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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

A ECONOMIA COLONIAL EM MOÇAMBIQUE (1930-1960)

Horciete Gil Chitlango - 708224069

Curso: Licenciatura em Ensino de


História
Disciplina: História Económica II
Ano de Frequência: 2o
Turma: J

Maputo, Setembro, 2023

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nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
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Conclusão 2.0
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bibliografia
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ÍNDICE

0 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................5
0.1 Objectivos...............................................................................................................................5
0.1.1 Objectivo geral................................................................................................................5
0.1.2 Objectivos específicos.....................................................................................................5
0.2 Metodologia............................................................................................................................5
1 A ECONOMIA COLONIAL EM MOÇAMBIQUE (1930-1960).................................................6
1.1 Características da economia colonial em Moçambique no período de 1930 -1960.................6
1.1.1 Agricultura de Exportação..............................................................................................6
1.1.2 Política de Trabalho Forçado..........................................................................................7
1.1.3 Mineração.......................................................................................................................7
1.1.4 Infraestrutura e Transporte..............................................................................................7
1.1.5 Impacto na população Indígena e limitações ao desenvolvimento local..........................7
1.1.6 Desigualdade Social e Racial..........................................................................................8
1.1.7 Resistência e Nacionalismo.............................................................................................8
1.2 Planos de Fomento..................................................................................................................8
1.2.1 Primeiro plano de fomento (1953-1958).........................................................................8
1.2.2 Segundo Plano de Fomento (1959-1964)........................................................................9
1.2.3 Terceiro Plano de Fomento (1968-1973).......................................................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................12
0 INTRODUÇÃO

O período da economia colonial de Moçambique, que abrange as décadas de 1930 a


1960, representa um capítulo complexo e muitas vezes doloroso da história deste país
africano. Durante essas décadas, Moçambique foi submetido ao domínio colonial português,
que moldou profundamente sua economia. Este estudo busca lançar luz sobre os principais
aspectos da economia moçambicana durante essa época, incluindo a dependência da
agricultura de exportação, a exploração de recursos naturais e as políticas de trabalho forçado.
Além disso, examinaremos o impacto dessas políticas na população local e o contexto mais
amplo de resistência e luta pela independência que marcou esse período conturbado.

0.1 Objectivos

0.1.1 Objectivo geral

 Analisar a economia colonial em Moçambique (1930-1960).

0.1.2 Objectivos específicos

 Identificar as características da economia colonial em Moçambique no período de


(1930 -1960).
 Descrever os planos de fomento.

0.2 Metodologia

Segundo Gerhardt e Silveira (2009), metodologia é o estudo da organização, dos


caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência (p.12). Desta forma, para realização desta pesquisa, recorreu-se ao método de pesquisa
bibliográfico, que consistiu na consulta de diversos artigos científicos relacionados com o
tema em estudo (A economia colonial em Moçambique (1930-1960)).

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1 A ECONOMIA COLONIAL EM MOÇAMBIQUE (1930-1960)

Segundo Chazoita e Faz-Tudo (s/d., p. 106 – 107), com administração de Salazar,


então ministro das finanças, a administração das colónias passou a fonte de matérias-primas
para a indústria da "metrópole". Em 1930 foi publicado o Acto Colonial, legislação que
organizava o papel do Estado nas colónias portuguesas: (i) a nomeação de administradores
para as circunscrições "indígenas", que passaram a organizar os seus pequenos exércitos de
sipaios; (ii) os recenseamentos que determinavam a cobrança de impostos e a "venda" de mão-
de-obra para as minas sul-africanas; (iii) a criação de "Tribunais Privativos dos Indígenas";
(iv) a definição da Igreja católica como principal força "civilizadora" dos indígenas, passando
a ser a principal forma de educação.

Com a nova constituição portuguesa em 1933, Salazar e os seus braços nas colónias
transportaram para África (e Índia) a repressão mais brutal sobre os indígenas, ao mesmo
tempo em que incentivavam os seus cidadãos mais pobres a emigrarem para essas terras
(Chazoita & Faz-Tudo, p. 107).

1.1 Características da economia colonial em Moçambique no período de 1930 -1960

Segundo Isaacman (1983), a economia colonial de Moçambique durante o período de


1930 a 1960 foi profundamente influenciada pelo domínio colonial português e pelas políticas
económicas implementadas pelos colonizadores. Durante essa época, Moçambique era uma
das colónias africanas mais importantes de Portugal devido aos seus recursos naturais,
principalmente agrícolas e minerais.

