagrou o Templo, fato que foi comemorado pela festa da diáspora.
Sendo vitorioso, seguiu o período da independência dos judeus por cerca de cem anos e somente em 63
a.C. os romanos conquistaram a Palestina.
Domínio Romano
No ano de 63 a.C., sob o comando de Pompeu, os romanos tomaram a Palestina. Antípatre, um edumeu
(edomita) descendente de Esaú, foi indicado como governador da Judéia, sendo a mesma uma região
composta por Galiléia, Samaria, Judéia, Traconite e Peréia.
Foi com este governante que se iniciou o governo de Herodes, também conhecido nos Evangelhos como
Herodes o Grande. Este era filho de Antípatre e foi em seu governo que nasceu Jesus Cristo. Foi no
governo do filho mais novo de Herodes o Grande que morreu e ressuscitou Jesus Cristo (Lc 3.19).
SITUAÇÃO RELIGIOSA,
INTELECTUAL E FILOSÓFICA DA
ÉPOCA
Situação Religiosa
Com o surgimento do cristianismo que apregoa a existência de um único Deus, a origem do pecado, que todos
pecaram, e que Deus, através de Jesus Cristo dá o perdão a todos os que crerem e se arrependerem de seus
pecados e desejarem aproximaram-se d’Ele, poderão voltar a ter comunhão com o Senhor e ser salvos.
Tal fato resolveu o problema além do túmulo, o que não só os mais informados da época, mas também os mais
simples foram desacreditando da velha religião pregada pelos gregos e pelos romanos conhecida por muitos
através da história das mitologias que foi entrando em decadência.
O imperador Augusto, contemporâneo de Jesus, empregou muito esforço para tentar fortalecer a velha religião,
sem obter sucesso. Tentou também estabelecer a religião do Estado, fato que deu origem à veneração dos
imperadores de sua época e tornou-se símbolo do poder de Roma.
O cristianismo causou muito interesse pelo conhecimento religioso. Com isso, é dito que os primeiros cristãos
conseguiram evangelizar todo o império romano, pois o mesmo deu significado para o pensamento greco-romano
apresentando a verdade e ao judaísmo apresentando o Messias esperado.
Situação Intelectual e Filosófica
A grandeza de conhecimento adquirido em todo o tempo de indagação filosófica dos gregos ainda não tinha
chegado a uma verdade convincente a respeito da origem da vida, origem do mundo, existência de Deus e a
existência do bem e do mal, o que deixava na mesma um grande vazio declarado até mesmo por grandes filósofos
renomados. Havia uma insatisfação na mente humana concernente a tais assuntos, entretanto, a mensagem do
cristianismo completou os fatos mais importantes das indagações filosóficas da época, mostrando a verdade
revelada por Deus.

