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Escola Secundária Geral de Vila Nova

Trabalho de História

Turma: CCS 1B

11ª Classe

Tema: Historiografia Cristã

Nome: Edson Pelagio Zacarias

Professor: Cesário

Chimoio, Março de 2022


Índice

1. Introdução.......................................................................................................................1
2. Historiografia cristã.........................................................................................................2
2.1. Antecedentes................................................................................................................2
2.2. Idéias tiradas do judaísmo...........................................................................................3
2.4. Historiadores cristãos..................................................................................................4
2.5. Algumas características da Historiografia Cristã........................................................4
3. Conclusão........................................................................................................................6
4. Referências......................................................................................................................7
1. Introdução
Com a queda império romano do ocidente, um novo contexto histórico irá surgir,
caracterizado pela destituição da economia urbana e comercial e o regresso a uma economia
essencialmente agrícola e de subsistência, da qual resultará fatalmente o isolamento das
populações. Todavia, os laços de consanguinidade são substituídos pelos estreitos vínculos da
identidade religiosa, da comunhão da mesma fé, em que o pai ancestral e carnal é substituído
pelo pai celestial cristão.

Foi uma época da regressão em vez duma expansão: as populações refluem novamente aos
campos. As cidades arruínam-se, as rotas comerciais encurtam-se e acabam em muitos casos
por desaparecer. O contacto e o intercâmbio de produtos e de ideias entre as comunidades ou
povos diferentes (diferentes na língua, na raça, nos costumes, nas crenças, nas técnicas, na
cultura) que tinham estado até aí, deixaram de ser possíveis.

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2. Historiografia cristã

Historiografia cristã, produção historiográfica ligada à religião cristã. É uma historiografia


que levará idéias basicamente do judaísmo contra a historiografia clássica e corresponde a
uma época de decadência dos estudos históricos, do ponto de vista da história cultural da
Europa.

2.1. Antecedentes

Neste período, são introduzidas muitas inovações. Existem teóricos que acreditam que a
verdadeira historiografia começa aqui. O cristianismo herdou uma série de idéias do judaísmo
e outros que são típicos desta religião.

Na transição para a Idade Média, há uma ruptura radical com a tradição historiográfica
clássica. O cristianismo não o considera como uma investigação secular, causal e racionalista
de eventos humanos, mas como a contemplação alegórica da vontade divina: a história é a
realização de um plano preparado por Deus, cujo objetivo é a salvação do homem. Falamos,
portanto, de uma escatologia histórica de estrutura linear, cujo final já está decidido,
marcando a evolução da humanidade desde suas origens: o início, o desenvolvimento e o fim
estão intimamente imbricados, porque narram na realidade a história de um pecado, o
original, a expiação e o retorno do homem à graça divina.

Na verdade, é uma teologia de conteúdos históricos, que aspira a desenvolver uma História
Universal que narra o desenrolar da Divina Providência. Entre seus construtores podemos
destacar San Augustine (354 – 430), seu grande – trabalhar sua sistematizador A Cidade de
Deus é projetado para salvar o cristianismo a partir das profecias não cumpridas, dissociar a
Igreja do Império em decomposição; e Eusebio (260 – 340), que estabeleceu o primeiro
grande modelo com sua Crônica, um esforço para vincular a história bíblica com a dos povos
mediterrânicos.

Outro gênero histórico, relacionado ao anterior, é aquele nascido com a constituição dos
reinos medievais que substituem o sistema político do Império; trata-se das crônicas de sua
formação e consolidação, sempre dentro de uma concepção cristã e providencialista. Assim,
Gregory of Tours (História do francês), Bede the Venerable (História da Igreja e do povo da
Inglaterra), Paulo (História dos Lombards) ou Alfonso X, diretor da Crónica Geral da
Espanha, 1270 – 1280, na língua vernácula.

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2.2. Idéias tiradas do judaísmo

O tempo é tomado como algo linear, não é circular ou cíclico, agora o tempo tem um começo
(Gênesis) e um fim (The Last Judgment). Esses limites podem mudar, mas eles continuarão a
existir. Isso faz com que a história agora tenha um significado, pensa-se que tudo o que
acontece é vital.

O que aconteceu com os judeus ao longo da história é muito importante, porque é história
sagrada. A religião dos judeus baseia-se no pacto, o Berith, entre os judeus que são o povo
escolhido, e cuja parte do acordo não é adorar outros deuses, mas Yahweh. Mas para os
judeus, por causa dessa promessa, todas as vitórias ou derrotas que acontecem com elas são
pela vontade de Deus. Essa promessa que os judeus fizeram também afeta as pessoas à sua
volta, por exemplo, a vitória dos babilônios é uma consequência da vingança divina que quer
punir os judeus. E então os persas derrotam os babilônios; que isso será tomado como uma
recompensa de Deus para com os judeus. Tudo isso é causado por uma idéia sagrada da
história e será adotado pelo cristianismo.

