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Alelina Osório-708205898
Licenciatura em ensino de
Português
Literatura Africana em língua
portuguesa II
4º Ano
1
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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iii
Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 5
2 Literatura .................................................................................................................................. 6
5 Conclusão ............................................................................................................................... 13
iv
1 Introdução
O presente trabalho, da cadeira de Literaturas africanas em língua Portuguesa II, tem como
tema: Literatura Moçambicana. Nesta vertente, este trabalho visa debruça-se especificamente
sobre o processo de formação da literatura moçambicano, se compararmos com o de outras
colónias portuguesas.
O conceito de literaturas emergentes surgiu nas últimas décadas como consequência das
chamadas teorias pós-coloniais e alargou-se, por influência da poderosa academia norte-
americana, tanto às denominadas literaturas de minorias (étnicas, de género, de orientação
sexual), como às literaturas formadas no interior dos processos de colonização e descolonização,
independentemente das características destes. Portanto, o trabalho tem os seguintes:
Conceituar a literatura;
1.3 Metodologias
5
2 Literatura
“um processo histórico, de natureza estética, que se define pela inter-relação das pessoas que a
praticam, que criam certa mentalidade e estabelecem certa tradição.” (p.8).
3 Literatura Moçambicanaʺ
Em termos de precursores desta literatura, há que referir Rui de Noronha, João Dias e Augusto
Conrado. Entre eles merece realce Rui de Noronha, cujo livro de Sonetos foi publicado seis anos
após a sua morte. A sua poesia reveste-se de algum pioneirismo, não pela forma, mas pelo
conteúdo, uma vez que alguns dos sonetos mostram sensibilidade para a situação dos mestiços e
negros, o que constitui a primeira chamada de atenção para os problemas resultantes do domínio
colonial. Rui de Noronha representa também uma das primeiras tentativas de sistematizar, em
termos poéticos, o legado da tradição oral africana. Sirva, como exemplo, o poema carregado de
imagens do mundo mítico africano,intitulado "Quenguelequêze!
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Uma parte significativa da produção literária moçambicana deve-se aos poetas da "literatura
europeia" ou seja, aqueles que, sendo brancos, centram toda, ou quase toda a sua temática nos
problemas de Moçambique; foram eles que contribuíram decisivamente para a formação da
identidade nacional moçambicana. Merecem especial realce: Alberto de Lacerda , Reinaldo
Ferreira, Rui Knopfli, Glória Sant'Anna, Sebastião Alba, Luis Carlos Patraquim e António
Quadros. Alguns destes poetas escrevem poesia de carácter mais pessoal, enquanto os outros
estão virados para o aspecto "social".
Por exemplo, Reinaldo Ferreira e Rui Knopfli são poetas cuja obra se debruça fundamentalmente
sobre a África, a "Mãe África" e o povo que vive e sofre as consequências do colonialismo. Por
muita desta poesia perpassa também a centelha da esperança da libertação. São estes autores que
contribuíram de um modo decisivo para a emergência da literatura da "moçambicanidade". Em
muitos destes poetas podemos detectar a alienação em que se encontram perante a sociedade
africana a que pertencem.
A poesia política e de combate em Moçambique foi cultivada sobretudo por escritores que
militavam na Frelimo. Entre eles, destaque para Marcelino dos Santos, Rui Nogar e Orlando
Mendes.
Este tipo de poesia preocupa-se sobretudo com comunicar uma mensagem de cunho político e,
algumas vezes , partidário. Como literatura, e salvo raras excepções (como é o caso de Rui
Nogar, com alguns belos poemas de carácter intimista, no seu livro Silêncio escancarado, de
1982), esta poesia é pouco ou nada inovadora Como nos outros países, surge também em
Moçambique um número de escritores cuja obra poética é conscientemente produzida tendo em
conta o factor da nacionalidade, anterior, como é evidente, à realidade do país que mais tarde se
concretiza. São eles que forjam a consciência do que é ser moçambicano no contexto, primeiro da
África e, depois, do mundo. Entre os principais autores deste tipo de poesia, encontram-se
Noémia de Sousa, José Craveirinha, Jorge Viegas, Sebastião Alba, Mia Couto e Luís Carlos
Patraquim.
. Os poetas desta geração (é evidente que não me refiro aos "grandes" de antes de 1975, como
Reinaldo Ferreira , Knopfli e Sebastião Alba) desviaram-se da poesia de cariz colectivo,
preferindo o individual e o intimista com que relatam a sua experiência pós-colonial. Entre estes
poetas , é obrigatória a referência a Mia Couto, mas sobretudo a Luis Carlos Patraquim.
São dois grandes construtores da palavra, preocupados com a linguagem poética. No caso de Mia
Couto, penso que ele acaba por transferir todo o seu potencial poético para a ficção. Luís Carlos
Patraquim revela influências de Craveirinha e Knopfli, sobretudo nos seus poemas de maior
pendor pessoal e lírico, a sua poesia revela-se de certo modo, caótica, sensual e, por vezes,
surrealista.
Patraquim desenvolve uma poesia que, em parte, é inovadora, focalizada sobretudo no amor e no
erotismo. Nota-se também uma grande preocupação de ligar a sua experiência ao mundo
universal dos poetas para além das fronteiras africanas. Autor de três livros (Monção, A inadiável
viagem; e Vinte e tal Formulações e Uma Elegia Carnívora) , Luís Carlos Patraquim representa a
fusão entre as duas grandes vertentes da poesia moçambicana: a da moçambicanidade e a da
linguagem lírica e sensual do "estar em Moçambique".
