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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação a Distância

Evolução da Vida na Terra Segundo as Teorias Fixistas, Lamarckista e


Darwinista

Isolda Joaquim Inácio (708204366)

Licenciatura em Ensino de Geografia


Biogeografia
3º Ano

Tete, Maio de 2022


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 Bibliografia 0.5
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problema)
Introdução
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 Metodologia adequada 2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.0
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0

Conclusão  Contributos teóricos 2.0


práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
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Referências 6ª edição em  Rigor e coerência das
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliografia bibliográficas
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Índice
1. Introdução ......................................................................................................................................4

1.1. Objetivos .....................................................................................................................................5

1.2. Metodologias ...............................................................................................................................5

2. Evolução da vida na terra segundo as teorias fixistas, Lamarckista e Darwinista ........................6

2.1. Conceitos básicos ........................................................................................................................6

2.1.2. Evolução ...................................................................................................................................6

2.1.2.1. Origem da vida ......................................................................................................................6

2.1.3. Teoria da geração espontânea ou da abiogênese ......................................................................6

2.1.4. Teoria da biogênese ..................................................................................................................6

2.2. Teoria Fixista ou Criacionista .....................................................................................................7

2.3. Teoria da evolução e ou progressão de Lamarck ........................................................................7


2.4. Princípios Fundamentais da evolução segundo Lamarck............................................................8

2.5. Teoria da Evolução de Charles Darwin.....................................................................................11

2.6. Lamarck x Darwin .....................................................................................................................11

3. Conclusão ...................................................................................................................................14

4. Referencias Bibliográficas ...........................................................................................................15

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1. Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Biogeografia, cujo com tema é Evolução da vida
na terra segundo as teorias fixistas, Lamarckista e Darwinista.

No entanto, a pesquisa tem por objetivo contribuir para os fundamentos teóricos da Geografia e,
mais especificamente, para a história e epistemologia da Biogeografia, a pesquisa ora apresentada
traz um estudo comparativo entre as propostas evolutivas apresentadas por Fixistas, Chevalier de
Lamarck, e por Charles Robert Darwin (1809-1882). Dessa forma, busca-se aqui demonstrar que
enquanto para Darwin haveria uma árvore da vida onde todos seus seres não necessariamente se
complexificariam, para Lamarck haveria uma escada da vida onde todos os seres necessariamente
se complexificariam. Em Lamarck, evolução é progresso manifestado em gradiente de
complexidade.

A Teoria da Evolução afirma que é o ambiente, por meio de seleção natural, que determina a
importância da característica do indivíduo ou de suas variações, e os organismos mais bem
adaptados a esse ambiente têm maiores chances de sobrevivência, deixando um número maior de
descendentes. Por outro lado, podemos afirmar que a Teoria da Evolução descreve o
desenvolvimento das espécies que habitavam ou habitam o planeta Terra. Assim, as espécies atuais
descendem de outras espécies que sofreram modificações ao longo do tempo e transmitiram novas
características aos seus descendentes.

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1.1. Objetivos

Geral:

 Conhecer a evolução da vida na terra segundo as teorias fixistas, Lamarckista e Darwinista.

Especifico:

 Definir a evolução;
 Caracterizar as teorias da evolução da vida segundo os fixistas, Lamarck e Darwin;
 Descrever as diferenças existentes entre as teorias evolucionistas da vida;

1.2. Metodologias
Para concretização deste trabalho, usou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica que irá expor
de forma mais clara uma visão sobre a evolução da vida na terra segundo as teorias fixistas,
Lamarckista e Darwinista.

A pesquisa bibliográfica segundo Gil (1946, p. 44), “é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a


cobertura de uma gama de fenômenos muito mais amplos do que aquela que poderia pesquisar
diretamente.

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2. Evolução da vida na terra segundo as teorias fixistas, Lamarckista e Darwinista

2.1.Conceitos básicos

2.1.2. Evolução
A evolução é o processo que produziu a grande biodiversidade atual de animais e plantas.
A Teoria da Evolução propõe que a vida na Terra começou, há centenas de milhões de anos, com
formas relativamente simples que, no decorrer do tempo, através de modificações, foram
originando uma sucessão de organismos vivos cada vez mais complexos e variados.
Segundo a evolução, as espécies atuais são descendentes modificados de organismos do passado.

2.1.2.1. Origem da vida


A origem da vida pode ser explicada pela teoria fixista (que defende que as espécies são imutáveis)
e evolucionista (que defende que os primeiros seres eram muito simples e que é possível
estabelecer relações de parentesco entre as espécies, (MARTINS, 2015)).

