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Vice-Reitoria Acadêmica

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

PSICOLOGIA COMO CAMPO TEÓRICO DA EDUCAÇÃO

Estudante: Rosalina da Zaina Loio Lopes Código: 96230310

Lichinga, Maio de 2023


Vice-Reitoria Acadêmica

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

PSICOLOGIA COMO CAMPO TEÓRICO DA EDUCAÇÃO

Trabalho de Campo da Disciplina de Psicologia de


Educação a ser submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Biologia da UnISCED 1º Ano.
Soborientação dos tutores: Tutores: Mestre. Edna
Guilase; Mestre. Odília de Lurde.

Estudante: Rosalina da Zaina Loio Lopes Código: 96230310

Lichinga, Maio de 2023

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Índice
1.Introdução ................................................................................................................................ 3

1.1.2.Geral .................................................................................................................................. 3

1.1.3.Específicos ......................................................................................................................... 3

1.2.Metodologias ........................................................................................................................ 3

2. Psicologia como Campo Teórico da Educação ...................................................................... 4

2.1. Evolução histórica da Psicologia ......................................................................................... 4

2.2. Características e Classificação da Psicologia ...................................................................... 5

2.2.1. Relação entre a Psicologia e a Educação .......................................................................... 6

2.3. Os métodos usados na investigação psicológica. ................................................................ 7

3. Processos de Desenvolvimento Humano................................................................................ 9

3.1. Factores do Desenvolvimento Humano............................................................................... 9

4. Teorias da Psicologia e da Educação .................................................................................... 11

5. Conclusão ............................................................................................................................. 15

6. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 16

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1.Introdução
O trabalho é de carácter avaliativo, referente a disciplina de Psicologia de Educação, e visa
abordar sobre Psicologia como campo teórico da educação. No entanto, importa salientar que
antes de começar a falar da Psicologia, como qualquer outra disciplina, é importante definir o
seu campo de estudo, descrever os procedimentos usados na investigação psicológica, é
importante também discutir a importância da Psicologia na vida. A Psicologia enquanto ciência
do mundo interno ou como estudo da alma, é superada por uma Psicologia que estuda o
comportamento integral do homem. Defendemos a Psicologia como forma de compromisso
social a favor de todas as camadas sociais. É importante enfatizar a contribuição da Psicologia
da Educação na luta pela consolidação de políticas públicas voltadas à Educação para todos,
respaldada nos princípios do compromisso social, dos Direitos Humanos e do respeito à
diversidade, a fim de compreender a complexidade do sistema educacional atual, buscando uma
educação de caráter universal.

1.1.Objectivos

1.1.2.Geral
 Falar da Psicologia como campo teórico da educação.

1.1.3.Específicos
 Compreender a história evolutiva, características e classificação da psicologia e sua
relação com a educação;
 Descrever o processo de desenvolvimento humano;
 Apresentar as teorias da psicologia e da educação.

1.2.Metodologias
A realização do trabalho foi possível com o auxílio de diversas obras de autores que abordam
assuntos relacionados com o Tema, sites e documentos em formato PDF, detalhados nas
Referências Bibliográficas.

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2. PSICOLOGIA COMO CAMPO TEÓRICO DA EDUCAÇÃO
 Conceitos da Psicologia como Ciência

Conforme Piaget e Inhelder (1978, p. 135), “a Psicologia é a ciência que estuda o


comportamento e os processos mentais dos indivíduos (psiquismo). Segundo o psicólogo
Austriaco H. Rohracher, Psicologia “ é a ciência que investiga os processos e estudos
conscientes, assim como as suas origens e efeitos”. Esta definição inicia bem a dificuldade de
abranger em um só conceito todos os fenómenos psíquicos”.

Segundo o psicólogo Austriaco H. Rohracher, Psicologia “ é a ciência que investiga os processos


e estudos conscientes, assim como as suas origens e efeitos”. Esta definição inicia bem a dificuldade de
abranger em um conceito todos os fenómenos psíquicos.

Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método
científico as quais regem as outras ciências: ela procura um conhecimento objectivo, baseado
em factos empíricos. Pelo seu objecto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre
as ciências socias, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e
áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde.

 Comportamento é a actividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos


na sua busca de adaptação ao meio em que vivem.
 Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que,
mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção ao contrário, por
exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto.
 Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona pensar, planear,
tirar conclusões, fantasiar e sonhar. O comportamento humano não pode ser
compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, já que eles são a sua
base.

2.1. Evolução histórica da Psicologia


A evolução histórica No meio científico diz-se que a Psicologia é uma ciência com um
longo passado, mas com uma história curta. Esta afirmação faz sentido quando consideramos
dois grandes momentos na sua história: o momento filosófico-especulativo e o científico. O
primeiro tem sua origem no pensamento grego e se estende até o final do século XIX ou
princípio do XX, período considerado como marco do surgimento da Psicologia Científica, o
segundo momento.

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A Psicologia, como um processo histórico de constituição do próprio espaço
psicológico, espaço em que puderam ser formulados os projectos de saberes e actividades a
serviço do avanço científico, artístico, literário, vislumbrando um movimento de abertura de
novos e infinitos espaços e perspectivas para a existência do homem, causou um avanço da
consciência reflexiva dos indivíduos, tornando-os sujeitos na vida social.

De acordo com Piaget e Inhelder (1978, p. 135), “Sustentar-se-á até que os factores dinâmicos
fornecem a chave de todo desenvolvimento mental, e são afinal de contas, as necessidades de
crescer, afirmar-se, amar e ser valorizado que constituem os motores da própria inteligência,
tanto quanto das condutas em sua totalidade e em sua crescente complexidade”.

Segundo Gatti (1997), “A preocupação humana a respeito de sua subjetividade é muito antiga,
isto determinou que o pensamento psicológico fosse construído na medida em que o homem
construiu a si e o mundo que o rodeava. Desta maneira, entendemos que o homem é o
personagem central no processo de criação de ideias e, dentre essas, as ideias psicológicas”.

A origem da Psicologia, considerada inicialmente como parte da Filosofia, ou Filosofia Mental,


pode ser localizada no quarto e quinto séculos A.C. com os filósofos gregos Sócrates, Platão e
Aristóteles, que levantaram questionamentos e reflexões sobre o funcionamento da mente.

2.2. Características e Classificação da Psicologia


Para Piaget e Inhelder (1978, p. 135), “Psicologia é a área da ciência que estuda a mente e o
comportamento humano e as suas interações com o ambiente físico e social. A palavra provém
dos termos gregos psico (alma) e logía (estudo). O objectivo da psicologia é diagnosticar,
compreender, explicar e orientar a mudança de comportamentos humanos”.

As características psicológicas são pilares que ajudam a determinar e moldar a nossa


personalidade. Com isso, a gente define o nosso padrão de pensamento, sentimentos e gestos
que definem a cada um de nós. Em outras palavras, são nossas características que colaboram à
construção de nossa individualidade.

Mesmo com a passagem do tempo isso permanece estável, embora possa apresentar
variações em nuances. Isso acontece graças ao ambiente social e cultural ao qual estamos
inseridos e nos influencia. Como exemplo dessas características, nesse caso, citamos a
adaptabilidade ao meio e atenção aos seus elementos.

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2.2.1. Relação entre a Psicologia e a Educação
Para entender as relações entre a Psicologia e a Educação se faz necessário pensar a construção
histórica desses campos de saber. Uma Psicologia da Educação só se faz possível se
entendermos a evolução da Psicologia como ciência e a construção do pensamento educativo
ao longo dos tempos, apresentando e discutindo criticamente as principais correntes de
pensamento e as contribuições teóricas dos autores que se dedicaram a esse estudo.

A Psicologia da Educação contribui para que a escola ou instituição educacional seja um espaço
democrático de acesso ao saber historicamente e sócio-culturalmente constituído e da produção
de novos saberes com sabores de prazer, de alegria, de leveza, de desejo de conhecer e de paixão
pela vida.

