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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


CURSO DE SAÚDE PÚBLICA
1º ANO
CADEIRA DE DEMOGRAFIA

Tema: A Dinâmica da População: Estrutura e Movimento

Discentes:
Adilson Luís Zacarias
Domingas Binha Ginja
Horácio Geraldo Hilário
Madalena Armando Paravista

Beira, Agosto de 2023


Discentes:

Adilson Luís Zacarias


Domingas Binha Ginja
Horácio Geraldo Hilário
Madalena Armando Paravista

Tema: A Dinâmica da População: Estrutura e Movimento

Trabalho de pesquisa da cadeira de Ecologia a


ser submetido na coordenação do curso do 1º
ano de licenciatura em Saúde Pública da
Universidade Chipande como requisito da
avaliação.

Docente: Dr. Joao Fernando Sadique Paulino

Beira, Agosto de 2023

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INDICE

CAPITULO I ............................................................................................................................. 5

1 Introdução ........................................................................................................................... 5

1.1 Objetivos ..................................................................................................................... 6

1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 6

1.1.2 Objetivos Específicos........................................................................................... 6

1.2 Metodologia ................................................................................................................ 6

CAPITULO II ............................................................................................................................ 7

2 Dinâmica da população ...................................................................................................... 7

2.1 Conceito da dinâmica da população ............................................................................ 7

2.2 Conceito de estrutura da população ............................................................................ 7

2.3 Conceito de movimento da população ........................................................................ 7

3 A Dinâmica da População: Estrutura e Movimento ........................................................... 8

4 Estrutura da População em Diferentes Fases do Desenvolvimento ................................... 9

4.1 Estágio Pré-Transição ................................................................................................. 9

4.2 Estágio de Transição ................................................................................................... 9

4.3 Estágio Pós-Transição ............................................................................................... 10

4.4 Impactos das fases de crescimento ............................................................................ 10

4.4.1 Crescimento Populacional ................................................................................. 10

4.4.2 Estagnação Demográfica ................................................................................... 11

4.4.3 Envelhecimento da População ........................................................................... 11

5 Estrutura por Sexo e Idades: As Pirâmides de Idades como Indicadores ......................... 11

6 O Equilíbrio entre os Sexos .............................................................................................. 13

6.1 Fatores que influenciam o equilíbrio de gênero ........................................................ 14

6.2 Implicações da dinâmica de gênero para a sociedade e a saúde .............................. 16

CAPITULO III ......................................................................................................................... 17

7 Conclusão ......................................................................................................................... 17

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8 Referências Bibliograficas ................................................................................................ 18

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CAPITULO I
1 Introdução
A dinâmica da população, em suas várias facetas, desempenha um papel central na
compreensão das transformações sociais, econômicas e de saúde que moldam as sociedades ao
longo do tempo. A estrutura da população, delineando a distribuição por sexo e idade, e o
movimento da população, refletindo migrações e deslocamentos, são elementos cruciais para
decifrar os complexos padrões demográficos. Neste trabalho acadêmico, exploraremos a
interconexão entre a estrutura e o movimento da população, analisando suas implicações para
a dinâmica social, o desenvolvimento sustentável e os desafios de saúde pública.

Por meio da análise da estrutura populacional em diferentes fases de desenvolvimento,


podemos identificar as mudanças nas taxas de natalidade, mortalidade e envelhecimento, e
como esses fatores afetam a composição etária da sociedade. Através das pirâmides de idades,
podemos visualizar essas mudanças e antecipar tendências futuras. Simultaneamente, ao
examinarmos o movimento da população, compreendemos como as migrações internas e
internacionais, bem como os deslocamentos internos, influenciam a distribuição geográfica dos
indivíduos.

A importância do equilíbrio de gênero e suas implicações para a sociedade e a saúde também


são abordadas, considerando os impactos das diferenças nas taxas de natalidade, mortalidade e
migração entre homens e mulheres. Além disso, exploramos como o desenvolvimento
socioeconômico, a educação, as políticas de saúde e a igualdade de gênero podem influenciar
o equilíbrio de gênero e a dinâmica populacional como um todo.

