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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

ANÁLISE DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA

Discente: Oliveira Lucas Friel Código: 708213771

Turma: “N”

Nampula, Abril de 2024


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

ANÁLISE DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA

Discente: Oliveira Lucas Friel Código: 708213771

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Cadeira: Estudos Ambientais 1

Ano de Frequência: 4º Ano

Tutor: Carlos Pires

Nampula, Abril de 2024

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FOLHA DE FEEDBACK

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota /
Máxima tutor Subtotal
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5
Contextualização (indicação
clara do problema) 1.0
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Conteúdo Articulação e domínio do
Análise discurso académico (expressão 2.0
discussão escrita cuidada, coerência/coesão
textual).
Revisão bibliográfica nacional e
internacional revelantes na área 2.0
de estudo.
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Aspectos Formatação Paginação, tipo e tamanho de 1.0
gerais letra, paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
6a ed. e citações Rigor e coerência das citações/ 4.0
e bibliografia referências bibliográficas

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Índice
1.1. Objectivos............................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................4

1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................4

1.2. Metodologias........................................................................................................................4

2. ANÁLISE DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA..............................................................5

2.1. Conceitos fundamentais...................................................................................................5

2.2. Interação Homem-Natureza.............................................................................................7

2.2.1. Desenvolvimento Urbano e a Natureza............................................................................8

2.3. Contributo do Estudo Ambiental para melhoria da relação Homem-Natureza...............9

2.4. Educação Ambiental para melhoria da relação Homem-Natureza...............................9

3. Conclusão..............................................................................................................................12

4.Referência bibliográfica.........................................................................................................13

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1. Introdução

O trabalho em alusão é de natureza avaliativa em relação à cadeira de Estudos Ambientais I.


O tema é a Análise da relação entre o homem-natureza. A história e a sociedade construíram
uma relação entre o homem e a natureza. Além disso, ter uma compreensão da natureza nos
ajuda a compreender os conflitos que existem na relação homem-natureza. A queda da
qualidade ambiental, percebida com mais intensidade no final do século XX, colocou em
questão o modelo de desenvolvimento econômico seguido pela sociedade contemporânea,
induzindo à reflexão sobre a urgência da adoção de um novo padrão em moldes sustentáveis,
e à inevitável formação de cidadãos comprometidos com a preservação da qualidade
ambiental.

1. 1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Analisar a relação existente entre a Homem-Natureza.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Descrever relação Natureza-Homem;


 Compreender a interação homem-natureza;
 Explicar o Contributo do Estudo Ambiental para melhoria da relação homem-natureza.

1.2. Metodologias
A metodologia usada para a realização do trabalho em estudo, foi o método de pesquisa
bibliográfica, cingida através da leitura de livros, Módulos e artigos científicos, e o estudo foi
feito de forma qualitativa através de consulta em autores que abordam os conteúdos
relacionados com o tema.

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2. ANÁLISE DA RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA
2.1. Conceitos fundamentais
 Natureza

De acordo com Lopes (2011), “A natureza pode ser definida em seu sentido mais amplo como
fenômeno do mundo físico que não depende da intervenção humana para nascer ou se
desenvolver”.

A palavra "natureza" vem do latim "natura", que significa "qualidade essencial" e "o
que surge de uma acção". Além disso, também pode se referir a algo que é intrínseco à
essência de uma pessoa ou condição.

Em seu significado mais amplo, a palavra natureza refere-se a todo o


mundo material, ou seja, à matéria e à energia do universo físico,
inseridas em um processo dinâmico cujo funcionamento segue regras
próprias, que são estudadas pelas ciências naturais, como a física, a
química e a biologia. Lopes (2011).

Como afirma Santos (1996, p. 87), “Os conceitos de natureza/natural e homem/sociedade


evoluíram ao longo da história da humanidade. Essas ideias surgiram como resultado da
evolução da sociedade humana através do trabalho, que modificou o espaço vivido, o
ambiente natural e a natureza”.

