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ESCOLA SECUNDARIA ELLEN G.

WHITE

Trabalho de Português

12ª Classe
Turma: B
Período: Noturno

Tema:
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Discentes:
Castigo Sousa Luís
Docente:

Beira, Março de 2024


Índice
1. Introdução............................................................................................................................2
1.1 Objectivo...............................................................................................................................2
1.1.1 Objetivo Geral....................................................................................................................2
1.1.2 Objetivos Específicos.........................................................................................................2
1.2 Metodologia..........................................................................................................................2
2. Acordo ortográfico da língua portuguesa............................................................................3
2.1 Breve histórico dos acordos ortográficos..............................................................................3
3. Acordo ortográfico da língua portuguesa............................................................................5
3.1 O novo acordo ortográfico....................................................................................................7
3.2 Países que ainda não aderiram à reforma............................................................................10
3.3 O que muda com a reforma ortográfica da língua portuguesa............................................10
3.3.1 O alfabeto e os nomes próprios estrangeiros e seus derivados........................................10
3.3.2 O trema.............................................................................................................................10
3.3.3 Acentuação das palavras.................................................................................................11
4. O hífen em compostos, locuções, sequências de palavras e formações com prefixos e
sufixos.......................................................................................................................................12
5. Texto narrativo.....................................................................................................................15
5.1 Principais elementos da narrativa.......................................................................................15
Narrador....................................................................................................................................16
5.2 Tipos de discurso narrativo.................................................................................................16
5.3 Estrutura básica do texto narrativo.....................................................................................17
6. Conclusão..........................................................................................................................18
7. Referência bibliográfica....................................................................................................19
1. Introdução
Neste presente trabalho de pesquisa com tema acordo ortográfico, que são
um conjunto de regras estabelecidas para unificar a ortografia da língua portuguesa nos países
lusófonos, ou seja, aqueles onde o português é a língua oficial. Foi assinado em 1990, em
Lisboa, por representantes de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, posteriormente, por outros países e regiões de
língua portuguesa.

1.1 Objectivo

1.1.1 Objetivo Geral


 Conhecer o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

1.1.2 Objetivos Específicos


 Falar de Origens e Objetivos do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa;
 Falar do novo acordo ortográfico.
 Falar do texto narrativo;
 Explicar sobre a estrutura da narrativa;
 Descrever os elementos da narrativa;
 Mencionar os tipo de narrador.

1.2 Metodologia
Para o presente trabalho recorreu-se a pesquisa documental e bibliográfica para acedera
informação para a realização do mesmo, neste sentido, apresentam citando as fontes de cada
consulta feita, distanciando se de plagio ou mal entendido sobre a origem material do
conteúdo e o autor, quanto a natureza do problema recorreu-se a uma metodologia qualitativa.

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2. Acordo ortográfico da língua portuguesa