Para fundamentar nossas discussões, utilizaremos uma variedade de fontes bibliográficas,


incluindo obras de José D'Assunção Barros, Maria Otília Pereira Lage, Odete do Carmo Santos
Soares, Ana Margarida Mendes Dias e outros estudiosos renomados no campo da demografia
e saúde pública. A análise de dados concretos, como aqueles provenientes do Inquérito
Demográfico e da Saúde de 2007 e 2011, bem como de relatórios de organizações
internacionais, nos permitirá enriquecer nossa compreensão das complexas interações entre a
estrutura e o movimento da população.

No decorrer deste trabalho, exploraremos como a interrelação entre a estrutura e o movimento


da população transcende o âmbito demográfico, desempenhando um papel vital nas decisões
políticas, estratégias de desenvolvimento e na promoção da saúde e bem-estar das sociedades
em constante evolução.

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1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
• Analisar a dinâmica da população, examinando a estrutura em diferentes fases do
desenvolvimento, a distribuição por sexo e idade, e avaliar o equilíbrio entre os sexos.

1.1.2 Objetivos Específicos


• Investigar as variações na estrutura da população ao longo das fases do
desenvolvimento;
• Analisar as pirâmides de idades como indicadores da distribuição por sexo e idade;
• Avaliar os fatores que afetam o equilíbrio entre os sexos na população;

1.2 Metodologia
Para alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma revisão sistemática da literatura,
abrangendo estudos demográficos e estatísticas populacionais. Foram coletados dados sobre a
estrutura da população em diferentes faixas etárias, a distribuição por sexo e idade, bem como
fatores socioeconômicos que possam influenciar o equilíbrio entre os sexos. Além disso, foram
examinados relatórios de órgãos oficiais e organizações internacionais de saúde.

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CAPITULO II
2 Dinâmica da população
2.1 Conceito da dinâmica da população
A dinâmica da população refere-se às mudanças e flutuações que ocorrem na composição e
tamanho de uma população ao longo do tempo. Essas mudanças são influenciadas por diversos
fatores, como taxas de natalidade, taxas de mortalidade, migração e envelhecimento da
população. Segundo Cleland e Wilson (1987), "a dinâmica da população descreve os padrões
de mudança na composição e no tamanho de uma população e as causas desses padrões".

Essa dinâmica populacional é um processo contínuo e complexo, afetando não apenas a


estrutura etária, mas também a distribuição por sexo, os deslocamentos geográficos e os
impactos sociais e econômicos. Compreender a dinâmica da população é essencial para
informar políticas públicas e tomar decisões estratégicas em áreas como saúde, educação,
previdência e planejamento urbano.

2.2 Conceito de estrutura da população


A estrutura da população refere-se à distribuição dos indivíduos em diferentes grupos etários
e/ou categorias demográficas dentro de uma determinada sociedade ou região. Ela descreve
como a população está dividida por faixa etária, sexo, estado civil, nível educacional, entre
outras características relevantes. A análise da estrutura da população oferece insights valiosos
sobre a dinâmica demográfica, permitindo compreender as mudanças ao longo do tempo e suas
implicações para a sociedade.

Conforme destacado por José D'Assunção Barros (2004), a estrutura da população é um


indicador crucial para avaliar o estágio de desenvolvimento demográfico de uma região,
identificar possíveis desequilíbrios e planejar políticas públicas direcionadas a diferentes
grupos etários. Através da análise da estrutura da população, é possível antecipar tendências
futuras, como o envelhecimento populacional, e adaptar as estratégias de desenvolvimento e
os serviços sociais de acordo com as mudanças demográficas.

2.3 Conceito de movimento da população


O movimento da população se refere às migrações, fluxos de pessoas entre diferentes áreas
geográficas, e às mudanças na residência de indivíduos dentro de uma determinada região. Esse

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conceito abrange tanto as migrações internacionais como as migrações internas, bem como os
padrões de mobilidade que afetam a composição demográfica de uma sociedade.

