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Introdução à História
do Rio Grande do Norte
4 a edição
revista
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Natal, 2015
® Copyright 2015 - Edição Flor do Sal / Natal - RN
flordosal@uol.com.br
Autora
Editores
Flávia Celeste Martini Assaf e Adriano de Sousa
Revisão
Márcio Simões
Foto da Autora
Giovanni Sérgio
Ilustração d a Capa
índio Tarairiú, tribo extinta.
Óleo de Albert Eckhout, pintor holandês (1654).
208 p. : il.
ISBN 978-85-69107-00-2
CDD 981.32
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CAPÍTULO V
Novos mercados, novas idéias e velhos poderes:
a passagem de capitania a província
(primeira metade do século XIX)
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DENISE MATTOS MONTEIRO
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" E m 1810, Portugal assinaria, c o m a Inglaterra, ura tratado de comércio q u e concederia tarifas
especiais para as m a n u f a t u r a s inglesas i m p o r t a d a s pelo Brasil.
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Agreste é a denominação geográfica p a r a o e s p a ç o da região Nordeste q u e se situa entre a Zona da
Mata litorânea e o Sertão, caracterizando-se p o r ser u m espaço de transição, isto é, p o r a p r e s e n t a r
tanto áreas secas c o m o úmidas.
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C u n h a ú n ã o p a s s a d e u m a p r o p r i e d a d e , m a s , t e m m a i s d e 14
l é g u a s d e c o m p r i m e n t o [84 q u i l ô m e t r o s ] ; p e r t e n c e à f a m í l i a
, d o s A l b u q u e r q u e s , m u i t o c é l e b r e s n o s f a s t o s d o Brasil. T e m
u m e n g e n h o ; m a s , a criação do g a d o e o plantio d e algodão é
a sua r e n d a principal. É perto desta propriedade q u e c o m e ç a m
os l i m i t e s d a c a p i t a n i a d o Rio Grande". 6 4
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" A Alfândega foi oficialmente criada por u m decreto do rei d e Portugal, e m 1820. Um a n o depois,
criava-se t a m b é m a "Junta d a Fazenda" d a província do Rio Grande d o Norte. A dependência da
Paraíba, e m matéria de Justiça, foi rompida em 1818, q u a n d o criou-se a "Ouvidoria" própria d a
província.
" D. J o ã o VI enviou tropas para a o c u p a ç ã o da Guiana Francesa, e m 1809, e iniciou u m a c a m p a n h a
militar pelo d o m í n i o do atual território do Uruguai.
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F i g u r a 23 - Os r u m o s e c o n ô m i c o s e políticos de províncias do q u e h o j e c h a m a m o s N o r d e s t e
e r a m d i s c u t i d o s por m e m b r o s d e s u a s elites. (Reunião política)
n
República é u m sistema de governo baseado em eleições para a escolha do governante de u m a nação,
ao contrário d a monarquia absolutista, na qual o rei é o poder supremo, poder esse transmitido
hereditariamente.
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Como vimos no capítulo anterior, os postos de oficiais das Milícias eram ocupados por proprietários
rurais o u seus familiares.
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KOSTER, Henry. Viagens ao Nordeste do Brasil, p. 82. Koster era u m comerciante inglês estabelecido
no Recife e q u e deixou anotações d e viagens por ele feitas, em 1810.
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A c a u s a dessas divergências, segundo alguns d e p o i m e n t o s da época, estaria n o c o m p o r t a m e n t o
personalista e autoritário d e André d e Albuquerque M a r a n h ã o . A p ó s a repressão, forças rebeldes
p a r a i b a n a s c o m a n d a d a s por David Targini a i n d a s u s t e n t a r a m por algum t e m p o o M o v i m e n t o d e
1817, e m Portalegre, ali f o r m a n d o u m a nova J u n t a Provisória. Encerrado o movimento, alguns
g r u p o s a r m a d o s c o n t i n u a r a m a t u a n d o n a ribeira do Apodi.
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" Da eleição participaram 43 eleitores, representando Natal, Extremoz, Goianinha, São José do
Mipibu, Vila Flor, Arez, Príncipe (Caicó), Princesa (Assu), Portalegre, Apodi e Pau dos Ferros.