1.1.1 Agricultura de Exportação

A economia colonial de Moçambique era altamente dependente da agricultura de


exportação. Os colonizadores portugueses promoveram o cultivo de produtos como o algodão,
o chá, o açúcar e o sisal açúcar e copra, para atender à demanda internacional por esses
produtos. Esses cultivos eram geralmente produzidos em grandes fazendas ou plantações
(Isaacman, 1983).

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Grande parte da produção agrícola era baseada em fazendas de plantação, onde os
africanos locais eram frequentemente forçados a trabalhar como trabalhadores agrícolas em
condições muitas vezes precárias (Isaacman, 1983; Birmingham, 1996).

1.1.2 Política de Trabalho Forçado

Segundo Newitt (1995) e Birmingham (1996) durante esse período, o governo colonial
português implementou políticas de trabalho forçado, incluindo sistemas de recrutamento
forçado de trabalhadores para as plantações e minas. Os africanos frequentemente eram
compelidos a trabalhar em condições precárias e sob coação.

1.1.3 Mineração

A mineração era outra parte importante da economia colonial de Moçambique.


Recursos como carvão, grafite e minerais preciosos eram extraídos e exportados para o
benefício de Portugal. Moçambique era rico em recursos minerais, e a mineração
desempenhou um papel significativo na economia colonial, contribuindo para os lucros
coloniais (Birmingham, 1996).

1.1.4 Infraestrutura e Transporte

Para apoiar a exploração de recursos naturais e o transporte de produtos agrícolas para


os portos, foram construídas estradas e ferrovias. Isso facilitou a exportação de mercadorias
para os mercados internacionais (Isaacman, 1983 & Newitt, 1995).

1.1.5 Impacto na população Indígena e limitações ao desenvolvimento local

A economia colonial teve um impacto significativo nas populações indígenas de


Moçambique. A exploração de recursos naturais e o trabalho forçado levaram a condições de
vida precárias para muitos africanos, enquanto as elites locais colaboraram com os
colonizadores em troca de privilégios (Isaacman, 1983 & Birmingham, 1996).

A economia colonial foi organizada para atender aos interesses de Portugal, com
pouco investimento em desenvolvimento social e económico para a população moçambicana
(Birmingham, 1996).

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1.1.6 Desigualdade Social e Racial

A economia colonial aprofundou a desigualdade social e racial em Moçambique, com


africanos enfrentando discriminação sistemática e limitações em termos de educação e
oportunidades económicas (Newitt, 1995).

1.1.7 Resistência e Nacionalismo

O período colonial também foi marcado por movimentos de resistência e


nacionalismo, com muitos moçambicanos lutando contra a opressão colonial e pela
independência.

No final da década de 1950 e início da década de 1960, o movimento de


descolonização se intensificou em Moçambique e em outras partes de África. Moçambique
finalmente conquistou a independência de Portugal em 1975, após uma longa luta pela
libertação. A economia moçambicana passou por transformações significativas após a
independência, mas os impactos da era colonial ainda são sentidos no país até os dias de hoje
(Newitt, 1995).

1.2 Planos de Fomento

Os "Planos de Fomento" foram uma série de programas de desenvolvimento


económico implementados em Moçambique durante o período colonial sob o domínio
português. Esses planos foram projectados para promover o crescimento económico do
território, mas também serviram aos interesses coloniais portugueses, visando principalmente
a expansão e modernização da agricultura de exportação e a infraestrutura (Newitt, 1995).

1.2.1 Primeiro plano de fomento (1953-1958)

O Primeiro Plano de Fomento foi lançado em 1940 e cobriu um período de 13 anos.


Seu principal objectivo era aumentar a produção agrícola para exportação, especialmente de
produtos como algodão, sisal e cacau. O plano também incluiu esforços para melhorar a
infraestrutura, como a construção de estradas, ferrovias e portos, para facilitar o transporte de
produtos agrícolas para os mercados internacionais (Newitt, 1995).
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Os africanos foram frequentemente recrutados à força para trabalhar nas plantações e
na construção de infraestrutura, resultando em condições de trabalho precárias e
desigualdades sociais.

Para Sengulane (2015), o primeiro Plano de Fomento foi projectado para os anos
1953-1958, com um financiamento de 1,7 milhões de contos. Este plano constituiu, na prática,
continuidade do plano anterior à II Guerra Mundial. Contemplava a ligação Lourenço
Marques-Salisbúria (Rodésia do Sul) por via-férrea; um prolongamento do caminho-de-ferro
do Incomáti; a continuação da linha férrea de Nacala; a conclusão do sistema de irrigação do
vale do Limpopo e a construção de barragens nos rios Revubwe e Movene.