Vários são os fatores que incentivavam à imoralidade, como por exemplo, a velha religião que ensinava o
erotismo como forma de satisfação própria e adoração aos astros com sacrifícios humanos. A própria filosofia
com seu misticismo pouco influenciava a vida moral do povo. O cristianismo, com suas regras e princípios
divinos, deu moralidade, esperança e influenciou moralmente todo o império com a boa notícia da salvação.
O JUDAÍSMO E O
HELENISMO
O Judaísmo e o Helenismo
O Judaísmo, historicamente falando, se originou com a chamada de Deus a Abraão. Deus revelou ao
mesmo que ele se tornaria uma grande nação (Gn 12 1-4). Deus chamou este homem para formar um
povo e revelar sua vontade ao mesmo.
O judaísmo foi revelado por Deus ao longo da história deste povo, porém o mesmo fraquejou no
propósito divino. Por isso padeceu o castigo para que o mesmo pudesse lembrar dos princípios divinos.
O termo Judaísmo vem da palavra Judá (tribo de Judá). Este tornou-se evidente ou melhor conhecido
com o período do cativeiro assírio do Reino do Norte (Israel), no ano 722 a.C.. Tal fato deixou Judá
(Reino do Sul) em posição de Nação proeminente, pois a mesma permaneceu intacta em sua terra por
cerca de mais de 150 anos.
O Judaísmo e o Helenismo
Tempos depois, em 586 a.C., veio o cativeiro Babilônico que pôs fim, temporariamente, ao Reino de Judá (Reino
do Norte), pois após 70 anos de cativeiro, começou o retorno do povo para a Palestina, povo este constituído em
sua quase totalidade da Tribo de Judá. Fato que fez da Nação de Judá ser chamada de Israel e o povo a ser
conhecido por Judeus. Também o termo Judaísmo passou a designar tudo o que diz respeito a Israel.
O Judaísmo é uma religião revelada por Deus e seus princípios são duradouros, ou seja, não podem ser mudados.
Por isso, muitos judeus lutaram e até morreram em defesa de sua fé.
O Judaísmo prega o Monoteísmo que é a crença na existência de um único Deus. Também que este mesmo Deus
é Eterno, Espírito, Onisciente e Imutável.
O Judaísmo acredita que a Tora (Lei) foi dada por Deus através de Moisés que é o maior profeta. Acredita nas
profecias como advindas de Deus e que somente este Deus pode ser adorado. Que Ele (Deus) nos recompensa
quando fazemos Sua vontade e castiga quando negligenciamos. Também acredita na promessa do Messias
enviado por Deus para remir Seu povo.
A CABALA
É chamado de Cabala o conhecimento judaico místico. Este, originalmente, era transmitido de forma
oral, porém o mesmo assimilava muitas idéias pagãs provindas de conhecimentos não judaicos, como
por exemplo misticismos de adivinhações, que eram conceitos totalmente fora dos princípios divinos.
O TALMUDE
Simpatizantes e seguidores dos princípios da Torá escrita, os judeus também acreditavam em regras e
mandamentos que eram transmitidos oralmente. Diz a tradição que Moisés recebeu não somente a Lei
escrita de Deus, mas também a Lei falada. Com a dispersão dos judeus pelo mundo, tais fatos foram
registrados para não se perderem ou caírem no esquecimento. Esta obra foi chamada de Talmude, cujo
significado em hebraico é Estudo.
O Talmude é composto de regras, princípios morais, comentários e opiniões legais, além de histórias e
lendas. Tal obra não é usada como livro para ensinamento, mas costuma ser usada pelos rabinos como
forma de auxílio e orientação em determinadas situações.
AS FESTAS JUDAICAS
FESTA DA PÁSCOA
Para os judeus, a natureza e a história se unem para anunciar um novo começo, pois na primavera um
novo mundo começa a aparecer com a revitalização das plantas que dão ao mesmo uma nova paisagem,
trazendo a sensação de um novo começo e de uma nova vida.
O termo Páscoa vem do hebraico Pessah e significa passar por cima. Tal fato está baseado em uma
passagem da Tora em que o anjo do Senhor passou por cima das casas dos israelitas dando livramento
aos seus primogênitos.
Tal festa também é chamada de Festa do Pão Ázimo, em lembrança da saída do povo do Egito.
Jesus escolheu a noite antes da páscoa para celebrar a Ceia do Senhor (Mt 27.62; Mc 15.42; Lc 23.54; Jo
19.31). Jesus é nossa páscoa (I Co 5.7).
FESTA DAS SEMANAS OU PENTECOSTES
Esta festa é também chamada de Pentecostes e era realizada após a páscoa que se dá após a colheita do
trigo ou dia 6 do terceiro mês de Sivã (julho). Nesta festa comemorava-se a época em que Deus deu a
Torá ao povo no Monte Sinai. Os judeus costumam decorar as sinagogas com flores como lembrança de
que o Monte Sinai havia sido decorado por Deus para tal revelação.
FESTA DOS TABERNÁCULOS | DAS TENDAS
(SUCOT)
Também conhecida como Festa das Tendas, está registrada em Lv 23.39-43. A mesma relembra o tempo em
que os israelitas moravam em tendas durante sua peregrinação no deserto e do cuidado de Deus para com
eles. Também lembra as ações de graças pelas colheitas.
Dentro do judaísmo, no decorrer da história, pelo fato de os judeus terem se dispersado por todo o mundo,
surgiram algumas diferenças de conceitos entre eles, nascendo assim o Judaísmo Conservador que apresentava
um pensamento diferente do judaísmo ortodoxo. Porém o mesmo não chegava a ser uma seita dentro do próprio
judaísmo, mas um judaísmo reformado, ficando entre os dois, podendo ser classificado como uma escola de
pensamento.
Já o Judaísmo Ortodoxo é uma forma antiga de judaísmo e é formado pelos judeus tradicionalistas. Seus
princípios são baseados na Lei de Moisés.
Tal judaísmo preza pelo estudo das Sagradas Escrituras e das tradições judaicas, espera o Messias e o retorno à
Palestina. Tais princípios ou doutrinas são mantidos não somente pelos rabinos, mas por toda a comunidade a ele
pertencente.
O HELENISMO
O HELENISMO ("falar grego", "viver como os gregos")
A expressão Era Helenística era usada para expressar o período durante o qual a cultura greco-
macedônica propagou-se dos Bálcãs para as terras que margeiam a bacia do Mar Mediterrâneo.
O helenismo dizia respeito aos judeus que falavam a língua grega, por motivo de dispersão ou
domínio estrangeiro. O período helenístico perdurou um longo tempo. Desde a morte de Alexandre o
Grande (323 a.C) até o reinado do Imperador Justiniano (529 d.C.). Este tornou legítimas as antigas
religiões e as antigas filosofias, findando então a era helenística, com duração de mais de 700 anos.
O HELENISMO ("falar grego", "viver como os gregos")
Durante este período, vários elementos culturais helenísticos ocorreram, bem como a tradução do
Antigo Testamento do hebraico para o grego e de outras literaturas hebraicas. Tal fato
possibilitou, de certa forma, a helenização dos conceitos judaicos, permitindo novamente acesso
direto ao pensamento hebreu. Os judeus dispersos puderam observar o Antigo Testamento bem como
literaturas hebraicas no dialeto comum em Alexandria. Também alguns elementos da filosofia acabaram
por interferir nos conceitos judaicos então traduzidos e divulgados até então.
CIÊNCIA
Houve notáveis avanços científicos durante o período helenístico, sendo evidenciado pelo maior
cientista da época, Eratóstenes (foi um matemático, gramático, poeta, geógrafo, bibliotecário e
astrônomo da Grécia Antiga). Este dominou vários assuntos, científicos ou não. Por ser historiador, o
mesmo estabeleceu uma cronologia científica para datar os eventos históricos gregos. Sendo este
também conhecedor de várias áreas do saber, foi capaz de fazer cálculos bem aproximados das
dimensões do globo terrestre, tornando-se chefe do Museu de Alexandria.
Obras de Eratóstenes:
RELIGIÃO

Para os estudiosos da Bíblia, o que mais chama a atenção é a tentativa de Antioco IV, Epifânio e outros
monarcas Selêucidas de helenizar os judeus, fato que resultou na Guerra dos Macabeus e também na
vitória dos mesmos, conseguindo sua independência por um período de mais de 100 anos, até a chegada
dos romanos à região.
A helenização possibilitou o encontro de várias culturas religiosas trazendo conflitos, porém acabaram
também contribuindo para o desenvolvimento do pensamento religioso, avaliando assim cada detalhe
oposto existente nas mesmas.
EVANGELHO SEGUNDO ESCREVEU MATEUS
Evangelho São Mateus
Mateus, conhecedor da grande esperança do povo judeu, ao escrever ao mesmo não podia se expressar
em seus escritos de forma diferente. Por isso, expressões como Rei, Messias, Filho de Davi, Filho de
Abraão estão bem evidenciadas neste Evangelho.
Em seus primeiros versículos já apresenta a Jesus Cristo como cumprimento das profecias ao apresentar
Sua genealogia, querendo com isso dizer que Jesus Cristo é o Messias, pois no mesmo estavam sendo
cumpridas as profecias do Antigo Testamento. Por isso não são poucas as citações do Antigo Testamento
contidas no Evangelho segundo escreveu Mateus.
Evangelho São Mateus
A repetição de palavras como Reino e Reino dos Céus revelam a intenção do autor de esclarecer o cumprimento
das promessas do Antigo Testamento (Mt 11.13 - Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João), bem
como a proclamação feita por João Batista e Jesus (Mt 3.2 - E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o
reino dos céus. // Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. 4.17). Jesus é apresentado também para
uma nova instituição que passaria a representá-Lo, a Igreja (Mt 16.18-19 - Pois também eu te digo que tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que
desligares na terra será desligado nos céus.), mostrando ainda Jesus triunfante na segunda vinda (Mt 25.31-34 -
E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da
sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos
bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos
está preparado desde a fundação do mundo.)
Evangelho de São Mateus
O Evangelho segundo escreveu Mateus foi escrito para toda a humanidade, porém, dirigido
primeiramente ao povo judeu. Tendo este como público alvo, fez-se necessário embasar seus ensinos nas
Escrituras do Antigo Testamento, pois, pregar para os judeus implicava em provar suas doutrinas nas
Antigas Escrituras.