2.1 Breve histórico dos acordos ortográficos


Em 1907, Medeiros e Albuquerque, membro da Academia Brasileira de Letras, propôs
um sistema de grafia simplificadora em termos fonográficos, que não alcançou adeptos nem
obteve êxito.
Mas os passos iniciais para a construção de um sistema ortográfico, com fundamentos
científicos, remontam em 1885, elaboradas pelos foneticistas Gonçalves Viana e Vasconcelos
de Abreu. As ideias deste livro foram melhoradas e orientaram a primeira reforma oficializada
pelo governo, em 1911, mas os brasileiros não participaram deste diálogo e só então em 1940
foram elaborados os vocabulários ortográficos das duas academias, o português em 1940 e o
brasileiro em 1943. No entanto, houve divergências neste acordo que mais atendia a ortografia
de Portugal, e o Brasil decidiu ficar com as bases de seu vocabulário de 1943.
Depois dessa divergência, em 1945, no governo de Gaspar Dutra, o Decreto – lei nº 8286 de
05 de fevereiro de 1945 regulamentava o acordo ortográfico com a cisão dos dois sistemas
oficiais, o do Brasil de 1943 e o de Portugal, acompanhadas pelos africanos em 1945.
Os dois países procuravam buscar a unificação ortográfica da Língua Portuguesa, e em 1971
houve o primeiro Simpósio Luso-Brasileiro sobre a Língua Portuguesa que tinha como
proposta solucionar algumas divergências ortográficas: como o excesso do emprego do acento
circunflexo (êle, dêle, nêle), os tremas dos hiatos átonos (vaïdade, saüdade), entre outras
divergências.
Finalmente, em maio de 1986, reúnem-se no Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de
Letras, os representantes das sete instituições que tem a Língua Portuguesa como veículo
oficial de expressão, e mais os representantes governamentais, dando início aos trabalhos de
que resultaram as bases do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Mas o texto
mereceu emendas e correções que resultaram no documento preparado, em 1990, pela
Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e as demais delegações. O
novo acordo de 1990 previa sua entrada em 1994, se todos os membros o assinassem, mas
apenas Brasil, Portugal e Cabo verde ratificaram o documento e sua entrada em vigor ficou
pendente. Desde 1990 foram assinados vários protocolos para modificação do texto e para
todas as assinaturas dos países que falam o português. Mas foi em 2008, depois de 17 anos
que foi estabelecida o decreto nº 6583/08, publicada em 29 de setembro de 2008, que
promulgou o Acordo Ortográfico no Brasil. A mais Nova Reforma Ortográfica entrou em

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vigor em 1º de janeiro de 2009, pondo em prática as regras do decreto para todos os países
falantes da Língua Portuguesa.
O decreto 6583/08- promulgação do novo acordo ortográfico da língua portuguesa
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO N บ 6.583, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008.


Promulga o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de
dezembro de 1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso
IV, da Constituição, e
Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo n o 54, de
18 de abril de 1995, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16
de dezembro de 1990;
Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação do referido
Acordo junto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, na qualidade
de depositário do ato, em 24 de junho de 1996;
Considerando que o Acordo entrou em vigor internacional em 1 o de janeiro de 2007, inclusive
para o Brasil, no plano jurídico externo;
DECRETA:
Art. 1o O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, entre os Governos da República de
Angola, da República Federativa do Brasil, da República de Cabo Verde, da República de
Guiné-Bissau, da República de Moçambique, da República Portuguesa e da República
Democrática de São Tomé e Príncipe, de 16 de dezembro de 1990, apenso por cópia ao
presente Decreto, será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém.
Art. 2o O referido Acordo produzirá efeitos somente a partir de 1o de janeiro de 2009.
Parágrafo único. A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1 o de
janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica
atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.
Art. 3o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar
em revisão do referido Acordo, assim como quaisquer ajustes complementares que, nos

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termos do art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional.
Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação
Brasília, 29 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Celso Luiz Nunes Amorim

3. Acordo ortográfico da língua portuguesa

Considerando que o projeto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa aprovado


em Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia
Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São
Tomé e Príncipe, com a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui um passo
importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio
internacional,
Considerando que o texto do acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos
Países signatários,

 A República Popular de Angola,


 A República Federativa do Brasil,
 A República de Cabo Verde,
 A República da Guiné-Bissau,
 A República de Moçambique,
 A República Portuguesa,
 E a República Democrática de São Tomé e Príncipe,

Acordam no seguinte:
Artigo 1o
É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente
instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
(1990) e vai acompanhado da respectiva nota explicativa, que consta como anexo II ao
mesmo instrumento de aprovação, sob a designação de Nota Explicativa do Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa (1990).
Artigo 2o

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Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as
providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de janeiro de 1993, de um vocabulário
ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador
quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.
Artigo 3o
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1 o de janeiro de 1994, após
depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da
República Portuguesa.
Artigo 4o
Os Estados signatários adotarão as medidas que entenderem adequadas ao efetivo respeito da
data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3o.
Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, aprovam o
presente acordo, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igualmente
autênticos.
Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.
PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA
JOSÉ MATEUS DE ADELINO PEIXOTO
Secretário de Estado da Cultura
PELA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL
CARLOS ALBERTO GOMES CHIARELLI
Ministro da Educação
PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE
DAVID HOPFFER ALMADA
Ministro da Informação, Cultura e Desportos
PELA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
ALEXANDRE BRITO RIBEIRO FURTADO
Secretário de Estado da Cultura
PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
LUIS BERNARDO HONWANA
Ministro da Cultura