2.2. Relação homem-natureza nos Estágios iniciais do Desenvolvimento Humano

a) No primeiro estágio da evolução humana a relação homem-natureza permaneceu


equilibrada. A extração dos recursos naturais respeitava os ritmos naturais do meio.
b) No segundo estágio, o homem (Homo erectus) que havia descoberto o fogo actuou como
predador. Suas actividades apenas perturbaram o equilíbrio ecológico, pois caçava e
pescava, mas não o suficiente para colocar em vias de extinção as espécies animais.
c) O terceiro estágio foi marcado pelo progresso do domínio humano sobre a natureza, com a
domesticação de animais e a transformação de grandes extensões de florestas e savanas
em campos de pastos, o que imprimiu grandes modificações na paisagem natural.
d) Quarto estágio Surgimento da Agricultura: o surgimento da agricultura marcou o
início do quarto estágio. Através da observação dos ciclos naturais de reprodução dos
vegetais, o homem descobriu que pode criar ecossistemas artificiais, para suprir suas
necessidades.
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Desde a mesopotâmia até a Idade Média o homem esqueceu seu lugar na natureza.
Essa visão antropocêntrica colocou o homem numa posição de superioridade em relação à
natureza, resultando na crescente exploração dos recursos naturais.

Figura 1. Agricultura Moderna

e) Revolução Industrial

A Revolução Industrial, ou quinto estágio, acentuou as relações de dominação e exploração


ambiental, resultando em profundas rupturas nos ritmos e processos naturais. A velocidade de
regeneração natural passou a ser menor que a velocidade da extração dos recursos naturais.

Figura 2. Extração dos recursos naturais e Poluição ambiental


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A consolidação do capitalismo e a crescente urbanização marcam o início do sexto
estágio. As mudanças nas relações econômicas de produção e nas relações entre produtor e
consumidor se refletiram no aumento significativo da extração dos recursos naturais. A
velocidade da utilização dos recursos naturais passou a ser maior que a capacidade de
regeneração natural.

2.3. Interação Homem-Natureza

Para Andrades (2007), “As formas pelas quais a interação entre o homem e a natureza evoluiu
ao longo dos anos. A natureza era vista como um símbolo de Deus pelos povos primitivos”.

A ideia predominante no antropocentrismo clássico era que o mundo natural deveria


ser utilizado para atender às necessidades humanas. A perspectiva mais recente enfatiza a
conexão entre homem e natureza. Assim, houve "uma mudança no ângulo visual com que o
ser humano enxerga o meio ambiente".

A relação entre homem e natureza é complexa devido às diferentes formas de


interação que surgem da construção social de cada indivíduo e localidade, bem como das
diferentes perspectivas dos humanos sobre a natureza. O ser humano explora os recursos
naturais sem pensar nos problemas que isso pode causar. Isso resulta em problemas sociais e
ambientais que podem afectar rapidamente ou em grande escala de tempo.

A natureza é usada como uma fonte infinita de recursos que podem ser
extraídos a qualquer momento para o desenvolvimento. As condições
ambientais e a qualidade da saúde, como a utilização desenfreada de
água potável, a falta de saneamento e o aumento dos casos de doenças,
estão diminuindo como resultado do aumento da densidade
demográfica nas áreas centrais. (Lopes, 2011).

O aumento da população em áreas urbanas causa um aumento na exploração de recursos


naturais, desmatamento de áreas para moradia, antropização de rios devido à utilização desses
recursos e desintegração do sistema industrial.

A relação do homem para com a natureza está ligada directamente à compreensão que
o homem tem do mundo, isto é, ele define o mundo à partir das formas que pensa o mesmo e
com isso tem-se a realidade do homem num dado momento histórico e geográfico. Por isso, a
cultura age como filtro nos indivíduos diante do mundo.

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 Relação Homem-Natureza

Segundo Antunes, (1988, p. 22), “O antropocentrismo considera o homem como ‘prius


relativamente à natureza, como ser superior, dotado de razão e chamado a dominar e
apropriar-se da natureza, que deve servir como meio de satisfação das necessidades humanas,
como "recurso" ou objecto de consumo". Como resultado, "a relação entre homem e natureza
é vista como uma relação entre o sujeito soberano e o objeto submisso”.

O desequilíbrio ecológico foi causado pela manipulação ambiental, que ocorreu tanto
no tempo quanto no espaço. O motivo pode ser qualquer coisa, desde o desejo de segurança e
bem-estar até a intenção de lucrar. Assim, o ser humano tem a capacidade de alterar não
apenas seu nicho, mas também os mecanismos do sistema terrestre.