Conforme mencionado por Maria Otília Pereira Lage, Odete do Carmo Santos Soares e Ana
Margarida Mendes Dias (2001), o movimento da população é um componente intrínseco da
dinâmica demográfica, influenciado por uma variedade de fatores, como oportunidades
econômicas, desafios ambientais, conflitos políticos e mudanças nas condições sociais. O
estudo do movimento da população é essencial para compreender os padrões migratórios, suas
causas e consequências, e como eles contribuem para as transformações sociais e econômicas.

Além das migrações, o movimento da população também inclui as mudanças nas residências
dentro de uma região, como deslocamentos entre áreas urbanas e rurais. Esses deslocamentos
internos podem ser influenciados por fatores como busca por emprego, acesso a serviços de
saúde e educação, e qualidade de vida.

O conceito de movimento da população engloba as migrações e os deslocamentos internos que


ocorrem em uma sociedade, desempenhando um papel importante na configuração da
composição demográfica, na distribuição geográfica e nas mudanças socioeconômicas.

3 A Dinâmica da População: Estrutura e Movimento


A dinâmica da população é um campo crucial para a compreensão das transformações sociais
e suas implicações na saúde pública e no desenvolvimento. Como destacado por Barros (2004),
a estrutura populacional em diferentes fases do desenvolvimento demográfico desencadeia uma
série de desafios e oportunidades. Nesse contexto, a análise das pirâmides etárias, conforme
abordada por Santos, Levy e Szmrecsányi (1991), emerge como um indicador fundamental da
distribuição por sexo e idade, fornecendo insights valiosos para a formulação de políticas
públicas.

A importância do equilíbrio entre os sexos também é destacada por diversos estudiosos. Alves
(2002) reavalia a polêmica Malthus versus Condorcet à luz da transição demográfica, realçando
a relação intrínseca entre a dinâmica populacional e os desafios socioeconômicos. O relatório
da SADC (2002) destaca o papel do equilíbrio de gênero no desenvolvimento sustentável,
ressaltando a necessidade de promover a igualdade de oportunidades.

No cenário contemporâneo, as implicações do envelhecimento populacional são evidentes.


Conforme discutido por Bloom, Canning e Fink (2010), o envelhecimento da população traz

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consigo desafios econômicos, demandando adaptações nos sistemas de saúde e previdência
social. Boserup (1987) observa a influência da pressão demográfica nas mudanças tecnológicas
e agrárias, reforçando a interligação entre a dinâmica populacional e o desenvolvimento.

4 Estrutura da População em Diferentes Fases do Desenvolvimento


A estrutura da população evolui através de diferentes fases do desenvolvimento demográfico,
que podem ser divididas em três estágios: o estágio pré-transição, o estágio de transição e o
estágio pós-transição. Essas fases de desenvolvimento demográfico são moldadas por uma
série de fatores, incluindo mudanças econômicas, sociais e culturais, bem como políticas de
planejamento familiar e acesso a serviços de saúde. Compreender essas fases é fundamental
para a formulação de políticas eficazes de saúde pública e desenvolvimento sustentável.

4.1 Estágio Pré-Transição


Nesta fase, tanto as taxas de natalidade quanto as de mortalidade são altas. Como resultado, a
população tende a se manter em um equilíbrio relativamente estável. As condições de vida são
desafiadoras, com acesso limitado a cuidados de saúde e saneamento básico. A estrutura etária
é ampla na base, refletindo uma alta proporção de jovens.

Conforme Barros (2004) ressalta, o estágio pré-transição é marcado por altas taxas de
natalidade e mortalidade, mantendo uma estrutura etária com ampla base de jovens. Com a
melhoria das condições de vida e saúde, adentra-se no estágio de transição, onde ocorre uma
queda nas taxas de mortalidade, mas as taxas de natalidade permanecem elevadas, resultando
em uma estrutura etária com base ampla e início de alargamento na faixa intermediária.