2.1.3. Teoria da geração espontânea ou da abiogênese


A vida teria surgido a partir da matéria bruta (sem vida), na qual existiria um princípio activo, isto
é, uma capacidade de produzir a vida. Essas ideias vinham desde Aristóteles, até meados do século
XVII, quando começaram a ser experimentalmente combatidas por Francisco Redi.

2.1.4. Teoria da biogênese


A vida só pode ser originada por outra vida preexistente, ou seja, pela reprodução de seus genitores.
Essa demonstração ocorreu por volta de 1860, através de Louis Pasteur, numa série de
experimentos, entre os quais o do frasco com pescoço de cisne. A Teoria Biogênese diz que a
solução desse problema passa necessariamente pelo recuo no tempo de um dos seres vivos para
outro pré-existentes e conduzir ao problema da origem dos primeiros seres vivos na Terra (para
esta teoria não existe geração espontânea), defendem que depois de se formarem os primeiros
animais e plantas os outros apareceram por multiplicação, defendem que um ser vivo aparece dum
outro pré-existente. Esta teoria foi defendida por um naturalista italiano de nome Francisco Redi.
De acordo com Carvalho e Soares (2013, p. 157), a polêmica sobre origem e diversidade da vida
diz respeito à interferência (obstáculo) que a formação religiosa ocasiona em alunos e professores
“com ideias que se distanciam do conhecimento científico, dificultando o aprendizado da evolução
biológica”.
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A questão criacionismo e evolucionismo são, então, muitas vezes evitados, em virtude do
desconforto que causa, e em “respeito” à diversidade cultural e religiosa. No entanto, a omissão
da discussão é justificada pelo “respeito à fé”, que todos na sociedade pressupõem “vulnerável a
ofensas” e que, portanto, “deve ser protegida por uma parede de respeito extremamente espessa,
um tipo de respeito diferente daquele que os seres humanos devem ter uns com os outros”
(Dawkins, 2007, p. 45).
Carvalho e Soares (2013, p.159) observam que os professores utilizam-se do “não conflito e da
não contra argumentação, e criam a barreira espessa” de omissão e silêncio, “por meio do termo
respeito”, ferindo um dos princípios essenciais da demarcação científica, segundo a qual em
qualquer conjunto que se denomine Ciência, deve-se prevalecer a discutibilidade, pautada na
qualidade formal e política.
Na tentativa de separar o conhecimento científico da abordagem religiosa, Stephen Jay Gould, em
“Pilares do tempo: ciência e religião na plenitude da vida”, de 2002, propõe a diplomacia entre as
concepções de mundo, denominadas magistérios não interferente, numa perspectiva de não
interferência da ciência na religião e da religião na ciência.

2.2.Teoria Fixista ou Criacionista


Teoria que acreditava que os seres vivos haviam sido criados tal e qual se apresenta actualmente.
Admitia que as espécies não se modificassem no decorrer do tempo, Teoria Fixista ou Criacionista
esta ligada ao poder divino / sobre natural. O seu principal defensor Cuvier, sustentando que, as
formas vivas são unidas estáticas criadas por uma entidade soberana total, não podendo modificar
e originar novas espécies.
As forças divinas são responsáveis pelo surgimento do planeta e de todas as espécies existentes.
Nesse caso, não houve nenhum processo evolutivo e as espécies são imutáveis. Essa teoria
relaciona-se com questões religiosas.

2.3.Teoria da evolução e ou progressão de Lamarck


O primeiro grande trabalho sobre a evolução foi realizada pelo biólogo francês Jean Baptiste
Lamarck, publicado em 1809.
O naturalista francês Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) foi muito importante para o
desenvolvimento das ideias evolucionistas, tendo publicado o livro "Filosofia Zoológica" com suas
conclusões em 1809. O conjunto de suas teorias é denominado de “Lamarckismo”.
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Segundo Lamarck, uma grande mudança no ambiente de uma espécie resultaria também na
mudança da espécie, para se adaptar ao novo ambiente.

2.4. Princípios Fundamentais da evolução segundo Lamarck

 Lei do Uso e Desuso;


 Lei da herança dos caractéres adquiridos;

Lei do uso e desuso:

Quanto mais uma parte do corpo for usada, mais se desenvolverá; por outro lado, partes não usada
irão se enfraquecendo gradualmente, atrofiando-se e chegando mesmo a desaparecer.

Exemplo: As cobras se formaram devido a modificações de ancestrais que possuíam pernas


curtas. Quando em determinada época, por modificação do ambiente, esses animais tiveram que
desenvolver o hábito de rastejar.