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PELA REPÚBLICA PORTUGUESA
PEDRO MIGUEL DE SANTANA LOPES
Secretário de Estado da Cultura
PELA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
LÍGIA SILVA GRAÇA DO ESPÍRITO SANTO COSTA
Ministra da Educação e Cultura

3.1 O novo acordo ortográfico


O texto sobre o Novo Acordo Ortográfico prevê a padronização da grafia das palavras entre
os países de Língua Portuguesa: Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola,
Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste. Todos estes, antigas colônias de Lisboa.
De início, é necessário compreender que a integração e a unidade política e econômica dos
países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CLPL) se dá por meio
da língua oficializada que, simultaneamente, ressalta a unidade lingüística servindo também
como espaço de diversidade, permitindo que as comunidades linguísticas se expressem de
modo singular.
Nesse aspecto, Saraiva afirma que:
(...) qualquer prática de línguas deverá trabalhar a unidade e a diversidade. Não se trata de
pólos de contradição, mas de eixos de transição. A unidade é uma razão do Estado e a
diversidade ou variedade é a matéria lingüística própria da comunidade, pois reflete a língua
em uso, ou seja, as linguagens verbais, por meio das quais os indivíduos se comunicam. A
unidade é resguardada pelo padrão oficializado em um modelo de gramática e a variedade se
faz representar nas diversas gramáticas práticas e pragmáticas de um Estado lingüístico
(FAULSTICH, In.: SARAIVA, 2001, p.107).
Para Enilde Faulstich, diretora do Departamento de Linguística, Línguas Clássicas e
Vernácula da Universidade de Brasília, a unificação da escrita nos países da CLPL beneficiará
tanto o ensino quanto a aprendizagem do português. De acordo com Faulstich,“O Acordo é
uma simplificação, aliviando as palavras de acentos e consoantes que não se lêem. Não mexe
com a língua falada, porque a ortografia é apenas um código, sobre o qual os governos
podem legislar” (idem).
Em outras palavras, compreende-se que os padrões da escrita resultam de um conjunto de
convenções que estabelecem as regras para a grafia correta das palavras, conforme nos
reafirma Irandé Antunes, “a escrita, enquanto sistema de codificação, é regida por

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convenções ortográficas, oficialmente impostas” (ANTUNES, 2003,
p.60).
Em vista disso, observa-se que o tema gerou certa polêmica. No âmbito estudantil as
discussões em torno da aceitação (ou não) do Acordo Ortográfico consideram principalmente
a adaptação às novas regras gramaticais.
A propósito, em pesquisa realizada, colhemos depoimentos de professores e alunos que
opinam sobre a questão. Vejamos o que alguns dos alunos responderam quando questionados
sobre o ensino-aprendizagem das regras do Novo Acordo:
Os dados apontam uma preocupação com o ensino- aprendizagem das normas gramaticais.
Nesse sentido, vale lembrar que, segundo Irandé Antunes:
(...) nenhuma regra gramatical tem garantida a sua validade incondicional. O valor de
qualquer regra gramatical deriva de sua aplicabilidade, de sua funcionalidade na
construção dos fatos sociais da comunicação verbal, aqui e agora. Por isso, tais regras
são flexíveis são mutáveis, dependem de como as pessoas as consideram. Assim, essas
regras vêm e vão. Alteram-se cada vez que os falantes descobrem alguma razão,
mesmo inconsciente, para isso. (ANTUNES, 2003, p.89)
Para Ivo Castro, professor de Faculdade de Letras na Universidade de Lisboa “qualquer
ortografia é boa, desde que seja útil na sociedade que serve”(CASTRO, apud FAULSTICH,
2001, p.129).
A jornalista Maria do Céu Novaes, da Agência Lusa, mostrou-se favorável a essa ideia
acrescentando que, “de resto não tem conseqüências na língua que se fala, sendo
basicamente um mecanismo que a torna fácil de ser ensinada” (idem).
Assim sendo, ainda que a maioria dos estudantes considere a dificuldade de aprendizagem
das novas regras, as respostas dadas no questionário de atividade prática mostram que,
embora a grande afirme desconhecer as regras do Novo Acordo ortográfico, são capazes de
utilizá-las adequada e implicitamente, e portanto, parecem corroborar com as afirmações dos
estudiosos da língua.
Quando interrogado sobre o grau de relevância atribuído às mudanças implantadas mediante o
Novo Acordo, tanto professores de diversos níveis quanto estudantes universitários sustentam
que o Novo Acordo facilitará as relações entre os países da CLPL, conforme veremos em
alguns dos depoimentos a seguir:
“A uniformização da escrita da língua em toda a comunidade da Língua Portuguesa é um
fato política e mercadologicamente importante”.

