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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Resolução de Exercícios

Nome: Nádia Domingos Goodlaife Moisés


Código do Estudante: 708202600

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Literatura Africana em Língua Portuguesa II
Ano de Frequência: 4º Ano
Docente: António Baptista

Tete, Junho, 2023

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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1 Introdução ........................................................................................................................... 5

1.1 Objectivos..................................................................................................................... 5

1.1.1 Objectivo Geral ..................................................................................................... 5

1.1.2 Objectivos específicos ........................................................................................... 5

1.2 Metodologia .................................................................................................................. 5

2 Resolução ............................................................................................................................ 6

2.1 1.Descreva o surgimento / nascimento da literatura angolana ........................................ 6

2.2 3. Com Mia Couto, a literatura moçambicana ganhou novo impacto e novos paradigmas
8

2.2.1 Descreve as características principais das escrevências de Mia Couto desde


publicação do seu primeiro livro a contemporaneidade ........................................................ 9

2.3 4. Em que circunstancias a obra de Luandino Viera, escritor angolano se pode confundir
com a de Mia Couto? .............................................................................................................. 9

2.4 5. O que converge e diverge as literaturas africanas de expressão portuguesa? ............ 10

2.4.1 Convergências ..................................................................................................... 10

2.4.2 Divergências ........................................................................................................ 10

3 Conclusão ......................................................................................................................... 11

4 Bibliografia ....................................................................................................................... 12

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1 Introdução

O presidente trabalho pertence à cadeira de Literatura Africana em Língua Portuguesa II e tem


como tema resolução de exercícios.
As literaturas africanas escritas em língua portuguesa coincidem na flexibilidade das narrativas,
fazendo, assim, conviver o antigo com o novo; a escrita com a oralidade; em um discurso mesclado.
A literatura angolana surge como um importante instrumento de resistência à exploração
portuguesa, e uma das estratégias usadas nessa prática é a valorização da cultura local. A busca
pelo orgulho do passado realizado pelos artistas não se dá unicamente em níveis nacionais, as
glórias que são exaltadas são de todos os povos do continente que estão engajados na luta contra o
imperialismo. Essa atitude revela um sentimento de solidariedade e cumplicidade que une todos
em torno de uma experiência e de um objetivo em comum: o colonialismo e a liberdade. Gesta-se
entre as letras poéticas um nacionalismo anticolonialista.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral


 Adquirir noções básicas sobre o nascimento da literatura angolana.
1.1.2 Objectivos específicos
 Explicar o surgimento da literatura angolana;
 Caracterizar a periodização literária angolana;
 Descrever as características principais das escrevências de Mia Couto desde publicação do
seu primeiro livro a contemporaneidade.
 Explicar as circunstâncias em que a obra de Luandino Viera, escritor angolano se pode
confundir com a de Mia Couto.

1.2 Metodologia

Para que este estudo fosse factível, o presente trabalho assenta particularmente no método de
pesquisa bibliográfica, assim como a consulta a informação electrónica, e também alguns artigos
ligados a Literatura Africana em Língua Portuguesa II, e finalmente o dialogo com alguns
professores que de alguma forma são possuidores de algum conhecimento credível do tema em
estudo.

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2 Resolução

2.1 1.Descreva o surgimento / nascimento da literatura angolana

Ervedosa (1979, p. 18) refere que “foi na primeira metade do século XIX que surgiram as primeiras
publicações angolanas que proporcionaram as condições necessárias para a manifestação do
fenómeno literário que teria lugar em Angola durante os últimos anos do século XIX”.

Uma das publicações pertencentes a este período é o livro de poemas de José da Silva Maia
Ferreira, Espontaneidades da Minha Alma, que foi impresso em Luanda em 1849 e possivelmente
constitui até hoje o primeiro volume de poemas publicados em todos os países africanos de língua
oficial portuguesa.

Segundo Soares (2001, p. 23), “José da Silva Maia Ferreira é, sem sombra de dúvida, elemento
importante no estudo do surgimento da literatura em Angola, ele foi o primeiro poeta angolano a
publicar uma obra lírica em verso e, ao mesmo tempo, a primeira obra impressa em Angola”.