Lei da transmissão dos caracteres adquiridos:

Qualquer espécie pode transmitir a seus descendentes as características desenvolvidas pelo uso ou
atrofiadas pelo desuso.

Exemplo: A girafa vivia em locais onde o solo era seco e sem vegetação rasteira. Para comer
brotos de árvores, a girafa era obrigada a esticar o pescoço e as pernas anteriores. Esse hábito
mantido por algum tempo, teria determinado o alongamento do pescoço e das pernas anteriores.

Assim sendo, Lamarck acreditava que uma espécie, adquirindo ou perdendo características durante
gerações, transformava-se em uma nova espécie.

Portanto, Jean-Baptiste Lamarck foi o primeiro a tentar montar um esquema específico para
explicar o mecanismo do processo evolutivo dos seres vivos. Esse esquema pode ser mais bem
entendido por meio de algumas considerações acerca dos termos utilizados pelo naturalista francês.
O termo “teoria da progressão de Lamarck”, ao invés de “teoria da evolução de Lamarck”, parece
ser mais adequado (cf. Martins, 2007, p. 13-6). No início do século XIX, o termo “evolução”
significava ontogênese, isto é, o desenvolvimento do indivíduo do ovo à idade adulta. O próprio
Lamarck, para descrever suas ideias, lançava mão de outras palavras: aperfeiçoamento, progressão,

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desenvolvimento, progresso, mutação e mudança, que compunham termos com palavras tais como
organização e composição. A escolha de “progressão” é justificada porque, em sua última obra,
História natural dos animais sem vértebras (Histoire naturelle des animaux sans vertèbres, 1815-
1822), essa palavra aparece frequentemente e, algumas vezes, com a grafia destacada.
O termo “teoria” era utilizado pelo próprio naturalista francês para descrever suas conclusões (cf.
Martins, 2007, p. 16). Na verdade, Lamarck nunca deu um nome a sua teoria da mudança e, além
disso, sua intenção não era apenas propor uma teoria desse tipo, mas encontrar os fundamentos
teóricos de toda a biologia.
O que acabou sendo conhecido como lamarckismo em muitos meios, mesmo acadêmicos, como
verá no caso de Richter, é apenas uma parte do pensamento lamarckiano sobre a vida. O
lamarckismo foi identificado com a hipótese da transmissão dos caracteres adquiridos e a teoria do
uso e desuso, as quais são apenas duas leis dentro de uma teia teórica complexa. O problema está
não só na simplificação das ideias lamarckianas, pois as duas leis mencionadas acima eram usuais
na época, não sendo exclusivas do naturalista francês (cf. Martins, 2007, p. 421). Entre os vários
aspectos que compõem a teoria da progressão de Lamarck, podemos destacar os seguintes (cf.
Martins, 2007, p. 61-76):
A origem dos seres vivos.
 A natureza deu origem aos seres vivos sem intervenção divina, apenas com a atuação das
leis naturais. A vida é um fenômeno físico, o que faz com que Lamarck proponha a geração
espontânea como processo de produção dos primeiros seres vivos. Os outros viventes são
produzidos por aumento de complexidade, o que faz com que eles formem uma escala de
grau de perfeição crescente.

A distinção entre corpos vivos e inanimados.


 Embora todos os corpos sejam produtos da natureza regidos por leis e a vida seja um
fenômeno físico, o fenômeno vital é resultante de um estado particular proveniente do
conjunto dos componentes do organismo, isto é, movimentos e mudanças em resposta a
causas excitantes.

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O desenvolvimento sequencial dos seres vivos.
 A explicação lamarckiana do surgimento da vida, do desenvolvimento dos seres vivos e do
aparecimento das faculdades superiores dos animais leva em consideração o jogo, entre a
atração universal e a ação repulsiva que atuariam sobre os constituintes materiais.
As duas causas da progressão.
 Primeira, o poder vital de aumentar a organização que multiplica os órgãos particulares e
aperfeiçoa as faculdades; e a segunda, a influência do meio que, de modo acidental,
modifica a ação da causa anterior, transformando as partes dos seres vivos.
As espécies são grupos arbitrários produzidos pelos naturalistas e não são naturais; Essa concepção
opunha-se ao essencialismo vigente no pensamento sobre os seres vivos.
A concepção de massa.
 As massas lamarckianas são grandes grupos de espécies semelhantes às atuais ordens. Elas
permitem comparar as espécies e definir qual a mais perfeita, pois cada massa tem seu
próprio sistema de órgãos que aumentam em perfeição. Em número de quatorze, as massas
também seguem um esquema de desenvolvimento: dos infusórios aos mamíferos, no caso
dos animais.
As leis gerais de progressão dos animais.
As circunstâncias externas, aliadas à tendência natural do aumento de complexidade, determinam
o desenvolvimento e a conservação dos órgãos. A influência externa cria no organismo
necessidades vitais que, como resposta, produzem hábitos nos organismos. As mudanças podem
ser transmitidas à descendência sob certas condições.

