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Faculdade Teológica da

Assembléia de Deus de Brasilia

CURSO DE FORMAÇÃO
DE OBREIROS

O OFÍCIO DO DIÁCONO
Curso de Formação de Obreiros (CFO)
Diáconos

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 04
1. A NATUREZA DO DIACONATO 04
1.1 DEFINIÇÃO 04
1.2 A INSTITUIÇÃO DO DIÁCONATO 05
a. O crescimento da igreja 05
1.3 A NATUREZA DO DIACONATO 06
1.3.1 O diaconato como ofício 06
1.3.2 O diaconato como ministério 06
2. O DIÁCONO NO NOVO TESTAMENTO 06
2.1 O DIÁCONO NO PENSAMENTO DE PAULO 06
2.2 O CENÁRIO HISTÓRICO 08
2.2.1 Origem Igreja Apostólica – 30 a 100 AD 08
2.2.2 Na igreja antiga 100 a590 AD 08
3. AS QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO 09
3.1 EXEGESE DE ATOS 6:1-8 09
3.1.1 Boa reputação 09
3.1.2 Cheio do Espírito Santo 10
3.1.3 Cheio de sabedoria 12
3.1.4 Cheio de fé 13
3.2 EXEGESE DE I TIMÓTEO 3:8-13 14
3.2.1 Respeitáveis 14
3.2.2 De uma só palavra 14
3.2.3 Não inclinado ao vinho 14
3.2.4 Não cobiçosos de sórdida ganância 15
3.2.5 Conservando o mistério da fé 15
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Diáconos
3.2.6 Marido de uma só mulher 16
3.2.7 E governe bem seus filhos e sua própria casa 16
4. RESPONSABILIDADES DO DIÁCONO 16
4.1 TRÊS MESAS DE SERVIÇO DOS DIÁCONOS 16
4.1.1 A mesa do Senhor 16
4.1.2 A mesa do pastor 17
4.1.3 A mesa dos pobres 17
4.2 OUTRAS RESPONSABILIDADES DOS DIÁCONOS 17
4.3 O SERVIÇO DIACONAL 17
4.3.1 Definição dos termos 17
5 TRABALHO E RECEPÇÃO DO CORPO DIACONAL 21
5.1 O PERFIL DO DIÁCONO 21
5.2 QUALIDADES EXTRAS - BÍBLIA DOS DIÁCONOS 22
5.2.1 Regras de Conduta 23
5.3 OS DEZ MANDAMENTOS DAS RELAÇÕES HUMANAS 23
5.4 SINOPSE DO ASSUNTO ESTUDADO 23
5.4.1 Para que existem os diáconos? 23
5.4.2 Tarefas: 23
5.5 NORMAS E ATRIBUIÇÕES DO CORPO DIACONAL 23
5.5.1 Parte Interior do Templo 23
5.6 NOS DIAS DE SANTA CEIA DO SENHOR 24
5.7 PARTE EXTERIOR DO TEMPLO 25
5.8 QUADRO DE AVISOS – DESIGNAÇÃO DE DIÁCONOS 25
CONCLUSÃO 26
BIBLIOGRAFIA 26

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Diáconos
INTRODUÇÃO
O diaconato é um ministério por excelência, a obra de Deus precisa deste ofício. O
diaconato foi instituído pela Igreja primitiva onde se escolheram sete homens de boa
reputação e cheio do Espírito. Destacaremos nesta apostila, o significado da palavra
diácono, a natureza da mesma. As suas qualificações deveres e direitos
Nenhum lugar é melhor para nos ajudar a entender o ofício de diácono do que as
próprias Escrituras Sagradas, ela como base de fé e prática para a vida da igreja, é
também a nossa direção e fundamento em todas as doutrinas e ensinos
concernentes ao bom andamento e esclarecimento para a igreja.
1. A NATUREZA DO DIACONATO
Se voltarmos aos Atos dos Apóstolos, veremos que a diaconia não é senão um
serviço incondicional e amoroso a Deus e a sua igreja.
O diácono que não vive para servir a igreja de Deus, não serve para viver como
ministro de Cristo. A essência do diaconato é o serviço; e sem serviço; a diaconia é
impossível.
1.1 DEFINIÇÃO
A palavra diácono é originária do vocábulo grego diakonos,
etimologicamente, ajudante, servidor, servo. O diácono é um servidor;
também ministro (doulos); na essência do ministério cristão destacamos
principalmente o serviço.
Em seu dicionário do novo testamento grego, oferece-nos W.C. Taylor a
seguinte definição de diácono: garçom, servo, administrador e ministro. Na
Grécia antiga, o diácono era encarregado de levar as iguarias à mesa, e
manter sempre satisfeitos os convidados.
Na Septuaginta, eram os servos chamados de diáconos, porém não
desfrutavam da dignidade de que usufruíam seus homônimos, nem eram
incumbidos de exercer a tarefa básica destes: socorrer os pobres e
necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos olhos judaicos, era
esse um cargo nada honroso.
Para entendermos a real função do diácono, ver-nos-emos obrigados a
recorrer à etimologia da palavra diaconia. No original, ostenta o referido
vocábulo estes sentidos: distribuição de comida, socorro, ministério e
administração. Estes são os imperativos do diácono eclesiástico.
A palavra diácono aparece cerca de 30 vezes no Novo Testamento. Às
vezes, realça-a o significado de servo; outras as de ministro. Finalmente,
enaltece a função que passou a existir, na Igreja Primitiva a partir de Atos dos
Apóstolos capitulo seis.
Observemos, contudo, que, nessa passagem de Atos dos Apóstolos, não
encontramos a palavra diácono. O cargo é descrito, e o título não é declinado.
Obviedade do texto, contudo, não atuará dúvidas: referiam-se os apóstolos,
de fato, ao ministério diaconal.

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Diáconos
Hipólito, um dos teólogos da Igreja antiga, fala de diáconos trabalhando com
o seu pastor em funções litúrgicas (culto) e pastorais. Diáconos, diz ele,
visitavam os enfermos, os pobres e os indigentes. Visitavam especialmente
viúvas, órfãos e prisioneiros. Informavam ao pastor, e levavam aos visitados a
ajuda da igreja. O governador da Bitínia, no ano 112, escreveu ao imperador
Trajano, e informa que havia ordenado a tortura de duas mulheres cristãs que
eram diaconisas.
1.2 A INSTITUIÇÃO DO DIÁCONATO
O diaconato é o único ministério cristão a originar-se de um fato social; surgiu
de uma necessidade da Igreja Primitiva: o socorro às viúvas helenista.
Vejamos o texto de Atos dos Apóstolos: “ora, naqueles dias, crescendo o
número dos discípulos, houve uma murmuração dos discípulos dos
helenistas contras os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam
sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a
multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a
palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre
vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas, nós
perseveraremos na oração e no ministério da palavra. O parecer
agradou a todos, elegeram a Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão,
Parmenas, e Nicolau, prosélito de Antiquia, e os apresentaram perante
os apóstolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mãos” (ATOS 6;1-
7)
a. O crescimento da igreja
Do pentecostes à instituição do diaconato, a Igreja Primitiva cresceu de
maneira vertiginosa. De aproximadamente três mil convertidos, passou
logo a cinco mil; a partir daí, o rebanho do Senhor não mais parou de
multiplicar-se (Atos 2:41- 44). De forma que, em Atos capitulo seis, o
número de discípulos já havia superado a capacidade estrutural da
igreja (At. 6: 1).
Crescendo o número dos fiéis, cresceram também os problemas.
Tivesse a Igreja se limitado aos cento e vinte, certamente nenhuma
dificuldade teriam os primitivos cristãos. Não haveriam de precisar de
diáconos, nem de pastores. Até os mesmos apóstolos seriam
prescindíveis. Acontece que as grandes igrejas enfrentam grandes
desafios, e demandam, por conseguinte, grandes soluções.
Com a chegada das ovelhas, vai o aprisco deixando sua rotina, vai o
pastoreio desdobrando-se em cuidados e desvelos pelas almas, e o
Reino de Deus vai alargando suas fronteiras e descortinando os mais
promissores horizontes. O maior problema da Igreja Primitiva, naquele
momento, era o desconcerto social gerado pelo clamor das viúvas
helenistas que, na distribuição diária, vinham sendo desprezadas em
relação às hebreias.

