Você está na página 1de 7

E.M.E.F. CÍVICO – MILITAR “JOÃO NEVES PEREIRA”.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SOORETAMA.


FUNDAMENTAL II
AVALIAÇÃO ESPECÍFICA.

DISCIPLINA:___________________________ PROFESSOR:_______________________

NOME DO ALUNO: __________________________ VALOR:__________ NOTA:

Leia o texto e em seguida responda as questões.

Caso de secretária

Foi trombudo para o escritório. Era dia de seu aniversário, e a esposa nem sequer o abraçara, não fizera a mínima
alusão à data. As crianças também tinham se esquecido. Então era assim que a família o tratava? Ele que vivia para
os seus, que se arrebentava de trabalhar, não merecer um beijo, uma palavra ao menos!
Mas, no escritório, havia flores à sua espera, sobre a mesa. Havia o sorriso e o abraço da secretária, que poderia
muito bem ter ignorado o aniversário, e entretanto o lembrara. Era mais do que uma auxiliar, atenta, experimentada e
eficiente, pé-de-boi da firma, como até então a considerara; era um coração amigo.
Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais borocoxô: o carinho da secretária não curava, abria mais a ferida. Pois
então uma estranha se lembrava dele com tais requintes, e a mulher e os filhos, nada? Baixou a cabeça, ficou
rodando o lápis entre os dedos, sem gosto para viver.
Durante o dia, a secretária redobrou de atenções. Parecia querer consolá-lo, como se medisse toda a sua solidão
moral, o seu abandono. Sorria, tinha palavras amáveis, e o ditado da correspondência foi entremeado de suaves
brincadeiras da parte dela.
--- “O senhor vai comemorar em casa ou numa boate?”
Engasgado, confessou-lhe que em parte nenhuma. Fazer anos é uma droga, ninguém gostava dele neste
mundo, iria rodar por aí à noite, solitário, como o lobo da estepe.
--- “Se o senhor quisesse, podíamos jantar juntos”, insinuou ela, discretamente.
E não é que podiam mesmo? Em vez de passar uma noite besta, ressentida – o pessoal lá em casa pouco está me
ligando -, teria horas amenas, em companhia de uma mulher que – reparava agora – era bem bonita.
Daí por diante o trabalho foi nervoso, nunca mais que se fechava o escritório. Teve vontade de mandar todos
embora, para que todos comemorassem o seu aniversário, ele principalmente. Conteve-se no prazer ansioso da
espera.

– Onde você prefere ir? – perguntou, ao saírem.


– Se não se importa, vamos passar primeiro no meu apartamento. Preciso trocar de roupa.
– Mas antes quero um drinque, para animar – ela retificou. Foram ao drinque, ele recuperou não só a alegria de
viver e de
fazer anos, como começou a fazê-los pelo avesso, remoçando. Saiu bem mais jovem do bar, e pegou-lhe do braço.
No apartamento, ela apontou-lhe o banheiro e disse-lhe que o usasse sem cerimônia. Dentro de quinze minutos
ele poderia entrar no quarto, não precisava bater – e o sorriso dela, dizendo isto, era uma promessa de felicidade.
Ótimo, pensou ele; faz-se a inspeção prévia do terreno e, quem sabe?
Ele nem percebeu ao certo se estava se arrumando ou se desarrumando, de tal modo que os quinze minutos se
atropelaram, querendo virar quinze segundos, no calor escaldante do banheiro e da situação. Liberto da roupa
incômoda, abriu a porta do quarto. Lá dentro, sua mulher e seus filhos, em coro com a secretária, esperavam-no
atacando “Parabéns para você”.
Carlos Drummond de Andrade. Poesia e Prosa,
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988.
01 – Considerando o enredo da narrativa, responda:

a) Que história o leitor imagina que será contada?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

b) Que história, de fato, é contada?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) Que elemento do enredo permite perceber a diferença entre o que se diz em a e b, tornando interessante e
envolvente a leitura do texto.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

d) O título do texto sugere alguns sentidos. Quais?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

e) Por que o homem foi trombudo para o escritório?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

f) Depois de ter lido o texto, por que você acha que a secretária lembrou-se do aniversário do chefe?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

g) Com que intenção a secretária convidou o chefe para jantar? A intenção dela era a mesma do chefe?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

h) Como o chefe interpretou a ida ao apartamento da secretária?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

i) Qual terá sido a reação do homem quando viu a mulher e os filhos cantando parabéns a você?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

02 – Leia o texto abaixo, um fragmento do livro "A culpa é das estrelas", de John Green:

- Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo.


- Meus medos?

