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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO

JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO

STHANER MENDES DE SOUSA

RESUMO HISTÓRIA DA IGREJA I

São Paulo

2022
STHANER MENDES DE SOUSA

O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS:


UMA HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ

Resumo atendendo às exigências da matéria


História da Igreja lecionada pelo Rev. Christian
Brially de Medeiros

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
SÃO PAULO - 2022
RESUMO

Começando o livro, vemos a definição de história que o autor irá trabalhar,


tratando em primeiro lugar da origem semântica alemã da palavra, que a define
como um produto, um acontecimento no tempo e espaço onde encontramos a
espécie humana. As razões definitivas, os propósitos desses acontecimentos estão
sobre o domínio de Deus.

Com o auxilio de um segundo termo, vemos o autor tratar história como


informações sobre o espaço tempo. Outros termos surgem, como investigação,
como “opinião” até que por fim, chegamos no consenso que o autor pretende
trabalhar: A história pode ser definida como um relato interpretado do passado
humano socialmente importante, baseado em dados reunidos cientificamente de
fontes arqueológicas, literárias ou vivas.

Após esta definição, vemos como pode ser feito a conhecida história da
Igreja. Primeiramente ela deve possuir o caráter metodológico científico, para
embarcar uma quantidade de fontes confiáveis, adquirindo assim credibilidade tanto
para crentes como descrentes. Temos também a preocupação filosófica. Nossa
pregação é de um Cristo Salvador morto, crucificado mas que ressuscitou e ainda
vive, cremos em um Deus poderoso criador dos céus e da terra, possuímos uma
estrutura de pensamento bem elaborada e definida, um conjunto filosófico de vida,
que não devemos nunca nos esquecer.

O Elemento artístico também é presente. A arte de apresentar os eventos,


sem distorcê-los, é um modo de tornar o conteúdo palatável, discernível,
compreensível e aprazível ao ouvindo. Resumindo, devemos ser um bom conteúdo
de história da Igreja deve ser metodologicamente respeitável, sem abandonar os
princípios da fé e ser também atraente para leitura e conhecimento do leitor.

A história da Igreja possui valores indispensáveis para o estudo cristão,


relacionando dados de passado, presente e preparando-se para o futuro são
resumidos e nos ajudam a compreender nosso presente, sendo um guia em eventos
aparentemente obscuros do homem, e instrumento de Deus em sua motivação.

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No primeiro capítulo do livro, na primeira parte do livro chamada “O Avanço
do Cristianismo no Império até o 100”, temos a explanação do que seria a Plenitude
dos tempos. Plenitude dos tempos trata-se do estudo sobre os eventos que
antecederam o aparecimento de Cristo sobre a terra, equilibrando com os registros
bíblicos. Muitas vezes, esquece-se que a contribuição para a plenitude dos tempos,
não foi apenas dos Judeus, mas também de gregos e romanos, que conectando as
contribuições de cada um desses povos, o desenvolvimento histórico foi levado a um
momento que Cristo fosse conhecido de uma forma até então impossível.

Dentre as contribuições dos romanos, as mais importantes são relacionadas a


política. Seu senso de unidade da humanidade, sob uma lei universal, serviu como
modelo para povos estrangeiros em seus julgamentos, somando com seus próprios
códigos bem como fornecendo informação aos próprios romanos, melhorando assim
seu sistema legislativo, útil e basilar até dias atuais.

A construção das estradas romanas também foi sem dúvida uma enorme
contribuição, facilitando locomoção, além de uma política mais aberta entre as
cidades-estados e demais regiões administrativas que possibilitou entradas de
pessoas sem complicações legais. O exército e sua política administrativa também
possuía grande papel na plenitude dos tempos, pois o exército usar colonos de
próprias regiões e costumes facilitava a disseminação em distâncias curtas, e
mesmo quando espalhados, o evangelho ia ainda mais longe. Ainda se tratando do
exército, sua força ativa que eliminava nações que conflitavam com o império e os
dominava, fazia com que os dominados perdessem a fé em seus deuses, o que
também era uma chance de disseminar o evangelho aos corações aflitos.

Quanto aos gregos, suas contribuições alcançaram de fato dimensões


intelectuais, sendo a principal delas, o idioma. Um idioma até certo ponto universal,
torna facilitada a comunicação, ao invés de escrever diversas cartas, em diversas
idiomas, para diversos povos independentes. A filosofia grega também preparou
caminho para o Cristianismo, pois qualquer que de fato conhecesse a filosofia, a
veria como ininteligível com seu panteão simplista e materialista de deuses
limitados.

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Já as contribuições dos Judeus, temos o monoteísmo, a esperança de um
messias, a parte moral e ética da lei judaica, sem dúvida alguma todo o Antigo
Testamento, uma filosofia da história linear mas também apocalíptica da história com
a intervenção divina, e por fim, as sinagogas, que serviam como locais de encontro
para mestres apóstolos como Paulo e Pedro para anunciarem o evangelho, tanto
para judeus, como para gentios.

Já no segundo capítulo, vemos as importantes evidências históricas da


presença de “um homem sábio na palestina que fora crucificado e dado origem a
uma religião de moral elevada”, parafraseando os registros de Tácito, Luciano e
Josefo. Dentre esses testemunhos, temos o testemunho de diversos historiadores
pagãos e até cartas de imperadores, Tácito, Plínio escrevendo ao Imperador Trajano
e Luciano são exemplos. Flávio Josefo, um historiador e rico judeu que buscava
demonstrar a importância do judaísmo aos romanos, descrevia Jesus como um
“homem sábio” sentenciado a morte de cruz por Pilatos. Os testemunhos apócrifos
do nascimento de Jesus Cristo, bem como das datas de morte e leis feitas por
Herodes, nos remetem a um Jesus que nasceu, viveu e morreu entre nós, embora
com leve discrepância de data (menos de dez anos de diferença).