Este plano incluía um aspecto social que tinha a ver com a emigração de portugueses
para Moçambique, a fim de contribuírem para a chamada nacionalização do território.

O I Plano de Fomento, relativo aos anos 1953-1958, previa um investimento em


Moçambique de 1.848.500 contos, com 63% destinados às infra-estruturas e 34% ao
"aproveitamento de recursos e povoamento". Ao abrigo deste investimento, em 1960 já
tinham sido instaladas no colonato do Limpou 1400 famílias (Chazoita & Faz-Tudo, s/d.).

1.2.2 Segundo Plano de Fomento (1959-1964)

O Segundo Plano de Fomento teve início em 1959 e continuou até 1964. Seu foco
permaneceu na expansão da produção agrícola de exportação, especialmente do algodão.
Durante esse período, houve um aumento significativo na desapropriação de terras de
comunidades africanas para dar lugar a fazendas comerciais. Novos projectos de infraestrutura
foram iniciados, incluindo a construção de hidroeléctricas e a expansão da rede ferroviária
para facilitar o transporte de produtos (Newitt, 1995 & Birmingham, 1996).

Para Sengulane (2015), o segundo Plano de Fomento foi desenhado para os anos 1959-
1964, com um financiamento de 3,2 milhões de contos. O mesmo estava voltado para
financiar estudos geológicos dos solos e cartográficos; igualmente, estudos sobre nutrição,
educação e produtividade económica da população africana. Algum fundo foi também

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investido na continuidade do projecto de irrigação do Vale do limpopo, Incomáti e Révué.
Outro foi aplicado para o desenvolvimento de infraestruturas de transportes e programas de
saúde e educação. Entre 1965 e 1967, apareceu um plano intercalar de Fomento.

1.2.3 Terceiro Plano de Fomento (1968-1973)

O Terceiro Plano de Fomento foi implementado a partir de 1968-e continuou até 1973.
Novamente, seu objectivo era aumentar a produção agrícola para exportação, com destaque
para o algodão e o sisal. Durante esse período, Moçambique enfrentou pressões crescentes
devido aos movimentos de independência e nacionalismo, o que tornou a administração
colonial mais desafiadora (Newitt, 1995).

Sengulane (2015), o Terceiro Plano de Fomento foi projectado para os anos 1968-
1973. Por detrás deste plano de Fomento, estiveram projectos ligados à construção da
Barragem de Cahora Bassa.

Os Planos de Fomento não conseguiram resolver as crescentes tensões políticas e


sociais em Moçambique, à medida que movimentos de resistência e luta pela independência
ganhavam força.

Os Planos de Fomento foram concebidos para servir aos interesses económicos de


Portugal, proporcionando lucros significativos através da exploração de recursos naturais e da
produção agrícola de exportação. No entanto, essas políticas também exacerbaram as
desigualdades sociais e económicas em Moçambique, gerando tensões e contribuindo para o
despertar do nacionalismo moçambicano e da luta pela independência, que culminou na
independência em 1975.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O período da economia colonial de Moçambique entre as décadas de 1930 e 1960 foi


caracterizado por uma exploração intensiva dos recursos naturais e da força de trabalho local
pelos colonizadores portugueses. A agricultura de exportação e a mineração foram os pilares
económicos, enquanto as políticas de trabalho forçado e a desigualdade social persistente
deixaram cicatrizes profundas na sociedade moçambicana. No entanto, esse período também
testemunhou a resistência tenaz da população local e o surgimento do nacionalismo
moçambicano, que eventualmente culminou na independência em 1975. A economia colonial,
com todas as suas contradições e desafios, deixou um legado complexo e multifacetado que
continua a influenciar Moçambique em sua busca pelo desenvolvimento e equidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Birmingham, David. (1996). Nacionalismo de linha de frente na África colonial. Imprensa da


Universidade de Ohio.

Chazoita, Luís Manuel & Faz-Tudo, Johane. (s/d). História económica II: Da Revolução
Industrial à Partilha de África. In: Universidade Católica de Moçambique Centro de
Ensino à Distância. Moçambique-Beira

Gerhardt, T, E & Silveira, D, T. (2009). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da


UFRGS

Isaacman, Allen F. (1983). Moçambique: A Africanização de uma Instituição Europeia.


Imprensa da Universidade de Wisconsin.

Newitt, Malyn DD (1995). Uma História de Moçambique. Imprensa da Universidade de


Indiana.

Sengulane, Hipólito. (2015). História das instituições de poder político em Moçambique.


Maputo: Alcance editor.

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