"Veja-se, e m Anexo G, o ofício enviado pela Câmara da Vila d a Princesa à C â m a r a d e Natal, e m
protesto contra a decisão t o m a d a .
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" Foram eleitos: o deputado Francisco de Arruda Câmara, doutor e m Medicina pela Universidade de
Coimbra e grande proprietário de terras n a Paraíba, e seu suplente Tomás Xavier Garcia de Almeida,
advogado formado pela mesma universidade, eleitos com dezoito votos. A elite brasileira costumava
m a n d a r seus filhos estudarem na Europa, n u m t e m p o e m q u e a i n d a n ã o havia universidades
n o Brasil. Eles d e s e m p e n h a r i a m u m papel f u n d a m e n t a l c o m o m e m b r o s do Governo ou altos
funcionários públicos no novo Estado-Nação q u e se formaria a p ó s a Independência.
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" T o m á s d e Araújo Pereira era grande proprietário de terras e escravos em Acari. Dele se dizia q u e
m a n t i n h a u m a prisão privada em sua propriedade para punição de negros escravos. Era a c u s a d o de
explorar o trabalho de indígenas de Extremoz, impondo "despoticamente o trabalho de pescarias aos
h o m e n s e d e fiação às mulheres, q u e n ã o tinham afazeres habituais", o q u e levou a u m a a m e a ç a
de a t a q u e desses indígenas à cidade de Natal n o a n o d e 1824, o m e s m o a n o d a Confederação d o
Equador (LYRA, A. Tavares de. História do Rio Grande do Norte, p. 228).
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"Muitos d o s q u e c o m p u n h a m esse grupo se celebrizariam mais tarde como terríveis cangaceiros".
(LYRA, A. Tivares de. História do Rio Grande do Norte, p. 228].
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"Caixa d a s 9" era o toque d e t a m b o r d a d o por grupos de soldados q u e percorriam as ruas da cidade
a n u n c i a n d o o t o q u e de recolher à noite. " P a s q u i m " era u m p e q u e n o jornal crítico, muitos deles
contendo desenhos satíricos sobre o poder constituído. Foram muito comuns nessa etapa da História
do Brasil, nas capitais do Império. (Ato do Presidente de Província Manuel do Nascimento Castro e
Silva, de 14 de abril de 1825, apad ROCHA POMBO, História do Rio Grande do Norte, p. 309-310).
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* Os líderes acusados foram: o alferes M a n u e l Gabriel Carvalho, o capitão José Lucas Soares Raposo
da Câmara, e seu c u n h a d o J o ã o Álvares de Quental, e o escrivão Joaquim José Pinto
15 4
ROCHA POMBO. Op.cit.,p. 327.
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A abdicação ao trono por D. PedcgJ, em favor de seu filho, e sua partida
para Portugal, nesse mesmo ano d^l83l) marcou o fim do Primeiro Império.
A partir de então, a elite brasileira, sem o imperador ão qual se aliara na
etapa inicial do processo de independência, trataria de construir, de fato,
' o o novo Estado Nacional brasileiro, sem abandonar o sistema monárquico.
Cp' Mas essa tarefa não se cumpriria pacificamente. N o j e r í o d o r e g e n c i a l , que
{) <iPs* t £ f e estendeu até 1840, q u a n d o D. Pedro II. a s s u m i u o trono d a n d o início
"O . y / a o Segundo .Império, u m a série de revoltas eclodiu em várias .províncias
brasileiras, ameaçando a unidade do território do novo Estado Nacional.
Num ofício dirigidcTáõ'presidentè^la província do Rio Grande do Norte,
o Ministro da Justiça - padre Feijó - dizia, em 1831:
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" Até o surgimento dessas primeiras escolas, os filhos da elite da província a p r e n d i a m a ler, escrever
e contar c o m professores particulares. A criação d a instrução secundária permitiu q u e tivessem
a c e s s o ao c o n h e c i m e n t o d a geometria, filosofia, latim, f r a n c ê s e retórica, m a t é r i a s oferecidas pelo
A t h e n e u Norte-rio-grandense. Em 1844, segundo os d a d o s do relatório do próprio presidente d a
província, s o m e n t e 16,3% do total d a p o p u l a ç ã o sabia ler.
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