Há diversos aspectos em Cristo, que demonstram não só sua existência


histórica, mas sua divindade, Jesus Cristo sendo o próprio Deus encarnado. O seu
caráter ilibado e sua postura de originalidade e criatividade, além de sua sinceridade
são apenas o começo. Seus ministério sendo desenvolvido e muitos serem
alcançados por sua palavra ainda em vida são outra grande evidência, juntamente
com o cumprimento das profecias messiânicas, por meio de sua crucificação, e uma
mensagem que remete “ao Reino de Deus”, de que Deus governa tudo, sobre todos,
sem exceção. Seus milagres, uma das provas de sua autoridade divina, demonstra
ainda mais, seu caráter divino e poderoso.

Sobre o povo ao qual fora chamado sabemos que foi a todos os seus eleitos,
mas não podemos negar que a primeiro momento, foi aos judeus. A Igreja de Cristo
foi primeiramente estabelecida em Jerusalém, para depois no resto do mundo.
Inclusive, o primeiro território a ser pregado após Jerusalém é a Palestina.

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A Palestina engloba Judeia e Samaria, contemplando assim os judeus “puros”
de fato, e aqueles que se misturaram em casamento com os gentios. Além do
ministério aos judeus vemos que sua salvação alcança até mesmo os gentios, como
os romanos, a qual Paulo foi levantado como apóstolo. Paulo serviu como um
propagador do evangelho aos gentios, com uma escrita prolífica e extrema
qualidade doutrinária, apologética, pastoral, filosófica e cultural. Seus princípios
teológicos era pautado nas palavras de Cristo e dos demais apóstolos, além da
“grande nuvem de testemunhas” do Antigo Testamento. Paulo causou grandes
polêmicas com seu discurso e vida, além de seu embate teológico em defesa da fé
contra as inúmeras religiões presentes no império, todavia, como sabemos, o ensino
da Palavra do Senhor prevaleceu.

Outra abordagem importante sobre a história do Cristianismo é a quantidade


enorme de literatura religiosa produzida, não apenas o Novo Testamento, a obra de
caráter religioso do cristianismo não parou no conteúdo do Novo Testamento,
embora, obviamente, apenas o Novo Testamento seja inspirado por Deus. O período
patrístico é um período (se é que o podemos considerar como apenas um período)
de grande produção, como veremos logo a seguir.

Possuíam-se conteúdos para edificação e interpretação bíblica, como as


Cartas de Clemente de Roma, os escritos de Inácio, Policarpo, Pseudo-Barnabé,
Epístola a Diogneto, II Epístola a Clemente, as papias, o escrito apocalíptico O
pastor de Hermas e a didaquê, um excelente manual cateqúetico. Os materiais em
defesa do cristianismo surgem por meio de homens como Tertuliano, Aristides,
Justino, o Mártir, Taciano, Atenágoras e Teófilo. Os escritos destes homens
consistiram em reafirmar aspectos da fé em defesa das Escrituras, e combater
heresias. As lutas contra falsas doutrinas eram comuns também, vemos livro sobre
administração eclesiástica, Ireneu combatendo agnósticos, Trindade contra Práxeas,
defesas sobre o episcopado, ensinos sobre métodos alexandrinos e também
métodos históricos gramaticais. As exposições bíblicas também eram presentes,
vemos tradução da bíblia com Jerônimo, escritores como Agostinho e pregadores
como Ambrósio e Crisóstomo, credos como o de Atanásio e diversas outras
literaturas.
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O funcionamento, a organização, administração eclesiástica da Igreja era
também algo importante e recorrente, um tema que muitas vezes é levado em
público por líderes de movimentos modernos (como “desigrejados”) alegando que a
Igreja de hoje não seja o modelo administrativo da Igreja Primitiva, mas se
esquecem de que o governo sempre foi semelhante, tornou-se apenas mais polido e
claro.

Podemos dividir os oficiais da Igreja em carismáticos, e os administrativos.


Carismático no sentido grego da palavra, aqueles que receberam o “charisma”, o
Cháris, a graça ou dom de Deus. Temos por exemplo os doze apóstolos,
claramente. Além deles, líderes proeminentes como o Tiago, irmão do Senhor, líder
da Igreja em Jerusalém, logo após Paulo, Felipe o evangelista, e diversos profetas
que existiam no Novo Testamento, como Ágabo, em Atos 11.28. além destes
líderes, encontramos também os oficiais administrativos, homens eleitos pelo povo
por sua parcimônia, reconhecimento e cumprimento das ordenanças bíblicas para
presbíteros ou diáconos. O culto na igreja primitiva era constituído não em si de um
lugar físico, mas pessoas, reunidas com o propósito de cultuar, consistiam em um
culto, seja em qualquer lugar. Já a vida dos irmãos, era uma vida de fato mútua,
para aqueles que assim desejavam viver, e cada igreja localmente trabalhava na
assistência com os pobres, na medida de sua realidade.

CONCLUSÃO PESSOAL

Escrita Fluida, informações históricas bem sintetizadas e esquemas claros


marcam sem dúvida a didática deste livro. Seu aspecto cristológico e preocupação
clara com os dados apresentados, referências equilibradas e úteis, são presentes
brilhantemente no livro. Dos livros conhecidos sobre história da Igreja, muito
possivelmente é a obra com característica mais clara, concisa, holística (no sentido
de geral, comparativo e panorâmico) sem falhar em ser profundo e verdadeiro.

Para amantes e estudiosos, e para aqueles que reconhecem o valor da


história para a religião que vive de acordo com as Palavras Sagradas de Deus em
seu livro, é sem dúvida, leitura obrigatória.

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