Para Gatti (1997), “o domínio da Psicologia sobre a Educação remonta ao início do século XX
e deixou evidências de que a Psicologia, desde seu surgimento, foi configurando-se como
principal sustentáculo teórico para as práticas educativas”.

 Relação da Psicologia com outras Ciências

A Psicologia interage com outras ciências tais como: a Medicina, a Biologia, a Filosofia, a
Genética, a Antropologia, a Sociologia, além da Pedagogia. Estes ramos do conhecimento estão
imbricados uns nos outros de tal forma que, muitas vezes, é difícil saber em que domínio se
está atuando.

Tanto o médico como o psicólogo tem interesse em entender o efeito de drogas, doenças
ou carências alimentares sobre o crescimento e o desenvolvimento, bem com as alterações que
provocam, do ponto de vista físico e psicológico, em todo o ser humano. Neste sentido, a
Psicologia pode buscar dados e informações na Medicina e vice-versa.

A Psicologia da Educação é uma ciência interdisciplinar e transdisciplinar. Da Biologia,


a Psicologia recolhe subsídios para compreender aspectos particulares das diversas formas de
vida: vegetal, animal e humana. O interesse está em conhecer as modalidades de adaptação que
lhes permitem a sobrevivência.

Desta forma, será possível, entre outras coisas, assegurar o conhecimento das diferenças
entre a ação caracterizada por reflexos ou por instintos (que são específicos, da espécie,
biologicamente herdados e até certo ponto invariáveis, embora sejam poucos) daquelas que
demonstram inteligência, ou seja, intencionalidade. Outros comportamentos como os que

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ocorrem na deficiência mental (e que são, ao menos parcialmente, hereditários) podem ser
melhor compreendidos com o auxílio da Genética.

A Fisiologia proporciona o entendimento da relação entre o comportamento de jovens


e velhos e as alterações físicas e psicológicas que marcam a entrada na adolescência e na
velhice, em grande parte, determinados pela atividade das glândulas endócrinas e pela
bioquímica do sistema sanguíneo. Os sentimentos, a maneira de perceber o real e a significação
que se dá a um ou outro evento, parecem variar dependendo do grupo étnico, religiosos ou
sócio-econômicos do qual se faz parte.

Daí que os dados da Antropologia e da Sociologia são indispensáveis para o estudo da


personalidade e do desenvolvimento das características sociais. Ao se dedicar ao estudo de
tantos e diferentes aspectos, a Psicologia acaba por desenvolver campos de investigação mais
específicos e delimitados. Importam, para a educação, os conhecimentos advindos da
Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem fundamentais no processo de formação de
professores.

A Psicologia da Educação foi construída com a finalidade de fornecer subsídios teóricos


para a prática de ensinar e aprender, de forma a torná-las mais eficazes. De forma geral,
podemos entender a aprendizagem como um processo mental de adquirir, reter e utilizar
conhecimentos, aptidões, hábitos, virtudes, atitudes, valores e idéias, sendo assim entende-se
qual é a relação entre psicologia e educação.

As estratégias de ensino, a relação professor-aluno, a divisão curricular, as etapas de ensino,


são objecto de estudo da Pedagogia, mas decorrem dos estudos da Psicologia do
desenvolvimento e da aprendizagem humana (Lucion, 2009).

Para Cosmo (2006), compreender a influência da Psicologia na Educação passa


necessariamente pelo conhecimento histórico da relação que envolveu essas duas áreas do
conhecimento. A busca por esse conhecimento demanda, portanto, a elaboração de um breve
resgate histórico identificando como essa relação foi sendo constituída.

2.3. Os métodos usados na investigação psicológica.


Tal como todas as outras áreas científicas, a Psicologia firmou-se como ciência quanto elaborou
seus próprios caminhos de investigação. Normalmente, a construção do conhecimento
científico parte de um método que se caracteriza por formular hipóteses, teorias e organizar

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observações. Essas hipóteses são testadas para confirmar ou refinar a teoria sugerindo
aplicações práticas.