A literatura africana de língua portuguesa é formada pelas literaturas produzidas em: Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, nos quais a língua portuguesa é
idioma oficial e cuja produção literária é vista como autónoma, de expressão particular, única e
não-portuguesa, ainda assim, não é qualquer obra produzida nesses países que deverá ser
estudada.
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Para Macedo (2010) indica o valor estético das obras como critério principal que guia a crítica e
os estudos da literatura africana no Brasil, sem que se deixe de evidenciar sua complexidade, ao
considerar-se sua dupla natureza de literatura produzida pelo colonizado no idioma do
colonizador.
Além disso, a composição do cânone também gera indagações, pois ainda “é encarado
como um processo aberto e inacabado, passível de numerosas e constantes revisitações”
(Macedo, 2010,p.282) que evolui conforme os estudos sobre a literatura africana de língua
portuguesa se desenvolvem, dada a juventude das nações às quais pertencem essas obras, cujas
instituições legitimadoras da produção literária ainda estão em processo de consolidação.
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c) No terceiro momento (1930-1950), ocorre o rompimento com a alienação; os autores
adquirem a consciência de sua condição de colonizados e a consciência política surge nos
textos, que expressam o desejo de independência para a nação e de liberdade para os
africanos. A literatura africana “cria a sua razão de ser na expressão das raízes profundas
da realidade social nacional entendida dialecticamente” (Ferreira, 1987, p. 33).
Portanto, este último é o momento do resgate dos valores tradicionais ancestrais, combinando os
aos valores adquiridos no período colonial, já que é impossível reverter os efeitos da colonização.
De indivíduo despersonalizado e coisificado, possuidor de profundo complexo de inferioridade
em relação à sua cultura, o africano passa a indivíduo que se reencontra com suas raízes, que
elabora uma nova identidade cultural, reconstrói a sociedade e a cultura africanas incorporando
os elementos de diferentes origens que agora a compõem.
A educação nas colónias portuguesas registava, ainda a entrada dos anos 60, níveis
baixíssimos. O analfabetismo atingia, em Angola, quase 97%; em Moçambique, quase 98%; na
Guiné-Bissau, perto dos 100 %; só em Cabo Verde o nível era mais elevado, rondando os 78,5%.
O analfabetismo devia-se à política portuguesa de criar uma elite muito restrita de assimilados
para servirem no sector terciário, ao mesmo tempo que deixava as populações entregues a si
próprias, sem permitir o seu autodesenvolvimento ou, no pior dos casos, usando-as como mão-
de-obra escrava ou barata (Pires,1995).
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Como escreveu o poeta angolano António Jacinto, em «Carta dum contratado» (1950):
[…] No começo do século XIX, os padres e párocos eram escassos nas colónias. Com o
liberalismo, o ensino passou, em 1834, para o domínio do Estado, tomando-se laico. A partir de
1869, voltou a ser apoiado nas Missões. Todavia, o seu progresso foi lentíssimo.
Para Pires (1995), diz que em Angola, os grandes centros populacionais tinham escolas
oficiais e particulares para brancos e nas zonas rurais havia as missões para negros. O ensino
manteve-se, durante muitos séculos, exclusivamente a nível primário.
A língua usada nas escolas e fora delas, por professores, missionários e auxiliares, era a
portuguesa, que, com as línguas nativas, servia para o ensino da religião. Mas, até II Guerra
Mundial, o objectivo da assimilação, perseguido em teoria pelas autoridades, não teve expressão.
Após 1945, a política governamental procurou acelerar a assimilação, fazendo um esforço para
generalizar o ensino primário, desenvolver o secundário, sobretudo técnico, a educação agrícola e
criando instituições para a formação de professores. Todavia, o ensino superior, ao contrário de
outras colónias, inglesas ou francesas, apenas estava ao alcance de um número muito reduzido de
estudantes, sobretudo brancos e mestiços. Com a fundação e a pressão exercida pelos
movimentos nacionalistas, e logo depois do início da luta de libertação nacional armada (Luanda,
1961), foram instalados os Estudos Gerais, de nível universitário, a partir de 1963, nas cidades
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angolanas de Luanda, Sá da Bandeira e Nova Lisboa, e na capital moçambicana, até hoje os
únicos territórios que deles beneficiaram.
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5 Conclusão
A literatura moçambicana segue os mesmos carris tais como seguiu a angolana: pré-colonial e
colonial, afro-Centrica e luso-tropicalista, nacional e pós-colonial.
A educação nas colónias portuguesas registava, ainda a entrada dos anos 60, níveis
baixíssimos. O analfabetismo atingia, em Angola, quase 97%; em Moçambique, quase 98%; na
Guiné-Bissau, perto dos 100 %; só em Cabo Verde o nível era mais elevado, rondando os 78,5%.
O analfabetismo devia-se à política portuguesa de criar uma elite muito restrita de assimilados
para servirem no sector terciário, ao mesmo tempo que deixava as populações entregues a si
próprias, sem permitir o seu autodesenvolvimento ou, no pior dos casos, usando-as como mão-
de-obra escrava ou barata.
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6 Referências bibliográficas
Ferreira, Manuel (1987). Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. São Paulo: Editora
Ática.
Macedo, Tânia (2010). O Ensino das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa no Brasil:
Algumas Questões. In: SECCO, Carmen Tindó (Org.). África, escritas literárias: Angola.
Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe.2ª ed. Rio de Janeiro. UFRJ
Universidade Aberta
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