4.2 Estágio de Transição


À medida que a sociedade avança, melhorias nas condições de vida, acesso à educação e
cuidados de saúde resultam em uma queda nas taxas de mortalidade. No entanto, as taxas de
natalidade ainda permanecem altas, levando a um rápido crescimento populacional. Nesta fase,
a estrutura etária começa a se modificar, com uma base ampla, mas menos acentuada, e um
início de alargamento na faixa de idade intermediária.

Essa dinâmica é corroborada por Boserup (1987), ao apontar como as mudanças demográficas
impactam as transformações tecnológicas e agrárias. O autor enfatiza que o estágio de transição
demográfica desencadeia pressões por inovação e desenvolvimento, à medida que a população

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cresce. Já no estágio pós-transição, as taxas de natalidade começam a diminuir, conduzindo a
um equilíbrio populacional relativo e uma estrutura etária que reflete o envelhecimento
progressivo da sociedade.

4.3 Estágio Pós-Transição


Neste estágio, as taxas de natalidade também começam a diminuir, resultando em um equilíbrio
entre nascimentos e mortes. A população continua crescendo, mas em um ritmo mais lento. A
estrutura etária tende a se equilibrar, com uma base menos larga e um aumento na proporção
de pessoas idosas, refletindo a diminuição das taxas de natalidade.

Cada uma dessas fases tem implicações significativas para a sociedade e a saúde pública. No
estágio de transição, por exemplo, um grande número de jovens pode criar desafios
educacionais e de emprego. No estágio pós-transição, a preocupação pode se voltar para o
envelhecimento da população e a necessidade de serviços de saúde específicos para os idosos.

Em consonância com essas fases, o estudo de Lage, Soares e Dias (2001) sobre a demografia
histórica em Portugal ressalta como as condições de vida e as políticas de saúde impactaram as
estruturas etárias ao longo dos séculos. Esse entendimento da evolução da estrutura da
população é crucial para o planejamento eficaz de políticas públicas e intervenções em saúde,
considerando os desafios e oportunidades de cada estágio do desenvolvimento demográfico.

4.4 Impactos das fases de crescimento


Certamente, as diferentes fases do desenvolvimento demográfico têm impactos significativos
nas estruturas etárias da população e nas dinâmicas sociais. Vamos explorar essas fases:
crescimento, estagnação e envelhecimento, e seus efeitos.

4.4.1 Crescimento Populacional


Durante a fase de crescimento, as taxas de natalidade e mortalidade são elevadas. Isso resulta
em uma população jovem, com uma base larga na pirâmide etária, refletindo uma proporção
maior de crianças e jovens em relação aos idosos. Esse cenário pode criar desafios em termos
de educação, cuidados de saúde materno-infantil e infraestrutura para atender às necessidades
de uma população em rápido crescimento. A demanda por escolas, creches e serviços de saúde
é alta. A dinâmica social pode ser caracterizada por uma taxa de dependência alta, onde a

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parcela da população economicamente ativa precisa sustentar um número relativamente grande
de dependentes.

4.4.2 Estagnação Demográfica


À medida que as taxas de natalidade começam a diminuir enquanto as taxas de mortalidade
permanecem relativamente altas, a população entra na fase de estagnação demográfica. A
estrutura etária começa a mudar, com a base da pirâmide se estreitando enquanto a faixa
intermediária se alarga. Nessa fase, os desafios educacionais podem diminuir, uma vez que há
menos crianças para serem atendidas. No entanto, as demandas por cuidados de saúde podem
aumentar, pois a população está envelhecendo gradualmente.

4.4.3 Envelhecimento da População


Na fase de envelhecimento, as taxas de natalidade continuam a diminuir, resultando em um
aumento significativo na proporção de idosos. A base da pirâmide etária se estreita, enquanto
o topo alarga consideravelmente. Esse fenômeno é acompanhado por um aumento nas
demandas por cuidados de saúde geriátrica, apoio social e pensões. A dinâmica social pode
mudar à medida que a proporção de pessoas em idade de trabalho diminui em relação aos
idosos, criando desafios relacionados à sustentabilidade da previdência social e do sistema de
saúde.