Como toda a ciência, o fim da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controlo do


desenvolvimento do seu objecto de estudo. Como os processos mentais não podem ser
observados mas apenas inferidos, torna-se o comportamento o alvo principal dessa descrição,
explicação e previsão (mesmo as novas técnicas visuais da neurociência que permitem
visualizar o funcionamento do cérebro não permitem a visualização dos processos mentais, mas
somente de seus correlatos fisiológicos, ou seja, daquilo que acontece no organismo enquanto
os processos mentais se desenrolam).

Descrever o comportamento de um indivíduo significa, em primeiro lugar, o


desenvolvimento de métodos de observação e análise que sejam o mais possível objectivos e
em seguida a utilização desses métodos para o levantamento de dados fiáveis. A observação e
a análise do comportamento podem ocorrer em diferentes níveis desde complexos padrões de
comportamento, como a personalidade, até a simples reacção de uma pessoa a um sinal sonoro
ou visual.

A introspecção é uma forma especial de observação. A partir daquilo que foi observado
o psicólogo procura explicar, esclarecer o comportamento. A psicologia parte do princípio de
que o comportamento se origina de uma série de factores distintos: variáveis orgânicas
(disposição genética, metabolismo, etc.), disposicionais (temperamento, inteligência,
motivação, etc.) e situacionais (influências do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a
pessoa faz parte, etc.).

As previsões em psicologia procuram expressar, com base nas explicações disponíveis,


a pr obabilidade com que um determinado tipo de comportamento ocorrerá ou não. Com
base na capacidade dessas explicações de prever o comportamento futuro se determina a
também a sua validade.

Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenciá-lo, com base no


conhecimento adquirido. Essa é parte mais prática da psicologia, que se expressa, entre outras
áreas, na Psicoterapia.

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3. Processos de Desenvolvimento Humano
O desenvolvimento humano é um processo de construção contínua que se estende ao longo da
vida dos indivíduos, sendo fruto de uma organização complexa e hierarquizada que envolve
desde os componentes intra-orgânicos até as relações sociais e a agência humana.

O desenvolvimento humano é um processo de construção contínua que se estende ao longo da


vida dos indivíduos, sendo fruto de uma organização complexa e hierarquizada que envolve
desde os componentes intra-orgânicos até as relações sociais e a agência humana. Até meados
do século XX, embora diferentes áreas do saber estabelecessem parâmetros e critérios para
estudar o desenvolvimento humano, não havia articulação entre estes saberes, resultando em
pesquisas antagônicas e contraditórias (van Geert, 2003).

Se, por um lado, as abordagens do desenvolvimento, protagonizadas pela filosofia,


afirmavam ser o desenvolvimento uma ilusão; por outro, os processos de mudança na linha do
tempo eram objeto de estudo das ciências naturais, que os viam como algo real e natural,
decorrentes dos processos evolutivos da espécie.

3.1. Factores do Desenvolvimento Humano


Segundo Papalia e Feldman (2013) “Os três domínios do desenvolvimento humano sofrem, ao
longo de toda vida, influência de faCtores hereditários, ou que trazemos desde a concepção
como marca biológica. Mas também, sofrem influência do ambiente, da nossa interação e
experiência com o mundo que nos cerca, de fatores sociais, econômicos, culturais. Quanto mais
adequadas forem estas circunstâncias, melhores serão as chances de um ótimo
desenvolvimento”.

Segundo Davidoff (2001, p. 417) “a maturação do indivíduo, este conjunto de padrões de


comportamento que dependem fundamentalmente do crescimento do corpo e do sistema
nervoso” pode ser influenciado por três factores:

a) Universais. Estes são eventos comuns ao desenvolvimento de uma determinada espécie.


Há ocorrência de situações semelhantes entre os indivíduos da espécie humana em todas
as partes do mundo, que ocorrem obedecendo a mesma ordem. Por isso, todos os bebés,
independentemente das circunstâncias, gatinham antes de ficarem de pé e andarem. Isso
permite determinar o que é ‘normal’ ou ‘anormal’ em cada idade. Por exemplo, que seria
‘anormal’, em qualquer parte do universo, uma criança andar sem que antes gatinhar.