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“O Novo Acordo unificará a ortografia dos países de Língua Portuguesa, e isso é muito
enriquecedor para o intercâmbio entre esses países”.
“O Novo Acordo possibilitará uma maior amplitude da Língua Portuguesa, ou seja, uma
maior divulgação do que é produzido nos países que falam essa língua”.
As respostas dadas pelos entrevistados demonstram existir uma identificação com a visão de
especialistas no assunto, a exemplo de José Gonçalves, angolano com vasta experiência nos
dois lados do Atlântico Sul que, ao escrever sobre as Relações Econômicas e Cooperação na
CLPL, esclarece que:
Os laços econômicos entre os países da CLPL têm bases culturais criadas por um
passado colonial semelhante. A existência de aspectos culturais muito próximos –
como a língua e parte do comportamento dos consumidores – é bastante importante
para o estabelecimento e reforço das ligações econômicas (GONÇALVES,In.:
SARAIVA, 2001, p.149).
Um dos responsáveis pela elaboração do Acordo, professor Malaca Casteleiro, também da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aponta dentre os diversos benefícios do
Acordo as vantagens para o mercado editorial pois permitirá maior circulação de livros entre
os países da CLPL (IDEM).
No texto que compõe a Declaração Constitutiva da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa, de 17 de julho de 1996, chefes de Estado e de Governo dos países Lusófonos,
apresentam, dentre seus objetivos, o incentivo à difusão e enriquecimento da Língua
Portuguesa, classificando-a como patrimônio de todos os falantes e importante meio de
divulgação da cultura. Além disso, consideram-na um “(...) instrumento de comunicação e de
trabalho nas organizações internacionais que permite a cada um dos países no contexto
regional, ser o intérprete de interesses e aspirações que a todos são
comuns”.
Sabe-se que o português é a quinta língua mais falada do mundo. Com o Novo Acordo, os
signatários pretendem dar um passo importante para a defesa da unidade essencial da Língua
portuguesa e seu prestígio internacional, pois a existência de duas ortografias atrasaria sua
difusão.
Desde o século XX, Portugal e Brasil defendem que a ortografia deveria estar o mais próximo
possível da pronúncia das palavras, e, portanto, uma simplificação na ortografia das palavras
seria o passo essencial para alcançar esse objetivo. E cabe às reformas ortográficas esse papel
de simplificação e unificação na ortografia lusófona.

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3.2 Países que ainda não aderiram à reforma
O referido acordo ainda não entrou em vigor nos países lusófonos por causar muitas
divergências e pela dificuldade em se implantar uma mesma proposta em vários países
diferentes.
As editoras precisarão reimprimir livros, dicionários, e outros materiais, contendo a Nova
Reforma Ortográfica. Tudo a custo social e financeiro elevadíssimo;
Sabemos que a maioria dos falantes do português no mundo tem baixa escolaridade, e a maior
parte dos países lusófonos são pobres, e prestam serviços educacionais fracos.
Nem todos estão convencidos da necessidade da reforma. Há dificuldades políticas em países
africanos paupérrimos, para eles, um acordo ortográfico está longe de ser um assunto
importante.