José da Silva Maia Ferreira teria recebido influências da sociedade brasileira onde viveu alguns
anos até 1845, altura em que regressou para Angola. Da vasta leitura que fazia, figuravam
sobretudo obras de origem brasileira e portuguesa. Assim, ao contribuir para a formação da
literatura em Angola, fê-lo trazendo consigo elementos tanto da literatura portuguesa como da
brasileira.

O Almanach de Lembranças foi um dos principais meios de difusão dos novos escritores das
colónias portuguesas em África, que era acessível tanto àqueles que se dedicavam exclusivamente
à literatura, como aos amadores e principiantes em literatura. Trazia informações úteis, mas que
continham entre os mesmos trechos de leitura amena.

O Almanach de Lembranças constitui uma publicação de valor inestimável para a história da


literatura em Angola, uma vez que era a única obra, editada fora de Angola, que reuniu um elevado
número de colaboradores angolanos. Esta publicação preparou o advento das literaturas autónomas
nas colónias portuguesas em África, nomeadamente da literatura angolana.

A maioria dos africanos que colaboravam nesta revista pertencia à burguesia. Essa colaboração
demonstrava o quanto eles estavam interessados e envolvidos com a literatura, demonstrava ainda
quanto eles gostavam de ler e de escrever textos literários (Moser, 1993, p. 17).
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2. Caracterize a periodização da literatura angolana

Conforme sustenta Laranjeira (1995, p. 85), a periodização da literatura angolana pode ser dividida
em sete períodos:

1.º período, das origens até 1848, a que chamamos de Incipiência. A literatura angolana
começou, pelo menos, com o livro de Maia Ferreira, em 1849, que a introdução do prelo em
Angola possibilitou a publicação da 1ª obra literária.

2.º período, que vai da publicação dos poemas Espontaneidades da minha alma, de José da Silva
Maia Ferreira, em 1849, até 1902. Período dos Primórdios, que engloba uma produção poética
remanescente do romanismo, com raros tentames realistas, dos quais se destaca a noveleta Nga
mutúri (1882).

3.º Período, abrangendo sensivelmente a primeira metade do século XX (1903-1947),


de Prelúdio ao que viria a ser, na segunda metade do século XX, o nacionalismo inequívoco e
intenso.

De acordo com Ferreira (1977, p. 27), “a literatura colonial estende as suas milhares de páginas aos
leitores europeus de novidades tarzanísticas. Vigoram as temáticas da colonização, dos safaris, da
aventura nas selvas e savanas, numa panóplia de atracção exótica”.

4.° Período, entre 1948 e 1960, fulcral na Formação da literatura, enquanto componente
imprescindível da consciência africana e nacional. Época decisiva, considerada unanimemente
como a da organização literária da nação, com base em movimentos como o MNIA, o da Cultura
e o da CEI, além de outros contributos, como o das Edições Imbondeiro (de Sá da Bandeira).

A Negritude concede-lhes o sentimento de exaltação da raça negra, nomeadamente na


solidariedade com os negros do Novo Mundo e, por outro lado, sublinha o reconhecimento das
raízes, que são étnicas, tribais, mergulhando nos milénios.

5.° Período (1961-1971), relacionado com o incremento da actividade editorial ligada


ao Nacionalismo declarado ou encapotado, em que surgiram textos de temática guerrilheira,
enquanto no ghetto das cidades coloniais, nas prisões ou na diáspora os temas continuavam a ser
os do sofrimento do colonizado, da falta de liberdade e da ânsia de tomar o destino nas próprias
mãos. Em 1961, começa a luta armada de libertação nacional.
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Soares (2001, p. 209), afirma que três grupos distinguem os autores dos anos 1960:

 O primeiro é constituído por aqueles que escreviam no país colonial (Arnaldo Santos, Jorge
Macedo, o trânsfuga futuro Cândido da Velha – e, na opinião de Venâncio, João Abel);
 O segundo é constituído por aqueles que compunham fora do país (e de que Manuel Rui,
também ficcionista, constitui o principal exemplo, residindo em Portugal – sendo Lara Filho
um meio-exemplo, porque escreveu em Portugal e em Angola);
 O terceiro é constituído por aqueles que viviam nas zonas de guerrilha e está praticamente
só representado por Pepetela (outro escritor oriundo de Benguela, de seu nome completo
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos).