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b) Individuais. Mesmo admitindo-se que são percorridas as mesmas etapas no
desenvolvimento humano (etapas universais), os indivíduos crescem, cada um a sua
velocidade, que pode ser determinada pela hereditariedade, que actua com mais ênfase
nos primeiros anos da vida.
c) Ambientais. As experiências propiciadas pelo contexto em que o indivíduo se insere,
influem na sua maturação, no desenvolvimento das habilidades motoras, psíquicas e
afectivas. Em parte, os indivíduos são uma invenção das sociedades em que vivem, de
onde absorvem experiências sociais, económicas e culturais a partir de processos
educativos, formais, informais ou não formais.

3.2. Princípios de desenvolvimento humano

No que concerne aos princípios gerais de desenvolvimento humano, destacam-se os seguintes:

i. O crescimento e as mudanças no comportamento são ordenados e ocorrem em


sequências variáveis. Deste modo, ao interpretar e explicar o processo de
desenvolvimento humano, é preciso considerá-lo como um processo ordenado e
sequenciado, partindo do mais simples ao mais complexo. Por exemplo:

a) A criança pode começar por gatinhar e, a seguir, é que aprende a andar;


b) Na aprendizagem da escrita a criança começa por fazer garatuchos e, depois, as letras
e/ou desenhos legíveis.

ii. O desenvolvimento é padronizado e contínuo, mas nem sempre uniforme e gradual.


Quer dizer, salienta-se a necessidade de olhar para o desenvolvimento humano nas
características específicas de cada etapa (estágio); e que as manifestações específicas
são integradas, mas, nem sempre sucedem da mesma forma, havendo momentos em que
o processo do desenvolvimento é normal e outros em que é acelerado ou retardado.

Na base destes princípios, vale a pena lembrar que o professor habilidoso deve observá- -lo no
seu ensino. Nesse sentido, a partir do primeiro princípio o professor deve, por exemplo,
ter competências adequadas para, na progressão das aprendizagens dos alunos, partir do
simples para o complexo, do conhecido para o desconhecido, bem como do que se designa de
nível inicial, do nível das capacidades actuais para o nível do desenvolvimento próximo.

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4. Teorias da Psicologia e da Educação
Existem diferentes teorias e modelos que se enquadram na psicologia da educação. Vamos falar
sobre os mais relevantes.

a) Modelos comportamentais

Dentre os modelos comportamentais, os primeiros a surgir nesta disciplina, encontramos: o


modelo de condicionamento clássico de Watson, o modelo de condicionamento instrumental
de Thorndike e o modelo de condicionamento operante de Skinner.

b) O modelo de condicionamento clássico de Watson

O famoso condicionamento clássico de John B. Watson. Watson (1878-1958), a partir do


trabalho de Pavlov (1849-1936), verificou como se estabelecem as ligações entre os estímulos
e respostas reflexas, inicialmente independentes entre si. De acordo com o seu modelo, também
se observam efeitos de generalização a outros estímulos neutros semelhantes ao estímulo
condicionado.

c) Modelo de condicionamento instrumental de Thorndike

De acordo com Thorndike, a aprendizagem surge como resultado da prática e do exercício


repetidos em inúmeras situações de emparelhamento de E-R (estímulo-resposta). Assim, a
aprendizagem complexa é o resultado final de uma longa história de pequenas conexões por
suas consequências.

d) Modelo de Skinner: condicionamento operante

O modelo de Skinner (1904-1990) estabelece que a aprendizagem ocorre em função de suas


consequências. Skinner, juntamente com seus colaboradores de Harvard, aplicou os princípios
básicos da Análise Experimental do Comportamento e sugeriu uma série de estratégias
educacionais relacionadas às técnicas de modificação do comportamento. Dentre elas,
destacam-se as seguintes:

 Modelagem.
 Atenuação.
 Encadeamento.
 Sistema de economia de fichas.
 Autorregulação ou autocontrole.
e) Modelos cognitivos
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Dentre os modelos cognitivos da psicologia da educação, encontramos: a teoria social cognitiva
de Bandura, os modelos de processamento da informação e a teoria da aprendizagem
cumulativa de Gagné.

i. A teoria social cognitiva de Bandura

De acordo com o psicólogo canadense Albert Bandura (1925), o comportamento é controlado


pela pessoa por meio de processos cognitivos e pelo ambiente, através de situações sociais
externas. Bandura chamou essa visão de “determinismo recíproco”.

O psicólogo enfatizava que as pessoas não são “objetos carentes de poder controlados por forças
ambientais”, nem “agentes livres que podem se tornar qualquer coisa que quiserem”. Assim,
tanto a pessoa quanto o ambiente são determinantes recíprocos um do outro.

ii. Modelos de processamento das informações

Outro modelo da psicologia da educação é o modelo de processamento das informações (PI), a


abordagem com a qual surgiu a psicologia cognitiva na década de 1960. Esta abordagem se
caracteriza pelo estudo da mente, através da analogia entre a mente e um computador.

De acordo com Slobin (1985), a partir dessa abordagem, a mente é concebida como um sistema
que recebe, codifica, armazena e recupera informações.

 A teoria da aprendizagem cumulativa de Gagné

Finalmente, a teoria da aprendizagem cumulativa de Robert M. Gagné (1916-2002), também


conhecida como a teoria geral da instrução, tenta integrar os diferentes conhecimentos sobre a
aprendizagem que foram aportados a partir das diferentes teorias comportamentais.

f) Corrente comportamentalista

O Behaviorismo ou Comportamentalismo é uma corrente de pensamento que postula o


comportamento como objecto da Psicologia e estuda as interações entre as acções do indivíduo
e o ambiente. Este termo foi definido pelo psicólogo americano john watson (1878–1958) em
1913, o qual entendia que esta ciência deveria ser puramente objectiva, mensurável e
experimental, baseando-se nas ciências naturais, e que o comportamento deveria ser estudado
a partir de variáveis do meio.

As bases desta corrente de pensamento foram traçadas pelo cientista e renomado fisiologista
russo ivan pavlov, em 1904. Pavlov elaborou uma teoria da aprendizagem ao constatar, através

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de experimentos de laboratório com cães, que tudo que aprendemos deve ser explicado pelo
modo como os estímulos ambientais ou internos são dispostos para produzir respostas, modelo
que denominou condicionamento.

O autor entendia o psiquismo humano como um conjunto de associações ou conexões


entre estímulos e respostas. Os princípios de aprendizagem dessa teoria se basearam nas ideias
do empirismo, o qual sustenta que a fonte de todo conhecimento é a experiência sensorial e a
observação, levando em conta fatos realmente observados para sustentar as explicações da
natureza; e no determinismo, o qual estabelece que qualquer evento é resultado de um grupo de
determinadas condições e variáveis.

 Corrente humanista

A corrente de pensamento que trouxe contribuições para a Psicologia da Educação foi a


Psicologia Fenomenológica e Humanista, que tem como principal teórico carl rogers (1902 –
1987), psicopedagogo americano. Rogers desenvolveu conceitos na psicologia que acreditava
serem aplicáveis à educação.

Acreditava que é o cliente que administra sua própria terapia e quem tem a força
orientadora da relação terapêutica, caracterizando o que chamou de terapia centrada no cliente.
Seu objetivo era elevar os níveis de consciência e ajudar as pessoas a libertar o potencial de
criatividade, desenvolvimento e autorrealização.

