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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DAS COMUNIDADES DE CAÇADORES E


RECOLECTORES

Ernesto das Neves Frazão Carlos - 708222860

Curso: Administração Pública


Disciplina: História das Sociedades I
Ano de frequência: 1o Ano.

Nampula, Julho de 2022


Folha de Feedback do Tutor

Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Pontuação Nota de Subtotal
máxima Tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização 1.0
(Indicação clara do
Problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia adequada 2.0
ao objecto de trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência/
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e 2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos e 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafo, 1.0
gerais espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA  Rigor e coerência das
bibliográficas 6a edição e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas

Recomendações de melhorias

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Índice

Folha de Feedback do Tutor....................................................................................................2

Recomendações de melhorias.................................................................................................2

Introdução................................................................................................................................4

1. As Comunidades de Caçadores-Recolectores..................................................................5

2. Características do modo de vida dos homens do paleolítico ou primitivo......................6

3. A organização social das comunidades de caçadores e recolectores...............................6

3.1. Características..............................................................................................................6

3.2. Divisão de Trabalho.....................................................................................................7

Considerações Finais...............................................................................................................9

Referências bibliográfica.......................................................................................................10

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Introdução

Este trabalho tem como tema A Organização Social das Comunidades de Caçadores e
Recolectores. As Comunidades de Caçadores-Recolectores foram as primeiras a aprender a
viver com a natureza: entenderam os seus ciclos, do que devia ter medo e como poderia
resolver os seus problemas. Com este tema procura-se analisar, de forma concisa, sobre a
Organização Social das Comunidades de Caçadores e Recolectores. Desse modo, o trabalho
tem como objectivos específicos:

 Descrever as comunidades de caçadores e recolectores;


 Descrever as características e modo de vida dessas comunidades;
 Explicar a divisão de trabalho -.

Assim, com objectivo de responder os delineamentos acima circunscritos, este trabalho


encontra-se estruturado da seguinte forma: introdução, desenvolvimento, conclusão e
bibliografia. Utilizou-se a revisão bibliográfica para a produção deste trabalho que consistiu
na leitura, análise e síntese dos conteúdos.

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1. As Comunidades de Caçadores-Recolectores

Antes do povoamento Bantu em Moçambique, extensas áreas do nosso território eram


ocupadas por comunidades de caçadores e recolectores, os Khoisan ou seja comunidade de
Bosquimanos e Hotentotes (Serra, 2000, p. 2).

Estes povos antigos, chamados Khoisan, viviam numa fase de organização social e de
desenvolvimento que os Bantu j á tinham ultrapassado há muitos séculos. Eles foram os
primeiros habitantes da Africa Austral, incluindo Moçambique.

De pequena estatura e vivendo da caça, da pesca e da colheita de frutos e vegetais selvagens,


os San habitavam em cavernas ou mesmo ao ar livre. Os deus instrumentos de trabalho eram
muito rudimentares. Foram eles quem produziu os desenhos e pinturas nas rochas que
encontramos em algumas zonas do nosso pais (Serrão, 1975, p. 199).

Os Khoi-khoi eram mais altos e fortes e tinham já a criação de gado entre as suas actividades
produtivas. Muitos destes grupos foram expulsos pelos Bantu. Noutros casos eles passaram a
viver conjuntamente, sendo integrados na cultura e sociedade Bantu.

As Comunidades de Caçadores-Recolectores foram as primeiras a aprender a viver com a


natureza: entenderam os seus ciclos, do que devia ter medo e como poderia resolver os seus
problemas. Viviam em pequenos grupos de 20 a 30 pessoas em cavernas ou outros abrigos
naturais ou em cabanas construídas com materiais que não resistiram ao tempo.

Para sobreviverem caçavam, pescavam e recolhiam frutos, raízes, sementes da natureza e, por
isso, eram nómadas. Assim, quando acabavam os alimentos na região que habitavam,
mudavam-se para outro local (Valera, 2006, p. 86).

Para desenvolver as suas actividades, fabricava utensílios de pedra (como seixos talhados,
bifaces ou pontas de seta), osso (como arpões) e de madeira. Para se proteger do frio, veste-se
com peles dos animais que caçava. Foram os primeiros a desenvolver uma linguagem para
comunicar entre si.

As comunidades de caçadores-recolectores descobriram a forma de controlar e de fazer o


fogo. Esta descoberta foi muito importante, uma vez que foi possível ao Homem cozinhar os
seus alimentos, aquecer-se quando tinha frio, iluminar os locais onde vivia, tornar as suas
pontas de seta mais duras e, por isso, mais eficazes ou espantar os animais ferozes.

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Os caçadores-recolectores eram também artistas: fazia gravuras e pinturas de animais ou de
cenas de caça nas paredes das grutas ou em rochas ao ar livre. A esta arte, que era também
uma forma de comunicação, chamamos arte rupestre (Serrão, 1975, p. 210).

2. Características do modo de vida dos homens do paleolítico ou primitivo

O que caracteriza esse povo é a dependência dos rigores e variações do clima, os homens do
paleolítico travaram uma luta constante contra dois inimigos mortais: o frio e a fome. A caça,
a recolha de vegetais (frutos, raízes, folhas e sementes) e a pesca. Constituíram os recursos
alimentares dos homens do Paleolítico.