6.º Período, de 1972 a 1980, o da Independência, repartido por dois curtos períodos, de 1972-74 e
de 1975-80, relativos, respectivamente, a uma mudança estética acentuada, de uma modernidade
acertada pelo relógio dos grandes centros mundiais, e, por outro lado, após a independência, a uma
intensa exaltação patriótica e natural apologia do novo poder.

7.º Período, (1981-1993), de Renovação, que começa com a formação, em 1981, da Brigada Jovem
de Literatura. Num primeiro momento, a Brigada, dependente sempre do apoio estatal, partiu em
busca de certa autonomia decisória e estética, mas revelou-se herdeira do realismo social. O
objectivo fundamental era preparar alguns jovens para o trabalho literário, tanto mais que, após a
escolarização secundária, não tinham, no país, estudos superiores de literatura desenvolvidos.

A partir de uma certa altura foi possível começar a publicação de obras consideradas incómodas
para o poder político, como o romance Mayombe, de Pepetela, escrito ainda durante a guerrilha.
Variadas tendências estéticas e ideológicas ganharam espaço e impuseram as suas obras.

Soares (2001, p. 207), salienta que “a literatura angolana derivou para a tendência de contestar,
finalmente, a tradição realista, engagée, documentalista e ideo-política, sem que, todavia, isso
significasse o abandono desse filão que a própria realidade histórica e política e a condição social
e cultural do escritor continuavam a suscitar”.

2.2 3. Com Mia Couto, a literatura moçambicana ganhou novo impacto e novos
paradigmas

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2.2.1 Descreve as características principais das escrevências de Mia Couto desde publicação
do seu primeiro livro a contemporaneidade
Leite (2012, p. 41), refere que “Mía Couto usa a língua como um meio para “recuperar a
mundividência mítica, as marcas culturais da oralidade da sociedade tradicional, o onirismo e a
simbólica a ela ligadas, numa palavra, a relação empática entre o homem, a natureza e a
comunidade”.

 Criatividade e inventividade da linguagem para afirmar a diferença linguística e literária no


interior da língua do colonizador. Ex: dois movimentos contraditórios: economia de
linguagem com elisão, o outro inflação com duplicações, ex. deve ser talvez. Criatividade
sintática: ex. os bois estão aqui, perto comigo, colocação da vírgula desloca o significado.
 Realismo em ações e personagens para dar um quadro do social e particular;
 Intromissão do imaginário ancestral, do fantástico, que transforma o realismo num
imprevisto realismo animista.

2.3 4. Em que circunstancias a obra de Luandino Viera, escritor angolano se pode


confundir com a de Mia Couto?

As obras do escritor angolano e do moçambicano confundem-se pela criatividade linguística como


modos de angolanização e de moçambicanizaçao do Mia Couto construiu uma rede dialógica que
o une a Luandino Vieira. Porém, julgamos que conseguiu ultrapassar claramente o mestre que o
inspirou, dado que, para além de conseguir expandir a cultura moçambicana internacionalmente e
atingir a admiração e o reconhecimento das comunidades literárias, ainda criou uma ponte entre a
África profunda e o Ocidente.

Segundo Venancio (1992, p. 90), Mia Couto “provou que, na actualidade, são a simplicidade e o
maravilhoso que cativam as sensibilidades, demonstrou que o ser humano, se calhar, está sedento
de qualquer coisa menos abstracta e mais natural, que o aproxime da sua própria humanidade”.

Mia Couto revelou o mundo de sonho que habita em todos os povos de todas as nações, aliando a
sua mensagem à de Luandino Vieira, que não deixa de ser, noutro tempo histórico e noutra situação,
igualmente, genial. De facto, há um cruzamento entre as obras dos dois autores, no âmbito da
estética e do manejo da palavra. O enraizamento e a procura da identidade através da memória
colectiva, assim como o hino constante aos elementos da Natureza, são os fios condutores de duas

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cosmovisões assentes na consciencialização profunda da necessidade de ressurreição das culturas
ao serviço da construção do futuro.

