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1.

Introdução

O presente trabalho aborda sobre a Pertinência da Psicologia no Estudo da Motivação e


Emoções e Personalidade dos Alunos .A cognição está associada às habilidades
racionais, por meio da qual é possível o planeamento e a execução de etapas lógicas,
embora nem sempre o uso da razão seja consciente. Como elementos representativos da
cognição tem-se o pensamento lógico, o cálculo mental, a resolução de problemas, a
memória, a tomada de decisão e a função executiva Canteras ( 2010). Uma definição
acerca das emoções, afirma-se que estas são o produto da activação de uma complexa
rede neural, cujo accionamento promove variadas respostas comportamentais.

1.2 Metodologia

Para a realização deste trabalho quanto a natureza optou-se em realizar um a pesquisa


qualitativa, para buscas de informações credíveis recorreu-se a pesquisa documental e
bibliográfica.

2. Revisão da literatura

2.1 Breve Resumo de Surgimento de Psicologia Científica


A ciência, na tentativa de explicar os fenómenos, de modo geral, e de maneira mais
específica os fenómenos humanos, procura pautar as suas explicações sobre a
observação do real, com métodos de pesquisa específicos, partindo de teorias e
conhecimentos já existentes, e se expressando com linguagem científica rigorosa. No
caso da Psicologia, esta se constitui em uma ciência. E é através de suas diversas áreas e
linhas de atuação que ela tem procurado compreender a complexidade humana. Para
tanto, os psicólogos investigativos partem dos aspectos subjetivos como as emoções e
dos pensamentos dos seres humanos como também dos seus comportamentos.
Psicologia tem sua origem em duas palavras gregas: psyché (alma) e logos (estudo,
razão, discurso), significando originalmente o estudo da alma.
Assim: psyché + logos = Psicologia Segundo Platão, filósofo grego, a psique é a vida
mental, interna do ser humano. Antes da palavra “psicologia” existir, foi usado o termo
Subjectividade - É entendida como o espaço de encontro do indivíduo com o mundo
social, resultando tanto em marcas singulares na formação do indivíduo quanto na
construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que vão constituir
a experiência histórica e coletiva dos grupos e populações.

Para designar a parte da Filosofia que tratava da essência da alma. A origem da


Psicologia, ainda ligada aos estudos da Filosofia, pode ser localizada no quinto e quarto
séculos A.C., principalmente com as ideias de filósofos gregos como Sócrates, Platão e
Aristóteles, que levantaram hipóteses (e idéias) sobre o funcionamento da alma ou
mente humana.
Essas e outras reflexões sobre a mente humana foram reformuladas e complementadas
por uma nova ciência, surgida muitos séculos depois, no século XIX, a Psicologia.
A Psicologia Científica foi construída a partir de métodos e princípios teóricos que
podiam ser aplicáveis ao estudo e tratamento de diversos aspectos da vida humana.
Nesse momento, a Psicologia apareceu atrelada, principalmente, à Biologia. Embora
tendo nascido dentro da Filosofia, desenvolveu-se para se constituir em uma ciência,
com objecto de conhecimento e métodos próprios. Enquanto tal, de início passou a se
relacionar intimamente com a Biologia, sob carácter interdisciplinar que se expandiu
através de uma relação muito próxima também com as ciências sociais e exactas.
cologia com outras ciências, principalmente com a Neurociência, a Linguística e a
Informática, aumentando sua interdisciplinaridade e actuação em campos como a
Psicobiologia, a Psicofarmacologia, a Inteligência Artificial e a Psiconeurolinguística.
Outra característica bastante marcante da Psicologia é sua multiplicidade de enfoques,
correntes teóricas, paradigmas e metodologias específicas, que apresentam, muitas
vezes, grandes divergências entre si.

Actualmente a Psicologia é considerada uma ciência da área social ou humana que tem
como objecto de estudo a subjectividade humana, através dos processos mentais,
sentimentos, pensamentos, razão, inconsciente e o comportamento humano e animal.
Essa diversidade de objetos exige, também, abordagens e métodos de pesquisa
específicos, tanto quantitativos quanto qualitativos. Assim, a Psicologia é a ciência dos
fenómenos psíquicos e do comportamento. Entende-se por comportamento uma
estrutura vivencial interna que se manifesta na conduta.