3.3 O que muda com a reforma ortográfica da língua portuguesa

3.3.1 O alfabeto e os nomes próprios estrangeiros e seus derivados


As letras k, y e w serão reconhecidas no nosso alfabeto, que passará a ter 26 letras. Dessa
forma, nos nomes próprios derivados de outros idiomas, bem como nas siglas, símbolos e
medidas internacionais serão empregadas normalmente. Quanto à classificação, o “k”
seráconsoante. Já o “w”, nas palavras de origem inglesa será vogal ou semivogal com
pronúncia idêntica ao “u”. Entretanto, é consoante, pronunciado como o “v” em palavras de
origem alemã. (BECHARA, 2008).

3.3.2 O trema
O uso do trema foi abolido da Língua Portuguesa, todavia poderá aparecer em casos
específicos, a exemplo das palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como Müller,
Hübner, entre outros. Nos dicionários e vocabulários ortográficos o trema poderá ainda
figurar apenas para marcar a pronúncia do “u” em palavras como lingüiça, pois vale lembrar
que as mudanças serão apenas na ortografia, de modo que as pronúncias típicas variam de
acordo com cada país (Idem).

3.3.3 Acentuação das palavras


 – Não houve alterações significativas na acentuação das oxítonas. Assim continuam
acentuadas:
 Oxítonas terminadas em a, e ou o, seguidas ou não de s.

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Ex: avó (s), paletó (s), olá, até, chaminé (s), só (s), está etc.
 Oxítonas terminadas em –em ou –ens.
Ex: acém, retêm, porém, haréns, harém, refém, reféns etc.
 Oxítonas terminadas nos ditongos abertos –éis, -éu(s) ou -ói(s).
Ex: réu, herói, anéis, chapéu (s), papéis, céu, véu etc.
Paroxítonas – Algumas regras foram alteradas e outras permaneceram.
Mudam:
 Perdem o acento os ditongos ei e oi da sílaba tônica das paroxítonas.
Ex: heroico, ideia, assembleia, alcaloide etc.
 Quando houver um verbo com um e seguido de –em, não se usa acento.
Ex: creem, veem, leem, deem etc.
 Nos hiatos que possuam oo, seguido ou não de s, o acento deixa de ser usado.
Ex: enjoo, povoo, voo, enjoos etc.
 Perdem o acento as palavras homógrafas (que são escritas de forma igual) a artigos,
contrações, preposições e conjunções átonas.
Ex: para (á – flexão de parar) e para (preposição); pela (é – substantivo e flexão de pelar) e
pela (ê – combinação de per+la) etc.
Continuam:
 as palavras terminadas em –l, -n, -r, -x e –ps, bem como suas respectivas formas do
plural (exceto as terminadas em –ens) continuam acentuadas.
Ex: éden, ímpares, âmbar, amável, índex, bíceps etc.
 Palavras terminadas em –ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -on(s), -um, -uns ou us
Ex: órfã, fáceis, vírus, jóquei, sótão, próton, júri etc.
 Continuam acentuadas as formas verbais têm e vêm nas 3ª pessoas do plural presente
do indicativo ou 2ª pessoas do singular do imperativo afirmativo para diferenciarem-se
das formas tem e vem.
Ex: abstêm, convêm, entretêm etc.
 Pôde continua acentuado para se diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do
presente do indicativo), assim como pôr (verbo) e por (preposição);
 Continuam sem acento as palavras homógrafas e heterofônicas dos tipos a seguir.
Ex: cerca (substantivo,advérbio,e elemento da locução prepositiva cerca de) e cerca (flexão
de cercar); piloto (substantivo) e piloto (flexão de pilotar); deste (flexão de dar) e deste
(contração da preposição de com o demonstrativo este) etc.