A presença de Luandino Vieira na obra de Mia Couto parece ser uma inevitabilidade. Os dois
partilham ideais, visões, sonhos, língua e esperanças. Mas, partilham mais do que tudo o amor que
sentem pelas suas pátrias e pelos povos.

2.4 5. O que converge e diverge as literaturas africanas de expressão portuguesa?

2.4.1 Convergências
As literaturas africanas escritas em língua portuguesa coincidem na flexibilidade das narrativas,
fazendo, assim, conviver o antigo com o novo; a escrita com a oralidade; em um discurso mesclado
(Oliveira, 1997).

A formação e o desenvolvimento das literaturas africanas de língua portuguesa, desde o primeiro


livro impresso em 1849, até a atualidade, passaram pela construção do ideal nacional no discurso.
No discurso literário, o nacionalismo foi a antecipação da nacionalidade, modo específico de a
escrita se naturalizar como própria de uma Nação-Estado em germinação. A consciência nacional,
no discurso literário, atravessou, assim, diversos estádios de evolução, desde meados do século
XIX até a atual idade (Laranjeira, 2001, p. 185).

Para Leite (2012, p. 43), mesmo enquadrando cinco literaturas nacionais diferentes, ou seja, as
literaturas de Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, as
literaturas africanas de expressão portuguesa não se recusam a seguir as características das
literaturas africanas modernas que sempre trazem tematizações relacionadas as tradições culturais
africanas.

2.4.2 Divergências
Ressalte-se que as diferenças entre as literaturas africanas resultam não só das diferenças étnicas
existentes entre as nações desse continente, mas sobretudo, devido às diferenças linguístico
culturais (LEITE, 2012).

Essas diferenças são percebidas nos textos literários, uma vez que o autor desses textos traz a sua
identidade cultural para sua obra.

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3 Conclusão

Feito o trabalho chegou-se a conclusão de que a literatura angolana surgiu nos finais da primeira
metade do século XX quando um grupo de intelectuais decidiu rejeitar a influência europeia e ir à
busca dos elementos culturais africanos que servissem de base para essa nova literatura. Numa
época em se intensificava o regime colonial português em Angola, um grupo de jovens lançou-se
ao desafio de descobrir Angola. Essa tomada de consciência por parte dos africanos acerca da sua
própria identidade, originou um novo movimento intelectual literário que teve como modelo a
literatura brasileira. Sendo uma literatura de contestação feita na clandestinidade e na guerrilha, as
obras literárias expressavam o desejo de liberdade, denunciavam os maus-tratos sofridos e a
discriminação, incentivando os africanos a lutarem contra o regime colonial.

As literaturas africanas escritas em língua portuguesa coincidem na flexibilidade das narrativas,


fazendo, assim, conviver o antigo com o novo; a escrita com a oralidade; em um discurso mesclado.

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4 Bibliografia
(s.d.). Fonte: http://www.uc.pt/litafro/bibliog.html

Ervedosa, C. (1979). Roteiro da Literatura Angolana (2 ed.). Luanda: Uniao dos Escritores
Angolanos.

Ferreira, M. (1977). Literaturas africanas de expressão portuguesa - I. nstituto de Cultura


Portuguesa. Portugal: Biblioteca Breve.

Laranjeira, P. (1995). Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa (Vol. 64). Lisboa:


Universidade Aberta.

Leite, A. M. (2012). Oralidades e Escritas pós-coloniais: estudos sobre literaturas africanas. Rio
de Janeiro: edUERJ.

Moser, G. M. (1993). Almanach de Lembranças 1854-1932. Textos africanos seleccionados.


Lisboa: ALAC.

Oliveira, M. A. (1997). A Formação da Literatura Angolana (1855-1950). Lisboa: Imprensa


Nacional–Casa da Moeda.

Soares, F. (2001). Notícia da Literatura Angolana. Lisboa: Nacional- Casa da Moeda.

Venancio, J. C. (1992). Literatura e poder na África Lusófona, Lisboa. Lisboa: Instituto de Cultura
e Língua Portuguesa.

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