 Teorias da Educação

O processo educacional envolve muitos conceitos, práticas e teorias diferentes. Essas teorias
baseiam estudos e regem algumas linhas de pensamento e conduta de muitos educadores. No
meio educacional, algumas teorias da educação podem ser muito diferentes umas das outras,
levando professores a caminhos diversos. Isso é super interessante, afinal, a educação deve ser
refletida e reavaliada a todo momento, sem padronizações muito engessadas.

a) Teoria do Construtivismo

Criada por Bruner em seu livro “The process of education” (O processo de educação), a teoria
do construtivismo é muito ligada ao desenvolvimento da criança. Nesta teoria o autor enfatiza
o processo da descoberta como foco da aprendizagem. Ou seja, neste caso, o aluno não é apenas
um espectador passivo, mas sim, possui uma participação ativa. Todo este processo acontece
por meio de desafios que impulsionam o interesse do aluno pela aprendizagem.

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b) Teoria da aprendizagem significativa

Esta teoria, criada por David Ausubel, acredita na aquisição e retenção de conhecimentos de
forma significativa para o indivíduo. Ou seja, o professor deve apresentar sentido na hora de
passar o conteúdo ao aluno. Dessa forma, o processo de aprendizagem se torna mais eficaz,
poupando tempo e otimizando recursos. Quando o aluno consegue ver sentido prático no que
está aprendendo, a memorização é inevitável.

c) Teoria do Construcionismo

Em seu livro “Mindstorms-Children, computers and powerful ideas” (Tempestades


mentais – crianças, computadores e ideias poderosas), Seymour Papert apontou a teoria do
construcionismo. Esta teoria é baseada em dois sentidos de construção do conhecimento. Dessa
forma, ele acredita que as pessoas aprendem enquanto constroem ativamente novos
conhecimentos. Ou seja, vale mais o processo de construção do que a aprendizagem pré
definida.

d) Pedagogia da autonomia

Paulo Freire, em seu livro “Pedagogy of the Opressed” (Pedagogia do Oprimido), explica a
pedagogia da liberdade e critica o ensino tradicional. Nesta teoria, o foco principal é que os
conhecimentos sejam compartilhados de forma mútua. Ou seja, professores e alunos aprendem
uns com os outros. O professor então, deixa de ser detentor e passa a ser mediador do
conhecimento, possibilitando que o aluno faça suas próprias análises e conclusões.

e) Teorias da educação Construtivista de Piaget

Jean Piaget, aborda a teoria construtivista em seu livro “The Child ‘s Conception of the world”
(A concepção infantil do mundo). Esta teoria aborda bastante o conceito de estrutura cognitiva.
São exploradas quatro estruturas do cognitivo primário: sensomotor, pré operações, operações
concretas e operações formais. O papel do professor no desenvolvimento dessas estruturas é de
facilitador do conhecimento, dessa forma, a criança deve ter todo o suporte necessário para
experimentar e adquirir conhecimentos sem interferências externas.

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5. Conclusão
Chegado a este ponto, importa salientar que o diálogo entre a Psicologia e a Educação tem-se
resumido nos dias de hoje às queixas escolares sobre os “alunos-problema” e às dificuldades de
aprendizagem, o que faz com que profissionais da educação busquem de alguma forma o auxílio
de psicólogos ou lhes façam encaminhamentos, esperando algum tipo de solução. No meio
científico diz-se que a Psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma história
curta. Esta afirmação faz sentido quando consideramos dois grandes momentos na sua história:
o momento filosófico-especulativo e o científico. O primeiro tem sua origem no pensamento
grego e se estende até o final do século XIX ou princípio do XX, período considerado como
marco do surgimento da Psicologia Científica, o segundo momento.

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6. Referências Bibliográficas
Almeida, L. S. (1998). Teorias da inteligência. Porto, PT: Edições Jornal de Psicologia.

Brunner, J. (1970). Uma nova teoria da aprendizagem. Petrópolis: Vozes.

Davidoff, L. (1993). Introdução à Psicologia. São Paulo: McGraw-Hill.

Lajonguière, L. De. De Piaget a Freud: (1992). A (psico) pedagogia entre o conhecimento e o


saber. Petrópolis - RJ: Vozes.

Piaget, Jean. (2003). Seis Estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária.

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