2.1.1 Divisões da Psicologia segundo áreas de actuação do psicólogo

As divisões do trabalho psicológico se dão, em primeiro lugar, por sua abordagem


teórica (que apresentaremos na unidade III), assim como por suas áreas de actuação.
A Psicologia dos nossos dias trabalha com diversos conteúdos como: as bases
fisiológicas do comportamento; o desenvolvimento psicológico; a aprendizagem; a
percepção; a memória; a motivação; a emoção; a inteligência; a linguagem e o
pensamento; a personalidade; a psicopatologia; as influências sociais, consideradas
como fenómenos psicológicos, o que demanda formas de actuação bastante específicas
por parte do psicólogo.

De acordo com Davidoff (1980), podemos descrever as principais especialidades ou


áreas de actuação do psicólogo como:

• Psicólogo clínico – seu trabalho é o de avaliar e tratar de pacientes com problemas


psicológicos. Pode actuar como uma pessoa que promove o autoconhecimento ou a
ampliação da consciência de seus pacientes. O trabalho clínico implica na pesquisa,
num processo de acção / reflexão / acção;

• Psicólogo orientador – actua no aconselhamento de pacientes com problemas ligeiros


de ajustamento e promove o aperfeiçoamento nos meios educacionais e de trabalho.
Combina pesquisa, consulta e tratamento; • Psicólogo experimental – planeja e realiza
pesquisas em áreas específicas, tais como aprendizagem, sensação, motivação,
linguagem, stress, entre outras. Atuação geralmente ligada à abordagem
comportamental;

• Psicólogo escolar – actua junto a equipes multiprofissionais promovendo o


desenvolvimento intelectual, social e educacional de crianças nas escolas. Trabalha com
alunos e a escola, visando, entre outras questões, o ensino-aprendizagem. Estabelece
programas e consultas, efetua pesquisas, treina professores e faz análise crítica do
sistema educacional como um todo;

• Psicólogo do trabalho – desenvolve pesquisas e programas para aprimorar a


eficiência, a satisfação e a ética no trabalho. Visa a saúde mental do trabalhador e a
humanização da organização. Mais recentemente o foco deste profissional é,
principalmente, o ser humano dentro do contexto organizacional (relacionamentos
interpessoais, programas de desenvolvimento e planejamento de carreira);

• Psicólogo social – aplica a psicologia visando estabelecer uma ponte com as ciências
sociais. Trata de pessoas com problemas psicológicos no seio da comunidade. Promove
a ação comunitária e desenvolve programas para melhorar a saúde mental; Unidade 1 -
Psicologia: conceito, objeto, origem e divisões

• Psicometrista ou Psicodiagnosticador – desenvolve e avalia testes, planeja


pesquisas para estudar e compreender o comportamento e as funções mentais. Essas não
são as únicas áreas de atuação do psicólogo, mas foram aqui privilegiadas por serem as
mais comuns. Outras áreas de actuação estão aparecendo com o surgimento de novas
Psicologias: a do consumidor; a do desporto; a relacionada à propaganda; a do turismo;
a jurídica entre tantas outras. entre tantas outras.

2.2 Contextualização de Psicologia e Sua Pertinência

A psicologia moderna tratou de compilar factos/casos sobre o comportamento e a


experiência humana, organizando-os de forma sistemática e elaborando teorias para a
sua compreensão. Estes estudos permitem explicar o comportamento dos seres humanos
e inclusive anteceder as suas acções futuras.
Tendo ênfase na filosofia, a psicologia tem as suas origens remontando na Grécia
Antiga, entre os anos de 400 a 500 a.C, sendo que os avançados nessa área ocorreram
nos últimos 150 anos.