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Diáconos
1.3 A NATUREZA DO DIACONATO
O que é o diaconato? Um ofício ou um ministério?
Tendo em vista o que já foi exposto, podemos dizer que o diaconato é tanto
um ofício quanto um ministério.
1.3.1 O diaconato como ofício
Ofício é uma ocupação que exige um grau mínimo de habilidade.
Nesse sentido, o diaconato é um ofício; sua função acha-se claramente
delimitada: suprir as necessidades dos santos. O ofício básico do
diácono, portanto, é a assistência social. Se um diácono não honra esse
ofício, não pode ser considerado como tal. É tudo, menos um diácono.
No evangelho de João; que apresenta Jesus como Deus, há a imagem
dEle como diácono, lavando os pés dos discípulos (João 13:8). Neste
texto Jesus deixa claro que servir não é simplesmente um ato de
humildade, mas, a dignidade de servir reside em beneficiar o próximo.
A decisão de Jesus em ser servo foi, também, um exemplo que produziu
reações contagiantes nos seus discípulos e chegou até nós como
modelo de serviço cristão. Assim como Jesus foi enviado, os discípulos
foram enviados até nós, também, somos enviados (João 17:18. João
20:21). Sem serviço a diaconia é impossível!
1.3.2 O diaconato como ministério
Ministério é um trabalho ou função eclesiástica exercido por aqueles que
são biblicamente ordenados.
Da leitura de Atos 6:6: “E os apresentaram ante os apóstolos e estes,
orando, lhes impuseram as mãos” , concluímos: os diáconos são
ministros. Assim como os apóstolos foram chamados para auxiliar a
Jesus, foram os diáconos separados para assistir aos apóstolos.
Convém ao diácono entender que, embora ministro, jamais deve ignorar
a autoridade que tem o pastor sobre todos os ministérios, órgãos e
departamentos da igreja. Que ele reconheça sempre a verdadeira
dimensão de seu cargo e a exata razão de sua chamada, e coloque-se à
inteira disposição de seu pastor. Seja seu amigo e companheiro.
O diácono não foi chamado para receber honrarias, mas para servir a
Deus e à igreja.
2. O DIÁCONO NO NOVO TESTAMENTO
2.1 O DIÁCONO NO PENSAMENTO DE PAULO
Para uma melhor compreensão de como Paulo entendia a questão do
diaconato nos primórdios da igreja, passaremos a estudar uma cronologia de
eventos importantes na história da mesma.

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Diáconos
A igreja teve seu início histórico, por assim dizer, logo após a morte do
Senhor Jesus, no evento do pentecostes (30 A.D). Reese data a conversão
de Paulo em 34 A.D., portanto, Paulo teria se convertido cerca de quatro anos
após a fundação da Igreja Primitiva.
O próprio Paulo dá testemunho de que visitou os demais apóstolos em
Jerusalém somente quatorze anos mais tarde (Gálatas 2;1). Assim ocorrido
perto de 48 A.D. aproximadamente sete anos antes de Paulo escrever a
primeira carta aos Coríntios.
O contato de Paulo com a comunidade que havia elegido os primeiro
diáconos foi breve, apenas quinze dias (Gálatas 1:18-19). De onde, então,
Paulo formou sua opinião a respeito desses oficiais, já que não viveu tempo
bastante com os apóstolos de Jerusalém?
Como já vimos anteriormente, Paulo extrai da tradição religiosa judaica a
Ideia de diaconia, uma vez que as sinagogas mantinham diversos desses
obreiros.
Portanto, suas referências a este ofício passam, necessariamente, pela ótica
judaica sobre o assunto. Certamente os apóstolos que oficiavam em
Jerusalém sofreram influências semelhantes às de Paulo, ou seja, do
Judaísmo.
Paulo nos ajuda a compreendermos o relacionamento entre os irmãos e os
obreiros. “Rogo-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros,
consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais pacientes
para com todos” (1 Tessalonicenses 5:14).
Fica evidente a preocupação de Paulo com aqueles que precisam de
motivação extra para prosseguirem na jornada da fé. Certamente que
problemas materiais como falta de recursos financeiros, falta de ocupação,
exclusão social, dentre outros, promoviam – e ainda hoje promovem – o
abandono da fé. Da mesma forma, problemas de outra natureza, como
doenças, solidão e complexos pessoais, também dificultavam o maior
desenvolvimento espiritual do novo crente.
É nessa lacuna que entrará a atuação do diácono atento aos problemas
espirituais, onde poderá desenvolver seu trabalho. Paulo via o diaconato
como um ministério de sublime importância e de suma responsabilidade.
Basta analisarmos o texto de Timóteo: “Da mesma sorte os diáconos
sejam honestos, não de língua dobre; não dados a muito vinho, não
cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da fé em uma pura
consciência. E também estes sejam primeiros provados, depois sirvam
se forem irrepreensíveis. Da mesma sorte as mulheres sejam honestas,
não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. Os diáconos sejam maridos de
uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. Porque
os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa
posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”. (I TIMÓTEO
3:8-13)

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Diáconos
Na carta aos Filipenses, Paulo faz menção aos diáconos: “Paulo e Timóteo,
servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos” (FILIPENSES 1:1).
2.2 O CENÁRIO HISTÓRICO- SOCIAL DA IGREJA EM JERUSALÉM E
ROMA
2.2.1 Origem (Igreja Apostólica – 30 a 100 A.D)
De acordo com a tradição da igreja latina, a narrativa de Atos 6:1-6, que
serve para introduzir a passagem do martírio de Estevão, descreve a
primeira instituição do ofício.
Os apóstolos, para atender as necessidades dos judeus que não havia
nascidos em Jerusalém nascido na Palestina, também chamados de
gregos, principalmente as viúvas que estavam sendo negligenciadas
nas ministrações diárias. (v. 1)
Assim, vemos que sete discípulos de Cristo forma ordenados diáconos.
A partir de Jerusalém, o diaconato espalhou-se às igrejas gentias, como
já vimos em Filipenses 1:1, quando Paulo inclui bispos (presbíteros) e
diáconos entre os endereçados da epístola, sugerindo que deveria haver
dois ofícios adjacentes.
Embora pareça que inicialmente a instituição de diáconos não fosse
regra geral, com o passar do tempo, tal prática se tornou universal.
2.2.2 Na igreja antiga (100 a 590 A.D)
Clemente de Roma, o primeiro dos pais apostólicos, descreve
claramente a instituição de diáconos juntamente com a de bispos, como
sendo obra dos próprios apóstolos. Mais tarde, Eusébio de Cesaréia, o
primeiro historiador da igreja, ao escrever no século IV, diz que a igreja
de Roma limitou o número de diácono a sete, e que o cânon do Sínodo
de Cesaréia (314-325), prescreveu a mesma restrição para todas as
cidades, mesmo as maiores, alegando que tal era uma imposição da
escritura, nos Atos dos Apóstolos.
A função diaconal, mormente em seu início, não restringia a atividade
dos diáconos apenas ao serviço de beneficências às viúvas. Esse foi o
caso de Estevão, mais tarde, de Filipe (Atos 8:5-40), que pregavam e
atuavam junto com os apóstolos.
Há registro de diáconos que atuaram ativamente nos primeiros concílios
da Igreja, como Atanásio, secretário de Alexandre, bispo de Alexandria,
e que foi uma peça decisiva no combate a heresia ariana, por ocasião
do Concílio de Nicéia (325).
Parece, contudo, que não há discussão quanto ao propósito inicial
segundo o qual os diáconos foram estabelecidos, qual seja substituir
bispos ou presbíteros em suas tarefas mais seculares, notadamente no
recolhimento de contribuições e distribuição de alimentos e esmolas aos
crentes necessitados.