AUTORIA
A igreja primitiva atribui a autoria de tal Evangelho ao apóstolo Mateus, ex coletor de impostos, filho de
Alfeu (Mc 2.14), fato confirmado também pela tradição. O mesmo foi provavelmente escrito na
Palestina ou em Antioquia da Síria por volta dos anos 58 a 68 d.C..
Mateus, antes chamado Levi, era um publicano cobrador de impostos quando Jesus o encontrou. Como
um dos 12 discípulos que estiveram mais próximos do Nazareno, ele pôde viver a maioria dos fatos
importantes da pregação de Jesus.
DIVISÕES DO
EVANGELHO DE
MATEUS
1ª) Apresentação do Rei (capítulos 1 a 4.11)
Descreve a promessa feita a Abraão “Em ti serão benditas todas as famílias da Terra” (Gn 12.3),
mostrando que Jesus Cristo é o Salvador de todo o mundo e o Filho de Abraão. Também mostra que
Jesus Cristo é descendente direto de Davi e por conseguinte, herdeiro do trono de Israel.
Também mostra que os magos acreditavam que Jesus é o Messias (Rei de Israel), fato que se deu
provavelmente pelo testemunho dos judeus que conheciam a promessa predita do Antigo Testamento
(Mt 2.2 - Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?).
O profeta João Batista anunciou que Jesus é o Messias. Mateus também apresenta Jesus vencendo as
tentações sem ceder a elas e sendo fiel à vontade do Pai, mostrando assim a impecabilidade do Rei.
2ª) A Proclamação do Rei (capítulos 4.12 a 7)
Mateus apresenta o desenvolvimento crucial do ministério de Jesus Cristo: O Sermão do Monte
(capítulos 5 ao 7). Apresenta novas leis e normas do Reino para o povo de Deus e o poder do Messias
sobre as enfermidades. Mateus apresenta a Galileia como ponto de partida do ministério de Jesus.
3ª) O Poder do Rei (capítulos 8 ao 11.1):
O poder do Rei é apresentado por uma série de 10 milagres (capítulos 8 ao 9), fato que revela a
autoridade do Senhor sobre as doenças, demônios, morte e natureza. O poder sobre as enfermidades
simboliza o poder sobre o pecado. O poder sobre os demônios simboliza a queda completa do reino de
Satanás. O poder sobre a morte O revela como aquele que vivificará todos os mortos e o poder sobre a
natureza demonstra que Ele libertará o mundo da maldição. Jesus Cristo confirmava Sua Palavra através
de Suas obras.
4ª) A Rejeição Progressiva do Rei (capítulos 11.2 a 16.12):

Nesta parte são reveladas as adversidades surgidas pelas obras e palavras do Rei, crescendo assim a
oposição ao mesmo.
O Senhor Jesus Cristo volta para Seus discípulos com ensinamentos concernentes à Sua morte e partida,
preparando assim os mesmos para tal ocorrência.
5ª) A Preparação dos Discípulos do Rei (capítulos 16.13 a 20.28)

Com vários discursos o Senhor Jesus Cristo esclarece a importância de aceitar ou rejeitar a oferta de
Justiça do Rei, dirigindo Seus ensinos primeiramente aos que já o aceitaram.
6ª) A Apresentação e Rejeição do Rei (capítulos 20.29 a 27)

Nesta parte os ensinos do Senhor se concentram naqueles que rejeitaram seu Rei. Jesus demonstra ser
o Rei com Sua entrada triunfal em Jerusalém montado em um jumento (21.1-16), demonstrando
assim que Seu reino não era bélico, mas pacífico, de um Rei humilde, montado em um animal de
carga. O Senhor prediz terríveis juízos que virão sobre Jerusalém e resultará na dispersão do povo
judeu, fato que se cumpriu no ano 70 d.C.. Nesta parte também é descrita Sua segunda vinda como o
Juiz e Senhor da Terra.
7ª) A Prova do Rei (capítulo 28)
Nesta parte está descrito o túmulo vazio, a ressurreição e as aparições como prova de que Jesus Cristo
realmente é o Messias profetizado, o próprio Filho de Deus. Mostra o auge do Rei, onde, na Judéia
oferece Sua vida para redimir os pecadores, onde o amor divino suporta o pavor do pecado, se oferece o
sacrifício perfeito e agradável a Deus e encerra o Evangelho com a glória da ressurreição.
EVANGELHO
SEGUNDO
ESCREVEU MARCOS
Marcos, por sua vez, pode ter convivido
um curto tempo com Jesus. Quanto a isso
não há certeza. Alguns estudiosos
acreditam que o evangelista foi quem
concedeu sua casa para a última ceia.
Marcos teria baseado seu texto nos
ensinamentos de Pedro (1 Pe 5.13), que o
adotou espiritualmente. Após pregações do
discípulo que viveu com Jesus, o povo
teria pedido para que Marcos escrevesse
aquelas passagens.
Evangelho de São Marcos
Tendo como público alvo os romanos (povo militar), Marcos, diferente dos demais Evangelhos,
apresenta narrativas curtas e escreve de forma simples. Jesus Cristo é apresentado como verdadeiro
capitão da salvação da humanidade pecadora.
Durante os três anos do ministério terreno de Cristo, a vitória da humanidade pela libertação dos
pecados é atribuída a Ele por Seu sofrimento, morte, ressurreição e triunfo final.