A Psicologia, como área da Ciência, vem se desenvolvendo na história desde 1875,


quando Wilhelm Wundt (1832-1926) criou o primeiro Laboratório de Experimentos em
Psicofisiologia, em Leipzig, na Alemanha. Esse marco histórico significou o
desligamento das ideias psicológicas de ideias abstractas e espiritualistas, que
defendiam a existência de uma alma nos homens, a qual seria a sede da vida psíquica. A
partir daí, a história da Psicologia é de fortalecimento de seu vínculo com os princípios
e métodos científicos. A ideia de um homem autónomo, capaz de se responsabilizar
pelo seu próprio desenvolvimento e pela sua vida, também vai se fortalecendo a partir
desse momento. Hoje, a Psicologia ainda não consegue explicar muitas coisas sobre o
homem, pois é uma área da Ciência relativamente nova (com pouco mais de cem anos).
Além disso, sabe-se que a Ciência não esgotará o que há para se conhecer, pois a
realidade está em permanente movimento e novas perguntas surgem a cada dia, o
homem está em movimento e em transformação, colocando também novas perguntas
para a Psicologia. A invenção dos computadores, por exemplo, trouxe e trará mudanças
em nossas formas de pensamento, em nossa inteligência, e a Psicologia precisará
absorver essas transformações em seu quadro teórico. Alguns dos "desconhecimentos"
da Psicologia têm levado os psicólogos a buscarem respostas em outros campos do
saber humano. Com isso, algumas práticas não-psicológicas têm sido associadas às
práticas psicológicas. O tarô, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras
práticas adivinhatórias e/ou místicas, têm sido associadas ao fazer e ao saber
psicológico. Estas não são práticas da Psicologia. São outras formas de saber - de saber
sobre o humano -que não podem ser confundidas com a Psicologia, pois: não são
construídas no campo da Ciência, a partir do método e dos princípios científicos; estão
em oposição aos princípios da Psicologia, que vê não só o homem como ser autónomo,
que se desenvolve e se constitui a partir de sua relação com o mundo social e cultural,
mas também o homem sem destino pronto, que constrói seu futuro ao agir sobre o
mundo. As práticas místicas tem pressupostos opostos, pois nelas há a concepção de
destino, da existência de forças que não estão no campo do humano e do mundo
material.
2.3 Fenómenos Psicológicos: Motivação e Emoções e Personalidade

2.3.1 Conceito de fenómeno Psicológico

2.3.1.1Conceito de motivação
A palavra motivação é derivada do verbo movere, em latim, que, em português,
significa “mover-se”. De uma maneira simplificada, poderíamos descrevê-la como um
impulso que leva uma pessoa a agir e a se engajar em direcção a determinado objectivo,
Bzunec (2004) . No entanto, compreender a motivação humana se torna uma tarefa
complexa, uma vez que faz-se necessário que busquemos entender as causas e
funcionamento desse impulso ou força no comportamento das pessoas. Brown (2007)
caracteriza a motivação como uma variável afectiva que pode ser interpretada com base
em três diferentes correntes de pensamento: o behaviorismo, o cognitivismo e o
construtivismo. Em uma visão behaviorista, a motivação é traduzida como a
antecipação da recompensa. Em outras palavras, agimos guiados por experiências
prévias e impulsionados a adquirir reforço positivo. Nesse sentido, a nossa motivação
para desempenhar acções é influenciada por forças externas: “pais, professores, colegas,
requisitos educacionais, especificações de trabalho e assim por diante”. Por um viés
cognitivo, as características motivacionais de um indivíduo são delineadas pelas
decisões que ele toma. Recorrendo a Ausubel (1968), e Brown (2007) apresenta seis
necessidades que sustentam essas decisões:
(i) a necessidade de explorar o desconhecido;
(ii) a necessidade de manipulação, ou seja, de agir e causar mudança no ambiente;
(iii) a necessidade de mover-se física e mentalmente;
(iv) a necessidade de ser estimulado por outras pessoas, pensamentos, sentimentos e
pelo contexto;
(iv) a necessidade de conhecimento – a partir da acção, estímulo e exploração, ser
capaz de apresentar soluções para determinados problemas; e, por último,
(v) a necessidade de fortalecimento do ego – sentir-se reconhecido, aprovado e
aceito por outras pessoas.

Já por meio de uma postura construtivista, a ênfase da motivação encontra-se tanto no


contexto social, quanto em escolhas individuais, como defendido por Williams e
Burden (1997). Assume-se, dessa maneira, que cada indivíduo é motivado de forma
distinta e age, de um jeito único, no ambiente onde está inserido. Contudo, as acções
específicas de cada pessoa ocorrem sempre de acordo com um contexto cultural e
social, não podendo ser dissociadas dele. Em suma, segundo o construtivismo, a nossa
motivação é influenciada pelas nossas interacções com o outro e pela nossa
autodeterminação. Com base nos pressupostos apresentados, percebemos as várias
interpretações que a motivação pode envolver. Dörnyei e Ushioda (2011) ressaltam
que, quando se trata de investiga-la, é impossível encontrar, até o momento, uma teoria
que consiga integrar todos os possíveis motivos por trás do comportamento das
pessoas. De acordo com os autores, esse seria um desejo utópico, irrealista. A
motivação, para Dörnyei e Ushioda (2011), pode ser metaforicamente ilustrada pela
Parábola dos Cegos e o Elefante1 . Na fábula indiana, um grupo de cegos é colocado
para tocar um elefante e explicar como é o animal. No entanto, cada uma das pessoas
toca uma parte diferente (barriga, orelha, perna, tromba, cauda) e cria representações
mentais específicas e distintas, o que faz com que não haja apenas uma única descrição
do elefante. De maneira similar, os estudos acerca da motivação têm oferecido uma
gama de teorias, visando compreender o construto nas mais variadas situações. Assim,
cabe ao pesquisador seleccionar especificamente o foco o qual deseja estudar.