 O Solo e Homem

De acordo com Andrades (2007), “O solo possui equilíbrio dinâmico com outros factores
naturais, como clima, topografia, biota e o tempo. Qualquer mudança nessas variantes pode
afecta-lo. Ademais, ele está suscetível às modificações impostas pela intervenção humana”.

O pisar constante em uma trilha em um gramado pode causar erosões porque o solo
fica compactado e a infiltração diminui. O estado original da vegetação e do solo poderia ser
recuperado se o esforço humano fosse diminuído. Como resultado, o sistema natural pode ser
desestabilizado pela acção humana com uma intensidade que exceda a capacidade de
resiliência do ambiente.

2.4. Desenvolvimento Urbano e a Natureza


Conforme Medeiro (2011). “As áreas urbanas modificaram intensamente o meio natural. Isto
porque as cidades crescem e mudam de acordo com as actividades e necessidades diárias. Se
estas intervenções não forem acompanhadas de medidas preservacionista do meio ambiente os
problemas irão surgir”.

As populações buscavam nas cidades mais conforto e protecção contra os conflitos


armados que os ameaçava no campo, facto que deu origem as migrações rural-urbano, e deste
modo o Estado decreta a partir de 1986, a inclusão de áreas periféricas, porque produziam
alimentos para os mercados urbanos, para dentro dos limites administrativos das cidades,
provavelmente inspirados na experiência soviética da agro cidades.

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2.5. Contributo do Estudo Ambiental para melhoria da relação Homem-Natureza
De acordo com Santos (2004), “o aprendizado ambiental é um componente vital, pois oferece
motivos que levam os indivíduos a se reconhecerem como parte integrante do meio em que
vivem e faz pensar nas alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar a manter
os recursos para as futuras gerações”.

A educação ambiental começa como um processo educativo que leva a um


conhecimento ambiental baseado em princípios morais e regras políticas do convívio social e
de mercado. Isso inclui a questão distributiva entre os benefícios e os prejuízos da apropriação
e do uso da natureza.

Como resultado, ela deve ser dirigida aos cidadãos que se sentem envolvidos e
responsáveis, que buscam entender e superar as causas estruturais e conjunturais dos
problemas ambientais por meio de acções organizadas e colectivas.

2.6. Educação Ambiental para melhoria da relação Homem-Natureza

Para Medeiros (2011, p. 02), “A educação ambiental é um processo contínuo pelo qual o
educando adquire conhecimento e informações relativas às questões ambientais e passa a
entender como ele pode se tornar um agente maléfico ou benéfico ao meio ambiente, podendo
interferir diretamente na degradação quanto na preservação do meio ambiente”.

O objectivo da educação ambiental é aumentar a consciência do homem sobre a


maneira como vê o meio ambiente. Isso é feito informando e educando as pessoas sobre os
problemas ambientais, procurando novas soluções e transformando as pessoas em
participantes das decisões de sua comunidade.

Com foco em áreas de pesquisa, análise, apresentação e conscientização sobre os


deveres e necessidades do meio ambiente, aumentando o conhecimento, preparando as
pessoas para a preservação da natureza e uso sustentável de seus recursos.

A estrutura da educação ambiental tem focado principalmente em problemas como


poluição, degradação, consumismo, aquecimento global, catástrofes naturais e extinção da
fauna e flora. Como resultado, a educação ambiental é cada vez mais necessária em escolas,
universidades, organizações não governamentais e empresas.

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A educação ambiental veio à tona a partir da década de 60, quando surgiu a necessidade de se
conversar sobre os riscos ambientais provocados pela relação homem/natureza, e apesar de
estes serem antigos, hoje, estão agravados pela desarmonia entre eles.

Segundo Silva (2012, p.04), assim conceitua educação ambiental: A educação ambiental é um
ramo da educação cujo objetivo é a disseminação do conhecimento sobre o meio ambiente, a
fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos.

É um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência


do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a
determinação que os tornam capazes de agir individualmente ou coletivamente na busca de
soluções para os problemas ambientais presentes e futuros.