O Evangelho segundo escreveu Marcos descreve Jesus Cristo como o servo constantemente
trabalhando para fazer a vontade do Pai. Seus escritos são centralizados na pessoa e missão do Filho
de Deus e retratado como Servo e Redentor dos homens.
AUTORIA
Sendo Marcos filho de Maria, uma mulher de Jerusalém, cujo lar sempre reunia os cristãos primitivos
(At 12.12 -E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome
Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam ). O apóstolo Pedro chamou a Marcos de filho (1 Pe
5.13). Marcos também foi convidado por Barnabé e Paulo quando foram de Jerusalém para a Antioquia
(At 12.25). Ainda em sua primeira viagem missionária o mesmo foi motivo de discórdia por Paulo ao
usar o bom censo, apesar de tempos depois o mesmo Paulo ter reconhecido seu potencial nas mãos do
Senhor (2 Tm 4.11).
Tais passagens mostram que Marcos possuía uma familiaridade com os apóstolos, por isso Pedro foi sua
fonte primária e assim pôde abordar os Escritos Sagrados com bastante conhecimento de causa. Marcos
era apóstolo e a igreja primitiva, juntamente com todos os pais da mesma, atribuem a autoria do livro ao
mesmo.
Evangelho de São Marcos
Marcos não apresenta uma biografia de Cristo, mas sim narrativas temáticas. Por isso relata muitos
milagres por Ele realizados. Tal fato demonstra não só o poder de Cristo, mas também Sua compaixão
pelo sofrimento humano procurando deixar claro a seus leitores que o Filho de Deus fora rejeitado por
Seu próprio povo, mas alcançou a vitória através de sua aparente derrota, ou seja, morreu mas
ressuscitou.
Seu Evangelho demonstra um propósito evangelístico, pois foi escrito não somente para encorajar
os cristãos romanos, mas também para o povo gentílico que pouco conhecia acerca do Antigo
Testamento.
Evangelho de São Marcos
O capítulo 8 registra uma mudança de ministério do Senhor Jesus Cristo com a confissão feita por
Pedro: “Tu és o Cristo”. A partir de aí então, começa uma nova fase no ministério de Cristo,
preparando Seus discípulos para enfrentar Seu sofrimento e morte nas mãos dos pecadores, algo já
profetizado no Antigo Testamento concernente ao Messias. Também que tal ministério teria
prosseguimento com os apóstolos que formariam a Igreja.

Em um estilo simples, o apóstolo foca mais as obras do que as palavras do Divino Servo, tornando seus
escritos adequados à mentalidade romana. São registradas 18 parábolas e muitos milagres mostrando um
Jesus Cristo digno de admiração e Soberano (Mc 1.27; 7.37) e de temor (Mc 4.41).
E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova
doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
Marcos 1:27
DIVISÃO DO
EVANGELHO DE
MARCOS
1ª Parte – O Servir: (capítulos 1 ao 10)
Nesta parte, Marcos faz um rápido relato sobre o nascimento e os primeiros anos da vida de Jesus
Cristo. Em seguida passa para a inauguração de seu ministério público com Seu batismo realizado por
João Batista e a tentação no deserto por satanás (Mc 1. 1-13). Nos primeiros quatro capítulos enfatiza as
palavras do Servo e do 5º ao 7º capítulo aborda as obras do Servo e ambos contem mensagens e
milagres do mesmo com o objetivo de revelar a pessoa e o poder de Jesus Cristo, mostrando que apesar
de Ele ter vindo para servir, era cheio de autoridade.
Embora Jesus já tivesse preparado e ensinado seus discípulos desde o começo de Seu ministério, tal fato
se intensificou no fim de Seus dias na terra, época em que voltou seus ensinos para os discípulos a fim
de prepará-los para sua partida, como descrito em Mc 8.31.
Era muito difícil para os discípulos entenderem tão dura realidade, mas estava escrito que o Messias
assim deveria padecer.
2ª Parte – O Sacrificar (capítulo 11 ao 16)
Marcos descreve as últimas semanas do ministério do Servo, seus últimos dias em Jerusalém sofrendo
oposição dos principais dos sacerdotes, escribas, anciãos, farizeus, herordianos e saduceus. O Senhor
Jesus Cristo os contrariava publicamente no templo.
Depois da última ceia com Seus discípulos, O Senhor, sem oferecer nenhuma resistência, foi preso
demonstrando estar disposto a carregar o pecado de toda a humanidade e assim foi crucificado
mostrando sua fidelidade ao Pai.
EVANGELHO
SEGUNDO
ESCREVEU LUCAS
Lucas foi um médico da Antióquia
convertido por Paulo. Como seu
mentor, Lucas também foi um pagão
bem-sucedido que, após conhecer o
Senhor, passou a pregar Suas obras.
Ele esteve na prisão com Paulo e
participou de todas as viagens
missionárias do amigo.
Evangelho de São Lucas
Lucas, um médico gentio, apresenta a Jesus Cristo como o Perfeito Homem Divino. Seus escritos
visavam em particular o povo grego. Seu ideal era transformar a vida moral, intelectual e física
daquele povo através do Homem Perfeito, mostrando aos mesmos que assim como os judeus
fracassaram em obter a salvação através da Lei e das Cerimônias, os gregos também não haviam
alcançado a mesma mediante sua cultura e filosofia.
Assim como os gregos buscavam a salvação através de sabedoria, os judeus a buscavam através da
Lei. Tais fatos eram os “mestres” que poderiam levá-los a Cristo, pois poderiam perceber a incapacidade
das mesmas em salvá-los, mostrando que a salvação somente viria do Homem Perfeito Divino (Jesus).
Tal argumento ia de encontro aos interesses do povo grego, pois o Homem Perfeito havia vindo ao
mundo para buscar e salvar a todos os pecadores que cressem em Seu nome.
Evangelho de São Lucas
Em seus escritos, Lucas enfatiza a descendência, o nascimento e a infância de Jesus. Descreve o
ministério terreno crescente de Jesus, tanto em fé quanto em oposição.
Lucas não foi uma testemunha ocular do que registrou em seu Evangelho, mas confiou seus escritos
em testemunhas oculares e fontes escritas (Lc 1.1-4).
Lucas narra uma cronologia abrangente da vida singular de Cristo, mostrando a genealogia de
Jesus pela parte de Maria, enquanto que Mateus apresenta a genealogia por parte de José, com o
objetivo de fortalecer os crentes gentios na fé e estimular a fé salvífica entre os não crentes, mostrando
que o cristianismo não se tratava de algo sem reconhecimento, mas que o próprio Pilatos havia
reconhecido a inocência do Senhor (Lc 23.4; 14.22).
DIVISÃO DO
EVANGELHO DE
SÃO LUCAS
1ª Parte – Introdução do Filho do Homem (capítulo 1 ao 4.13)

Nesta parte Lucas enfatiza bastante a genealogia, nascimento e os primeiros anos de Jesus Cristo como
precursor de João Batista, mostrando Cristo sendo apresentado no templo. Depois mostra Jesus se
preparando, ao longo de seus 30 anos, para seu ministério público de apenas três anos.
Ao abordar a genealogia de Jesus, retrocede a mesma ao primeiro homem (Adão) e mostra que Seu
ministério começa logo após de seu batismo e tentação no deserto.
2ª Parte – O Ministério do Filho do Homem (capítulo 4.14 a 9.50)

Nesta parte, Lucas mostra a autoridade do Filho do Homem sobre todas as coisas, como sobre os
demônios, enfermidades, natureza, pecado, tradição do povo fazendo um apanhado geral do ministério
de Jesus desde pregação, curas e discipulado.
3ª Parte – A Rejeição do Filho do Homem (capítulo 9.51 a 19.27)