Em suma, as fases de crescimento, estagnação e envelhecimento da população têm impactos


profundos nas estruturas etárias e nas dinâmicas sociais. O entendimento dessas fases é
fundamental para a formulação de políticas públicas e programas que atendam às necessidades
específicas de cada estágio demográfico, buscando promover o desenvolvimento sustentável e
o bem-estar da população.

5 Estrutura por Sexo e Idades: As Pirâmides de Idades como Indicadores


A análise da estrutura populacional por sexo e idade é fundamental para compreender a
dinâmica demográfica e suas implicações. As pirâmides de idades emergem como indicadores
visuais valiosos nesse contexto, como apontado por Santos, Levy e Szmrecsányi (1991). Essas
representações gráficas ilustram a distribuição percentual da população em diferentes grupos
etários e, quando analisadas ao longo do tempo, fornecem insights sobre tendências
demográficas.

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Conforme observado por Damiani (1998), as pirâmides de idades podem variar amplamente de
acordo com a fase do desenvolvimento demográfico. Durante o estágio de transição, por
exemplo, é comum identificar uma base mais larga, indicando uma alta proporção de jovens
devido às altas taxas de natalidade. À medida que as taxas de natalidade diminuem no estágio
pós-transição, a base da pirâmide tende a se estreitar, enquanto o topo alarga, refletindo o
envelhecimento da população.

As pirâmides de idades são ferramentas poderosas para compreender a distribuição da


população por sexo e idade em uma determinada região. Elas oferecem insights visuais sobre
a estrutura demográfica, permitindo identificar padrões e tendências que auxiliam no
planejamento de políticas públicas, saúde, educação e alocamento de recursos.

Ao utilizar dados do INE sobre o Inquérito Demográfico e da Saúde de 2007 e 2011, é possível
analisar as mudanças na estrutura da população ao longo do tempo. Por exemplo, a comparação
das pirâmides de idades desses anos pode revelar se houve alterações nas taxas de natalidade,
mortalidade e migração. Isso é fundamental para avaliar o impacto de políticas de saúde
materna e infantil, bem como a eficácia das medidas de controle de doenças.

Através das pirâmides de idades, é possível identificar diferentes estágios demográficos, como
o início ou término da transição demográfica. Uma base larga na pirâmide indica uma
população jovem com altas taxas de natalidade, enquanto um topo largo sugere uma população
envelhecendo, com menor taxa de natalidade e maior expectativa de vida.

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Figura 1: Pirâmide da população inquirida, Moçambique 2011

População de agregados familiares por sexo e idade

Distribuição percentual da população residente e visitante por sexo e área de residência,


segundo idade, Moçambique 2011

Além disso, as pirâmides de idades ajudam a projetar necessidades futuras. Por exemplo, uma
base ampla indica a demanda por escolas e infraestrutura educacional, enquanto um topo largo
aponta para a necessidade de serviços de saúde e apoio aos idosos.

No contexto de Moçambique, as pirâmides de idades poderiam ilustrar as disparidades entre


áreas urbanas e rurais, bem como possíveis mudanças nas tendências demográficas. Essas
informações podem orientar a formulação de políticas direcionadas a grupos específicos, como
programas de saúde materno-infantil ou iniciativas de planejamento familiar.

Portanto, as pirâmides de idades são instrumentos cruciais para entender a distribuição da


população por sexo e idade, oferecendo insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias
que atendam às necessidades em constante evolução da sociedade.

6 O Equilíbrio entre os Sexos


O equilíbrio entre os sexos na população é um aspecto crucial para a estabilidade social,
econômica e de saúde de uma sociedade. A proporção de homens e mulheres influencia vários
aspectos da dinâmica populacional e tem implicações significativas em diversos setores.

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O equilíbrio de gênero está diretamente relacionado às taxas de natalidade e mortalidade. Em
sociedades onde há um desequilíbrio entre os sexos, isso pode impactar a formação de famílias
e a taxa de natalidade. Se houver uma disparidade significativa entre o número de homens e
mulheres em idade reprodutiva, isso pode afetar a capacidade da população de manter um
crescimento saudável.