Lamarck resume a modificação e o progresso gradual em quatro leis.


 A vida tem uma tendência a aumentar continuamente o volume do corpo vivo até o limite
particular do próprio corpo.
 O surgimento de um novo órgão é resultado de uma nova necessidade que permanece e que
provoca um novo movimento nos fluídos corporais.
 O desenvolvimento dos órgãos e sua força de acção são proporcionais ao seu emprego.
 Tudo que foi adquirido durante a vida de um indivíduo é conservado pela transmissão aos
novos indivíduos.

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2.5. Teoria da Evolução de Charles Darwin
Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, coletou seus dados principalmente da viagem
iniciada em 1831. A bordo do navio Beagle, viajou em direção à América do Sul. Uma de suas
paradas foi no arquipélago de Galápagos no Equador. Regressou dessa viagem por volta de 1837,
com muitas anotações e materiais coletados para estudo.
No entanto, Darwin ficou impressionado com a enorme variedade de seres vivos observados em
Galápagos, e observou que a vida deveria estar sempre mudando ou evoluindo, originando essa
grande variedade. Isso o levou a duvidar da ideia vigente na época de que os seres vivos foram
criados por Deus e não se modificavam. Darwin acreditava que os seres vivos do planeta se
originaram de um ancestral comum

Bases da teoria de Darwin:

 Os indivíduos de uma população natural são diferentes entre si, apresentando variações na
forma e no comportamento. Essas variações podem ser transmitidas de uma geração para outra.
 As condições ambientais é que determinam as características que permitem que os indivíduos
sejam mais aptos à sobrevivência e sejam selecionados.
 “Seleção natural - os mais aptos sobrevivem”

Segundo Darwin: o ambiente seleciona características dos seres vivos.

As idéias de Darwin partiam da existência de variabilidade entre indivíduos de uma mesma espécie.
Darwin nunca explicou como ocorre essa variabilidade. Hoje com os conhecimentos da genética,
sabemos que os indivíduos de uma mesma espécie têm conjunto de genes que os diferenciam
(genes dominantes e recessivos).

2.6. Lamarck x Darwin


Tanto para Lamarck como para Darwin o meio ambiente exerce um papel fundamental no processo
evolutivo.

 Para Lamarck, o ambiente modifica-se e provoca transformações nos organismos para que
se adaptem as modificações ambientais. Assim, ele explicou o crescimento do pescoço das
girafas pela necessidade de alcançarem os brotos na copa das árvores.

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 Para Darwin, o ambiente apenas seleciona as variações mais favoráveis. Assim,
inicialmente existiriam girafas com pescoço curto e girafas com pescoço longo. Na luta
pela vida, determinada pelo hábito alimentar, as de pescoço longo sobreviveram e
produziram descendentes, e as de pescoço curto foram sendo eliminadas, conforme
ilustrada na imagem abaixo.

Figura: Para Lamarck, a evolução se dava pelo uso e desuso de partes do corpo. Enquanto isso,
Darwin acreditava que o ambiente atuava na seleção das características vantajosas.

As transformações dos seres vivos são causadas, na luta pela sobrevivência, pela seleção de
determinadas características que são transmitidas à descendência. Essa seleção proposta por
Darwin tem alguns pressupostos:

 A existência de mais indivíduos do que suportam os meios de subsistência (pressuposto


baseado no princípio de Malthus e responsável pela luta pela existência);
 A variabilidade dos seres vivos, o que aumenta a probabilidade de alguma variedade possuir
características que a favoreçam na luta pela existência;
 A transmissão hereditária das características selecionadas, o que, ao longo do tempo,
provoca a formação de uma nova espécie.