Apresenta a crescente dupla “fé e rejeição”, registrada em seu Evangelho, mas a partir deste ponto,
cresce com intensidade a rejeição ao ministério do Filho do Homem quando é acusado pelos líderes
religiosos de ser possesso de demônios. Jesus pronuncia vários “ais divinos”, sendo consciente de que
estava fazendo sua última viagem à Jerusalém, por isso instruiu Seus discípulos sobre várias questões e
práticas, como oração, avareza, fidelidade, arrependimento, humildade, discipulado, evangelismo,
dinheiro, serviço, gratidão, segunda vinda e salvação.
4ª Parte – A Crucificação e Ressurreição do Filho do Homem
(capítulo 19.18 a 24)
Após Sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus enfrenta os opositores como os sacerdotes, saduceus e
escribas. Jesus então prediz a destruição de Jerusalém e instrui os discípulos a se prepararem para os
últimos tempos antes de Sua traição no Getsêmani.
Jesus é julgado, culminando em sua crucificação, mostrando a Glória e o fundamento da mensagem
cristã através da ressurreição do Cristo Jesus que venceu o túmulo e pôde aparecer a Seus discípulos por
várias vezes e por 40 dias antes de Sua ascenção ao Pai, mostrando que Ele é o Filho de Deus.
EVANGELHO
SEGUNDO
ESCREVEU JOÃO
João foi um dos homens mais próximos de
Jesus. Irmão de Tiago, o pescador esteve
ao lado do Senhor durante toda a pregação
e, na crucificação, foi o apóstolo que
consolou as três Marias. A confiança em
João era tanta que, já em sua velhice,
exilado na Ilha de Patmos, ele recebeu as
visões para escrever o livro de Apocalipse.
AUTORIA
João conviveu com o Senhor Jesus e presenciou muitos acontecimentos de Sua vida terrena.
Reclinou sua cabeça sobre os ombros do Senhor (Jo 13.23), viu o Senhor sendo crucificado, mas
também viu o mesmo como divino e glorificado na Ilha de Patmos. Seus escritos foram os mais
recentes. Foi o último a escrever sendo testemunha ocular do Senhor e por isso pôde registrar os
fatos com muita propriedade. Diante das necessidades dos cristãos, João foi inspirado pelo
Espírito Santo a escrever, ou seja, João é o escritor do livro que leva seu nome. João era o
apóstolo amado do Senhor (Jo 19.26; 20.2; 21.7), o que nos mostra que o mesmo adquiriu muito
conhecimento juntamente com o Mestre.
A provável data dos discípulos é entre 60 a 90 d.C. Segundo a tradição Tal Evangelho foi escrito
em Éfeso.
EVANGELHO SEGUNDO SÃO JOÃO
Este Evangelho foi direcionado à Igreja de forma em geral, ou seja, a todos os crentes de todas as
épocas, por isso é também chamado de “Evangelho Universal”.
João descreve narrativas singulares que provam que Jesus é o Cristo e Filho do Deus Vivo. João
tinha por objetivo apresentar a Jesus Cristo como “O Verbo Encarnado”, ou seja, mostrar a divindade e a
humanidade de Jesus Cristo e com isso fortificar a fé da igreja, combatendo as heresias, mostrando
assim a verdade em Cristo com maior profundidade.
João escreveu com o propósito de que todos cressem que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que Todo
aquele que n’Ele crê tem a vida eterna (Jo 20.31). Mostra que Jesus Cristo é o Filho de Deus, que Ele
(Cristo) assim ensinava e por isso abordava verdades centrais do verbo encarnado de Deus.
EVANGELHO SEGUNDO SÃO JOÃO
Este Evangelho enfatiza a crença no Filho de Deus para que “creiais e para que, crendo tenhais a vida”
(Jo 1.12; 10.38).
As palavras-chave do Livro de João é “Filho de Deus”. Os versículos-chave são João 1.11-13; 20, 30, 31
“veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam, mas a todos quanto o receberam, e aos que crêem
em Seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. O capítulo mais importante do livro é o
de número 3 (três), cujo versículo mais importante é o de número 16.
O "Eu Sou"
João apresenta a deidade de Jesus Cristo como Filho de Deus de forma segura e clara como descrito em
expressões como “Cristo, o Filho do Deus vivo” (Jo 6.69). Também em expressões como o grande “Eu Sou” que
retratam o Antigo Testamento e como “Eu Sou o Pão da Vida” (Jo 6.35, 48), “Eu Sou a Luz do Mundo” (Jo
8.12; 9.5), “Eu Sou a Porta” (Jo 10.7,9), “Eu Sou o Bom Pastor” (Jo 10.11,14), “Eu Sou a Ressurreição e a
Vida” (Jo 11.25), “Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida” (Jo 14.6) e “Eu Sou a Videira Verdadeira” (Jo
15.1-5).
Tais passagens parecem responder às dúvidas de uma frase aparentemente incompleta do Antigo Testamento “Eu
Sou” (o que ou quem?). Ainda outras passagens passagens mostram a divindade de Jesus Cristo como sendo o
“Eu Sou” do Antigo Testamento como em Jo 1.1; 4.25,26; 8.5,24,28,58; 10.30 13.19; 14.9; 18.5,6,8; 20.29.
Eu sou… (curiosidades)
A expressão que normalmente se traduz como "eu sou", na verdade em hebraico significa "serei
que serei" ‫ אהיה אשר אהיה‬Ehye asher ehye.
Este Ehye é o verbo "ser" na primeira pessoa do singular, na conjugação futuro, portanto não teria
lógica de se traduzir como eu sou, mas sim eu serei.
Existem muitas passagens bíblicas que fazem uso deste verbo no futuro, e eu selecionei duas para
que você possa comprovar esta pratica.
Eu sou… (curiosidade)
Quando um israelita queria expressar eu sou, ele diria apenas Eu, pois o verbo ser no presente não existe em
Hebraico, como podemos ver nos seguintes exemplos abaixo:

Eu sou Hebreu - Ivri anochi - ‫עברי אנכי‬


E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. Jonas 1:9

Eu sou Deus todo poderoso - Ani El Shadai - ‫אני אל שדי‬


Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus
Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê perfeito. Gênesis 17:1

Eu sou José - Ani Yosef - ‫אני יוסף‬


E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se; então disse ele: Eu sou José vosso
irmão, a quem vendestes para o Egito. Gênesis 45:4
Então nesses textos podemos perceber que traduzir por eu sou seria um grande absurdo.
DIVISÕES NO
EVANGELHO
SEGUNDO
ESCREVEU JOÃO
O livro de João é composto de 21 capítulos
e pode ser dividido em 5 (cinco) partes, a
saber:
1ª Parte – capítulo 1.1-18 – Um resumo da
encarnação do Filho de Deus:

Nesta parte, temos uma narrativa histórica da vida de Jesus Cristo


mostrando Sua origem desde o princípio, bem como Sua dupla natureza
(humana e divina).
2ª Parte - capítulo 1.19 ao capítulo 4 – Apresentação
do Filho de Deus:
Nesta parte João mostra que João Batista quando interrogado, nega ser o Cristo e
que o mesmo leva seus discípulos a Jesus. Também demonstra o poder de Cristo
pelos milagres, como a transformação da água em vinho a fim de mostrar que
Jesus é Deus.
3ª Parte – capítulo 5 ao capítulo 12 – O Filho de Deus
sofre oposição:
João mostra crença e descrença no Senhor Jesus Cristo por parte do povo e das
autoridades e logo depois uma crescente oposição ao mesmo, fato que termina na
rejeição final ao Senhor e em Sua morte na cruz, mostrando que, embora muitos
acreditassem, seria inevitável Sua crucificação (Jo 7.6,39; 11.51,52; 12.16).
4ª Parte – capítulo 13 ao capítulo 17 – O Filho de
Deus prepara Seus discípulos:
João registra a encarnação e o ministério público de Jesus. Logo depois muda,
falando de algo crucial da vida do Mestre, mostrando Seu último discurso aos
discípulos para os confortar e os animar, pois sabia que logo depois estaria nas
mãos dos pecadores e Seus discípulos precisavam de força para enfrentar tal
situação.
5ª Parte – capítulo 18 ao capítulo 21 – O Filho de
Deus é crucificado e ressurreto:
Depois de apresentar Jesus como sacerdote de Seus discípulos e de todos os que
n’Ele cressem (Jo 17.20), João descreve o fim da vida terrena de Cristo, com a
prisão, o julgamento e Sua crucificação, mostrando ser o cumprimento da
profecia de João Batista descrita em Jo 1.29. Por fim registra as aparições de
Cristo depois de ressurreto.
ATOS DOS
APÓSTOLOS
AUTORIA
Em Atos 1.1, Lucas fala do tratado mencionando a Teófilo, referindo-se ao Evangelho
Segundo escreveu Lucas. Não somente o estilo, mas também várias são as evidências
escritas que apontam Lucas como seu autor (At 15.23-29; 23.26-30), por isso o Livro de Atos
também pode ser visto como o segundo volume de sua obra.
O autor se inclui na obra (At 16.10) e constantemente acompanhava Paulo em suas
viagens (At 27.1). Tais fatos não deixam dúvidas que o livro de Atos foi escrito por Lucas
provavelmente no ano 62 d.C., visto que o livro não faz menção à morte de Nero (64 d.C.), à
morte de Paulo (68 d.C.) nem à queda de Jerusalém no ano 70 d.C..
O Livro de Atos dos Apóstolos registra o cumprimento inicial da grande comissão do
Senhor Jesus Cristo, contida em Mateus 28.19-20, ou seja, relata a origem do cristianismo e
da Igreja Cristã Neotestamentária que o próprio Senhor Jesus Cristo estabeleceu para que a
mesma pudesse dar continuidade ao ministério por Ele iniciado quando aqui viveu.

Também registra as últimas palavras de Cristo antes de Sua ascensão, mostrando


assim como se deve dar a expansão do Evangelho. Tal fato também é conhecido por alguns
estudiosos da Bíblia de “Grande Comissão” (Ser-me-ei testemunhas em Jerusalém - At 1.8).
VISÃO PANORÂMICA DO LIVRO

O Livro de Atos dos Apóstolos descreve a missão terrena do Senhor Jesus Cristo
mostrando ter a mesma chegado ao fim, mas que isso não representaria seu término e sim o
começo. Os apóstolos dariam continuidade a tal obra sob proteção e orientação do Espírito
Santo até a volta do Senhor para os buscar e os levar para a Glória do Pai.
O livro também nos mostra os 40 (quarenta) dias em que o Senhor Jesus ressurreto
esteve aqui na terra antes de Sua ascenção dando provas a Seus discípulos de Sua
ressurreição e dando novas instruções concernentes ao Reino de Deus. Até então, cria-se
apenas em um reino terrestre e um Messias político ou libertador terreno.
VISÃO PANORÂMICA DO LIVRO

Tais instruções tinham como objetivo instruir Seus discípulos para que pudessem ter
uma nova visão de evangelização e expansão do Reino por todo o mundo, ou seja, tirar as
pretensões de um Reino nacionalista de suas mentes e corações e dando a visão de um
Reino verdadeiro para todos os corações e para todo o mundo.