O equilíbrio de gênero na população é influenciado por uma série de fatores demográficos,


sociais e econômicos, incluindo as taxas de natalidade, mortalidade e migração. Essas
dinâmicas têm impactos significativos na sociedade e na saúde, moldando a estrutura
populacional e criando desafios específicos.

6.1 Fatores que influenciam o equilíbrio de gênero


1. Taxas de Natalidade
As taxas de natalidade afetam diretamente a proporção de homens e mulheres na população.
Em sociedades com taxas de natalidade mais elevadas, a população jovem tende a ser mais
numerosa, o que pode levar a um desequilíbrio de gênero temporário devido à maior proporção
de nascimentos de um sexo em relação ao outro.

Figura 2: Moçambique Taxa de natalidade - dados, gráfico

14
Para este indicador, O Banco Mundial fornece dados para Moçambique de 1960 a 2021. O
valor médio por Moçambique durante este período foi 44.6 nascimentos por 1000 pessoas com
o mínimo de 36.6 nascimentos por 1000 pessoas em 2021 e o máximo de 48.72 nascimentos
por 1000 pessoas em 1980.

2. Taxas de Mortalidade
As diferenças nas taxas de mortalidade entre homens e mulheres também influenciam o
equilíbrio de gênero. Em muitas sociedades, as taxas de mortalidade masculina tendem a ser
mais altas devido a fatores como comportamentos de risco, acidentes e violência. Isso pode
resultar em uma proporção maior de mulheres na população.

Figura 2: Moçambique Taxa de mortalidade - dados, gráfico

Para este indicador, O Banco Mundial fornece dados para Moçambique de 1960 a 2021. O
valor médio por Moçambique durante este período foi 17.99 mortes por 1000 pessoas com o
mínimo de 8 mortes por 1000 pessoas em 2020 e o máximo de 24.96 mortes por 1000 pessoas
em 1984.

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3. Migração
A migração também desempenha um papel significativo. Em algumas culturas, há um
movimento migratório de homens jovens em busca de oportunidades de emprego em áreas
urbanas ou em outros países. Isso pode levar a um desequilíbrio de gênero nas regiões de
origem, afetando a proporção de homens e mulheres.

6.2 Implicações da dinâmica de gênero para a sociedade e a saúde


Essas dinâmicas de gênero têm implicações profundas para a sociedade e a saúde:

1. Impacto Social
O desequilíbrio de gênero pode levar a uma competição desigual por parceiros e afetar as
dinâmicas de formação de famílias. Isso pode resultar em pressões sociais, como aumento da
migração em busca de parceiros, descontentamento e até conflitos.

2. Saúde
A proporção de homens e mulheres na população influencia os padrões de saúde. Diferenças
biológicas e comportamentais entre os sexos podem resultar em diferentes perfis de morbidade
e mortalidade. Por exemplo, os homens podem ser mais suscetíveis a comportamentos de risco,
enquanto as mulheres podem enfrentar desafios de saúde específicos em diferentes fases da
vida.

3. Desenvolvimento Socioeconômico:
O equilíbrio de gênero também está ligado ao desenvolvimento socioeconômico. A igualdade
de gênero é crucial para a inclusão e a capacitação de todos os membros da sociedade. O
desequilíbrio de gênero pode limitar o potencial de crescimento e desenvolvimento sustentável.

Portanto, compreender e abordar o equilíbrio de gênero é fundamental para criar sociedades


mais justas, equitativas e saudáveis. Políticas que promovam a igualdade de gênero, educação,
acesso a cuidados de saúde e oportunidades econômicas são essenciais para atingir um
equilíbrio saudável entre os sexos e para o progresso global.