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4. O hífen em compostos, locuções, sequências de palavras e formações com prefixos e
sufixos
 Nos compostos, emprega-se o hífen:
 Quando o 1° termo está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou
verbo:
Exemplos

 Nas formas empregadas adjetivamente : afro, anglo, luso , euro, etc., continuarão a ser
grafadas sem hífen nos casos:
Ex.: afrodescendente, anglofalante, lusofonia
 Porém escreve-se com hífen: afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático;
 Passarão a se escrever sem hífen: paraquedas (e afins) e mandachuva;
 Entretanto, os outros compostos com a forma verbal para- seguirão separados por
hífen: para-brisa, para-choque, para-lama
 Quando há o uso do apóstrofo:
Ex: cobra-d’água, olho-d’água.
 Quando o 1° elemento está representado pelas formas além, aquém, bem e sem.
Ex: além-mar, além-fronteira, recém-casado, recém-nascido, bem-vindo, bem-humorado,
sem-vergonha, etc.
 Quando o 1° elemento está representado pela forma mal e o 2° elemento começa
por vogal, h ou l:
Ex: mal-entendido, mal-humorado, mal-limpo.
 Porém quando o 2° elemento começa por outro diferente destes citados acima, não se
usa hífen:
Ex: malcriado, malgrado, malnascido, etc.
 Nos nomes geográficos começados por grã, grão, ou por forma verbal, ou ainda por
artigo:
Ex: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Quebra-dentes, Baía de Todos-os-Santos.
 Nos adjetivos que se referem ao lugar onde se nasce (adjetivos gentílicos)
derivado de nomes geográficos:
Ex: belo-horizontino, mato-grossense, etc.

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 Nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas:
Ex: couve-flor, feijão-verde, bem-te-vi, erva-doce, etc (Ibidem)
2. Nas locuções:
2.1 Não se emprega o hífen nas locuções:
a) Locuções substantivas: fim de semana, cão de guarda, etc;
b) Locuções adjetivas: cor de vinho, cor de café com leite;
c) Locuções pronominais: nós mesmos, cada um, etc;
d) Locuções adverbiais: à parte, à vontade, etc;
e) Locuções prepositivas: abaixo de, acerca de, etc;
f) Locuções conjuncionais: a fim de que, ao passo que, etc;
· g) Locuções latinas, não substantivadas ou aportuguesadas: data vênia, habeas
corpus, etc (Ibidem).
3. Nas sequências de palavras: Emprega-se o hífen para ligar duas palavras que se
combinam formando encadeamentos vocabulares ou combinações históricas. Ex: Liberdade-
Igualdade-Fraternidade, Austro-Hungria, Angola-Brasil, etc.
4. Nas formações com prefixos, emprega-se o hífen:
 Quando o 1° elemento termina por vogal igual à que inicia o 2° elemento:
Ex: anti-ibérico, auto-observação, micro-ondas, contra-almirante, etc.
 Incluem-se nesse princípio todos os prefixos terminados por vogal.
 Porém, se o 1° elemento terminar por vogal diferente daquela que inicia o 2°
elemento, escreve-se junto, sem hífen:
Ex: antiaéreo, autoestrada, extraescolar, semiárido, socioeconômico, etc.
 Nas formações com os prefixos co-, pro- e pre-, estes se unem ao 2° elemento,
mesmo quando iniciado por e ou o:
Ex: coautor, preestabelecer, coedição, preexistir, cofator, etc.
 Entretanto, nos casos em que ocorre o prefixo pré- (acentuado), emprega-se o hífen:
Ex: pré-natal, pré-requisito, pré-escolar, pré-datado, etc.
 Além destes,há ainda outros casos em que devemos empregar o hífen:
 Quando o 1° elemento termina por consoante igual à que inicia o 2° elemento:
Ex: hiper-requintado, inter-racial, sub-base, inter-regional, ad-digital, etc.
 Quando o 1° elemento termina acentuado graficamente, pós e pró:
Ex: pós-tônico, pró-europeu, etc.