Este livro enfatiza a obra do Espírito Santo ou os Atos do Espírito de Cristo operando
pela instrumentalidade dos apóstolos.
VISÃO PANORÂMICA DO LIVRO
Os textos mais importantes do livro de Atos são At 1.8 (mas recebereis poder...),
também At 2.42-47 (... e perseveraram...).
O capítulo 2 registra o evento do Dia de Pentecostes, a descida do Espírito Santo para cooperar com os discípulos
na grande missão ordenada pelo Senhor.
O tema central do Livro de Atos é o Senhor Jesus Cristo. Para isto, Lucas usa as Escrituras do Antigo Testamento,
o testemunho dos apóstolos e a manifestação do poder do Espírito Santo para mostrar que “Em nenhum outro há
salvação” (At 4.12).
O Livro de Atos dos Apóstolos, apesar de não ter um conteúdo histórico abrangente, relata fatos de suma
importância para completar as epístolas e a história da Igreja Primitiva.
Lucas muito enriquece o livro com palavras não encontradas nos demais livros do Novo Testamento. Também
enriquece o mesmo com referências geográficas não encontradas nas demais obras, como por exemplo, as
citações de locais específicos como províncias e cidades.
DIVISÕES NO
LIVRO DE ATOS
O Livro de Atos dos Apóstolos é composto
por 28 capítulos que podem ser divididos
em 3 (três) partes, sendo que cada parte
tem por objetivo focar pessoas diferentes
com o
intuito de expandir a mensagem do
Evangelho.
1ª Parte – O Testemunho dos Discípulos em
Jerusalém – do capítulo 1 a 8.4:
Esta parte mostra que depois de Jesus ter permanecido durante 40 dias na terra após sua ressurreição,
aparecendo a seus discípulos e tirando todas as dúvidas dos mesmos concernente a Sua pessoa, ensinou
seus discípulos que deveriam esperar em Jerusalém a descida do Espírito Santo, fato que se cumpriu no
dia de Pentecostes.
Nesta época, Jerusalém se enchia de judeus que vinham de toda parte do império Romano. Neste dia, os
discípulos foram cheios do Espírito Santo, receberam uma manifestação do mesmo, receberam um
revestimento de poder do alto, fato que os encorajou e Pedro pôde fazer um sermão falando sobre o
Cristo ressurreto.
Também relata o castigo pela traição de Ananias e Safira e o testemunho corajoso de Estevão que foi o
primeiro cristão condenado ao martírio pela perseguição do Sinédrio.
2ª Parte – O Testemunho dos Discípulos na Judéia e
Samaria – do capítulo 8.5 ao 12:
Temos, nesta parte, registros da perseguição aos cristãos como por exemplo Filipe sendo vítima do ódio
dos judeus por pregar uma nova mensagem. Também Pedro e João pregando com autoridade de Deus e
muitos se convertendo ao Evangelho. A transformação de Paulo pelo poder soberano do Senhor, o
convencimento de Pedro pelo Espírito Santo de que os gentios também eram dignos de salvação
mediante a conversão de Cornélio e outros gentios (At 11.1) e apesar das perseguições, a igreja não
parava de crescer.
3ª Parte – O Testemunho dos Discípulos por Todo o
Mundo – do capítulo 13 ao 28:
Nesta parte, Lucas volta seu olhar para Jerusalém relatando a obra missionária. Deixando de registrar os
atos de Pedro, começa agora a registrar as viagens missionárias de Paulo.
Sua primeira viagem se deu entre 48 a 49 d.C. e após a mesma registra o concílio dos apóstolos e
presbíteros da igreja em Jerusalém tratando de assuntos concernentes à Lei de Moisés e os gentios.
Sua segunda viagem Missionária (50 a 52 d.C.) e sua terceira viagem (53 a 57 d.C.), mostram o grande
trabalho realizado por Paulo no meio dos gentios. registra também a grande oposição que Paulo sofreu
para levar o Evangelho aos gentios até ficar preso entre 57 a 59 d.C. e neste período ser levado diante de
Félix, Festo e Agripa, onde defendeu sua fé, mas por apelar para ser julgado em Roma, resultou em sua
viagem à mesma, onde ficou preso aguardando seu julgamento onde foi condenado a morte.
ESTUDO DAS
PARÁBOLAS E
ESCATOLOGIA
NOS
EVANGELHOS
Para reconciliar a humanidade consigo
mesma, Deus se auto-revela ao homem
através das Escrituras Sagradas. Para tanto,
sempre utilizou várias formas de
comunicação para que a mesma possa
atingir o máximo de compreensão da
humanidade.
O QUE É PARÁBOLA
A palavra “Parábola” é derivada do termo grego “Parabolé” que é composta por duas palavras:
“Para” que significa “ao lado de” e “Bolé” que traz a idéia de “medida de distância correspondente a
um tiro de pedra, termo muito usado nos tempos de Jesus Cristo (Lc 22.41).
“Bole” é um termo derivado da palavra “Ballo” que significa “lançar, jogar e arremessar.
A palavra “Parábola” tem o sentido de “lançamento ao lado, arremesso ao lado ou lançamento feito
com desvio do alvo” e significa “comparação ou aproximação”.
A parábola é usada para ilustrar uma verdade ou ensinar visando fatos acontecidos no
dia a dia das pessoas. Por isso indica literalmente comparação.
O QUE É PARÁBOLA
A palavra parábola é antiga e já era usada no Antigo Testamento. No hebraico, a palavra usada é
“Mashal” com o mesmo significado do termo grego, ou seja, “comparação”. Também era usada como
“ilustração” para trazer ensinamentos espirituais e na maioria das vezes estava relacionada a profecias,
como podemos ver em Nm 23.7, 18; 24.3,15,20; Jó 27.1; 29.1 e ainda em Ez 17.2; 18.2; Hc 2.6; Sl 49.4;
78.2.
DIFERENÇAS ENTRE PARÁBOLA E OUTRAS
LINGUAGENS SIMBÓLICAS
1 – Fábula: É a narração popular ou artística de fatos puramente imaginários. São narrativas curtas em forma de
verso ou prosa. Mostra animais agindo como seres humanos para ilustrar conceito moral. São narrativas
fantasiosas e sem compromisso com a realidade, enquanto que a parábola não utiliza instrumentos de fantasia,
mas sim de realidade.
2 – Alegoria: É uma forma de expressão ou interpretação que usa o âmbito artístico e intelectual para representar
pensamentos, idéias ou qualidades sob forma figurada. A diferença entre alegoria e parábola é que enquanto a
parábola é uma história e uma narrativa, a alegoria é um meio de expressão ou interpretação, ou seja, é um
método de agir ou meio empregado para transmitir uma idéia.
DIFERENÇAS ENTRE PARÁBOLA E OUTRAS
LINGUAGENS SIMBÓLICAS
3 – Mito: É o relato fantasioso de tradição oral, normalmente relacionado com seres encarnados sob formas
simbólicas, forças da natureza ou aspectos gerais da condição humana, mas que geralmente guarda um fundo de
verdade, passando assim de geração em geração. Narra a origem de determinados fenômenos. Enquanto o mito é
uma narrativa com o objetivo da exaltação de um herói ou a explicação de um determinado estado de coisa, a
parábola antes vem a ser um ensino e não uma explicação, a transmissão de uma verdade e não uma justificativa
do que existe na atualidade.
4 – Conto: É uma narrativa breve e concisa (resumida) contendo um só conflito, uma única ação, com espaço
geralmente limitado, unidade de tempo, número restrito de personagens, relatos intencionalmente falsos e
enganosos, mentiras. Enquanto um texto literário, a parábola aproxima-se do conto, embora seja ainda mais breve
do que o mesmo. Enquanto o conto é apenas uma narrativa e na maioria das vezes sem compromisso com a
verdade, a parábola é um meio de transmitir conhecimento moral e espiritual distinguindo-se do conto.
DIFERENÇAS ENTRE PARÁBOLA E OUTRAS
LINGUAGENS SIMBÓLICAS

5 – Provérbio: É a verdade expressa em poucas palavras. Assim como a parábola, o provérbio procura transmitir,
com aproximação de idéias, um ensino moral ou espiritual, embora seja apenas uma frase ou uma declaração,
enquanto que a parábola tem uma narrativa, um enredo, uma história que transmite uma lição de moral.
É chamado de “Escatologia” ou “Doutrina
das Últimas Coisas” o ensino a respeito

ESCATOLOGIA das coisas que ainda irão acontecer na história


da humanidade, ou seja, quando estudamos a
NOS EVANGELHOS promessa da volta do Senhor Jesus Cristo, algo
que esteja relacionado com o fim desta atual
dispensação (dispensação da graça) ou ainda
fatos que irão acontecer estamos estudando
escatologia.
O termo grego Escatologia vem da junção de
duas palavras: “Escata” que significa
“As Últimas Coisas” e “Logos” que significa
“Estudo”. Portanto, Escatologia Significa
literalmente “Estudo das Últimas Coisas”.
ESCATOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO - HADES

Temos uma clara distinção no Novo Testamento entre Hades, estado intermediário e o Gehenna (inferno).

