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A idade média é um período em que se vê, associada á predominância da fé, uma enorme
credibilidade geral acreditava-se em lendas fantásticas, no paraíso terrestre, na pedra filosofar, no
elixir da vida eterna, em cidades todas de ouro, etc. Existem lendas sobre a Terra em que esta
termina de forma subida por ser plana, etc. Toda esta mentalidade reinante reflectiu-se na forma
de se escrever a Historia na qual há uma grande presença do milagre do maravilhoso e do
impossível.
Com a queda império romano do ocidente, um novo contexto histórico irá surgir, caracterizado
pela destituição da economia urbana e comercial e o regresso a uma economia essencialmente
agrícola e de subsistência, da qual resultará fatalmente o isolamento das populações. Todavia, os
laços de consanguinidade são substituídos pelos estreitos vínculos da identidade religiosa, da
comunhão da mesma fé, em que o pai ancestral e carnal é substituído pelo pai celestial cristão.
Foi uma época da regressão em vez duma expansão: as populações refluem novamente aos
campos. As cidades arruínam-se, as rotas comerciais encurtam-se e acabam em muitos casos por
desaparecer. O contacto e o intercâmbio de produtos e de ideias entre as comunidades ou povos
diferentes (diferentes na língua, na raça, nos costumes, nas crenças, nas técnicas, na cultura) que
tinham estado até aí, deixaram de ser possíveis.
Numa sociedade em que a actividade económica predominante era a agricultura, não há dúvidas
de que a mão-de-obra servil está sujeita a uma corporação sacerdotal que a explorava em nome
da divindade.
Entre os Judeus da Palestina, algumas ceitas religiosas como a dos fariseus, receberam mal a
doutrina de Jesus Cristo. Com o efeito estes não consideravam Jesus como o Messias anunciado
pelos profetas do antigo testamento, pois eles pretendiam apenas ao povo de Israel. Deste modo
acusam-no de agitador do povo, perseguindo-no e denunciaram-no ao governador romano
Pôncio Pilatos. Depois de ser julgado, Jesus é condenado à morte e crucificado no monte
Calvário em Jerusalém.
Após a morte de Jesus Cristo, a doutrina de Jesus foi levada pelos seus discípulos (apóstolos), a
todo o mundo romano, cumprindo a palavra anunciada por Jesus “ide e anunciai a todas as
nações”. Por toda a parte divulgavam que Jesus era o Messias anunciado ao mundo pelos
profetas e o salvador do Mundo. Era o início do cristianismo.
A vida da idade média esteve fortemente influenciada pela igreja católica que difundiu o
cristianismo como forma de pensamento dominante entre a classe erudita e o povo, o que
impediu a livre pesquisa provocando assim um forte retrocesso a história e de mais ciências.
Durante a Antiguidade Crista, as fontes da Historia eram essencialmente de tres tipos religiosos,
civis e da tradicional popular:
1. Religiosas
A bíblia sobre tudo os livros do Antigo Testamento;
As hagiografias;
Actas de Sínodos e concílios
A bíblia e outros diplomas de origem de papel;
As obras de cleros seculares e regulares;
As fontes de origem eclesiástica produzidas na abadia de Cluny, como Anais e
crónicas;
Os manuais dos confessores, entre outros documentos de origem eclesiástica.
De família árabe espanhola, Ibn Khaldun ocupou cargos nas cortes da Tunísia, da Argélia, do
Marrocos e do reino nazari de Granada, do qual foi embaixador na corte de Pedro I, o Cruel, rei
de Castela.
É autor de uma História universal em seis volumes, guia valioso da história das dinastias
muçulmanas do norte da África e dos berberes, e de um volume introdutório a essa obra, os
Prolegómenos, onde expõe uma filosofia histórica e uma teoria social sem precedentes, onde
aparecem surpreendentemente traços da moderna sociologia. É precursor da filosofia da história.
Contribuiu para a historiografia através da sua investigação cruzada em História, Economia,
Demografia e Geografia, foi também o precursor no intercâmbio da história com outras ciências.
Ibn Khaldum escreveu a famosa obra Al-Muqaddimah (introdução à História)
Eusébio de Cesareia (265? -339)
Considerado pai da história da Igreja, aborda nas suas obras pela primeira vez os tempos do
cristianismo primitivo.
Agostinho voltou ao norte da África, foi ordenado sacerdote e, mais tarde, consagrado bispo de
Hipona. Combateu a heresia maniqueísta e participou de dois grandes conflitos religiosos: o
donatismo e o pelagianismo. Nesta época, desenvolveu as doutrinas do pecado original, graça
divina, soberania divina e predestinação. Os aspectos institucionais de suas doutrinas foram
especialmente proveitosos para a Igreja Católica Apostólica Romana. Santo Agostinho sustenta
que homens e mulheres foram salvos pela graça divina e defende o papel do livre-arbítrio em
união com a graça.
A sua obra mais conhecida “ De Civitae Dei “( cidade de Deus); foi o primeiro a sistematizar a
Filosofia e a Teologia” procurou crer para entender e entender para crer com objectivos de
integrar num corpo doutrinal coerente as verdades da fé.
A religiosidade medieval
A partir desse momento, a Igreja passou a ser portadora de uma doutrina oficial que deveria ser
disseminada por um corpo de representantes espalhados em toda a Europa. No século V, a
hierarquia clerical seria sustentada pelos padres, que, por sua vez, seriam subordinados à
autoridade dos bispos. Acima destes estavam os arcebispos e, logo em seguida, os patriarcas das
mais importantes cidades europeias. No ano de 455, o bispo de Roma se tornou papa, passando a
controlar a cristandade ocidental.
Sem dúvida, toda essa série de práticas, valores e ações foram determinantes na transformação da
Igreja em uma instituição com amplos poderes. Desde sua gênese, percebemos que o
cristianismo teve que negociar com os vários hábitos e crenças das civilizações pagãs, caso
quisesse ampliar o seu número de convertidos.
Além disso, devemos mostrar que a hegemonia da Igreja esteve diversas vezes ameaçada pela
organização de seitas e heresias que buscavam valores não abraçados pela doutrina oficial. No
século XI, as dissidências com os líderes da Igreja Oriental culminaram no Cisma do Oriente,
fato que deu origem à Igreja Católica e à Igreja Bizantina. Nos fins da Idade Média, movimentos
heréticos fixaram as bases de outras tensões que marcaram a Reforma Protestante, no século
XVI.
SOUSA, Rainer Gonçalves. "A religiosidade medieval"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-religiosidade-medieval.htm. Acesso em 15 de
dezembro de 2020.