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 Quando o 1° elemento termina por m ou n e o 2° elemento começa por vogal, h, m, n,
b ou p:
Ex: circum-hospitalar, circum-navegação, pan-americano, pan-brasileiro, etc.
 Quando o 1° elemento é um dos prefixos ex-, sota-, vice-, vizo- e soto-.
Ex: ex-presidente, vice-presidente, ex-diretor, vice-reitor, etc.
 Quando o 1° elemento termina por vogal, r ou b e o 2° elemento se inicia por h:
Ex: ante-histórico, anti-herói, geo-história, sub-humano, super-homem, etc.
 Devem ficar como estão: reidratar, reumanizar, reabitar, pois são formas já
consagradas.
 Todavia, não se emprega hífen com os prefixos des- e in- quando o 2° elemento perde
o h- inicial:
Ex: desumano, inábil, etc
 Emprega-se ainda o hífen, quando o 1° elemento é ab-, ob-, sob-, sub- ou ad-:
Ex: ab-rogar, ad-renal, sub-rogar, sub-reitor, etc.
 Nos casos em que o 1° elemento termina por vogal e o 2° elemento começa por r-
ou s-, não se usa o hífen e essas consoantes devem duplicar-se:
Ex: minissaia, macrorregião, contrarregra, antissocial, contrassenha, antirregligioso,
suprarrenal, microssistema, etc (Ibidem).
5. Nas formações com sufixos:
Emprega-se o hífen apenas nas palavras terminadas por sufixos de origem tupi-guarani, que
representam formas adjetivas, quando o 1° elemento termina por vogal ou quando a pronúncia
exige distinção dos dois elementos. Ex: capim - açu, Ceará - mirim, etc.

5. Texto narrativo

O texto narrativo é aquele que narra uma história através da sequência de fatos. A sucessão
de acontecimentos é contada por um narrador que apresenta os principais elementos da
narração. A estrutura básica de um texto narrativo é formada pela introdução, pelo
desenvolvimento e pela conclusão, ou seja, ele tem começo, meio e fim.
Ao longo de uma estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração:
espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Geralmente escrito em prosa, o texto narrativo
encontra destaque nos seguintes gêneros: romance, novela, conto, crônica e fábula.

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5.1 Principais elementos da narrativa
Os principais elementos da narrativa são espaço, tempo, enredo, personagem e narrador. Esses
elementos são fundamentais para desenvolver uma narrativa interessante e coerente.
Espaço: trata-se do local onde se passa a narrativa. As ações podem se desenrolar em um
espaço físico, em um espaço social ou em um espaço psicológico.
Tempo: o tempo se refere à duração das ações da narrativa e desenrolar dos fatos na história.
Ele pode ser cronológico, quando se trata de acontecimentos marcados pelas horas, dias e
anos, ou pode ser psicológico, quando se refere às lembranças e às vivências das
personagens.
Enredo: trata-se da trama onde as ações se desenrolam. O enredo é formado pelos
acontecimentos ocorridos em determinado tempo e espaço que são vivenciados pelas
personagens.
Personagens: existem as personagens principais que são essenciais para o enredo. Elas
podem ser protagonistas que desejam, tentam, conseguem algo, ou antagonistas que
dificultam, atrapalham e impedem que algo aconteça. As personagens secundárias
desempenham papéis menores, podendo ser coadjuvantes, quando ajudam as personagens
principais em ações secundárias, ou figurantes, ajudam na caracterização de um espaço social.

Narrador
O narrador é quem conta a história. Existem três tipos de narrador: narrador observador,
narrador personagem e narrador onisciente.
• Narrador observador – o narrador observador narra os fatos em 3ª pessoa e mantém uma
narrativa imparcial e objetiva. Ele conhece os fatos, mas não participa das ações, de modo que
conta a história sem se envolver diretamente com ela. Embora tenha conhecimento das ações,
o narrador observador não conhece o íntimo das personagens.
• Narrador personagem – o narrador personagem conta a história na 1ª pessoa, a partir do seu
ponto de vista enquanto personagem, transmitindo suas emoções e deixando a narrativa mais
subjetiva. Esse tipo de narrador tem conhecimentos limitados sobre as outras personagens e
sobre o enredo como um todo. Ele conhece apenas os próprios pensamentos e as ações que
também faz parte.