Hades é o equivalente ao grego Seol do Antigo Testamento, descrito para mostrar que a vida não termina com a
morte física. O Velho Testamento não fala da alma ou espírito do homem descendo ao Seol, mostrando que o
mesmo continua a existir (Sl 86.13; Pv 15.24; Ez 26.20; Jó 10.22; Is 14.9,10). Seol/Hades, no entanto, não é um
lugar e sim um estado dos mortos, mas não pode ser considerado como não existente. Também não é vida, pois
vida só é desfrutada na presença de Deus (Sl 16.10,11). Deste modo, Seol no Velho Testamento, nos assegura que
a morte não significa o fim da existência humana.
ESCATOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO - HADES

Seol é lugar de trevas, inferno, lugar de silêncio, lugar dos mortos. No Velho Testamento, Seol não é lugar de
punição, pois tanto os justos quanto os ímpios vão para o mesmo. A doutrina do judaísmo diz que Seol é lugar
de bênção para os justos e sofrimento para os ímpios.
O Novo Testamento, apesar de registrar poucas vezes esta palavra, como Mt 11.23, 16.18 e Lc 15.10, Jesus usa a
parábola do hades para mostrar o perigo que o homem corre por não dar ouvidos ou não aceitar a vontade do
Senhor, como mostra a parábola do rico e Lázaro (Lc 16.19-31) onde Jesus nos mostra a condição em que se
encontram os mortos.
A RESSURREIÇÃO
A Ressurreição é algo em que os judeus já acreditavam como podemos ver em Is 26.19 (Os teus mortos
e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão)e Dn 12.2(E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno). Apesar de os judeus não
terem uma escatologia ortodoxa e apresentarem vários pontos de vista concernente ao assunto, era idéia
sempre presente em suas vidas, com exceção dos saduceus que negavam a idéia de ressurreição. Jesus,
ao mostrar a verdade já descrita no Antigo Testamento a respeito da ressurreição, ensina no Novo
Testamento a ressurreição dos justos como algo que introduz o homem na vida eterna (Mc 12.25 -
Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas
serão como os anjos que estão nos céus) e Lc 14.14 - E serás bem-aventurado; porque eles não têm com
que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos).
O INFERNO - GEHENNA
No Novo Testamento, a palavra inferno é designada para representar lugar de punição ou castigo final,
chamado de “Gehenna” do grego “Hinnon”. “G hinnon” era um vale em Jerusalém onde eram
oferecidos sacrifícios ao deus “Moloque” nos dias de Acaz e Manassés (2 Rs 16.3; 21.6). Este vale foi
considerado por Jeremias como lugar de castigo ou lugar condenado por Deus (Jr 7.32).
Tal vale, no Novo Testamento, foi usado para ensinar sobre o juízo final descrito nos Evangelhos
Sinópticos como lugar de tormento (Mc 9.43,48 - melhor é para ti entrares na vida aleijado do que,
tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, Onde o seu bicho não morre, e o
fogo nunca se apaga.), inferno (Mt 10.28), abismo (Mc 9.43), fornalha de fogo (Mt 13.42, 50), fogo
eterno preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41 - Então dirá também aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;).
Tais passagens ensinam que o inferno é lugar de punição para os que não derem ouvidos à voz do
Senhor (Mt 7.23, 25.12).
O REINO ESCATOLÓGICO
Nos Evangelhos Sinópticos, as palavras tribulação, abominação e desolação (Mt 24.29) são colocadas
como eventos dos últimos dias, apesar de alguns estudiosos da Bíblia erroneamente associarem tal fato à
destruição do templo de Jerusalém no ano 70 d.C..
O discurso proferido por Jesus tinha por objetivo responder a questão de quando o templo seria
destruído e quais os sinais de Sua vinda. O reino dos judeus seria retirado deles e dado a outros (Mt
21.43), pois os mesmos haviam matado profetas e o juízo de Deus viria sobre a presente geração, pois o
Filho do Homem haveria de ser morto por eles.
Mateus escreve que somente quando o Evangelho for pregado a todo o mundo, então virá o fim (Mt
24.14), mostrando que a missão que os discípulos receberam do Senhor Jesus era uma missão de
evangelizar o mundo, ou seja, uma missão universal. Para tal, seriam perseguidos (Mt 24.21).
A VINDA DO REINO
A vinda do Reino é apresentada como uma catástrofe cósmica, escurecimento do sol e da lua, queda das estrelas,
abalo das potências do céu (Mc 13.24). Tal passagem demonstra o grande poder de Deus para julgar o mundo do
pecado e fazer nascer um novo mundo segundo Sua vontade.

O discurso do Senhor no Monte das Oliveiras mostra um Reino Messiânico. Descreve tal Reino como judaico e
terreno, temporal (Ap 20.1-5) e posteriormente eterno, quando julgará (Mc 15.62; Mt 10.15; Mt 11.22,24; Mt
13.41,49) e condenará os vivos e os mortos (Mt 12.41; 13.30,48; 25.32,41; Lc 20.36;).
A parábola das ovelhas (Mt 25.31-46) descreve o Filho do Homem vindo para sentar no Trono e julgar as nações.
Diante de tal parábola, os discípulos tiveram dúvidas de quando tal evento ocorreria, apesar de os mesmos não
terem uma devida interpretação do Reino Escatológico concernente ao tempo da ocorrência de tal fato (Mc
13.30), ainda que o Senhor tenha ensinado, como podemos ver em Mc 13.7,10, que mesmo diante de rumores de
guerras não seria o fim. Ainda disse aos discípulos que viria em uma hora e dia em que não sabemos (Mt.24.50;
25.13 e Lc 12.46).

Você também pode gostar