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Diáconos
Considerando a importância do ágape ou festival do amor, no culto
primitivo da igreja, aos diáconos cabiam o ofício de servir às mesas,
sendo responsáveis pela distribuição dos elementos pão e vinho,
particularmente fora do recinto das igrejas, em especial aos doentes, no
âmbito da igreja, aos diáconos cabiam fazer anúncios públicos, zelar
pela disciplina da congregação, preservar a ordem, e outras tarefas
afins.
Fora da igreja, eles eram os deputados dos bispos em matérias
seculares, e especialmente no cuidado com os pobres. Sabe-se também
que eles permaneciam em pé durante os cultos, enquanto os bispos e
sacerdotes (Presbíteros) permaneciam sentados. Juntamente com
outras funções, os diáconos participavam da instrução aos catecúmenos
e da preparação dos serviços do altar. Como se vê em Atos 8:38, o
sacramento do batismo foi administrado pelo diácono Filipe.
3. AS QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO
3.1 EXEGESE DE ATOS 6:1-8
3.1.1 Boa reputação (v. 3)
Afirmou Publílio Siro que a reputação é um segundo patrimônio. Se o
admirável poeta latino estivesse a reviver os passos iniciais da igreja de
Cristo, certamente haveria de içar a reputação a mais alta das
grandezas sociais. Pois a primeira virtude que os cristãos primitivos
reclamaram dos postulantes ao diaconato foi justamente a boa
reputação: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa
reputação...” (Atos 6:3).
O que é a reputação? Originário do vocábulo latino reputatione, a
palavra reputação significa fama, celebridade e renome.
O erudito evangélico Samuel Vila realça quão significativo é este termo:
“Reputação é uma das vozes mais sábias que tem a nossa língua. É a
nossa fama ou crédito pessoal; é algo que se submete ao julgamento
público todos os dias. Reputar, pois, é julgar repetidamente a uma
pessoa ante o fórum da moral pública”.
De conformidade com o étimo da palavra, os sete primeiros diáconos já
vinha sendo observados e rigorosamente julgados tanto pelo colégio
apostólico quanto pela igreja. E, nesse julgamento, foram todos eles
aprovados com máximo louvor. Por conseguinte, antes de separarmos
um obreiro ao diaconato, exijamos tenha ele uma boa reputação. Se não
for bem conceituado diante da igreja e do ministério, que não seja
aceito. E que a sua reputação seja também comprovada pela família e
pela sociedade.
O diácono haverá de ser um esposo exemplar, um pai responsável e
prestimoso, um cidadão honesto e cumpridor de seus deveres. Se a sua
reputação não transcender a tais limites, reprovemo-lo. Doutra forma,
trará aborrecimento à igreja, e transtornos à Obra de Deus.

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Diáconos
O significado grego da palavra reputação. No original, temos o
vocábulo marturouménous que significa não somente reputação como
também testemunho. Devem os diáconos, portanto, desfrutar de um
inconfundível atestado público. Que todos lhe comprovem a idoneidade
do caráter e a fé sábia e experimentada nas boas obras.
Você tem zelado por sua reputação? Como obreiros de Cristo, somos
submetidos a julgamentos diários. É com base em tais julgamentos que
seremos chamados a ocupar as maiores responsabilidades no reino de
Deus. Você tem um nome a zelar; cuide de sua reputação. E que não
ocorra conosco o que se deu com um dos personagens de
Shakespeare: “Reputação, reputação, reputação! Ah, perdi a reputação!
Perdi o que em mim havia de imortal, e o que fica é bestial”.

3.1.2 Cheio do Espírito Santo (v. 3)


“A vida do cristão começa no calvário, mas, o trabalho eficiente, no
pentecoste”. Stanley Jones.
Não foi sem razão terem os apóstolos colocado como indispensável
condição para o diaconato o ser pleno do Espírito Santo (Atos 6:3).
O ser cheio é o mesmo que ser batizado no Espírito Santo? Se
desprezarmos nossas raízes, diremos tratar-se de coisas
completamente distintas se voltarmos, todavia, aos primeiros dias da
igreja, constataremos que os discípulos só foram considerados cheios
do Espírito depois de haverem passado pela experiência pentecostal
(Atos 2:4; 10:47; 19:6).
Sobre este assunto pronuncia-se o Dr. George E. Ladd: “Quando o
Espírito Santo foi dado aos homens, os discípulos foram batizados e ao
mesmo tempo cheios do Espírito Santo”. Stanley M. Horton também é
bastante taxativo; não admite réplicas: “Todos os cento e vinte
presentes foram cheios, todos falaram noutras línguas, e os som das
línguas foi publicamente notório”.
O saudoso pastor Estevam Ângelo do Souza, um dos nossos maiores
teólogos, não faz separação entre ser cheio e o ser batizado no Espírito
Santo: “O batismo com o Espírito Santo é um ato de Deus pelo qual o
Espírito vem sobre o crente e o enche plenamente. É a vinda do Espírito
Santo para encher e apoderar-se do filho de Deus como propriedade
exclusivamente sua”. Mais adiante, o pastor Estevam refere-se aos
discípulos de Cristo: “Jesus já havia soprado sobre eles, dizendo:
“Recebei o Espírito Santo (João 20:22). Isto lhes proporcionou
antecipadamente bastante gozo espiritual, pois já haviam recebido certa
porção do Espírito, mas ainda precisavam ser batizados, cheios do
Espírito Santo”.
É nos mui importuno aqui recordar o que disse Hopkins: “Devemos
reconhecer o fato de que ter o Espírito é uma coisa, e ficar cheio
(Batizado) do Espírito é bem outra”.

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Diáconos
Diante do exposto, como entender Efésios 5:18? “E não vos
embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do
Espírito”. Como harmonizar essa recomendação de Paulo com a
reivindicação feita aos sete diáconos?
Em primeiro lugar há que se entender que, em todos os episódios de
Atos dos Apóstolos, onde se menciona o “Encher do Espírito”, temos um
ato soberano e instantâneo de Deus. É algo que se dá de fora para
dentro, de cima para baixo. Temos, aqui, pois, a efusão ou o
derramamento do Espírito Santo.
Ao passo que, em Efésios, deparamo-nos não com um ato, mas com um
processo de enchimento que se dá de dentro para fora. E este processo,
ao contrário daquele, depende da vontade do crente. Se este não seguir
a recomendação bíblica, e desprezar o exercício da piedade, não
poderá conservar o enchimento do Espírito.
Vejamos como, no original, o verbo grego é usado em Efésios 5:18: allá
plerousthe en pneúmáti. “mas enchei-vos do Espírito”. O verbo
plerousthe acha-se no presente do imperativo passivo da segunda
pessoa do plural.
Neste caso, o tempo presente exige uma ação habitual continuada. É
como se o apóstolo Paulo estivesse recomendando aos irmãos de
Éfeso: “Deveis, constante e permanentemente, permitir que o Espírito
Santo domine vossas vidas”.
Deve o diácono, por conseguinte, não apenas ser batizado no Espírito
Santo como também manter a plenitude do Espírito através do cultivo da
piedade e do fruto do Espírito. É uma ordem a ser cumprida hoje por
todo o crente, seja este obreiro ou não.
A experiência pentecostal conclui-se, pois, que os diáconos têm de ser
não somente batizados no Espírito Santo como se manter na plenitude
do Espírito. Sua experiência haverá de ser completa; da conversão ao
batismo no Espírito Santo, mais do que pleno.
Os pentecostais, mercê de Deus, temos nos pautado por esta regra de
ouro. É por isso que separamos para o ministério somente os que, além
de sua comprovada conversão, já receberam o batismo no Espírito
Santo, e na plenitude do Espírito, perseveram.
Hoje, porém, não são poucas as igrejas que, alegando ser o diaconato
um mero cargo local, vêm consagrando a esse ofício homens que ainda
não experimentaram o batismo no Espírito Santo. Isso é mui temerário!
Pois estaremos, dessa maneira, abrindo um perigoso precedente nas
fileiras de nossos obreiros que, desde o início da Obra Pentecostal, vêm
pautando-se por uma vida espiritual singularmente plena.
Além do mais, consideremos as dificuldades que envolvem o diaconato.
Por ser um ministério que se põe na linha de frente, exige de quem o
exerce um poder sobrenatural. Já pensou se Estevão ou Filipe não