A grande preocupação com o meio ambiente fez nascer à importância da Educação


Ambiental, visto que o próprio ser humano destrói o meio em que vive e dessa forma, deve
desde cedo aprender a cuidar e a preservar a natureza, visando a um equilíbrio entre a
sociedade e ao uso racional dos recursos naturais, ou seja, ele é o próprio agente
transformador e pode contribuir para a conservação ambiental, a partir de uma nova visão
educadora sobre o meio ambiente.

 Desenvolvimento Sustentável

Deu-se inicio a busca por um modelo alternativo de desenvolvimento que estimulasse o


crescimento econômico e ao mesmo tempo promovesse a manutenção e melhoria da
qualidade de vida. Traçava-se, dessa maneira, o caminho rumo ao desenvolvimento
sustentável, definido como um caminho de progresso social e econômico que objetiva
satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer a disponibilidade de
recursos naturais às gerações futuras (Relatório Brundtland, 1987).

A palavra natureza vem do latim natura e, de acordo com o senso comum, envolve
tudo aquilo que não sofreu intervenção humana, que não é artificial. Entretanto, natural não é
simplesmente o oposto de artificial.

A apreciação da natureza e de seus benefícios ecossistêmicos pode ajudar a tomar


medidas conservacionistas, pois se um problema ambiental persiste, como o desaparecimento
de uma espécie, será necessário pagar um preço para fazer artificialmente o que aconteceu
naturalmente.

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 Revolução Verde

O movimento conhecido como "Revolução Verde" começou em 1950 nos Estados


Unidos e na Europa e foi caracterizado como um período de transição da agricultura para um
modelo capitalista, o que resultou na destruição de florestas, perda da biodiversidade genética,
erosão do solo e poluição dos recursos ambientais, incluindo aqueles que são usados para
alimentação (Andrades e Ganimi, 2007; Balsan, 2006).

Medeiros e outros (2011, p.02) ressalta a importância de tratar a questão ambiental no


ambiente escolar:

A cada dia que passa a questão ambiental tem sido considerada como um fato que
precisa ser trabalhado com toda a sociedade e principalmente nas escolas, pois as crianças
bem informadas sobre os problemas ambientais vão ser adultos mais preocupados com o meio
ambiente, além do que elas vão ser transmissoras dos conhecimentos que obtiveram na escola
sobre as questões ambientais em sua casa, família e vizinhas.

O aluno, quando entra em contato com os elementos da natureza e passa a se


comportar de modo ambientalmente correto, entendendo as funções do meio ambiente para a
manutenção e existência da vida, além de praticar ações voltadas para a conservação da
natureza, aprender a respeitar e a entender a importância das questões ambientais para as
novas e futuras gerações, refletindo sobre seu papel na manutenção da preservação ambiental.

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3. Conclusão

Para concluir o trabalho, é demonstrado pela análise da evolução histórica da relação homem-
natureza que, no início, o homem não afectava significativamente o ambiente natural porque
se sentia parte dele. Nem tinha intenção de fazê-lo, nem havia meios para fazê-lo mal. A
degradação ambiental cresceu mais com o surgimento da agricultura, mas a industrialização
causou a maior interferência na natureza. Não só a paisagem natural deu lugar às indústrias e,
consequentemente, à urbanização, mas o meio ambiente como um todo passou a ser agredido.
A exploração dos recursos naturais passou a ser mais acentuada para suprir a demanda de
produtos consumidos por uma população, que não parou de crescer e exigir melhores padrões
de vida. Os gradientes ar, água e solo sofreram alterações com o processo de poluição
resultante da industrialização. A saúde humana começou a ser afetada pelos mais variados
problemas ambientais.

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4.Referência bibliográfica

Andrades, T. O. (2007). Revolução Verde e a Apropriação Capitalista. Revista CES.

Antunes, L. F. C. (1988). O procedimento administrativo de avaliação de impacto ambiental.


Para uma tutela preventiva do ambiente. Coimbra: Almedina.

Lopes, D. (2011). O Desenvolvimento Insustentável: Capitalismo e Natureza. III Simpósio


Mineiro de Assistentes Sociais.

Medeiros, B. Aurélia, et al. (2011). A Importância da educação ambiental na escola nas


séries iniciais. Revista Faculdade Montes Belos.

Santos, M. (1995). A Questão do Meio Ambiente: Desafios para a Construção de uma


Perspectiva Transdisciplinar. Anales de Geografia de la Universidad Complutense.

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