2.3.1.1.1A abordagem sociopsicológica

De acordo com Dörnyei e Ryan (2015), as primeiras investigações a respeito da


motivação na aprendizagem de LE iniciaram-se no Canadá por um grupo de psicólogos
sociais, liderados por Gardner e Lambert. A partir disso, a perspectiva denominada
Gardneriana dominou por muito tempo os estudos sobre motivação dentro da LA,
tornando-se conhecida como a abordagem sociopsicológica. Essa abordagem surge a
partir do contexto social canadense, caracterizado pela coexistência de duas
comunidades linguísticas: a anglófona e a francófona. Inicialmente, Gardner e Lambert
(1959) realizaram uma investigação com alunos do ensino médio, residentes na cidade
de Montreal, Canadá, que falavam o inglês como língua materna e estudavam francês
como L2. O objetivo do estudo foi analisar a inter-relação entre os seguintes fatores:
aptidão linguística, desempenho verbal, intensidade de motivação para o aprendizado do
francês .

Os resultados da pesquisa, de maneira resumida, levaram à classificação da motivação


como: integrativa e instrumental. Segundo Gardner e Lambert (1959), o primeiro tipo
referese à motivação que se manifesta a partir do desejo de interação com uma outra
comunidade linguística. Já a segunda foi caracterizada de acordo com os benefícios que
a proficiência em uma L2 pode trazer em termos profissionais, como trabalho e salários.
Em outras palavras, Dörnyei e Ryan (2015) pontuam que surge, então, a interpretação
da motivação integrativa ligada a uma dimensão interpessoal/afetiva, enquanto a
motivação instrumental é associada a uma dimensão prática/utilitária. Brown (1994)
acrescenta que os dois tipos não são necessariamente excludentes, podendo ocorrer
concomitantemente.

2.3.1.1.2 A abordagem cognitiva

Embora os estudos de Gardner tenham sido fundamentais para o cenário de pesquisa da


motivação em aprendizagem de línguas, o início da década de 90 foi marcado pela
necessidade de expansão das investigações motivacionais em LE, reforçando o advento
de novas teorias. De acordo com Dörnyei e Ryan (2015), tal necessidade se pautou em
duas razões:

(i) o desejo de seguir os avanços da psicologia motivacional da época e (ii) o


interesse em estudar a motivação em L2 a partir de uma micro perspectiva. No
que concerne à primeira razão, iniciando-se na década de 80 e ainda presente na
década de 90, ocorreu na psicologia motivacional o que pode ser caracterizado
de revolução cognitiva (DÖRNYEI e RYAN, 2015). Assim, na compreensão da
motivação na aprendizagem de L2, pesquisadores como Rigby et. al. (1992),
Brown (1994), Pintrich e Schunk (1996) optaram por incorporar noções de
natureza predominantemente cognitiva em seus trabalhos. Dessa forma, era
argumentado que as percepções acerca de habilidades, potencial, limitações,
objectivos, desempenho passado, entre outros, era crucial para que um
indivíduo. No que diz respeito à segunda razão, a teoria proposta por Gardner e
seus colegas abordava a motivação a partir de uma macro perspectiva, ou seja,
contextos marcados por comunidades inteiras, como ilustrado pelos estudos
conduzidos no Canadá. Em consequência disso, havia carência no entendimento
da disposição motivacional de indivíduos em contextos específicos de
aprendizagem de LE como, por exemplo, a sala de aula. Assim, seria importante
passar de uma macro para uma micro perspectiva da motivação, na qual fatores
como o professor e o grupo de alunos também pudessem ser considerados como
influências motivacionais para aprender uma outra língua Ribas (2008).