• Narrador onisciente – o narrador onisciente usa tanto a narração em 3ª pessoa quanto em 1ª


pessoa. Há momentos na narrativa em que a voz do narrador se confunde com a voz dos
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personagens, pois esse tipo de narrador conhece as personagens e o enredo como um todo, nos
mínimos detalhes.

5.2 Tipos de discurso narrativo


O discurso do texto narrativo é a forma como a voz das personagens aparece na voz do
narrador. A depender do uso do discurso, a narrativa pode ser mais dinâmica ou mais estática,
mais natural ou mais forçada, mais interessante ou mais desinteressante e mais objetiva ou
mais subjetiva.
O texto narrativo possui três tipos de discurso:
Discurso direto – menciona a fala das personagens de maneira exata, sem que o narrador
tenha participação.
Discurso indireto – as falas das personagens são reproduzidas pelo narrador utilizando suas
próprias palavras.
Discurso indireto livre – é uma mistura de discurso direto com discurso indireto, de forma
que os acontecimentos são inseridos na voz do narrador e na fala direta das personagens,
simultaneamente.

5.3 Estrutura básica do texto narrativo


A estrutura do texto narrativo é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão.

Introdução: também conhecida como apresentação, é nessa parte do texto que se apresenta
os fatos para posteriormente desenvolver seus desdobramentos. Na introdução apresenta-se o
contexto, o espaço, o tempo, as personagens, o enredo e o narrador para que o leitor saiba com
quem, quando e onde os fatos se passam.
Desenvolvimento: no desenvolvimento surgem os conflitos que tiram o equilíbrio
apresentado na introdução e modifica a situação inicial. Essa parte da narração revela para o
leitor a problemática, o que e como se passa a história. No desenvolvimento ocorre também
aquele momento marcante e revelador da história, que fará com que o leitor não pare de ler
até que encontre um desfecho. Esse momento é chamado de clímax.
Conclusão: também chamada de desfecho, na conclusão, o leitor descobre o que houve com
as personagens, bem como entende a mensagem passada pela narrativa. Nessa parte da
narração se esclarece a ligação entre os diferentes acontecimentos, ou seja, a conclusão é a
parte do texto na qual os conflitos se resolvem.

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6. Conclusão
Ao terminar com presente trabalho de pesquisa conclui que aos refletimos acerca da
mutabilidade da Língua Portuguesa, que, assim como outros idiomas, surgiu do Latim e
passou por uma série de mudanças. Para Possenti, “ (...) o português não foi sempre o
português, não foi sempre como é. (...) não há língua que permaneça uniforme. Todas as
línguas mudam.” (POSSENTI, 1996, p. 37-38).
Com base nesse ponto de vista, fica claro que inúmeros termos linguísticos- bem como
muitas regras- foram substituídas por outras, cujo domínio se deu através de práticas
significativas, à medida que foram sendo incorporadas no cotidiano. A esse respeito,
invocamos novamente as considerações de Possenti, que afirma: “(...)como aprendemos a
falar? Falando e ouvindo. Como aprenderemos a escrever? Escrevendo e lendo, e sendo
corrigidos, e reescrevendo, e tendo nossos textos lidos e comentados muitas vezes, com uma
freqüência semelhante à freqüência da fala e das correções da fala. (Idem).

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7. Referência bibliográfica
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo:Parábola
Editorial, 2003;
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico? Ed. Nova Fronteira.
São Paulo, 2008.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado de
Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1996)
SEGURA, Luciano Ricardo,Coord. Geral. Discutindo Língua Portuguesa. Ano 2. n° 8. São
Paulo: Escala Educacional. P. 34-41
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. 1ª Edição. Martins Editora. São Paulo,
2007.
VALENÇA, Ana ET all. Roteiro de redação: lendo e interpretando. Coord.Antônio Carlos
Viana. São Paulo: Scipione, 1998;
www.academia.org.br
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6583.htm

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