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Diáconos
desfrutassem de semelhante virtude? Como se haveriam naqueles dias
tão difíceis?
Batismo ou fruto do Espírito Santo? Alegam outros que, mais importante
que o batismo no Espírito Santo, é o fruto do Espírito Santo. A palavra
de Deus, contudo, mostra-nos que ambos são igualmente importantes;
são igualmente imprescindíveis. Nenhum meio da graça pode ser tido
como periférico ou acessório. Além do mais, como haveremos de
cultivar o fruto se ainda não recebemos o suficiente poder? Por
conseguinte, ao invés de alimentarmos tais especulações, bem faremos
se incentivarmos os obreiros a buscarem, de forma zelosa, a
experiência das línguas de fogo, e a cultivarem, desveladamente, o fruto
do Espírito.
Se de fato somos pentecostais, vivamos no cenáculo. E levemos todos
os servos de Deus a se moverem sob o poder do alto. Busquemos a
plenitude do espírito, e jamais descuidemos de seu imprescindível fruto
(Gálatas 5:22). Não nos percamos em tolas discussões; necessitamos
tanto do batismo quanto do fruto do Espírito. E o Senhor Jesus, na
infinitude de suas riquezas, quer dispensar-nos ambos.
Sem a plenitude do Espírito Santo, não poderemos jamais levar a bom
termo a missão que nos entregou o Senhor. A plenitude é o batismo
pentecostal! É o fogo que nos amadurece o fruto de Espírito.
3.1.3 Cheio de sabedoria (v. 3)
Alguém já disse, mui apropriadamente, que este é o século do
conhecimento, mas não da sabedoria. Embora tenhamos avançado
tanto, em todas as áreas da tecnologia, espiritualmente pouco, ou quase
nada logramos. Se para obter conhecimento, bastam o estudo e a
pesquisa, o mesmo não acontece com a sabedoria. Para se conquistá-
la, demanda-se o exercício contínuo e pessoal da piedade; o temor do
senhor é o seu princípio (Provérbios 1:7).
De acordo com a ótica bíblica, a sabedoria é a forma como vivemos,
agimos e reagimos às circunstâncias. É o reflexo da natureza Divina em
nossa existência. Traduz-se a sabedoria num viver irrepreensível e
santo.
Esse era o tipo de sabedoria que os apóstolos esperavam nos diáconos.
Não buscavam necessariamente homens ilustrados e cultos. Mesmo
porque, como diria Chaucer: “nem sempre são os mais eruditos
igualmente os mais sábios”.
Os diáconos, porém, não deveriam ter apenas sabedoria. Desta,
haveriam eles de ser plenos. A expressão grega não deixa dúvidas:
pléreis sophías. Cheios de sabedoria! É o que se impunha a cada um
dos diáconos.
O que é a sabedoria? W.C. Taylor explica-nos qual seu significado no
grego do Novo Testamento: “O mais elevado dom intelectual, de
compreensiva intuição nos caminhos e propósitos de Deus; sabedoria

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Diáconos
prática, os dotes do coração e mente que são necessários a conduta
reta da vida”.
Afirma Souter que a sabedoria é: “O variado conhecimento de coisas
humanas e divinas adquiridos pela agudez e experiência, e resumidos
em máximas e provérbios; perícia na direção dos afazeres; prudências
nas relações com homens incrédulos; discrição e aptidão em ensinar a
verdade; o conhecimento e a prática dos requisitos de uma vida reta e
piedosa; conhecimento do plano Divino, outrora velado, de prover a
salvação para os homens pela morte expiatória de Cristo”.
Por conseguinte, a sabedoria que as sagradas escrituras estão a exigir
dos diáconos não é a cultura livresca e acadêmica. É a experiência que
nos advém de uma vida de íntima comunhão com o Senhor. É a
capacidade de agir como servo de Deus num mundo corrompido e
corruptor. É a desenvoltura que só os homens superiores possuem de
resolver problemas sem deixar arrastar pelas circunstâncias. Cheio
dessa sabedoria, haverá o diácono de servir eficazmente a igreja de
Cristo.
3.1.4 Cheio de fé (v. 5)
Além das qualidades morais e sociais, exige-se seja o diácono são na
fé. Que esteja de conformidade com as sagradas escrituras, e as tenha
como a única regra de fé e prática. Que sustente a sã doutrina, e não
evidencie quaisquer desvios no que tange a ortodoxia.
Estejamos atentos à recomendação de Paulo: ”Guardando o
ministério da fé em uma pura consciência” (1 Timóteo 3:9). Deseja o
apóstolo que aprendamos aqui que só poderemos qualificar-nos como
guardiões dos mistérios da fé, se pura estiver nossa consciência.
Requer-se, pois, do diácono obediência ativa e reverente. Doutra forma,
cairá na tentação do diabo; e, não demora muito, eis mais um herege
egresso das fileiras diaconais.
Somente uma consciência purificada pelo sangue de Jesus pode conter
a virulência da heresia. Por conseguinte, é inadmissível um diácono que,
embora social e moralmente correto, ostente doutrinais.
Tem de ser ele um expoente incorruptível da palavra de Deus. Haja vista
Estevão. Diante do Sinédrio, expôs este com tanta mestria a história da
salvação, que deixou a todos boquiabertos (Atos 7).
Seu discurso é o pronunciamento de uma autoridade incontestável das
sagradas escrituras. E Filipe? Não se revelaria ele um abalizado
evangelista? O plano da salvação que expôs ao eunuco de Candace foi
tão eficaz, que levou o etíope a converter-se radicalmente ao Senhor
Jesus (ATOS 8;26-40).
Se Estevão e Filipe destacaram-se pela correção doutrinária o mesmo
não aconteceria a Nicolau. Foi este um escândalo para a igreja de
Cristo. Não demorou muito, e já estava revelando suas deformidades

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Diáconos
doutrinárias e comportamentais. A muitos corrompeu; e, da verdade,
desviou várias igrejas.
3.2 EXEGESE DE I TIMÓTEO 3:8-13
3.2.1 Respeitáveis (v. 8)
Significa que os diáconos devem ter uma boa reputação, bom
testemunho público e que assim sejam homens que merecem ser
honrados por causa da sua dignidade. Chama a atenção o fato de que
essa virtude é via de mão dupla: o diácono se faz respeitar e respeita a
quem serve.
Recordemos que o dever de respeitar se faz presente em toda a Bíblia.
E como, ao lado do ser servo, são líderes na Casa de Deus, "o ancião
e o homem de respeito são a cabeça", ensina Provérbios 9.15a. Não
ensina a Palavra que "a quem honra, honra"?(Rm.13.7).
Na língua hebraica, a palavra para respeito e honra é “kavod” (dbk). É a
mesma que conceitua "intensidade, peso, prestígio, brilho". Kavod é "a
glória de Deus", é o peso moral de alguém. Por essa razão, tem
aplicação tão adequada a esta função de servo da comunidade, de líder
comunitário, de pessoa a serviço de Deus e dos santos.
3.2.2 De uma só palavra (v. 8)
O diácono não deve decepcionar pessoas para manipular elas. Ele deve
ter integridade e sinceridade no seu falar. Deve ser honesto e falar a
mesma coisa com cada pessoa.
Outra tradução do Novo Testamento usa a palavra "sincero" para
expressar o conceito acima. Palavra interessante esta. Sincero; dizem
os especialistas no assunto que vem do teatro greco-romano.
Sentimentos eram expressos com o uso de máscaras de cera. Se a
expressão era de alegria ou de tristeza, usava o ator a máscara
correspondente.
No normal, era mostrada a face sem cera (sin +cera), Ficou claro, não
é?
Uma pessoa sincera é a que se apresenta sem máscaras, e cuja palavra
é firme. Mas não se confunda sinceridade com falta de educação. "Eu
sou muito franco", diz alguém, e em seguida faz uma exibição gratuita
de má educação social.
Sinceridade tem, realmente, a ver com a operação do Espírito Santo.
Sinceridade endossa o dito anteriormente: a confiabilidade, a plenitude
do Espírito, a sabedoria e a respeitabilidade são qualidades inerentes ao
diácono!
3.2.3 Não inclinado ao vinho (v. 8)
Para ser um homem respeitado o diácono deve evitar toda aparência do
mal e abster-se de bebida alcoólica.