2.3.1.1.3 A abordagem orientada para o processo

As pesquisas da abordagem cognitiva, principalmente com foco na aprendizagem de LE


em micro contextos, indicaram a necessidade de estudar a motivação com base em sua
dinamicidade e em sua variação temporal. Assim, o inicio do século XXI foi marcado
por estudos que ilustraram a motivação do aprendiz como um construto flutuante e
processual. Levantando questões acerca desse tema, ainda no fim dos anos 90, Williams
e Burden (1997, p. 23-4) salientam que “a motivação envolve mais do que o simples
despertar de interesse; também envolve a tomada de decisão para agir, a sustentação do
interesse, o esforço e a persistência. […] Tudo isso é influenciado pelo contexto e pela
situação, e será pessoal para o indivíduo.”
De acordo com os autores, a motivação não pode ser associada apenas à razão para
desempenhar determinada actividade, mas também ao processo de execução da tarefa,
desde o início de sua execução até o alcance da meta. Para a pessoa que cumpre todo o
processo, a motivação se mostra presente na sustentação de seus objectivos relacionados
ao esforço e persistência empregados. Durante esse período, factores internos e externos
influenciam a força motivacional do sujeito, de maneira pessoal, isto é, a motivação
pode variar de indivíduo para indivíduo. Dialogando com as concepções de Williams e
Burden (1997), conceitua a motivação como: [...] o estado de alerta cumulativo
dinamicamente mutante em um indivíduo que começa, direcciona, coordena, amplifica,
termina e avalia os processos cognitivos e motores por meio dos quais vontades e
desejos iniciais são seleccionados, priorizados, operacionalizados e desempenhados
(com ou sem sucesso). Com base nesse excerto, percebemos que o autor descreve a
motivação de uma maneira processual, com base em uma sequência de acções,
traduzida pelos seguintes verbos: “começar, direccionar, coordenar, amplificar, terminar
e avaliar” processos cognitivos e motores. Dessa forma, haveria, então, o trabalho
progressivo desempenhado pelo indivíduo, que, ao fim da actividade, avaliaria se obteve
ou não sucesso. No que diz respeito à aprendizagem em sala de aula, Dörnyei (2005, p.
83) enfatiza que a abordagem orientada para o processo seria útil para explicar “os altos
e baixos diários da motivação para aprender, ou seja, as mudanças contínuas de
motivação ao longo do tempo.”11 Em vistas a isso e a reflexões prévias considerando o
construto motivacional como não-estático, Dörnyei e Ottó (1998) propuseram um
modelo capaz de abordar a motivação dos aprendizes a partir de uma perspectiva
temporal, que incluísse desde os desejos iniciais até a finalização da actividade e sua
avaliação retrospectiva. O modelo proposto aborda o processo de motivação do aprendiz
ao longo de uma série de eventos. Nele, há duas principais dimensões: sequência de
ações e influências motivacionais. A primeira dimensão corresponde ao processo
comportamental do indivíduo, no qual desejos, vontades e esperanças iniciais são
transformados, primeiramente, em objetivos e, posteriormente, em intenções.
Consequentemente, inicia-se ou não ao alcance dos objectivos, após os quais é realizada
uma avaliação final de todo o processo. A segunda dimensão aborda fontes de energia e
forças motivacionais, que servem de fundamento e combustível para o processo
comportamental. Baseados na Teoria do Controle da Ação, de Heckhausen e Kuhl
(1985), Dörnyei e Ottó (1998) organizaram o processo de motivação em três fases: pré-
acional, acional e pós-acional.
2.4 As Fases do Desenvolvimento Psicossexual

De acordo com Freud, as crianças passam por cinco fases de desenvolvimento:

I – A fase oral (0 – 1 ano) Desde o nascimento, Freud afirma que a primeira fase de
desenvolvimento de uma criança se concentra na região oral. Tendo como exemplo
principal foco a amamentação da mãe, a criança obtém prazer no momento da sucção e
sente satisfação com a nutrição proporcionada pelo ato. Caso a amamentação fosse
interrompida precocemente, o autor afirmava que a criança teria atitudes suspeitas, não
confiáveis ou sarcásticas, enquanto aquela que for constantemente amamentada terá
uma personalidade confiante e ingênua. Com duração de um ano a um ano e meio, a
fase oral termina com na época do desmame.