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A introdução de um elemento populacional, ou seja, a diferença entre indivíduos faz com que a
evolução darwiniana apresente um caráter não necessário, pois a seleção de determinada variação
é contingente, ocorrendo através da luta entre os próprios indivíduos e entre eles e as condições
ambientais do local onde vivem. O que é selecionado não é nenhuma capacidade superior, mas
apenas o sucesso na sobrevivência e na reprodução. Não há nenhuma força ou agente que faça a
seleção. A adaptação de uma espécie constrói-se na interação entre os seres vivos e o seu ambiente.
Darwin não chamava sua teoria de darwinismo, mas frequentemente se referia a ela como “teoria
da descendência com modificação por seleção natural” (cf. Mayr, 1991, p. 90).
Podemos considerar que, de modo geral, uma simplificação também ocorre com a teoria de Darwin,
já que ela aparece muitas vezes reduzida basicamente à luta pela existência e à seleção natural.
Mayr, por exemplo, considera a expressão “teoria da evolução de Darwin” uma aproximação
grosseira, pois a teoria de Darwin pode ser considerada um conjunto de teorias (cf. Mayr, 1991, p.
35-47). Considerando apenas aquelas teorias que Mayr pensa serem válidas atualmente, elas são
as seguintes:
Evolução.
O mundo não é constante, nem recentemente criado, nem perpetuamente cíclico, mas está em
constante transformação e os organismos modificam-se com o tempo.
Descendência comum.
Todos os grupos de organismos descendem de um único ancestral comum. Animais, plantas e
microrganismos têm a mesma origem.
Multiplicação de espécies.
A enorme diversidade orgânica é explicada pelo surgimento de espécies a partir de outras espécies.
Populações isoladas geograficamente evoluem para novas espécies.

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3. Conclusão
De acordo com as pesquisas feitas, conclui-se que a origem da vida na terra pode ser explicada pela
teoria fixista e a teoria evolucionista. No entanto, a teoria fixista acreditava que os seres vivos
haviam sido criados tal e qual se apresenta actualmente. Admitia que as espécies não se
modificassem no decorrer do tempo, Teoria Fixista ou Criacionista esta ligada ao poder divino ou
sobre natural. Por outro lado, a teoria evolucionista defende que os primeiros seres eram muito
simples e que é possível estabelecer relações de parentesco entre as espécies.

Segundo Lamarck uma grande mudança no ambiente de uma espécie resultaria também na
mudança da espécie, para se adaptar ao novo ambiente. Assim sendo, Lamarck acreditava que uma
espécie adquirindo ou perdendo características durante gerações transformava-se em uma nova
espécie. Enquanto para Darwin o ambiente apenas seleciona as variações mais favoráveis. As
condições ambientais é que determinam as características que permitem que os indivíduos sejam
mais aptos à sobrevivência e sejam selecionados.

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4. Referencias Bibliográficas
1. CARVALHO, R.; SOARES, M. H. F. B. A polêmica Evolução biológica x Criacionismo
na formação inicial do docente em Ciências Biológicas. In: GUIMARÃES, S. S. M.;
PARANHOS, R. de D.; SILVA, K. M. A. e. (Orgs.). Formação de professores de Biologia:
os desafios da trama. São Carlos: Pedro & João Editores, 2013.
2. DAWKINS, R. Deus, um delírio. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
3. GOULD, S. J. Pilares do tempo: ciência e religião na plenitude da vida. Rio de Janeiro:
Rocco, 2002.
4. MARTINS, Lilian Al-Chueyr Pereira. A herança de caracteres adquiridos nas teorias
“evolutivas” do século XIX, duas possibilidades: Lamarck e Darwin. Filosofia e História
da Biologia, São Paulo, v. 10, n. 1, pp. 67-84, 2015.
5. MAYR, Ernst. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e
herança. Trad. Ivo Martinazzo. Brasília-DF: Ed. da UNB, 1998.
6. ALMEIDA, A.V.; DA ROCHA FALCÃO, T. J. A estrutura histórico-conceitual dos
programas de pesquisa de Darwin e Lamarck e sua transposição para o ambiente escolar.
Ciência & Educação, Bauru, v. 11, n. 1, p. 17-32, 2005.
7. ALMEIDA, A. V. A estrutura histórico-conceitual dos programas de pesquisa de Lamarcke
Darwin e os processos de conceitualização da Biologia evolutiva. 2007. 278f. Tese
(Doutorado em Psicologia Cognitiva) - Pós-Graduação em Psicologia Cognitiva,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
8. DARWIN, C. A origem do homem e a seleção sexual. São Paulo: Hemus, 1974.
9. DARWIN, C.Origem das espécies. Porto: Lello & Irmão, 1961.
10. MARTINS, R. A.; MARTINS, L. A. C. P.; SILVA, C. C.; FERREIRA, J. M. H Filosofia e
história da ciência no Cone Sul: 3o Encontro. Campinas: AFHIC, 2004.
11. MARTINS, R. A.; MARTINS, L. A. C. P.; SILVA, C. C.; FERREIRA, J. M. H ,Lamarck
e as quatro leis da variação das espécies. Episteme, Porto Alegre, v. 2,1997.
12. MAYR, E. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.
13. MELLO-LEITÃO, C. Biologia geral. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1940.

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