- Eu tenho medo de ser esquecido - disse de sem querer um momento de pausa. (...)
Olhei na direção do Augustus Waters, que me devolveu o olhar. Quase dava para ver através dos olhos dele, de
tão azuis que eram.
- Vai chegar um dia - eu disse - (...) Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para
lembrar que alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo.
Não vai sobrar ninguém para se lembrar de Aristóteles ou de Cleópatra, quanto mais de você. Tudo o que
fizemos, construímos, escrevemos, pensamos e descobrimos vai ser esquecido e tudo isso aqui - fiz um gesto
abrangente - vai ter sido inútil. Pode ser que esse dia chegue logo e pode ser que demore milhões de anos, mas,
mesmo que o mundo sobreviva a uma explosão do Sol, não vamos viver para sempre. (...) E se a inevitabilidade
do esquecimento humano preocupa você, sugiro que deixe esse assunto para lá. (...)
Assim que terminei fez-se um longo silêncio, e eu pude ver um sorriso se abrindo de um canto ao outro no rosto
do Augusto – não o tipo de sorriso (...) do garoto tentando (...) me encarar, mas um sorriso sincero, quase maior
que a cara dele.
__ caramba – disse ele baixinho – Não é que você é mesmo demais?

De acordo com esse texto, o medo de Augustus era:

a) o fim da espécie humana


b) o silêncio
c) ser esquecido
d) sobreviver à explosão do Sol

03 – Na expressão "- Caramba!", o ponto de exclamação reforça a ideia de:

a) admiração
b) constrangimento
c) crítica
d) desconfiança
04 – De acordo com esse texto, era possível ver através dos olhos de Augustus porque:

a) encaravam a narradora
b) eram maiores que o rosto
c) eram muito azuis
d) pareciam sinceros

05 – O trecho "Vai chegar um dia em que não vai sobrar nenhum ser humano sequer para lembrar que
alguém já existiu ou que nossa espécie fez qualquer coisa nesse mundo.", foi construído a partir de qual
recurso estilístico?

a) Exagero de uma ideia


b) Humanização de um sentimento
c) Jogo de palavras
d) Repetição de sons parecidos

06 – Qual é o trecho que apresenta ideia de tempo?

a) "Augustus, talvez você queira falar de seus medos"


b) "Quase dava para ver através dos olhos dele"
c) "Assim que terminei fez-se um longo silêncio"
d) "sorriso se abrindo de um canto ao outro no rosto"

07 – A linguagem utilizada no trecho "-Caramba! - disse ele baixinho - Não é que você é mesmo demais?" é:

a) culta b) informal c) regional d) técnica

08 – A que gênero textual pertence a obra "A culpa é das estrelas"?

a) conto b) fábula c) romance d) crônica

09 – Adentrando ao conteúdo Regência Verbal, responda ao que se pede.

Assinale a alternativa em que haja erro de regência verbal:

a) Deu-lhe um belo presente de aniversário.


b) Levei-o para o médico esta manhã.
c) Gostamos deste novo filme.
d) Fui no cinema ontem.

10 – Assinale a frase onde a regência do verbo assistir está errada.

a) Assistimos um belo espetáculo de dança a semana passada.


b) Não assisti à missa.
c) Os médicos assistiram os doentes durante a epidemia.
d) O técnico assistiu os jogadores.

11 – A alternativa incorreta de acordo com a gramática da língua culta é:

a) Obedeço o regulamento.
b) Custa crer que eles brigam.
c) Aspiro o ar da manhã.
d) Prefiro passear a ver televisão.

12 – Complete as lacunas.

Quando chegou ______ cidade, foi ______ casa dos parentes, de quem sentia muitas saudades. Não simpatizava
______ os primos, mas os tios sempre faziam tudo para ______ agradar. Foi recebido com alegria, ao que
respondeu ______ todos com um belo sorriso.

a) na, na, com, lhe, (sem complemento)


b) à, para a, com, lhe, a
c) à, a, lhe, o, a
d) à, à, com (sem complemento), (sem complemento)
e) na, na, com, o, a
13 – Marque com um X o sentido correto dos verbos destacados nas frases a seguir, de
acordo com a regência que apresentaram.

a) Todos visam ao sucesso na vida. Mas nem todos obedecem aos princípios de ética para
consegui-lo.

VISAR: ( ) pôr visto ( ) ter como objetivo

b) Não aspiro a muita coisa na vida. Quero apenas paz para viver bem.

ASPIRAR: ( ) inalar ( ) pretender; querer

14 – Figuras de linguagem são formas de expressão que destoam da linguagem comum ou denotativa. Elas
dão ao texto um significado que vai além do sentido literal, portanto permitem uma plurissignificação do
enunciado. Por exemplo, na frase “Fabiano tem muita cara de pau em aparecer aqui depois de tudo que ele
me fez”, a expressão “cara de pau” indica que Fabiano não tem vergonha na cara e não que a cara dele,
literalmente, é feita de madeira.
Sobre isso, responda ao solicitado abaixo:

Indique as alternativas que apresentam a figura de linguagem personificação, também chamada de


prosopopeia.

a) as pedras humilham
b) os confetes festejam
c) os diários contam segredos
d) os copos celebram as alegrias

15 – Observe a tirinha abaixo.

Na tirinha acima, a expressão "morto de fome" é uma figura de linguagem denominada:


______________________________________________________________________________________________

16 – (UFPA)
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)

Leia os versos abaixo.