II – A fase anal (1 – 3 anos) Após receber orientações sobre higiene íntima, a criança
desenvolve uma obsessão para com a região anal e o ato de brincar com as próprias
fezes. Freud afirmava que a criança vê esta fase como uma forma de se orgulhar das
suas "criações", o que levaria à personalidade "anal expulsiva". A criança poderia
também propositadamente reter seu sistema digestivo como forma de confrontar os pais,
o que levaria à personalidade "anal retentiva". Esta fase tem duração de um a dois anos.

III – A fase fálica (3 – 5 anos) De acordo com o psicanalista, a fase fálica é a mais
crucial para o desenvolvimento sexual na vida de uma criança. Ela se concentra nos
órgãos genitais - ou a falta deles, se a criança for do sexo feminino - e os complexos de
Édipo ou Electra surgiriam. Para um homem, a energia sexual é canalizada no amor por
sua mãe, levando a sentimentos de inveja (às vezes violentos) contra o pai. Geralmente,
no entanto, o menino aprenderá a se identificar com o pai, em termos de órgãos genitais
correspondentes, reprimindo assim o complexo de Édipo. Por outro lado, o complexo de
Electra, embora Freud não tenha 4 sido tão claro assim, principalmente diz respeito ao
mesmo fenômeno, porém invertido, para as meninas. Esta fase dura de três a quatro
anos.

IV – O período de latência (5 anos – puberdade) Freud dizia que o período de latência


no desenvolvimento da criança não é um período psicossexual, mas sim uma fase de
desejos inconscientes reprimidos. Neste período, a criança já superou o complexo da
fase fálica e, embora desejos e impulsos sexuais possam ainda existir, eles são expressos
de forma assexuada em atividades como amizades, estudos ou esportes, até o começo da
puberdade.

V- A fase genital (puberdade e vida adulta) Segundo Freud, na fase genital, a criança
mais uma vez volta a sua energia sexual para seus órgãos genitais e, portanto, em
direcção às relações amorosas. Ele diz que esta é a primeira vez que uma criança quer
agir de acordo com seu instinto de procriar. Os conflitos internos típicos das fases
anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura
do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta. Neste momento, meninos e
meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a
buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.

2.5 Os Mecanismos Cerebrais do Comportamento: A fisiologia das emoções e


Adaptação

2.5.1 Classificação das emoções

A emoção é uma experiência subjetiva acompanhada de manifestações fisiológicas e


comportamentais que são perceptíveis, permitindo assim que essa experiência
emocional seja analisada. É possível realizar o registro da atividade cerebral, durante as
emoções, por meio de imagem ou de traçados eletro ou magnetofisiológicos. No caso
dos seres humanos, ainda há a possibilidade de se fazer descrições subjetivas dessas
emoções. Em relação ao tipo de comportamento estimulado, as emoções podem ser
divididas em positivas, ao provocar comportamentos passíveis de repetição, ou
negativas, quando vinculados a elas estão os comportamentos com o intuito de eliminar
o estímulo desencadeador (HARRIS, 1996). Damasio (2004) separa as emoções em três
grupos: emoções primárias, secundárias e emoções de fundo. Essa classificação se
relaciona ao fato de serem inatas ou não. 2.1 Emoções positivas e negativas Harris
(1996) afirma que as emoções podem ser simples quando projetam expressões faciais
facilmente reconhecíveis, como na raiva, medo, alegria e tristeza. Ou podem ser
complexas quando não teriam uma figura facial muito óbvia, como culpa, orgulho e
vergonha. E tanto as emoções simples como as complexas podem ser do tipo positiva ou
negativa. As emoções positivas são aquelas que possuem em comum um estímulo
positivo e prazeroso, o qual resulta na motivação por prolongar a experiência
emocional. O reforço positivo, associado a essas emoções, é conhecido como
recompensa. Fazem parte desse tipo de emoções a alegria, o amor, o encantamento, a
amizade, o alívio. Em contrapartida, as emoções negativas são deflagradas por um
estímulo negativo e desagradável que provoca um comportamento aversivo, a fim de
eliminar esse estímulo. Fazem parte do repertório dessas emoções a raiva, o medo, a
ansiedade e a tristeza. No campo da neurobiologia, atualmente, existem.

Conclusão
Referência bibliográfica

Almeida, a. R. S. Emoção na sala de aula (a). São paulo: papirus editora, 1999. Citado 4
vezes nas páginas 18, 53, 59 e 69.

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www.google.com/ O presente trabalho aborda sobre a Pertinência da Psicologia no


Estudo da Motivação e Emoções e Personalidade dos Alunos: acessado em 12 de
Outubro de 2022.

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