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3.2.4 Não cobiçosos de sórdida ganância (v. 8)
O diácono não deve colocar o dinheiro como seu principal alvo de vida.
"Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males" (I Timóteo
6:10). Samuel disse que ninguém podia trazer acusação contra ele na
área de integridade financeira. (I Samuel 12:3). O diácono deve seguir
seu exemplo.
O texto de 1Timóteo 3:8 tem traduções variadas. O objetivo é deixar
bem esclarecido o ensino de Paulo.
A segunda edição da RAB diz "Não cobiçosos de sórdida ganância".
A TLH diz "[Os diáconos não devem] ser gananciosos". A Edição
Pastoral deixa bem claro, "[Os diáconos não]... ávidos de lucros
vergonhosos".
Em todos os casos, o Apóstolo quer deixar explícito que a inveja, a
avidez, a cobiça, a ganância, o desejo de amealhar pelo amealhar, a
ânsia de ganhar pelo ganhar não combinam com as altas qualidades
esperadas do diácono.
No Sermão da Montanha, está registrada a palavra de Jesus que diz,
"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-
se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao
outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom (riquezas)". Palavra
mais direta não poderia haver.
O diácono há de ser um desprendido das coisas materiais. Não é um
imprevidente, um perdulário. Não pode ser, no entanto, um sovina,
porque não é servo do dinheiro, mas faz do dinheiro seu servo para a
grandeza do reino de Deus.
3.2.5 Conservando o mistério da fé com consciência limpa (v. 9)
A profissão de fé do diácono deve corresponder ao seu procedimento.
Seu comportamento fora da igreja não deve contrariar o que ele fala
dentro da igreja. O mistério da fé significa o corpo da verdade que inclui
toda a doutrina bíblica. Assim o diácono deve conhecer a Bíblia e andar
na luz da Bíblia para que ninguém possa achar motivo para condená-lo.
Esta característica diaconal é até acentuada no Salmo 24, no qual Davi,
o poeta, faz a seguinte pergunta, "Quem subirá ao monte do Senhor?
Quem há de permanecer no seu lugar santo?" A resposta óbvia, e
que nasce do caráter do próprio caráter de Deus vem a seguir, "O que é
limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à
falsidade, nem jura dolosamente".
Não pode ser de outro modo, porque estamos tratando de consciência
limpa, algo que há de ser perfeitamente natural ao caráter cristão.
Natural é aquilo que forma a essência de algo.
A Palavra de Deus salienta que "se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas"
(2Co 5:17). Mas só se está em Cristo; se não possui a mente de Cristo
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Diáconos
nem vive o estilo de vida do Mestre, tudo continua como era: na
malignidade. A diferença está no fato que "o sangue de Jesus... nos
purifica de todo o pecado" (1Jo 1.7b).
Aí, nosso caráter é todo outro: não somos rancorosos, preconceituosos,
invejosos, irascíveis, fingidos e desleais. Esse é o caráter do diácono
cristãos; esse é o caráter do cristão, da nova criatura em Cristo,
purificada pelo sangue de Cristo, do que tem a consciência limpa.
3.2.6 Marido de uma só mulher (v. 12)
O diácono deve ser fiel a uma só mulher que seja a sua legítima esposa.
Satanás quer destruir as famílias dos líderes da igreja. Portanto,
devemos orar para que Deus conserve os pastores e diáconos como
modelos puros da família Cristã.
Uma das clássicas versões do Novo Testamento assim coloca, "o
diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e
a própria casa" (1Tm 3.12 ARA).
3.2.7 E governe bem seus filhos e sua própria casa
Segundo a Escritura Sagrada, o diácono deve ser um padrão como
chefe de família. Não pode ser algo menos que isso, pois é uma
recomendação bíblica, além de ser ponto de evidente senso comum.
O que o texto sagrado quer deixar claro é que deve ser o diácono um
bom gestor da vida familiar, um exemplo de marido, deixando esposa e
filhos tranquilos em relação ao presente, e provendo para o futuro.
A Bíblia Sagrada tem um especialíssimo lugar para a família. O relato do
seu primeiro livro é que Deus a criou debaixo de Sua bênção. A família
submissa a Deus é, portanto, abençoada e abençoadora. Seus filhos
são as "flechas nas mãos do guerreiro" do Salmo 127, e os
"rebentos de oliveira" do Salmo seguinte. Imagine-os no lar do
diácono que há de ser, por esse motivo, um exemplo na casa do
Senhor?
4. RESPONSABILIDADES DO DIÁCONO
1. Deixar desembaraçados os ministros
2. Promover a paz (Atos 6:1)
3. Promover o bem-estar dos crentes
4. Dar um testemunho eficaz (Atos 6:3;7)
5. Para reforço na liderança da igreja
4.1 TRÊS MESAS DE SERVIÇO DOS DIÁCONOS
4.1.1 A mesa do Senhor (I Coríntios 10:21)
Os diáconos devem servir a Ceia do Senhor (I Coríntios 11:20). Mas
também deve auxiliar seu pastor na área de batismo, o exame de novos
membros, a disciplina de membros que andam desordenadamente, o

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Diáconos
discipulado dos novos convertidos, e a oração em favor do pastor e o
ministério da igreja.
4.1.2 A mesa do pastor (I Timóteo 1:16-18)
Da mesma forma que Onesiforo ajudou Paulo, o diácono deve ajudar
seu pastor. Por exemplo: Visitas nos lares e hospitais, arrumação do
salão de cultos, abrindo e fechando a igreja, recepção de visitantes,
arquivando os nomes de visitantes, mantendo a ordem durante os
cultos.
Os diáconos devem também se importar com o salário do pastor e o
bem estar da sua família. (I Timóteo 5:17-18) Os diáconos também
devem encorajar o seu pastor (2 Coríntios 1:24; I Timóteo 5:19; I
Tessalonicenses 5:12,13).
4.1.3 A mesa dos pobres (Atos 6: 1-8)
Em Atos seis sete homens foram escolhidos para atender ás
necessidades materiais das viúvas. Para realizar este serviço era
necessário para eles administrar os fundos de benefícios.
Diáconos devem estar envolvidos no serviço de socorrer e auxiliar
pessoas ligadas com á igreja. Portanto devem administrar não somente
os fundos para os pobres, mas também outras áreas do programa
Social da igreja.
4.2 OUTRAS RESPONSABILIDADES DOS DIÁCONOS
1. Orar com o pastor antes dos cultos e em favor dele durante os cultos;
2. Auxiliar na supervisão das finanças da igreja;
3. Auxiliar o pastor para estabelecer alvos para a igreja;
4. Ajudar o pastor no planejamento do calendário da igreja;
5. Promover a obra missionária;
6. Ser fiel nos cultos e apoiar as atividades da igreja;
7. Cuidar bem da sua própria família;
8. Servir como líderes na igreja.
4.3 O SERVIÇO DIACONAL
1 Em Atos seis os diáconos foram escolhidos para atender os interesses
temporário da igreja. A palavra diácono significa ministro ou servo. (Hiscox)
2. O diácono tem um papel importante na igreja e deve ser treinado para
auxiliar seu pastor.
4.3.1 Definição dos termos
a. Douleuo – servir como escravo - Mateus 8:9
b. Herapeuo – disposição a servir – Atos 17:25
c. Latreuo – empregar-se, trabalhar para ganhar; usado
especialmente no serviço religioso
d. Leitourgeo – serviço publico especial, as vezes sem remuneração,
render trabalho ao estado – no LXX usado para serviço no templo