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CAPITULO III
7 Conclusão

Em gesto de conclusão, A análise profunda da estrutura e do movimento da população revela


as nuances intricadas da dinâmica demográfica e suas implicações abrangentes. Ao longo deste
trabalho, exploramos como a estrutura populacional em diferentes estágios de desenvolvimento
demográfico e as tendências migratórias contribuem para a formação das sociedades e para os
desafios enfrentados por elas.

Através da compreensão das fases de crescimento, estagnação e envelhecimento da população,


ficou claro como as taxas de natalidade, mortalidade e migração moldam a estrutura etária da
sociedade. A transição demográfica, caracterizada por mudanças nas taxas de natalidade e
mortalidade, traz consigo desafios e oportunidades distintos. A necessidade de adaptação das
políticas públicas, como educação, saúde e previdência social, se torna evidente à medida que
a proporção de jovens ou idosos varia.

Ao explorarmos o movimento da população, vimos como as migrações internas e


internacionais podem ser impulsionadas por uma variedade de fatores, como busca de melhores
oportunidades econômicas, conflitos, desastres naturais e mudanças ambientais. Esses fluxos
populacionais moldam a distribuição geográfica dos indivíduos e podem afetar tanto as regiões
de origem quanto as de destino.

O equilíbrio de gênero, também abordado neste trabalho, emergiu como um fator crucial para
a estabilidade social e o desenvolvimento sustentável. A igualdade de oportunidades, a
promoção da saúde e o empoderamento das mulheres são essenciais para alcançar um equilíbrio
de gênero saudável e construir sociedades inclusivas e equitativas.

Em suma, a estrutura e o movimento da população são elementos interligados que moldam as


características demográficas, econômicas e sociais de uma sociedade. A compreensão dessas
dinâmicas é fundamental para o planejamento de políticas públicas eficazes, estratégias de
desenvolvimento sustentável e a promoção do bem-estar geral. À medida que as sociedades
continuam a evoluir, a análise da dinâmica populacional permanecerá uma ferramenta valiosa
para a tomada de decisões informadas e a construção de um futuro mais resiliente e inclusivo.

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8 Referências Bibliograficas

1. Cleland, J., & Wilson, C. (1987). Demand theories of the fertility transition: An
iconoclastic view. Population studies, 41(1), 5-30.
2. Barros, José D'Assunção. O Campo da História. Petrópolis: Vozes, 2004.
3. Lage, Maria Otília Pereira; Soares, Odete do Carmo Santos; Dias, Ana Margarida
Mendes. Demografia Histórica - História das Populações: Portugal. Guimarães: NEPS,
2001. (Cadernos NEPS; n.º 3). ISBN 972-98695-3-7.
4. INE: Inquérito Demográfico e da Saúde 2007 e 2011.
5. Berger e Poirier, Pessoa idosa, Rio de Janeiro, 1995.
6. Alves, J. E. D. A polémica Malthus versus Condorcet reavaliada à luz da transição
demográfica. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. Disponível em:
<http://sociales.cchs.csic.es/jperez/>.
7. Revista de Pesquisa em Políticas Públicas Edição nº 04 – Dezembro de 2014.
8. Bloom, D. E.; Canning, D.; Fink, G. Implications of population ageing on economic
growth. Oxford review of economic policy, v. 26, n. 4, 2010.
9. Boserup, E. Population and Technological Change: a study of long-term trends.
Chicago.
10. Boserup, E. Evolução Agrária e Pressão Demográfica. Editora Hucitex e Editora Polis
São Paulo, 1987.
11. Relatório de SADC editado em 2002.
12. Damiani, A. População e geografia. São Paulo: Contexto, 1998.
13. Milone, P. C. População e desenvolvimento: uma análise econômica. São Paulo: Ed.
Loyola, 1991.
14. Santos, J. L. F.; Levy. M. S. F.; Szmrecsányi, T. (Org.). Dinâmica da população: teoria,
métodos e técnicas de análise. São Paulo: T. A. Queiroz, 1991.
15. Goulart, Mário. Dinâmica populacional brasileira. Disponível em
http://ochoqueeletrico.blogspot.com/2008/11/dinmica-populacional-brasileira.

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