Os homens do paleolítico praticavam uma economia recolectora. Pois ainda não produzia os
alimentos de que necessitava. Limitava-se a apanhar (ou colher) os que a natureza lhe
oferecia; Quando os locais o permitiam, dedicavam-se também a pesca e a apanha de
mariscos (Serrão, 1975, p. 220).

Este género de vida exigia um apurado conhecimento da evolução das plantas e do


comportamento dos animais, dos pontos de água que frequentavam, dos caminhos que a eles
conduziam. Assim sendo, se diz que era nómada. Para eles, sobreviver significava (alimentar-
se, proteger-se do frio e defender-se dos animais).

3. A organização social das comunidades de caçadores e recolectores

Nas comunidades de caçadores e recolectores, as tarefas eram partilhadas, cada grupo


constituía um clã, ou seja, um agregado social, ligado por laços de parentesco.

O homem recolector-caçador vivia em bandos, em actividades de sobrevivência. O trabalho


era colectivo, dividido em sexo e idade, e o produto era partilhado por igual. Este grupo
primitivo não registou a prática da escravatura devido as suas condições de vida: nomadismo,
escassez de meios materiais para escravizar os outros membros.

As autoridades tinham um poder delegado pelo grupo. Os chefes eram um fruto da


necessidade de o grupo ter um centro regulador e coordenador da sua vida colectiva (Valera,
2006, p. 102).

3.1. Características

De cordo com Serra (2000, p. 5), a organização social das comunidades de caçadores e
recolectores caracterizavam-se em:
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 Economia recolectora caça e pesca;
 Sem organização social claramente definida, pois as suas relações eram de certa forma
curtas e descontínuas;
 Comunidades designadas paleolíticas, isto é, comunidades que ainda viviam a idade de
pedra (predomínio da técnica lítica);
 Fraco nível de desenvolvimento das forças produtivas, ou por outra, fraco
conhecimento da natureza e consequentemente grande dependência em relação a ela;
 Eram comunidades com o processo produtivo nulo (imediatismo na produção e
consumo), por outra, iam buscar na natureza a sua subsistência sem a trabalhar nem a
restaurar;
 Eram nómadas, facto que condicionou a existência de fracos laços de parentesco, isto
é, a constante deslocação a procura de melhores condições de vida originava uma
instabilidade permanente e consequentemente inexistência de fortes laços de
parentesco;
 Sem exploração do Homem pelo Homem e consequentemente sem estado;
 Divisão do trabalho por sexo e idade.

Os rendimentos das operações de caça, eram instantâneos e quotidianos e exigiam cooperação


para as operações de elevado rendimento (caçadas com redes ou para caça de grandes animais
e para defesa contra os inimigos.

3.2. Divisão de Trabalho

Nas divisões do trabalho dividiam de duas formas:

i. As tarefas eram divididas de acordo com sexo, isto é, os homens tinham uma tarefa e
as mulheres tinham outra tarefa.
ii. As tarefas eram divididas de acordo com a idade, isto é as crianças e os velhos não
iam a caça mas faziam outros trabalhos.

No final da realização das tarefas, que são a caça e recolecção, os grupos dos homens,
mulheres e crianças voltavam ao acampamento carregados com animais caçados e os molhos
de raízes e frutos apanhados durante o dia de trabalho, e todos tinham direito a uma parte
desse trabalho (Valera, 2006, p. 107).

No princípio esses grupos de homens eram bandos que se deslocavam de um sítio para o outro
a procura de melhor alimentação. Mas com o desenvolvimento da comunidade de caçadores e

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recolectores, os homens primitivos melhoraram a sua a su organização e passaram a organizar
se em famílias alargadas, constituídas na base de um antepassado comum.

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Considerações Finais

Os caçadores e recolectores surgiram por um processo evolutivo ocorrido em sociedades


inicialmente mais simples; e também como o fruto do contacto com a civilização ocidental.
Para outros autores,

Esses povos, para sobreviverem, caçavam, pescavam e recolhiam frutos, raízes, sementes da
natureza e, por isso, eram nómadas. Assim, quando acabavam os alimentos na região que
habitavam, mudavam-se para outro local.

Para desenvolver as suas actividades, fabricava utensílios de pedra (como seixos talhados,
bifaces ou pontas de seta), osso (como arpões) e de madeira. Para se proteger do frio, veste-se
com peles dos animais que caçava. Foram os primeiros a desenvolver uma linguagem para
comunicar entre si.

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Referências bibliográfica

Serra, Carlos. (2000). História de Moçambique. 2a. ed., Maputo, Livraria Universitária.

Serrão, E. da C. (1975). Contribuições arqueológicas do sudoeste da Península de Setúbal.


Setúbal Arqueológica. Setúbal. 1, p. 199-225.

Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância: HO166 - HISTÓRIA


DAS SOCIEDADES I (Unidade I-IX). Cultura, Da origem das sociedades pré-
clássicas até ao século XV. Manual de Curso de Licenciatura em Ensino de História.
s/a.

Valera, A. (2006). O Neolítico da desembocadura do paleoestuário do Tejo: dados


preliminares do Palácio dos Lumiares. Era-Arqueologia. Lisboa. 7, p. 86-108.

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