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Convenções internacionais e legislação sobre as bases ortográficas da

Língua Portuguesa.

1. Primeira Convenção Ortográfica (1911):

Data: A convenção foi assinada em 1911 e entrou em vigor em 1912.

Características: Esta foi a primeira tentativa de padronizar a ortografia do português.


Introduziu várias mudanças, simplificando a ortografia e eliminando muitas consoantes mudas.
Foi adotada em Portugal e no Brasil, mas houve resistência por parte de alguns setores da
sociedade.

Objetivos Sociais e Políticos: A convenção visava modernizar a língua portuguesa e promover a


unificação ortográfica, aproximando Portugal e o Brasil, que haviam se tornado nações
independentes. Os objetivos políticos incluíam a consolidação da identidade nacional em
ambos os países.

2. Segunda Convenção Ortográfica (1943):

Data: Assinada em 1943, entrou em vigor em 1944.

Características: Esta convenção fez algumas alterações na ortografia, mas manteve a maior
parte das regras da convenção de 1911. Foi um passo em direção à unificação.

Objetivos Sociais e Políticos: Continuou a promover a unificação ortográfica e a consolidação


da língua portuguesa como uma ferramenta importante na cultura e educação.

3. Acordo Ortográfico de 1990:

Data: Assinado em 1990, entrou em vigor em 2009 no Brasil e em 2012 em Portugal.

Características: Este acordo introduziu uma série de mudanças na ortografia, incluindo a


eliminação de algumas consoantes mudas e a unificação de grafias de palavras que eram
diferentes em Portugal e no Brasil. É o acordo mais recente e o mais abrangente até hoje.

Objetivos Sociais e Políticos: O principal objetivo deste acordo foi estabelecer uma ortografia
única para todos os países lusófonos, facilitando a comunicação, a aprendizagem e o
intercâmbio cultural. Também visava fortalecer a língua portuguesa no cenário internacional.

4. Leis Nacionais de Implementação:

Tanto Portugal quanto o Brasil tiveram que aprovar leis nacionais para implementar o Acordo
Ortográfico de 1990 em seus sistemas educacionais, administrativos e de publicação.
Essas leis definiram os detalhes da aplicação do acordo em cada país, incluindo prazos de
transição e exceções para certas palavras.

5. Resistência e Debate Contínuo:

Em ambos os países, o Acordo Ortográfico de 1990 enfrentou resistência de algumas partes da


sociedade, incluindo escritores, linguistas e educadores. Muitos argumentaram que as
mudanças eram desnecessárias e podiam comprometer a riqueza da língua portuguesa.

O debate sobre a ortografia continua, com alguns setores defendendo uma revisão ou até
mesmo o abandono do acordo.

Em resumo, as convenções internacionais e legislações relacionadas às bases ortográficas da


língua portuguesa têm uma longa história de tentativas de unificação e modernização da
língua, com o objetivo de fortalecer o uso do português como uma ferramenta cultural,
educacional e política. No entanto, o processo de unificação ortográfica ainda enfrenta
desafios e debates contínuos sobre o equilíbrio entre a padronização e a preservação da
riqueza linguística.

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