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Diáconos
e. Hupereteo – aquele que rema, um subordinado agindo sob direção
do mestre. Lucas 4:20
f. Diaconeo – um termo distinto de todos os termos acima, tem a
qualidade especial que representa de forma muito pessoal o serviço
prestado ao outro; tem um sentido especial do serviço feito por amor.
Se Atos 6.1-7 não enfoca a instituição do Diaconato, onde devemos buscá-
la? Nesta busca é preciso distinguir duas coisas fundamentais, entre a
instituição e a origem.
Quando falamos de Instituição estamos pensando naquele momento em que
determinado ofício foi criado, estabelecido no meio da comunidade. Neste
sentido é muito difícil nos localizarmos, visto que o Novo Testamento não nos
fornece esta resposta.
A única coisa que sabemos é que este ofício já havia assumido proporções
eclesiásticas por volta do ano 55 d.C., conforme podemos conferir em Fp 1.1:
“Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo
Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos...” Outra
passagem que nos atesta isto é 1 Tm 3:8-13.
É interessante notar que as instruções dadas por Paulo nesta passagem vêm
logo depois das instruções dos bispos, o que poderia indicar um
relacionamento entrelaçado destas duas funções.
Mas, se por um lado é difícil demarcar o ponto inicial da Instituição diaconal,
por outro é fácil perceber sua origem, podendo esta ser rebuscada em
modelos veterotestamentários e difundida pela vida de Jesus no Novo
Testamento.
No Antigo Testamento a expressão servo de Yahweh no livro de Isaías
prefigura a ação de Cristo como que um serviço prestado a Deus em favor de
suas ovelhas desgarradas (Is 53:6). E de fato isto se cumpre na vida de
Cristo.
No texto de Filipenses, onde Paulo já havia falado do diaconato (1.1), temos o
seguinte testemunho: “Tornando-se, em semelhança de homens; e
reconhecido em figura humana; a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:5-8). “Tende em vós o
mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus, antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo”
(doulos).
Observe que Jesus é designado como servo aquele que veio para servir a
humanidade. E esta designação é reforçada pelo próprio Jesus quando da
ceia com os seus discípulos conforme registrada em Jo 13:1-17. Mas o que
caracterizou as atividades de Jesus como um ministério diaconal?
Basicamente o serviço voluntário e integral para com as pessoas. Mt 4:23-25;
9:35-38 e Lc 6:17-19 nos falam das atividades de Jesus que acudiam tanto as
enfermidades da alma quanto do corpo.

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Diáconos
Tendo ensinado este serviço desprendido por amor às pessoas Jesus insta
com seus discípulos para que também o façam. Mt 20:20-28 nos conta uma
história peculiar onde a mãe de Tiago e João pede ao Mestre para que no
seu Reino seus filhos pudessem assentar-se ao seu lado, um à direita e outro
à esquerda.
A resposta de Jesus tipifica todo o espírito do seu ministério e que deveria
caracterizar o de seus discípulos: “Então, Jesus, chamando-os, disse:
Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais
exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário,
quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e
quem quiser ser o primeiro entre vós será o vosso servo; tal como o
Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos”. (vv.25-28).
Os discípulos entenderam posteriormente este mandamento do Senhor,
somente depois de sua morte e ressurreição, porém sempre que exerciam
suas funções viam a si mesmos como diáconos do Senhor (2 Co 11:23, 1 Tm
4:6).
É óbvio que os apóstolos não se viam exercendo nenhum ofício diaconal,
mas entediam suas funções como diaconia. Entretanto, acredito que de todos
os escritores neotestamentários Lucas seja aquele que procura suprir-nos de
protótipos diaconais que posteriormente vieram a dar a origem ao diaconato.
Em algumas passagens do seu evangelho e de Atos ele faz questão de
assinalar atividades diaconais. Estas se dividem de duas formas: atividades
diaconais prestadas a Cristo e atividades prestadas à Igreja de Cristo.
No Evangelho de Lucas encontramos passagens onde os discípulos do
Senhor lhes prestam serviço (diaconia) espontaneamente. Eis algumas
passagens para nossa reflexão: “Inclinando-se ele para ela, repreendeu a
febre, e esta a deixou; e logo se levantou passando a servi-los”. (A cura
da sogra de Pedro, 4:39); “E voltando-se para a mulher, disse a Simão:
Vês esta mulher? Entrei em tua casa; e, não me destes água para os
pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com
os seus cabelos. Não me deste ósculo, ela, entretanto, desde que entrei
não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas
esta com bálsamo ungiu os meus pés”. (A pecadora que ungiu a Jesus.
(Lc. 7:44-46); “Aconteceu depois disto que andava Jesus de cidade em
cidade e de aldeia em aldeia anunciando o evangelho do reino de Deus,
e os doze iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido
curadas de espíritos malignos e de enfermidades...as quais lhe
prestavam assistência com os seus bens”. (8:1-3); “Marta agitava-se de
um lado para o outro, ocupada em muitos serviços. Então se aproximou
de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tivesse
deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha
ajudar-me”. (Lc. 10:40).
Estas passagens são importantes para a nossa reflexão porque espelham um
estágio bem posterior dos eventos narrados. Quando Lucas nos conta estas
histórias a Igreja já estava estabelecida. É provável que a data de escrita seja

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Diáconos
entre os anos 75-80 d.C. E isto implica em algo fundamental para a nossa
discussão: o termo diaconia já era um termo específico nas comunidades
cristãs. Portanto, quando Lucas o usa o faz de forma consciente como que
procurando apontar-nos em alguma direção.
Particularmente, acredito que ele procura levar-nos aos protótipos do
diaconato, demonstrando-nos que o mesmo surgiu, em primeiro lugar, como
resposta de amor à diaconia de Cristo.
Em Atos as atividades diaconais são vistas naqueles que a fazem para o
próximo. Eis alguns textos: “Vendiam as suas propriedades e bens,
distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha
necessidade”. (2:45); “Pois nenhum necessitado havia entre eles,
porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os
valores correspondentes, e depositavam aos pés dos apóstolos; então
se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade”.
(4:34-35); “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos
discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição
diária. Então os doze convocaram a comunidade dos discípulos e
disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para
servir as mesas”. (6:1-2); “Havia em Jope uma discípula, por nome
Tabita, nome este que traduzido quer dizer Dorcas; era ela notável pelas
boas obras e esmolas que fazia...e todas as viúvas o cercaram, e
chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas fizera
enquanto estava com elas”. (9:36;39); “Morava em Cesaréia um homem,
de nome Cornélio, centurião da coorte, chamada a italiana, piedoso e
temente a Deus com toda a sua casa, e que fazia muitas esmolas ao
povo e de contínuo orava a Deus”. (10:1-2).
A análise destes textos nos leva a algumas conclusões:
a) que as atividades diaconais que no Evangelho é feita para Jesus,
agora é feita para os pobres;
b) que esta tarefa se tornou pesada para os apóstolos à medida que
a Igreja crescia e que, portanto, precisava ser compartilhada com
alguém que fosse responsável pelo serviço, sendo eleitos sete
homens;
c) que apesar da diaconia ter sido estruturada em Jerusalém, esta era
uma responsabilidade de toda a igreja;
d) que a diaconia era feita com o que havia de melhor e não com as
sobras.
Diante disto, podemos dizer que Atos seis foi a primeira tentativa de se
organizar a atividade diaconal da Igreja, não sendo no entanto a origem do
diaconato.
A origem deste ofício deve ser buscada nestes pequenos serviços, vindo,
mais tarde, a ser institucionalizado. Entretanto, vale ressaltar algo muito
importante. Vendo estes textos nos parece que a diaconia está associada
diretamente com o serviço caritativo sendo este o todo do seu significado.