2.3. Contribuições para a historiografia cristã

Uma concepção não humanista da história. Para Agostinho de Hipona, o homem é cegado
pelo pecado, não sabe o que ele faz e não possui seu destino, portanto, as coisas boas que
acontecem são a obra de Deus. Este é o momento da criação da historiografia, quando a
história tem um significado, oculto, mas isso pode ser descoberto. Na Idade Média, esse
significado será Deus, mas no século XIX serão outras causas que não são humanas, mas não
divinas.

A história dos judeus tem um significado, com um começo e um fim, mas com o cristianismo
há também um centro, que é o nascimento de Cristo, com o qual a história é periodizada em
dois momentos antes e depois de Cristo.

O significado da substância é modificado, não há mais imutabilidade, porque Deus pode


mudar tudo.

A historiografia cristã é universal, Deus cria o homem, é, portanto, a história da humanidade,


que afeta a história sagrada.

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Providentialismo é que a história é baseada na ação da Divina Providência.

2.4. Historiadores cristãos

Eusebio de Cesarea: Ele não é um historiador rigoroso, mas ele é importante por causa das
inovações que ele introduziu.

Agostinho de Hipona: Ele é o pai da Igreja com maior influência na Idade Média. Ele é o
criador de um novo tipo de história com seu livro De civitate dei (413-242 AD) e será muito
importante até hoje.

Joaquín de Fiore: Suas idéias sobre a história nascem de uma interpretação mística; Veja
nos sonhos um instrumento musical anômalo. Para ele, a história da humanidade, é um
processo de desenvolvimento espiritual.

Bossuet: nela culmina a interpretação histórica baseada em idéias divinas. Ele será a
referência quando o Iluminismo chegar.

2.5. Algumas características da Historiografia Cristã

A Historiografia do Mundo Clássico, ou Historiografia Pagã, e a Historiografia Cristã, entram


em ruptura, guardando-se, no entanto, o latim, já com algumas mudanças, como língua
utilizada para a produção escrita. Desde a conversão do imperador Constantino ao
Cristianismo, em 312, e à consequente transformação dessa religião em oficial do Império,
uma nova historiografia viria para suplantar a do mundo clássico.

Os historiadores cristãos ignoravam os autores clássicos, com algumas exceções, como


Salústio, que trazia em sua obra a retórica moralizante, utilizada pelos cristãos; e Suetônio,
como modelo para a produção de biografias. Em síntese, as obras clássicas serviam como
fonte de anedotas, utilizadas como exemplos morais, adaptadas para milagres cristãos,
largamente utilizados nessa nova historiografia.

Para os historiadores cristãos, era necessário inserir a história universal na perspectiva


religiosa, a cristã. Para isso foi criada uma cronologia capaz de englobar, sob o relato bíblico,
a história dos povos do Oriente Próximo e greco-romanos, a relação dos soberanos assírios ou
egípcios, a periodização grega por olimpíadas ou a série dos magistrados romanos. O
pioneiro nessa tarefa foi Eusébio, bispo de Cesareia, grego da palestina, autor da História

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Eclesiástica, primeira sobre a Igreja Cristã, que cobre o período que vai de Jesus Cristo a
Constantino.

Foi o cristianismo a autoria da primeira filosofia de história, a tentativa de determinar as leis


porque se rege o curso dos acontecimentos. Os seus defensores procuraram mostrar como o
mundo seguiu um desígnio de Deus na sua longa preparação para o advento de Cristo. A
partir desse pnto central a humanidade continuaria uma marcha de sofrimentos até ao juízo
final. Esta ideia foi exposta por Santo Agostinho no seu livro “Cidade de Deus” e a
demonstração coube a Paulo Orósio no seu “Sete Livros de História Contra os Pagãos”, uma
continuação de “Cidade de Deus”.

É portanto a história providencialista, em que a evolução da humanidade aparece como


providência divina.

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3. Conclusão

A Historiografia Cristã não busca a explicações para os fenômenos históricos na sociedade,


nas causas naturais ou nas ações do indivíduos, mas em um determinismo divino, que já
possui planejado o curso da História. Essa concepção de busca histórica era baseada na
História desenvolvida por Santo Agostinho, em A Cidade de Deus e Confissões, onde
contrasta a eternidade de Deus com o tempo. As ideias de Santo Agostinho entrariam na
historiografia através de seu discípulo, Orósio, autor de Histórias contra os pagãos, livro no
qual argumentava que a história era a ação da vontade de Deus na terra, com a premiação das
virtudes e o castigo aos vícios, e, finalmente, o Juízo Final.

A veracidade dos fatos relatados pelos autores cristãos era um tema secundário, importando,
de fato, o discurso moral e religioso. A história, para eles, servia não para compreender o
mundo, mas sim como um preparo para o futuro que, segundo os planos divinos, terminaria
com o Juízo Final. É linearidade histórica, com um início e fim determinados.

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4. Referências

FONTANA, Josep. A História dos Homens. Bauru, SP, EDUSC. Tradução de Heloísa
Jochims Reichel e Marcelo Fernando da Costa, 2004.

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