“E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo…”

Tem-se exemplo de:

a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse

17 – (USF) Leia estes versos:

“As ondas amarguradas


Encostam a cabeça nas pedras do cais.
Até as ondas possuem
Uma pedra para descansar a cabeça.
Eu na verdade possuo
Todas as pedras que há no mundo,
Mas não descanso”.

(Murilo Mendes)

A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é:

a) metáfora
b) sinédoque
c) hipérbole
d) aliteração

18 – A alternativa que possui uma antítese é:

a) ( ) Ele subiu no telhado nessa madrugada.

b) ( ) O vento sussurrava na noite fria.

c) ( ) Estou morrendo de medo.

d) ( ) Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço.

19 – Reescreva a frase seguinte usando adequadamente o eufemismo: “COMO AQUELE HOMEM É BURRO”
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

20 – “- O zum-zum-zum das crianças no prédio irritou o velho...”

a) eufemismo
b) prosopopeia
c) antítese
d) onomatopeia

21 – Observe o texto publicado no Jornal O E Estado de S. Paulo de 1998.


Assinale a figura de linguagem que colabora para o efeito de sentido presente no pedido da mulher:

a) Metáfora
b) comparação
c) metonímia
d) ironia

22 – A imagem abaixo tem a seguinte figura de linguagem:

a) Antítese
b) Comparação
c) Onomatopeia
d) Catacrese

23 – O Estrangeirismo é um vício de linguagem que corresponde a utilização de palavras estrangeiras. De


acordo com os exercícios estudados em sala de aula, responda:

Observe a tirinha de Adão Iturrusgarai:

O efeito de humor da tirinha é causado pelo fato de:

a) O personagem não conseguir abrir a porta porque não leu a placa afixada;
b) O personagem não conseguir encontrar a palavra push no dicionário;
c) O personagem acreditar na falsa semelhança entre as palavras push e puxe;
d) O personagem não saber inglês, por isso não consegue abrir a porta.

24 – Leia o trecho de uma crônica de Ivan Ângelo.

Palavras emprestadas

A leitora Mafalda, sob o título “Sugestão de crônica”, mandou-me um e-mail protestando


contra a invasão de expressões estrangeiras no dia a dia do brasileiro. [...]
Visionária, a leitora sonhava que eu pudesse contribuir para “mudar o uso do inglês nas ruas”,
motivar algum político “a comprar essa briga”, lembrava o fracasso recente de Aldo Rebelo e dizia
ser aquela uma questão de patriotismo.
“Não acha?” Não acho, leitora, leitores. Com jeito, vou tentar explicar.
Quando me alfabetizei, em 1943, havia cerca de 40.000 palavras dicionarizadas no
português, segundo Domício Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras. Hoje, são mais de
400.000; alguns filólogos estimam em 600.000. Ora, leitora, de onde brotaram tantas palavras? Dos
novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das gírias, dos
estrangeirismos.
Já vê, cara Mafalda, que a consequência dos estrangeirismos não é o empobrecimento da
língua, e sim o enriquecimento. Nós nos irritamos com os abusos, sim, como acontece com
qualquer abuso. [...]
Centenas delas ficaram bem à vontade quando aportuguesadas: uísque, gol, futebol,
lanchonete, drinque, iogurte, chique, conhaque, cachê, omelete, bife, toalete, clube, gangue,
ringue, garçom, lorde, picles, filme, time, sanduíche, cachorro-quente, lanche, avião, televisão – e
por aí vai.
Muitas ficaram bem bacaninhas no nosso dia a dia, mesmo usadas do jeito que chegaram:
gay, jeans, pizza, show, shopping, tour, ciao, topless, manicure, vitrine...
Um grande número delas é dispensável, entra na conta dos pedantes, pois para dizer o que
elas querem dizer temos boas palavras nossas de uso corrente: sale, off, hair dresser, suv, personal
trainer, laundry, pet shop, fast-food, ice, freezer, prêt-à-porter, on-line, mailing list, bullying...
[...]
O povo falante há de peneirar o que merecer permanência.

ÂNGELO, Ivan. Palavras emprestadas. Veja, 21 maio 2011.

a) Qual é a posição do autor em relação ao estrangeirismo?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

b) Segundo o autor, o uso de palavras estrangeiras ocorre, em muitos casos, por


necessidade. Levante uma hipótese: Por que as palavras que ele cita como exemplo
são em sua maioria do idioma inglês?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) Dê exemplos para cada um dos casos a seguir. O autor cita palavras emprestadas que:

I. conservam sua forma original, mantendo-se tal qual chegaram.


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

II. são dispensáveis, pois há outras equivalentes.


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

d) Você costuma usar palavras estrangeiras em seu dia a dia? Faça uma lista dessas
palavras e reflita: Elas podem ser substituídas por uma da língua portuguesa?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

25 – Leia a tira a seguir:

a) Qual é o tema do texto?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

b) Qual é o motivo do humor provocado pela fala do personagem no último quadrinho?


______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________

Você também pode gostar