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Diáconos
No entanto, se atentarmos em Atos 6:8-15 veremos, Estevão, um dos sete
anunciando Jesus. Da mesma forma em At 8:4-8 encontramos Filipe
proclamando a Cristo, sendo mais tarde chamado de evangelista (21:8).
Observe, então, que a diaconia exercida na Igreja primitiva ia muito além da
assistência caritativa, envolvia, também, o serviço a Cristo por meio da
proclamação do evangelho.
Isto é confirmado pela Didaqué, um documento produzido pela Igreja primitiva
no final do século I d.C., que servia como uma espécie de catecismo para os
primeiros cristãos. Neste documento encontramos as seguintes instruções:
“Escolham para vocês bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser
homens mansos, desprendidos do dinheiro, verazes e provados, porque eles
também exercem para vocês o ministério dos profetas e dos mestres. Não os
desprezem, porque entre vocês eles têm a mesma dignidade que os profetas
e mestres”. (Cap. XVI vv.1-2).
Um último fator a ser considerado no ofício diaconal no Novo Testamento é a
responsabilidade daqueles que exerciam a diaconia pelo preparo das
reuniões cúlticas e catequéticas, e até mesmo as execuções destas, como
podemos depreender de At 16:40; Rm 16:1-2; Fp. 4:2-3, e outros. Além disso,
é interessante Fp. 1.1 e 1 Tm. 2.1-13, onde os diáconos vem a seguir dos
bispos, demonstrando a íntima relação de atividade entre estes.
Assim, podemos concluir que o ofício diaconal é fruto da organização de
diversos ministérios eclesiásticos que com o passar do tempo assumiram
caráter oficial na Igreja. Estes ministérios incluíam desde a assistência
caritativa até o ofício cúltico.
5 . TRABALHO E RECEPÇÃO DO CORPO DIACONAL
5.1 O PERFIL DO DIÁCONO
1. Atitude mental positiva - Estar consciente de que uma boa palavra
ou bom atendimento marcará bastante uma pessoa que vem a igreja
pela primeira vez.
2. Atitude espiritual apropriada – Deixar transparecer no rosto a
alegria da salvação da alma.
3. Nunca se apresentar na porta sem oração – Sabendo que se
apresentará diante de pessoas que chegarão com os mais diferentes
sentimentos: passivos, bem como de opressões malignas.
4. Mostrar simpatia - Demonstrar que o trabalho que está fazendo não
é simples obrigação, mas é desenvolvido com amor, dedicação e
alegria.
5. Mostrar um aspecto agradável. Aspecto exterior: roupa, cabelo,
sapatos, higiene, dentes, a importância do uniforme. Aspecto interior:
paz, serenidade e simplicidade.
6. Mostrar uma personalidade agradável. Demonstrar um caráter
Cristão, consciente de suas responsabilidades.
7. Ser cortês-gentil. Demonstrar educação, polidez, ser afável no
tratamento com as pessoas, especialmente com os visitantes.
8. Usar de tato. Usar suas habilidades para convencer as pessoas a
voltarem outras vezes.
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Diáconos
9. Fazer com que as pessoas sintam-se bem. E que foi observada e
que alguém quer que ela volte.
10. Ser insistente. Mas com sabedoria e evitar toda a impressão de
fanatismo, dando assim uma impressão correta da Igreja.
11. Lembrar sempre. Que o bem estar do povo depende de quem
serve, por isso servir com alegria e satisfação.
12. Saber que faz parte do culto. Que toda sabedoria, prudência,
reverência e respeito, é primeiramente observada nos oficiais, que o
povo seguirá ou fará o que observar nos que trabalham ou servem na
Igreja.
13. Providenciar o necessário. Para o bom andamento do culto sem
ser preciso a intervenção dos pastores.
14. Observar as curas. Visitas, testemunhos e conversões e fazer a
contagem das pessoas durante os cultos.
15. A qualquer movimento da Igreja. Como crianças chorando,
correndo, assim como pessoas chupando balas ou lendo revistas,
chamar a atenção ou então avisar os pastores no Púlpito no caso de
não ser atendido quando for chamada a atenção.
16. Observar. O movimento aos banheiros tanto feminino como
masculino para que não haja prejuízos para a Igreja, como também
ajuntamento de pessoas nos mesmos.
17. Saber que desde que esteja na Igreja também é responsável
Pelo bom andamento do culto, não deixando a responsabilidades
somente com os que estão escalados.
18. Sempre estar identificado. Usando um uniforme quando for
disponível ou ainda uma roupa padrão e preferencialmente com um
crachá.
19. Chegar no mínimo trinta minutos adiantado do horário do culto.
Para a verificação do templo se está tudo em ordem para o culto.
20. Na distribuição. Da ceia com todo o respeito e reverência. Observar
se todos os aptos para a ceia foram servidos.
21. Estar sempre uniformizado. Todas as vezes que estiver na escala.
É requerido dos Diáconos o uniforme para o trabalho o mais breve
possível.
22. Toda reclamação. A respeito da escala ou qualquer assunto com
referência ao Diaconato deve ser feita ao Líder dos Diáconos,
pessoalmente pela própria pessoa.
23. Os Diáconos devem estar cientes que suas responsabilidades
Não se prende apenas no trabalho reconhecido como servos de Deus,
por isso é importante zelar do testemunho e vida espiritual para não ser
envergonhado pelo diabo diante das pessoas, diante de si mesmo e de
Deus. O poder do servo de Deus não está nas palavras que diz, mas na
vida consagrada que vive.
5.2 QUALIDADES EXTRAS - BÍBLIA DOS DIÁCONOS
Além das qualidades exigidas pela Bíblia Sagrada já citada, o DIÁCONO,
pelo fato de exercer seu ministério em contato direto com as pessoas, deve
atentar para as seguintes observações:

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Diáconos
5.2.1 Regras de Conduta
1. Apresentação pessoal (cuide-se, pois a primeira impressão é que
fica).
2. Comportamento (condizente com a sua posição de obreiro).
3. Linguagem (não seja pesado de língua e, cuidado com as gírias).
4. Gentileza (gentileza gera gentileza).
5. Dez mandamentos das Relações Humanas*
6. O valor de um sorriso (sorrir: move 14 músculos e, carrancudo:
movem 72 músculos).
7. Apresentação (I Cor. 6.19 a 20).
8. Cumprimento/Saudação (saudar como é de costume dos santos,
e educação é uma obrigação)
9. Atendimento a visitantes e ao Telefone
5.3 OS DEZ MANDAMENTOS DAS RELAÇÕES HUMANAS
1. Fale com as pessoas;
2. Sorria para as pessoas;
3. Chame as pessoas pelo nome;
4. Seja um amigo prestativo;
5. Seja cordial;
6. Interesse-se sinceramente pelos outros;
7. Observe os sentimentos dos outros;
8. Saiba considerar os sentimentos dos outros;
9. Preocupe-se com os sentimentos dos outros;
10. Preocupe-se em apresentar-se um excelente amigo.
5.4 SINOPSE DO ASSUNTO ESTUDADO
5.4.1 Para que existem os diáconos?
Para que na Igreja, os trabalhos materiais sejam feitos por pessoas
espirituais; Para que os ministros tenham mais disponibilidade no
serviço ministerial; para que o suprimento da obra de Deus seja efetiva.
5.4.2 Tarefas:
Assistência aos órfãos e viúvas;
Administração da assistência social;
Manutenção da ORDEM na Casa de Deus;
Distribuição da Ceia do Senhor.
5.5 NORMAS E ATRIBUIÇÕES DO CORPO DIACONAL
5.5.1 Parte Interior do Templo
1. Verificar a posição dos móveis e utensílios do Templo. Caso
estejam fora dos seus lugares, providenciar a arrumação;
2. Para isto, procure chegar sempre antes dos cultos começarem;
3. Verificar se as cadeiras do púlpito estão arrumadas;
4. Verificar se os bancos ou cadeiras estão posicionados e alinhados
corretamente, principalmente após reuniões especiais (casamentos,
seminários, etc.);
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Diáconos
5. Acionar o serviço de Som, caso o encarregado da sonotécnica não
se encontre presente;
6. Acionar os seus colegas que, tendo sido escalados para darem
assistência neste setor, não se encontrem em suas respectivas
posições;
7. Providenciar antecipadamente água para o Pastor, Pregador ou
outro, conforme solicitação. Evite transtornos de última hora;
8. Posicionar antes do culto as salvas para o recolhimento de ofertas,
de maneira que sejam facilmente utilizadas, no momento do
recolhimento das mesmas;
9. Sempre que for recolhida uma oferta, deve conduzi-la
imediatamente a tesouraria, ter o cuidado em destacar os dízimos
das ofertas, providenciar com maior brevidade a devolução do
envelope com o recibo de contribuição;
10. Quando for solicitado para recolher as ofertas, lembre-se de
posicionar-se corretamente, com um sorriso sincero no rosto e dizer:
Deus te abençoe! Ou ainda: Deus te prospere, ou aquilo que o
Espírito lhe tocar em dizer;
11. Ofertas voluntarias, destinadas ao púlpito, devem primeiro passar
pela Tesouraria que enviará o recibo e o motivo da oferta. PÚLPITO
NÃO É LUGAR DE DINHEIRO!
12. Durante a oração, não feche seus olhos. Fique atento a
movimentos ou elementos suspeitos: VIGIAI E ORAI!
13. O diácono que por ventura esteja escalado para ficar próximo ao
púlpito, procure manter contato VISUAL com o Pastor e ou Dirigente
e seus colegas, para que sejam evitados movimentos
desnecessários;
14. Evite subir no púlpito para levar mensagens, recados ou pedidos
de oração. Quando possível, entregue ao diácono ou obreiro mais
próximo, que pela lateral do púlpito, sempre encaminhando
primeiramente ao vice-presidente, ou transmitirá disfarçadamente a
quem é de direito, nunca direto ao presidente ou dirigente do culto;
5.6 NOS DIAS DE SANTA CEIA DO SENHOR
1. Procure saber se o pão, o vinho e o material necessário já foram
providenciados. Certifique-se disto. Não espere que o colega faça tudo
sozinho!
2. Verifique o local, a limpeza, toalhas e sabonete onde os ministros
lavarão as mãos;
3. Lembre-se da posição correta, conforme for estabelecido pelo
PASTOR, na hora em que for receber o pão ou vinho para a distribuição;
4. Não retire da mesa o pão ou o vinho. Isto é feito pelos Ministros, que
lhe entregarão, sempre que necessário;
5. Providenciar a limpeza dos cálices e material usado na Santa Ceia,
faça seu papel, nunca fuja nem fique esperando pelos outros;
6. Recolher e entregar as toalhas de mesa ao encarregado(a) das
mesmas;
7. Esteja sempre atento. Procure sempre corrigir as coisas que estão
fora do seu devido lugar. Ajude a manter a ordem na Casa do Senhor,
isto lhe fará bem!

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Curso de Formação de Obreiros (CFO)
Diáconos
8. Desenvolva o senso de observação;
9. Lembre-se, estas atitudes devem ser observadas em qualquer
atividade de nossa igreja;
10. Ao servir a Ceia do Senhor a algum irmão(ã), diga os dizeres
padronizados pelo PASTOR ou DIRIGENTE. Ex: “Tomai e comei, fazei
isto em memória de mim!”
5.7 PARTE EXTERIOR DO TEMPLO
1. Verifique e acione seus colegas que por algum motivo não esteja em
suas atividades conforme a designação de atividades diaconais, que
sempre consta num QUADRO DE AVISOS. Se o quadro não for
oferecido pelo líder dos diáconos, deve ser proposto um, assim,
eliminará muitos ruídos na comunicação;
2. Supervisione os setores laterais, onde casais de adolescentes
costumam ficar conversando. Educadamente, conduza-os ao Culto;
3. Fique atento quanto a elementos suspeitos, que durante o culto,
rodem o Templo. Eles são facilmente identificáveis. Caso isto ocorra, os
mesmos devem ser seguidos por dois ou mais diáconos, para que
entendam que estão sendo vigiados;
4. Procure não levar problemas para os obreiros. Procure primeiro
solucioná-los. Faça isto somente em último caso, ou quando sua
COMPETÊNCIA ESGOTAR-SE!
5. Nunca leve problema ao PASTOR sem que antes comunique o fato a
um obreiro. Lembre seu papel é ajudar e não complicar a vida do pastor;
6. Controle com carinho, o fluxo de crianças no corredor e áreas
adjacentes, canalizando-as às suas classes quando na EBD; Nos cultos
normais leve-as ao Culto das Crianças ou conduza-as ao Culto;
7. Trate bem as crianças! Se não levar jeito para tal, procure evitar
transtornos. Procure os pais das mesmas;
8. No estacionamento, evite ficar sozinho, devem sempre ser
designados dois diáconos;
9. Procure ser gentil com as pessoas que porventura estacionem em
lugares não apropriados. Caso se aborreçam, deixe-as onde estiverem;
10. Não seja insubordinado à liderança, em tudo seja bom exemplo aos
fiéis
5.8 QUADRO DE AVISOS – DESIGNAÇÃO DE DIÁCONOS
1. Procure sempre que possível consultar o Quadro de Avisos. Na Folha
de Designação de Diáconos, o seu nome constará em um dos setores
do Templo;
2. Ocupe sua posição e cumpra o seu Ministério. Não espere retribuição
aqui na Terra. Deixe isto para o TRIBUNAL DE CRISTO! II Cor. 5:10;
3. Lembre-se que cada documento deste Quadro, consta de uma
assinatura do Pastor/Dirigente e outra do Supervisor Diaconal. Sua
recusa ao cumprimento de suas tarefas ali designadas poderá se
constituir num grande pecado; OBEDEÇA HOJE PARA SER
OBEDECIDO AMANHÃ!

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Diáconos
CONCLUSÃO
A Igreja sabe que a função diaconal é fundamental porque trata do ministério da
inclusão. Toda e qualquer igreja que despreze a função diaconal exclui-se por si só
da possibilidade de fazer uma igreja inclusiva em um mundo de contrastes e de
violência.
As pessoas buscam a sacralidade do aconchego nos braços ternos da mãe igreja e
os braços que lhes acolhem são os do corpo diaconal. Deus vos abençoe!
BIBLIOGRAFIA
CALVINO, Juan. Institución de La religión Cristiana. Rijswijk, Holanda: Feliré, 1981.
Vl. II liv. IV;
FERREIRA, Edijéce Martins. Por que não diaconisas? Recife: junta diaconal da IPM,
1990;
MAURICIO GOEDERT, Valter. O diácono permanente. São Paulo,: Paulus, 1995,
p.19;
CORREA ANDRADE, Claudionor, O manual do diácono, São Paulo: CPAD, 1985;
BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, Rio de Janeiro: CPAD, 1995;
DICIONÁRIO DA BÍBILIA DE ALMEIDA- 2ª edição, São Paulo: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999.

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